Tópicos | licitações

A Policia Civil e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) deflagraram nesta terça-feira (30) a Operação Catarata contra um esquema de corrupção na Fundação Leão XIII. A instituição oferece serviços como tratamento oftalmológico à população de baixa renda.

Os agentes cumprem sete mandados de prisão temporária e 22 de busca e apreensão no estado contra acusados por fraudes licitatórias contra a administração pública, falsidade ideológica, associação criminosa e crimes conexos. Cinco pessoas foram presas, entre elas, o casal Flávio Salomão Chadud e Marcelle Braga Chadud.

##RECOMENDA##

As investigações começaram a partir de indícios de fraudes identificados em licitações realizadas entre 2015 e 2018. O esquema, segundo apurações preliminares da Controladoria Geral do Estado do Rio, envolvia as empresas Servilog, Tercebrás, Grupo Galeno e Riomix 10. Segundo agentes da Polícia Civil, as concorrências eram direcionadas para que a Servilog vencesse as disputas, enquanto as outras empresas participavam apenas para garantir uma aparente competitividade ao processo.

Nos pregões eletrônicos que ocorreram nesse período foram realizadas quatro contratações para a aquisição de 560 mil armações de óculos, 560 mil consultas oftalmológicas e 560 mil exames de glicemia. A estimativa é que o esquema de fraude tenha movimentado aproximadamente R$ 66 milhões.

As empresas vão responder administrativamente e podem ser punidas com base na Lei Anticorrupção, que prevê multa de até 20% do faturamento, considerando o teto de cobrança de R$ 60 milhões, e podem ficar impedidas de participar de outros contratos com órgãos da administração pública.

A Polícia Federal em Pernambuco deflagrou, nesta sexta-feira (17), a Operação Chofer que investiga desvio de recursos públicos na prefeitura de Cedro, no Sertão do Estado. De acordo com a PF, os indícios foram encontrados a partir de irregularidades em contratações da prefeitura. A apuração aponta que o prefeito de cidade, Antônio Leite (PR) utilizava de laranjas para vencer procedimentos licitatórios e dispensá-los indevidamente e, assim, apropriava-se dos recursos públicos sem a prestação do serviço contratado.

A PF informou que a prefeitura pagou, entre os anos de 2017 e 2018, cerca de R$ 3 milhões em favor da empresa para os mais diversos e variados serviços, como fornecimento de peças e manutenção para a frota de veículos do município à poda de árvores.

##RECOMENDA##

De acordo com a investigação, o sócio desta empresa já foi contratado como motorista de uma a empresa de Antônio Leite e também prestou serviço de eletricista na campanha eleitoral do republicano em 2016. Outra sócia é beneficiária do programa Bolsa Família e do garantia-safra. Além disso, os dois moram em uma residência simples na zona rural e a sede da empresa fica em um prédio comercial do prefeito.

Durante a Operação Chofer, segundo a PF, foram cumpridos cinco medidas cautelares de busca e apreensão. Na casa do prefeito, foram apreendidos aproximadamente R$ 45.000,00 em espécie e R$ 160.000,00 em cheques, além de um veículo Toyota Hilux, uma pistola com registro vencido, celular e mídias.

Já na sede da prefeitura e nas empresas foram apreendidos processos licitatórios e outros documentos referente a investigação. Em depoimento na Delegacia de Polícia Federal em Salgueiro, o prefeito negou todas as acusações.

[@#galeria#@]

O deputado federal pernambucano Fernando Rodolfo (PR-PE) anunciou, nesta quinta-feira (28), em discurso no plenário, ter apresentado projeto de lei que altera a Lei de Licitações para determinar que participará das concorrências públicas somente empresa que possuir CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) há, pelo menos, cinco anos.

“É uma medida de combate à corrupção, pois evita a criação de empresas da noite para o dia com a finalidade específica de atender propósitos escusos de agentes públicos”, assinala uma das justificativas do projeto.

##RECOMENDA##

Segundo Rodolfo, a proposta, protocolada como PL 1784/2019, “visa impedir que muitos gestores contratem empresas de sua relação pessoal, fazendo com que vultosos contratos sejam firmados com empresas que muitas vezes acabaram de ser constituídas e não têm qualquer experiência em fornecer bens ou serviços à administração pública”.

O deputado pernambucano lembrou, em seu pronunciamento, que, como jornalista de televisão, fez reportagens investigativas que comprovaram fraudes em licitações em Sergipe, em 2016, e no município de Altinho, em Pernambuco, em 2017, envolvendo fornecimento de merenda escolar e de outros produtos, e até agora os inquéritos instalados não foram concluídos.

“Não podemos aceitar que impunidades em licitações se perpetuem e que órgãos públicos se transformem em balcões de negócios”, concluiu.

LeiaJá também:

--> Moro e Maia se reúnem para discutir projeto anticrime

--> José Queiroz: aniversário do golpe militar é “dia de luto”

--> Bezerra Coelho defende diálogo entre governo e Congresso

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira (22), a Operação Recidiva. A investigação mira um esquema de fraudes a licitações públicas em municípios da Paraíba, do Ceará, de Pernambuco, de Alagoas e do Rio Grande do Norte, que também desviava recursos públicos e praticava irregularidades contra os fiscos federal e estadual.

A operação foi aberta pela PF em parceria com o Ministério Público Federal e o Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU).

##RECOMENDA##

Cerca de 105 policiais federais e 14 auditores da CGU estão sendo cumpridos 8 mandados de prisão temporária, 7 de prisão preventiva, 27 de busca e apreensão e 17 de sequestro de bens, nos municípios paraibanos de João Pessoa, Barra de Santa Rosa, Brejo do Cruz, Emas, Imaculada, Juru, Patos, São José do Bonfim, São Sebastião de Lagoa de Roça e Teixeira, além de Fortaleza e Quiterianópolis no Estado do Ceará.

As ordens judiciais foram expedidas pela 14ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Patos/PB, que também determinou o sequestro de todos os bens móveis e imóveis dos envolvidos, até o total de R$ 2,3 milhões, visando ressarcir os danos ao erário público.

Durante as investigações, foi possível apurar que o esquema criminoso gerou prejuízo aos cofres públicos, só no período de 2015 a 2018, de um montante que pode ultrapassar a casa de R$ 20 milhões, relativos a fraudes na execução de obras de construção civil.

Os investigados serão conduzidos à sede da Delegacia de Polícia Federal em Patos, onde serão interrogados. Os crimes apurados nesta operação são os de corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa, fraude à licitação, entre outros.

O nome da operação significa reaparecimento, recaída, reincidência, fazendo alusão a prática reiterada do cometimento dos mesmos crimes e do mesmo modus operandi pelos investigados, que já foram objeto de ações semelhantes.

A Justiça Federal da Bahia decretou o bloqueio de R$ 12,4 milhões de doze réus - entre empresários, deputados estaduais, ex-prefeitos e agentes públicos - por fraude a licitações, desvio de recursos públicos e corrupção de agentes públicos e servidores, em 19 municípios baianos. As informações foram divulgadas pela Procuradoria da República na Bahia.

Segundo o Ministério Público Federal, "as práticas ilícitas" ocorreram a partir do município de Buerarema, a 450 km de Salvador, e se espalharam por outras 18 cidades. Entre os denunciados estão os deputados estaduais Angela Sousa e Carlos Ubaldino, ambos do PSD. A ação é decorrente das investigações da Procuradoria e da Polícia Federal na Operação Águia de Haia.

##RECOMENDA##

A investigação, que teve início em 2013, descobriu uma organização criminosa que supostamente negociava com várias prefeituras pacote fechado de fraudes em licitações de serviços de tecnologia de informação com desvio de recursos da educação para as empresas de seu grupo vencerem o contratos a preços superfaturados e repartirem os ganhos ilícitos com agentes corrompidos.

A ação específica apura um pregão, realizado em 2011, para contratação de serviços educacionais voltados à implantação e utilização de tecnologias de informação para a Secretaria de Educação e escolas do município.

Segundo o Ministério Público Federal, "a participação dos deputados estaduais consistia, através dos seus mandatos públicos, divulgar a atuação das empresas da organização e aliciar prefeitos para aderirem ao esquema, mediante pagamento de propina".

Ângela Souza e Carlos Ubaldino teriam recebido propinas para fazer a articulação política da organização. As ações de improbidade administrativa e penal foram ajuizadas pelo procurador da República Tiago Modesto Rabelo.

A reportagem tentou contato com a deputada estadual Angela Souza, com o deputado estadual Carlos Ubaldino, com o diretório estadual do PSD na Bahia e todos os réus envolvidos no processo. O espaço está aberto para manifestação.

Depois de duas décadas de negociação, os quatro países do Mercosul assinaram nesta quinta-feira (21) um acordo de compras governamentais que permitirá às empresas instaladas no bloco participar de licitações dos governos de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai em condições de igualdade com os fornecedores locais. Depois de alguma resistência do Paraguai, o protocolo foi assinado na reunião de cúpula do bloco, nesta quinta-feira em Brasília.

Por causa dos acertos de última hora, o acordo não foi assinado durante a reunião. A formalidade aconteceu logo depois, durante o almoço de encerramento. O presidente Michel Temer anunciou a assinatura quando os convidados já estavam diante de pratos de bacalhau.

##RECOMENDA##

O acordo prevê que, na compra de bens e serviços acima de R$ 500 mil e de obras públicas acima de R$ 200 milhões, as licitações devem ser abertas para os países do Mercosul. Isso deverá dar mais transparência aos processos públicos de aquisição e estimular uma aproximação de normas técnicas de produtos e procedimentos dentro do bloco, segundo ressaltou o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, Jorge Arbache.

O mercado de compras públicas nos países sócios do Brasil no Mercosul é de US$ 80 bilhões, mas o acordo abrange só uma parcela desse valor. Isso porque governos estaduais e municipais, além de empresas estatais, ficaram de fora. O mercado aberto para as empresas brasileiras é da ordem de R$ 15 bilhões e, na via inversa, o Brasil oferecerá acesso a compras que somam perto de R$ 40 bilhões.

O Paraguai apresentou proposta que ficou aquém do esperado pelos sócios. Pelo arranjo feito nesta quinta-feira, o país ingressará no acordo por um ano. Depois, precisará melhorar sua oferta.

O protocolo de compras governamentais reforça o viés econômico que voltou ao Mercosul. Neste ano, foi assinado também um acordo de proteção de investimentos. Com isso, foi corrigida situação de um certo atraso, já que o Brasil, por exemplo, já tinha esse tipo de acordo com terceiros países. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Federal, em ação com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), deflagrou nesta segunda-feira (27) a Operação Vinil. A investigação apura o crime de formação de cartel por empresas do ramo de conexões de PVC e polipropileno, em licitações públicas de obras de infraestrutura em saneamento de água.

Em nota, a PF informou que 65 policiais federais e 20 servidores do Cade cumprem 15 mandados de busca e apreensão em São Paulo, grande São Paulo e na cidade de Santa Bárbara D'Oeste, todos expedidos pela 5ª Vara Criminal Federal de São Paulo.

##RECOMENDA##

O inquérito policial teve início em junho de 2017 quando o Ministério Público Federal encaminhou, para investigação pela PF, o acordo de leniência firmado entre o Cade e uma empresa fabricante de conexões, no qual se descrevem condutas anticompetitivas dela e de outras três empresas do ramo, afetando o mercado nacional, entre os anos de 2004 e 2015, comprometendo licitações em 14 Estados.

O relatório do Cade aponta indícios de violação da ordem econômica por meio de conluio entre as empresas para frustrar o caráter competitivo das licitações públicas, como a fixação de preços e condições comerciais; a abstenção de participação em licitações; acordos para divisão de clientes e lotes entre concorrentes e o compartilhamento de informações comercialmente sensíveis.

São apurados crimes de abuso do poder econômico (formar acordo visando a fixação artificial de preços e o controle regionalizado do mercado por um grupo de empresas), previstos na Lei 8.137/90, com penas de 2 a 5 anos de prisão e multa.

Na próxima terça-feira (3) o Teatro Adamastor, em Guarulhos, irá receber o 1º Fórum Regional de Compras Públicas da cidade. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas através do site: www.elicitacao.com.br/forum.

O evento visa analisar o futuro das licitações no município e região e contará com a presença de especialistas da área.

##RECOMENDA##

Confira  a programação do dia 3 de outubro:

8h – Credenciamento - Café de boas vindas.

9h- Cerimonial de Abertura – Palavras e considerações do secretário e representantes da administração – prefeito Guti e secretário da SDCETI, Rodrigo Barros.

9h30 – 1ª Palestra – O que é uma Licitação Pública – Os Mitos e as Verdades sobre Licitações Públicas – Ricardo Dantas.

10h – 2ª Palestra – Licitações Públicas para Micro e Pequenas Empresas no Governo Estadual – Roberto Sekiya.

10h45 – 1º Painel – Pagamentos na Licitação – Lei de responsabilidade fiscal – Peterson Ruan.

11h – 3ª Palestra – Lei Geral da Micro e Pequena Empresa – Marcos Kremer e Maurici Dias.

12h15 – 4ª Palestra – Os desafios do DCC Guarulhos – Dra. Renata Dutra.

13h – Pausa para almoço.       

14h30 – 2º Painel – O uso da tecnologia nas Licitações – Edson Silva e secretário convidado.

15h45 – 3º Painel – Compras Diretas, Dispensa de Licitações, Composição de orçamento para Licitação – João Francisco e Dr. Murilo Navarro (Procurador Municipal).

16h15 – 4º Painel – Papo de Licitante – Opinião de quem já participa – Truckvan, Viação Passaredo, OD e SpeedWay.

17h – Encerramento.

Serviço

1º Fórum Regional de Compras Públicas de Guarulhos.

Local: Teatro Adamastor (Avenida Monteiro Lobato, 734 – Macedo).

Contato: (11) 4968-7782.

Detalhes da Operação Tupinambá, que afastou das funções públicas por tempo indeterminado o prefeito de São Lourenço da Mata, Bruno Pereira (PTB), foram apresentados nesta quarta-feira (27). Entre as acusações investigadas pela ação conjunta do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Tribunal de Contas (TCE) e a Polícia Civil, está a ocultação de informações contábeis da gestão, fraudes em licitações e o contrato de empresas laranjas. 

De acordo com a promotora de Justiça do Patrimônio Público de São Lourenço da Mata, Mariana Vila Nova, as denúncias chegaram ao órgão e a gestão municipal foi acionada para respondê-las, mas com a falta de retorno o MPPE precisou acionar a polícia e o TCE. Sob a ótica dela, a área da saúde foi a mais prejudicada.

##RECOMENDA##

“Há indícios de superfaturamento de licitação, ausência de licitação, empresas contratadas não prestaram serviços. Uma das contratadas, inclusive, recebeu mais de R$ 1 milhão para serviço de ultrassonografia na cidade e a sede dela é em Bezerros, não entendo como uma empresa de Bezerros faz ultrassonografia em São Lourenço”, destacou.

No Portal da Transparência, por exemplo, um cidadão que se trata de problemas renais no Recife recebia um auxílio de R$ 160 mil. De acordo com o MPPE, entretanto, o valor real pago ao homem era de R$ 150. Outra menção feita pelos investigadores foi o contrato para o fornecimento de medicamentos para o Hospital Petrolina Campos. A prefeitura estava pagando R$ 180 mil pelo serviço enquanto uma unidade de saúde privada custeava com R$ 30 mil.

“Agora na operação nada foi encontrado lá, nenhum processo de licitação. O que já caracteriza que tem algo errado. Ou eles sumiram com os documentos ou sequer fizeram licitação em 2017”, salientou a promotora. “Caso comprovemos que houve a destruição ou ocultação, porque esses documentos deveriam estar na prefeitura e não se encontram, eles podem ser autuados por  supressão ou ocultação de documento público”, acrescentou a delegada Patrícia Domingos, titular da Delegacia de Crimes Contra a Administração e Serviços Públicos (Decasp). 

Além de Bruno Pereira, a investigação traz indícios de envolvimento dos secretários de Saúde, Breno Celson Nogueira da Silva, e Finanças, Jucineide Pereira de Melo; membros da Comissão Permanente de Licitação José Carlos de Araújo, Roseane Ramos Gonçalves Andrade e Severina Josefa Paulo da Silva Ramos. Ainda foram citados os empresários Nelton Uchoa Simões, Severino Ramos da Silva, Carolina Azevedo da Costa, Eugênio Azevedo da Costa e Luciana Maria da Silva, da Esfera Construções LTDA ME.

Na Operação Tupinambá, deflagrada nessa terça (26), foram apreendidos R$ 28 mil em espécie, sendo R$ 23 mil na casa do prefeito, e duas armas de fogo. Além de equipamentos eletrônicos e documentos, nas residências dos investigados e na prefeitura.

LeiaJá também 

--> São Lourenço: Câmara pode instalar CPI contra prefeito

--> Afastamento de prefeito divide opiniões em São Lourenço

--> Em São Lourenço, prefeitura fechada e clima de incertezas

Em rota de choque com as áreas do governo que defendem as concessões de aeroportos para reforçar o caixa, a Infraero abriu 50 licitações, oferecendo 68 áreas de exploração comercial em 23 aeroportos, segundo levantamento realizado pelo jornal O Estado de S. Paulo no site da estatal. Estão na lista, inclusive, espaços em terminais que serão concedidos à iniciativa privada no ano que vem, como Vitória (ES), Recife (PE) e Cuiabá (MT).

Há desde espaços para instalação de máquinas de refrigerantes até uma área de 12,6 mil m² no aeroporto do Recife, que abrigaria um centro educacional. Os prazos variam de 12 meses a 300 meses. O valor global dos contratos supera os R$ 140 milhões.

##RECOMENDA##

A lista inclui, ainda, leilões bem específicos, como o que prevê uma lanchonete de coxinhas assadas em Vitória. O maior contrato oferecido, de R$ 34,4 milhões, prevê que o check-in dos aeroportos de Congonhas (SP), Goiânia (GO), Maceió (AL), Recife, Santos Dumont (RJ), Curitiba (PR) e Belém (PA) será entregue a um concessionário, que fará o serviço de forma compartilhada.

Na semana passada, a Infraero já concedeu uma área de 28,5 mil m² no aeroporto de Congonhas para a Leroy Merlin, pelo prazo de 25 anos. A movimentação da estatal causa desconforto no governo, por causa do impacto desses novos contratos no programa de concessões de aeroportos.

A área econômica, por exemplo, se preocupa com o risco de o ágio por Congonhas ficar menor do que poderia. Um potencial investidor já teria enviado um e-mail a técnicos do governo questionando o aluguel do terreno no terminal paulista.

A avaliação nos bastidores é que a Infraero joga contra as novas concessões. A contrariedade da empresa com o processo foi deixada clara em carta enviada pelo presidente, Antônio Claret, ao ministro dos Transportes, Maurício Quintella. A Infraero está na área de influência do PR, partido do ministro. O ministério não se pronunciou.

A estatal informou que "todos os processos de compra e concessão de área da Infraero, bem como seus critérios, são regidos pela Lei n.º 13.303 (Lei das Estatais), havendo estudos específicos para as destinações respectivas conforme critérios técnicos e de mercado". A nota diz ainda que o projeto Inova Congonhas, que prevê a expansão do terminal com concessão de áreas para exploração comercial, "encontra-se atualmente em fase interna e de revisão de premissas".

Os novos contratos poderão ser um problema a mais para o governo. Com exceção de Congonhas, os demais são aeroportos de menor porte que, além do mais, serão licitados em pacotes com outros terminais deficitários. "Não são concessões fáceis de viabilizar", disse a advogada especialista em concessões Letícia Queiroz, sócia do escritório Queiroz Maluf. "Entendo que a Infraero precisa licitar algumas áreas, mas, no caso dos aeroportos que serão concedidos, pode haver impacto negativo nos lances oferecidos em leilão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco realizou uma auditoria especial nas licitações feitas pela Prefeitura de Gravatá durante os exercícios financeiros de 2013 e 2014, para a contratação do serviço de limpeza urbana, e constatou a existência de irregularidades. Na época, a gestão era comandada pelo ex-prefeito Bruno Martiniano (sem partido). A administração da cidade passou, em 2014, por um processo de intervenção estadual e o então prefeito foi afastado do cargo.

A auditoria foi realizada a pedido da conselheiro Teresa Duere. De acordo com o relatório técnico, a prefeitura realizou seis dispensas sucessivas de licitação, desrespeitando o período legalmente permitido e transformando em regra a exceção emergencial, prevista na lei 8.666/93. Também foram encontrados sobrepreço de 44% na contratação de serviços, deficiências no acompanhamento e na fiscalização dos contratos, descumprimento de obrigações contratuais e superfaturamento de preços no valor de R$ 4.570.226,94.

##RECOMENDA##

Em seu voto, baseado no parecer do Ministério Público de Contas, Teresa Duere decidiu julgar os processos como irregulares e imputar débito solidário ao ex-prefeito, ao fiscal do contrato, Carlos Frederico Fonseca Rodrigues Costa; aos ex-secretários de Infraestrutura do município, Dirceu Bezerra de Souza e Marcus Tulius de Barros Souza; e à empresa CONSERV Construções e Serviços Ltda., no valor de R$ 2.763.435,54, referente a 2013 e de R$ 1.806.791,40 referente a 2014.

Além disso, Duere determinou também aplicação de multa individual no valor de R$ 22.000,00 ao prefeito e secretários, e de R$ 14.000,00 aos participantes da comissão de licitação do município, Aglaine de Fátima Vilar Oliveira, Sabrina Ramos Vieira da Silva, Ilo Tenório de Albuquerque II e André Luiz Ramos Araújo de Lima.

A quarta rodada de licitações de áreas com acumulações de petróleo e gás natural arrecadou hoje (11), R$ 7,9 milhões em bônus de assinatura, com ágio médio de 1991,52%, o mais alto já registrado em leilões deste tipo no país.

O leilão foi realizado na sede da Agência Nacional de Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no Rio de Janeiro, quando foram arrematadas oito das nove áreas inativas ofertadas e que haviam sido devolvidas pela Petrobrás.

##RECOMENDA##

Segundo avaliação da ANP, estão previstos investimentos de R$ 9,1 bilhões na recuperação e na retomada de produção das áreas arrematadas, um total de 92,89 km². Das oito empresas que fizeram ofertas, seis foram vencedoras. O maior bônus de R$ 5,71 milhões, oferta feita pela empresa Newo para a área de Itaparica, na Bacia do Recôncavo baiano, cujo ágio pago sobre o valor mínimo estipulado foi de pouco mais 8.000%. 

Sem alarde, o Senado aprovou projeto de lei que promove uma mudança radical na famosa Lei 8.666, de licitações públicas. O projeto, que terá de ser votado na Câmara, muda vários procedimentos que desincentivam os aditivos contratuais das propostas. São esses aditivos que encarecem a obra e funcionam como combustível para a indústria da corrupção, como têm mostrado as investigações da Operação Lava Jato.

O projeto deixa claro o valor de punições e multas decorrentes da prática de corrupção, o que não acontece com a lei atual. Pelo texto aprovado pelos senadores, a multa poderá ser fixada entre 0,5% e 30% do valor do contrato. Uma das mudanças mais profundas introduzidas pelo projeto é a que prioriza a conclusão da obra pela seguradora do projeto no caso de atrasos no cronograma ou de algum problema que ocorrer ao longo da execução, fortalecendo a contratação do seguro-garantia.

##RECOMENDA##

Se a obra não for entregue no prazo ou não tiver qualidade, a seguradora do projeto terá de assumir o empreendimento ou contratar um terceiro grupo para fazê-lo, regra chamada de "step in". "A ideia é que a seguradora passe a ser a parceira, fiscalize o andamento da obra em termos de qualidade e prazo", diz o secretário executivo adjunto do Ministério do Planejamento, Esteves Colnago. "Para ela se associar à construtora tem de ser uma em que confie."

Segundo ele, hoje o que acontece é uma discussão jurídica sem fim com a seguradora sobre o valor de ressarcimento. Colnago destaca que enquanto as seguradoras pagam para o setor privado cerca de 90% dos sinistros nos casos em que obras não são concluídas, para o setor público, o desembolso é de menos de 10% dos valores.

O edital poderá exigir seguro tendo o trabalhador como beneficiário. O secretário prevê resistências das seguradoras durante a votação na Câmara, no ano que vem. O projeto, no entanto, é uma das prioridade da agenda econômica no Congresso.

Ainda está prevista a inversão de fases na licitação. Hoje, os concorrentes apresentam a documentação e, com base nela, são classificados ou retirados licitantes. Mesmo não sabendo se seu preço é competitivo, é comum o participante litigar para tentar retirar concorrentes com questionamentos sobre a documentação. Pelo projeto, o preço será licitado antes. Colaborou André Borges. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo autorizou a realização da 2.ª rodada de licitações de blocos do pré-sal, que devem ocorrer na segunda quinzena de setembro. A decisão foi tomada durante reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). A rodada será composta por quatro áreas contíguas a campos já existentes: Gato do Mato, Carcará, Tartaruga Verde e Sapinhoá. O índice de conteúdo local será o mesmo já adotado nos campos vizinhos, que estão nas Bacias de Campos e Santos.

Nesses campos, o volume de reservas ultrapassa os limites geográficos das concessões e avança sobre locais que atualmente pertencem à União. São essas áreas que serão licitadas e, por fazerem parte do polígono do pré-sal, devem ser exploradas sob outro regime, o de partilha. Gato do Mato pertence à Shell, e Carcará, à Statoil; Tartaruga Verde e Sapinhoá são da Petrobrás.

##RECOMENDA##

O governo deve arrecadar R$ 800 milhões com a venda do óleo proveniente do campo de Libra, na Bacia de Santos, e de áreas contíguas a campos do pré-sal. Segundo o secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix, a estimativa considera valores retroativos a 2015 e 2016 e a projeção para 2017. O dinheiro entrará no caixa único do Tesouro, mas será aplicado conforme a legislação do pré-sal, que destina recursos para saúde e educação.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Maior concessão de infraestrutura da gestão Dilma Rousseff, o Aeroporto do Galeão (RJ) pode passar por nova licitação. O governo ainda não definiu, mas avalia que o reequilíbrio financeiro do contrato é inviável. A alteração integraria a medida provisória (MP) em estudo para equacionar concessões problemáticas. O modelo de financiamento apresentado para futuras concessões foi defendido na quarta-feira (14) pela presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maria Silvia Bastos Marques.

A MP será editada ainda este ano. O governo estuda duas possibilidades: revisar contratos ou realizar novas licitações. "Existem casos em que não há a possibilidade de reequilíbrio. Tem de ser 'relicitado'. Na minha opinião, o Galeão é um desses casos", disse Tarcísio Freitas, secretário de Coordenação de Projetos do Programa de Parcerias de Investimento (PPI).

##RECOMENDA##

À espera de liberação de R$ 2,1 bilhões pelo BNDES, a concessionária do aeroporto, formada por Odebrecht Transport, Changi International Airports e Infraero, admite risco de não pagar a parcela da outorga, de R$ 960 milhões, neste ano. A oferta pelo terminal, em 2012, teve ágio de quase 300% e sofre com a queda do fluxo de passageiros, reflexo da crise.

Freitas disse que a MP quer garantir "segurança jurídica na transferência de comando das concessões", evitando litígios na interrupção dos contratos. Para ele, o dilema do governo é garantir a prestação do serviço sem salvar o concessionário, o que afetaria a credibilidade do novo programa. Além do Galeão, são consideradas "críticas" as concessões dos aeroportos de Confins (MG) e Viracopos (Campinas/SP), além das rodovias BR 153 (GO-TO), BR 163(MT), BR 060 (GO) e BR 040 (trecho Brasília-Juiz de Fora). A MP provavelmente incluirá ainda concessões ferroviárias.

O presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), César Borges, ex-ministro dos Transportes, disse que há R$ 4,5 bilhões em empréstimos-ponte vencidos de contratos assinados após 2013. "O Estado brasileiro assinou as condições de financiamento. Agora há que se cumprir", disse na quarta-feira no Fórum Nacional, no Rio.

Maria Silvia afirmou que, "idealmente", as concessões deveriam ser 100% financiadas pelo setor privado, mas como a economia está em "transição" os projetos precisam dos bancos públicos até que consigam recursos no mercado. Ela reconheceu que o governo anterior já apostava no uso de debêntures, mas que agora há um "processo organizado, com regras bastante aperfeiçoadas".

Para a executiva, o cenário mundial é favorável devido ao excesso de liquidez e às taxas negativas de juros. "Os investidores vão pagar para ver."

A área de saneamento terá prioridade. O BNDES financiará estudos sobre as concessões, na expectativa de que o investimento seja ressarcido se houver sucesso com os leilões. Os governos da Bahia, Espírito Santo e Rio Grande do Norte demonstraram interesse no modelo desenhado para Rio, Pará e Rondônia. Fundos investidores nacionais e estrangeiros já teriam demonstrado interesse ao banco As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Polícia Federal na Paraíba prendeu preventivamente nesta sexta-feira, 9, a mãe do deputado federal Hugo Motta (PMDB), Illana Motta (PMDB), e mandou afastar do cargo de prefeita de Patos, no sertão do Estado, a avó do deputado, Francisca Motta.

A ação contra a família do ex-presidente da CPI da Petrobras e um dos principais aliados de Eduardo Cunha (PMDB) é parte da Operação Veiculação. As fraudes envolvem mais de R$ 11 milhões em recursos aplicados em ações dos Programas de Transporte Escolar (PNATE), Fundeb, Pró-Jovem Trabalhador e Bloco de Média e Alta Complexidade (Saúde).

##RECOMENDA##

Iniciada pelo Ministério Público Federal, em 2015, a investigação que deu origem à prisão da mãe do deputado apura irregularidades em licitações e contratos públicos, em especial o direcionamento de procedimentos licitatórios e superfaturamento de contratos de serviços de locação de veículos.

Illana é chefe de gabinete da prefeita afastada. Os alvos da investigação são contratos assinados pelas prefeituras municipais de Patos, Emas e São José de Espinharas, todas no sertão da Paraíba.

Os prefeitos dos três municípios foram afastados de forma cautelar dos cargos e dois deles foram presos temporariamente. As câmaras municipais serão oficiadas da decisão, para dar posse aos substitutos legais.

Ao todo, a força-tarefa composta por Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal e Controladoria-Geral da União (CGU) está cumprindo 8 mandados de busca e apreensão, cinco de prisão e afastamento de funções públicas de sete envolvidos, sendo quatro secretários municipais, além dos três prefeitos. Todos os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5).

As investigações da Operação Veiculação foram iniciadas pelo Ministério Público Federal no ano de 2015, a partir de informações da CGU, que em 2012 realizou fiscalizações, detectando contratação irregular de serviços de locação de veículos no Município de Patos, sendo indicado pelo relatório da Controladoria uma possível fraude licitatória e o não cumprimento do objeto pactuado, com consequente desvio de verba pública.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Patos e o gabinete do deputado Hugo Motta, que ainda não se pronunciaram sobre o assunto.

O ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Torquato Jardim, formalizou nesta terça-feira, 21, no Diário Oficial da União (DOU) a criação de grupo de trabalho para revisar e propor aperfeiçoamento da legislação referente a licitações e contratos do setor público.

De acordo com a portaria, o grupo será formado por quatro servidores e terá 30 dias para apresentar o resultado dos trabalhos. Esse prazo poderá ser prorrogado pelo mesmo período.

##RECOMENDA##

Conforme o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, informou nesta segunda-feira, 20, um dos motivos para realizar as mudanças, segundo interlocutores do ministro, é que os fatos trazidos à tona pela Operação Lava Jato têm demonstrado as deficiências da Lei de Licitações, em vigor desde 1993, ao expor as negociações entre empreiteiras e órgãos governamentais, especialmente a Petrobras.

A ideia é que a proposta elaborada pelo grupo de trabalho seja submetida ao Ministério Público Federal e ao Tribunal de Contas da União (TCU), para coletar sugestões. Depois dessa etapa, o governo federal adotará medidas a serem encaminhadas ao Legislativo para fazer as alterações necessárias à atualização da lei.

Torquato Jardim ainda criou outros três grupos com o objetivo de melhorar a gestão pública. O primeiro deverá formular proposta para a desburocratização dos serviços públicos do Executivo federal. O segundo terá que formular diagnóstico, revisar e avaliar a contratação de serviços de advocacia nas estatais federais.

E o terceiro irá apresentar estudos e proposta de regulamentação da atividade de relações governamentais para defesa de interesses (lobby), "com observância dos aspectos práticos envolvidos e das questões relacionadas à prevenção e ao combate à corrupção, à integridade nas relações público-privadas e à transparência".

Assim como o grupo das licitações, esses outros três terão quatro integrantes, cada um, e também devem finalizar os trabalhos em 30 dias, prorrogáveis por mais 30. Alguns dos servidores indicados participam de mais de um desses grupos - que podem convocar ou convidar outros servidores e técnicos para colaborar com análises, relatórios e estudos sobre os assuntos.

O Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo denunciou cinco pessoas que estariam envolvidas em atos de corrupção que favoreceram a empresa Mondeo Comércio e Distribuidora em licitações de órgãos das Forças Armadas, entre 2007 e 2009. Sócios da empresa teriam pagado quase R$ 550 mil em propinas para participar ilegalmente de licitações.

Segundo o MPF, devem responder à ação penal as sócias da companhia, Cristina Aparecida dos Santos Fraga e Márcia Proença dos Reis, além dos agentes públicos militares Rui Carlos Victoria Baptista e José Alberto Silveira Ribeiro e do ex-militar José Luiz Toledo Fernandes.

##RECOMENDA##

De acordo com denúncia da procuradora da República Thaméa Danelon Valiengo, a Mondeo foi ilegalmente beneficiada em pelo menos 37 licitações feitas, no período, em todo o país. Embora tivesse grande porte, a companhia conseguia participar de concorrências reservadas exclusivamente a micros e pequenas empresas, disse o órgão. A habilitação nos certames era possível por meio do pagamento de propinas aos agentes públicos envolvidos, sendo dois deles diretamente ligados às atividades da própria firma.

José Luiz, militar da reserva, e Rui Carlos, militar vinculado ao Centro Tecnológico do Exército no Rio de Janeiro, seriam os responsáveis por informar as sócias da Mondeo sobre as licitações em curso e providenciar a habilitação da empresa em algumas delas. Ambos teriam recebido, juntos, quase R$ 350 mil em vantagens indevidas entre 2007 e 2009, em valores atualizados.

Segundo o MPF, José Luiz e Rui Carlos intermediaram também o pagamento de propinas para José Alberto, militar ligado ao 8º Batalhão de Engenharia de Construção em Santarém, no Pará. Mediante o recebimento de R$ 197,5 mil (valores atuais), ele atuou para que a Mondeo pudesse participar indevidamente de uma série de pregões eletrônicos promovidos pela unidade onde trabalhava e, após a vitória nos certames e a prestação dos serviços, José Alberto ainda se responsabilizava pela autorização dos pagamentos à empresa, informou o Ministério Público.

As propinas eram pagas por meio de cheques emitidos pela Mondeo e depositados em contas dos destinatários e de seus familiares, apontaram as investigações. Rui Carlos teria utilizado as contas da ex-esposa e de uma empresa de seu filho para receber as quantias, em oito transações cujos valores variavam de R$ 20 mil a R$ 31 mil.

José Alberto teria obtido as quantias com o uso dos nomes de sua esposa e sua sogra, em cinco depósitos com valores unitários de até R$ 29 mil. José Luiz teria recebido o suborno em nome próprio, em dois cheques de R$ 20 mil (total de R$ 62 mil, em valores atualizados).

O Exército e a empresa Mondeo Comércio e Distribuidora não se manifestaram até o fechamento desta reportagem.

Relatório divulgado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) aponta que a Petrobras contratou R$ 167 bilhões em serviços e bens sem a realização de processo licitatório, entre os anos de 2011 e 2014. Esse volume de recursos equivale a 45% de tudo o que foi contratado pela estatal nesses quatro anos.

Ao todo, foram analisadas 695 mil contratações realizadas no período, quando R$ 369 bilhões foram gastos pela empresa com seus fornecedores. Os demais 55%, que somam R$ 202 bilhões, se basearam em contratos precedidos de licitação.

##RECOMENDA##

Quando se analisa esses contratos, porém, nota-se que 99% dos valores estão ligados a contratações feitas na modalidade "convite", modalidade em que a Petrobras seleciona determinadas empresas para participar da disputa.

Se considerado o número de contratações, este chega a 98% dos casos. Conclui-se, portanto, que do total de R$ 202 bilhões em contratações precedidas de licitação, R$ 200 bilhões foram contratados mediante convite.

O TCU critica há anos a modalidade de contratação da Petrobras, que desde 1998 não é obrigada a seguir a tradicional Lei de Licitações (8666/93), conforme as demais estatais. Por meio de mandados de segurança impetrados no Supremo Tribunal Federal (STF), a Petrobras se submete apenas a um decreto (2.745/1998) que permite a contratação de serviços e produtos sem licitação ou por meio de convite, dada a especificidade de suas necessidades.

O TCU, no entanto, pede que a estatal siga a Lei 8666, até que a situação se decida conclusivamente no STF.

Em seu voto, o ministro relator Vital do Rêgo determina que a "Petrobras que se abstenha de selecionar a modalidade de licitação de suas contratações sem observar os princípios estabelecidos na legislação atualmente vigente, a saber as normas gerais de licitação".

O ministro diz ainda que "as hipóteses de dispensa também devem derivar de uma lei que paute as normas gerais" desse procedimento. "Oportuno lembrar que o decreto utilizado pela estatal sequer prevê a dispensa de licitação por valor."

"Esse regramento está disposto em um ato interno da companhia (manual MPC) cujos limites de valor só constam de fato em outro documento: uma tabela que define limites de competência."

O TCU verificou ainda que muitos funcionários terceirizados têm acesso ao portal Petronect para selecionar empresas fornecedoras de bens e serviços, com preferência para o uso direto do cadastro de fornecedores da companhia. Cerca de 45% dos servidores que atuam na operação e alimentação do cadastro de fornecedores são terceirizados.

Considerando a sensibilidade e confidencialidade de grande parte dos dados e informações, o tribunal recomendou que a empresa reavalie "os níveis de controles internos e adote as providências necessárias para mitigar os riscos envolvidos" no acesso ao sistema. Procurada, a Petrobrás não se manifestou até o fechamento desta matéria.

A Polícia Civil, em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU), deflagrou nesta quarta-feira (28) uma operação para desarticular um grupo que fraudava processos licitatórios na Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), subsidiária da Eletrobras no Rio Grande do Sul. O trabalho teve como base o relatório de auditoria da CGU referente à CGTEE, relativo ao ano de 2013.

A investigação encontrou sinais de dispensa indevida de licitação, além de superfaturamento de materiais e compras feitas de empresas de fachada. Há indícios dos crimes de associação criminosa, falsidade ideológica, peculato, corrupção ativa e passiva, entre outros. A Operação Antracito cumpriu 20 mandados de busca e apreensão em prestadoras de serviço da CGTEE e em casas de funcionários públicos, bem como na sede da CGTEE em Porto Alegre e na usina localizada na cidade de Candiota.

##RECOMENDA##

As investigações apontam que, em determinadas compras efetuadas pela CGTEE, houve fracionamento de valores para que fosse permitida a dispensa de licitação. Desta forma, era possível direcionar as ordens de compras para determinadas empresas, caracterizando o seu favorecimento. "Uma das supostas empresas que vendeu para a CGTE, numa negociação com um valor bastante significativo, na verdade trata-se de uma casa humilde em Alvorada (município da região metropolitana de Porto Alegre)", afirmou o delegado Joerberth Pinto Nunes, titular da Delegacia Fazendária da Polícia Civil. Ele acredita que as fraudes ocorram desde 2012.

Durante a ação foram apreendidos documentos referentes a compras e contratação de serviços. O valor do prejuízo será calculado após a análise do material confiscado. O diretor financeiro da CGTEE, Clóvis Ilgenfritz da Silva, nega que haja irregularidades na subsidiária da Eletrobras.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando