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Com 292.718 eleitores aptos a votar, Macapá (AP) realizará eleições neste domingo (6) para a escolha do prefeito, do vice-prefeito e dos 23 vereadores que comporão a Câmara Municipal. Se houver necessidade de segundo turno, o pleito acontecerá no dia 20 de dezembro.

As eleições foram adiadas pelo TSE, a pedido do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP), no dia 12 de novembro, em virtude de uma crise de energia causada por um incêndio que destruiu três transformadores em uma subestação de energia de Macapá, no dia 3 de novembro, provocando falhas no acesso à eletricidade por parte da população, com sérios reflexos na segurança pública.

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Os cuidados sanitários serão os mesmos adotados nos 5.567 municípios onde já houve eleição este ano. Na área de Segurança Pública, diversos órgãos federais e locais atuarão de forma integrada.

Urnas

As 850 urnas eletrônicas que serão utilizadas no pleito já estão carregadas, e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) enviou baterias extras para o estado, a fim de garantir o processo de votação. Também foram feitos diversos testes nos sistemas eleitorais, para que tudo funcione 100% na apuração e na totalização dos votos.

Nesta terça-feira (1º), o Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP) realizará a cerimônia de carregamento e lacração das urnas. O procedimento faz parte do rito de segurança e transparência do processo eleitoral e, portanto, o ato é público.

O Colégio de Presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais (Coptrel) também dará todo o apoio ao TRE-AP, para que o pleito ocorra de forma tranquila.

Propaganda

A propaganda eleitoral gratuita nas emissoras de rádio e de televisão em Macapá termina nesta quinta-feira (3). Ela começou no dia 9 de outubro, foi suspensa no dia 20 de novembro e retomada por decisão do Plenário do TSE do dia 24, que promoveu adequações no artigo 3º da Resolução TSE nº 23.633/2020.

Já as regras para a arrecadação e gastos de recursos foram atualizadas pela Portaria TSE nº 638/2020. O valor máximo a ser gasto pelas campanhas eleitorais para prefeito em Macapá foi fixado em R$ 1.886.418.31. Já no caso de vereador, o teto estabelecido ficou em R$ 212.441,26.

Candidatos

Concorrem à Prefeitura de Macapá os seguintes candidatos, com os respectivos vices nas chapas:

– João Alberto Rodrigues Capiberibe (Capi), do PSB, e seu vice, Rubem, da Rede. Eles têm o apoio da coligação Frente Macapá Solidária (Rede/PSB);
– Antônio Cirilo Fernandes Borges (Cirilo Fernandes), do PRTB, e seu vice, Lindemberg O Ceará, também do PRTB;
– Antônio Paulo de Oliveira Furlan (Dr. Furlan), do Cidadania, e sua vice, Mônica Penha, do MDB, pela coligação De Coração por Macapá (Cidadania/MDB/PMN);
– Gianfranco Gusmão de Azevedo (Gianfranco), do PSTU, e seu vice, Jairo, do mesmo partido;
– Guaracy Batista da Silveira Júnior (Guaracy), do PSL, e seu vice, Didio, do Patriota, pela coligação Deus, Pátria e Família (Patriota/PSL);
– Haroldo Iram Gomes da Silva (Haroldo Iram), do PTC, e seu vice, Moisés Amaral, também do PTC;
– José Samuel Alcolumbre Tobelem (Josiel), do DEM, e sua vice, Silvana, do Avante, pela coligação Macapá em Primeiro Lugar (PDT/PSC/PL/PV/PSDB/PSD/Solidariedade/PROS/Avante/Republicanos/PP/DEM);
– Patrícia Lima Ferraz (Patrícia Ferraz), do Pode, e seu vice, Ten. Juraci, do mesmo partido;
– Paulo César Lemos (Paulo Lemos), do PSOL, e sua vice, Lorena Quintas, do PCdoB, pela coligação Macapá Para Todos Nós (PSOL/PCdoB);
– Marcos Roberto Marques da Silva (Professor Marcos), do PT, e seu vice, Geovane, também do PT.

*Do site do TSE

Com a conclusão da apuração do segundo turno das eleições, já se sabe quem serão os prefeitos de 25 das 26 capitais dos Estados. Os novos mandatos serão para o período de quatro anos que se inicia em 2021 e se encerra em 2024.

Em Macapá, o processo eleitoral foi adiado devido ao apagão energético que atingiu o estado do Amapá. O primeiro turno na cidade será em 6 de dezembro e o segundo turno, caso seja necessário, acontecerá em 20 de dezembro.

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As eleições para prefeito já haviam se decidido no primeiro turno em sete capitais: Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Natal (RN), Palmas (TO) e Salvador (BA). Em outras 18, os eleitores voltaram as urnas neste domingo (29). Vale lembrar que a capital federal, Brasília, não participa das eleições municipais pois não possui prefeitura, uma vez que o chefe do executivo é o governador.

Veja a lista:

Região Norte

Belém (PA): Edmilson Rodrigues (PSOL)
Boa Vista (RR): Arthur Henrique (MDB)
Macapá (AP): [eleição adiada]
Manaus (AM): David Almeida (Avante)
Palmas (TO): Cinthia Ribeiro (PSDB) [reeleito]
Porto Velho (RO): Hildon Chaves (PSDB)
Rio Branco (AC): Tião Bocalom (PP)

Região Nordeste

Aracaju (SE): Edvaldo (PDT) [reeleito]
Fortaleza (CE): Sarto (PDT)
João Pessoa (PA): Cícero Lucena (PP)
Maceió (AL): JHC (PSB)
Natal (RN): Álvaro Dias (PSDB) [reeleito]
Recife (PE): João Campos (PSB)
Salvador (BA): Bruno Reis (DEM)
São Luís (MA): Eduardo Braide (Podemos)
Teresina (PI): Dr. Pessoa (MDB)

Região Centro-Oeste

Campo Grande (MS): Marquinhos Trad (PSD) [reeleito]
Cuiabá (MT): Emanuel Pinheiro (MDB)
Goiânia (GO): Maguito Vilela (MDB)

Região Sudeste

Belo Horizonte (MG): Alexandre Kalil (PSD) [reeleito]
Rio de Janeiro (RJ): Eduardo Paes (DEM)
São Paulo (SP): Bruno Covas (PSDB)
Vitória (ES): Delegado Pazolini (Republicanos)

Região Sul

Curitiba (PR): Rafael Greca (DEM) [reeleito]
Florianópolis (SC): Gean (DEM)
Porto Alegre (RS): Sebastião Melo (MDB)

Candidato mais votado de Volta Redonda (RJ), Neto (DEM) não sabe se vai assumir o quinto mandato à frente do município. A confirmação da vitória, com 57,20% dos votos, depende do aval da Justiça - ele recorre do indeferimento de sua candidatura.

Situações como essa se repetem em outras 112 cidades do País, mesmo dez dias depois do primeiro turno das eleições municipais deste ano, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Do total, 22% dos casos são em cidades do Estado de São Paulo.

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Os candidatos a prefeito que obtiveram maioria dos votos, mas tiveram a candidatura indeferida, não podem assumir o cargo até que as pendências na Justiça Eleitoral sejam resolvidas. "O resultado somente pode ser confirmado após o pronunciamento definitivo da Justiça Eleitoral", afirmou o secretário do TSE, Bruno Andrade.

Os motivos de indeferimento de candidaturas incluem questões como condenações por abuso de poder político, reprovação de contas e desincompatibilização de cargo. Se o caso não for julgado até 31 de dezembro, a Constituição prevê que o presidente da Câmara Municipal, eleito em 1º de janeiro, assuma a cadeira no Executivo. Se for confirmada a inelegibilidade do prefeito vitorioso, são convocadas novas eleições.

Neto teve a candidatura impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) dois dias antes do pleito. A decisão levou em consideração a reprovação das contas de sua gestão pela Câmara Municipal nos anos de 2011 e 2013, quando era prefeito. "Temos confiança de que a verdade vai prevalecer", escreveu ele nas suas redes sociais, na segunda-feira passada. O candidato não respondeu o contato do Estadão até a conclusão desta edição.

Em São Caetano do Sul, no ABC paulista, o prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) obteve os votos necessários para a reeleição, mas sua candidatura foi indeferida por se enquadrar na Lei da Ficha Limpa. Ele foi condenado em segunda instância por captação ilícita de recursos de campanha no pleito de 2016. Segundo o processo, ele teria recebido grandes doações de pessoas físicas sem capacidade econômica para contribuir com a sua candidatura.

Apesar de cassado, Auricchio conseguiu autorização da Justiça Eleitoral para se manter no cargo, com o entendimento de que eventual troca de prefeito durante a pandemia poderia ser prejudicial à população. A assessoria do prefeito afirmou, em nota, que o registro de candidatura reunia as condições de elegibilidade previstas em lei e que aguarda o resultado do julgamento do recurso.

Washington Reis (MDB), reeleito em Duque de Caxias (RJ) com 52,55% dos votos, conseguiu decisão favorável. Em 2016, o prefeito foi condenado pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal a sete anos de reclusão por crime ambiental e loteamento irregular durante sua gestão no Executivo municipal, de 2005 a 2008.

Por isso, Reis foi enquadrado pelo TRE-RJ na Lei da Ficha Limpa, mas, como apresentou recurso, conseguiu concorrer. Anteontem, no entanto, a Segunda Turma aceitou recurso de Reis e suspendeu temporariamente a causa da inelegibilidade. O caso ainda precisa ser analisado pelo TSE.

Disputadas no último domingo (15), as eleições municipais alteraram o cenário político em muitas das 5.570 cidades do Brasil. Embora ainda não haja homologação dos resultados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), um levantamento da Agência Senado mostra que o número de prefeitos de origem indígena aumentou 33% em relação aos eleitos em 2016.

De acordo com os dados do TSE, oito candidatos de origem indígena se tornaram prefeitos no primeiro turno das eleições municipais e vão assumir o cargo em 1º de janeiro de 2021.

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O Partido Social Democrata (PSD) e o Progressistas (PP) elegeram dois chefes do executivo municipal cada. Já Democratas (DEM), Republicanos, Rede e o Partido dos Trabalhadores (PT) elegeram um filiado por legenda.

Os dados completos do recorte de raça declarada pelos eleitos serão divulgados nesta sexta-feira (20) pelo TSE. Ao todo, 2.205 mil candidatos indígenas disputaram o pleito em 2020. Na comparação com 2016, o aumento foi de 29%.

 

O Republicanos alcançou um feito que pode ser igualado, mas não superado, nas eleições municipais de 2020. O partido, liderado nacionalmente por figuras conservadoras como Marcelo Crivella (RJ), Celso Russomanno (SP) e Carlos e Flávio Bolsonaro (RJ), conseguiu a façanha de eleger o prefeito e todos os vereadores na cidade de Viçosa, no interior do Rio Grande do Norte, distante 358 Km de Natal.

A corrida eleitoral na menor cidade do Estado - com 1.718 habitantes -, contudo, não pode ser chamada de disputa. A sigla foi responsável pela indicação do único candidato a prefeito, o advogado Ramon Alves, de 30 anos, e os 10 candidatos a vereador que concorreram às 9 vagas na Câmara Municipal.

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Apesar da falta de concorrentes, a batalha para não ficar de fora do Legislativo municipal foi acirrada. Candidato à reeleição, Rodrigo Garcia viu sua vaga na Câmara escapar de suas mãos por um voto apenas. No duelo entre o último e o penúltimo colocado, melhor para o também vereador Oliveira, que garantiu mais um mandato com 125 votos contra 124 do concorrente do mesmo partido.

Além de ser o menos votado e único suplente ao Legislativo - o que significa que é o primeiro e único a ser chamado em caso de afastamento de qualquer dos outros candidatos -, Garcia também conseguiu a façanha de ser o único vereador a não se reeleger. Dos nove representantes municipais atuais, oito confirmaram novamente suas vagas.

A única renovação no Legislativo viçosense veio pelas mãos da aposentada Maria de Manezão, de 59 anos, 6ª candidata mais votada no município do Sertão potiguar, com 132 votos.

Nulos e brancos

Eleito com 1.340 votos - o equivalente a mais de 77% dos habitantes da cidade -, o futuro prefeito Ramon Alves recebeu um "recado das urnas". Duzentos e oitenta e dois eleitores que compareceram a eleição preferiram votar em branco ou nulo a votar no candidato único à Prefeitura.

O total de votos brancos e nulos para prefeito, que equivale a 16% da população da cidade, seria o suficiente para eleger o vereador mais votado no município. A liderança na corrida ao Legislativo foi conquistada por Raimundo Nonato da Silva, com 262 votos. Apenas 92 votos brancos e nulos foram registrados nas eleições para vereador.

Quase 20 mil candidatos disputam o cargo de prefeito em 5.570 municípios brasileiros neste domingo (15). Decidir como serão gastos os recursos municipais e cuidar de serviços essenciais como transporte urbano e educação básica é uma das atribuições desses gestores, que muitas vezes dependem de recursos do governo para equilibrar as contas.

Veja nesta reportagem quais serão os desafios dos futuros prefeitos no pós-pandemia, como o de equilibrar as contas municipais, abaladas pela crise econômica.

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*Da Agência Senado

 

A Constituição Federal de 1988 impõe “ao Poder Público e à coletividade” a preservação do meio ambiente “ecologicamente equilibrado” para “as presentes e futuras gerações.” O Artigo 225 da Constituição não detalha as competências da União, estado e municípios para a manutenção da qualidade de vida e dos ecossistemas.

É nas cidades, no entanto, onde os sinais de desequilíbrio ambiental geralmente estão mais próximos da população, como alagamentos de ruas, deslizamento de encostas, poluição de rios, desabastecimento de água e erosão de terrenos. Além desses fenômenos agudos, os municípios ainda têm de lidar diretamente com problemas mais perenes de sustentabilidade, como os de saneamento básico, coleta de lixo, escoamento de esgoto, fornecimento de água potável e drenagem dos solos.

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Conforme o Perfil dos Municípios Brasileiros elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), “entre 2013 e 2017, dos 5.570 municípios brasileiros, 2.706 (48,6%) foram afetados por secas, 1.726 (31%) por alagamentos, 1.515 (27,2%) por enxurradas, 1.093 (19,6%) por processos erosivos acelerados e 833 (15,0%) por deslizamentos. No entanto, em 2017, 59% dos municípios brasileiros não apresentavam nenhum instrumento voltado à prevenção de desastres, e apenas 14,7% (821 municípios) tinham plano de contingência e/ou prevenção para a seca.”

Os riscos de catástrofe, a falta de políticas preventivas e os problemas ambientais expõem a vida da população e poderão exigir gastos futuros dos municípios com saúde, por exemplo. O acúmulo de responsabilidades das prefeituras inspirou a elaboração de plataformas digitais que servirão aos gestores municipais e vereadores que serão eleitos no domingo (15) e também poderão orientar o cidadão comum a tomar uma decisão de voto para os dois cargos.

De acordo com Claudia Lins, supervisora do núcleo de desenvolvimento territorial da Confederação Nacional de Municípios (CNM), essas plataformas poderão “inspirar” os prefeitos com “boas práticas” de outras localidades a melhorar o bem-estar da sociedade local.

Cidades sustentáveis e mais verdes

A CNM apoia o Observatório de Inovação para Cidades Sustentáveis (Oics) , lançado este mês pelo Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE), organização social ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), com apoio do Programa para o Meio Ambiente da Organização das Nações Unidas (PNUMA).

A plataforma traz 222 propostas de políticas públicas que podem ser desenvolvidas por prefeitos e 358 estudos de casos bem-sucedidos que poderão inspirar cidades.

Outra plataforma do governo federal, que pode ser útil à população e aos gestores, é o Cadastro Ambiental Urbano, criado pelo Ministério do Meio Ambiente para incentivar o uso de parques urbanos e áreas de lazer nos municípios e no Distrito Federal. A plataforma tem interface em aplicativos para celular

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a disponibilidade de áreas verdes nas cidades afeta diretamente a qualidade de vida, com a melhora do sistema imunológico das pessoas, a redução das taxas de obesidade, a diminuição de ruídos e a menor exposição à poluição do ar.

Políticas Públicas

Especificamente sobre as eleições municipais de 2020, a Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente (Anamma) editou uma plataforma ambiental que descreve parte da legislação ambiental e esclarece o papel de prefeitos e vereadores na adoção de políticas públicas de desenvolvimento sustentável.

Para Claudia Lins, prefeitos e também os vereadores a serem eleitos terão de contornar a falta de recursos nos municípios, inclusive de repasses contínuos dos estados e da União, para cuidar do meio ambiente.

Claudia diz que 45% das cidades brasileiras têm menos de 10 mil habitantes, o que repercute na arrecadação e afasta a possibilidade de manutenção de equipes de gestão, licenciamento e vigilância ambiental composta por engenheiros, geólogos e biólogos. Segundo ela, menos de quatro a cada dez cidades brasileiras têm capacidade de fazer fiscalização.

A especialista da Confederação Nacional dos Municípios sugere que os novos prefeitos deem prioridade ao ordenamento territorial “para que as cidades se desenvolvam preservando as áreas verdes”.

Claudia sugere aos prefeitos que implantem projetos de energia renovável em escolas e prédios públicos, que impactam nos gastos dos municípios, e estimulem o que chama de “mobilidade ativa”, que leva mais pessoas fazerem deslocamentos de bicicleta e a pé. Ela recomenda que as cidades desenvolvam a coleta seletiva de resíduos sólidos e evitem a “impermeabilização excessiva” com asfalto, que gera retenção de água e alagamentos.

Os prefeitos que assumirão a administração de suas cidades a partir de 1º de janeiro de 2021 encontrão mais dificuldades que os seus antecessores. A economia brasileira estará em recuperação após a recessão mais aguda da história, provocada pela pandemia de covid-19. No rastro da crise, queda de arrecadação e aumento do desemprego. As despesas não deverão dar trégua, ainda sob ameaça de mais gastos por causa de novas infecções.

“Num primeiro momento, eles vão enfrentar um cenário de terra arrasada”, prevê Ricardo Macedo, professor do curso de Ciências Econômicas do Ibmec no Rio de Janeiro. “Quem assumir uma prefeitura, além de ter poucos recursos, tem que descobrir novas fontes de receita.” Em sua opinião, o poder público municipal tem que fiscalizar mais, renegociar dívidas, e recuperar receitas - “pra fazer o caixa fluir”.

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Os novos administradores municipais começarão o mandato fazendo conta de menos. Conforme previsto em lei, os municípios, assim como estados e Distrito Federal, deixarão de receber o auxílio emergencial pago pela União após nove meses de pandemia. Até dezembro de 2020, esses entes federativos terão recebido R$ 79,19 bilhões do governo federal.

“O socorro da União aos municípios não tem como se repetir em 2021. É um ano de muito desafio na parte fiscal”, descreve José Ronaldo de Castro Souza Júnior, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). “Os gestores municipais estão sem quase nenhuma disponibilidade de caixa para políticas públicas, investimentos e gastos que não sejam pagar salários”, descreve.

O consultor da área de estudos técnicos da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) Eduardo Straz também usa o termo “desafio” para falar da situação dos municípios no primeiro ano de mandato dos novos prefeitos. “A sociedade via cobrar fomento de emprego e renda e já vai votar pensando nisso”, alerta aos candidatos - lembrando que até o período de transição e de preparação da nova administração vai ser mais curto por causa do adiamento das eleições em mais de um mês entre outubro e novembro.

Mais desequilíbrios

A extinção do recurso da União, a presença do coronavírus e a eventual retomada lenta da economia poderão agravar a situação fiscal de muitos municípios, especialmente entre aqueles que sofrem com o desequilíbrio entre o que arrecada e o que gastam – sobretudo em despesas obrigatórias.

De acordo com o Índice Firjan de Gestão Fiscal, medido com dados de 2018 junto a 5.337 municípios (96% das cidades brasileiras), mais de um terço das prefeituras não gera receita suficiente para manutenção da própria estrutura administrativa. Um quinto das prefeituras terminou aquele ano sem caixa para quitar todas as despesas. Quase a metade das cidades (49,4%) gasta a maior parte da receita com pessoal (54%).

O estudo Multi Cidades - Finanças dos Municípios do Brasil, publicado pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP), também com dados de 2018 referentes a 4.533 cidades (81,4% do total), esboça igualmente quadro de preocupações para os novos prefeitos: de cada R$ 10 que o conjunto das administrações municipais dispunha, R$ 9,09 foram gastos com despesas de pessoal (R$ 300,19 bilhões no total) ou custeio da máquina pública (R$ 247,14 bilhões). Apenas 6,4% (R$ 38,37 bilhões) de tudo que foi gasto se destinaram a investimentos.

Gastos sociais

Pessoal e custeio são as principais despesas para os municípios cumprirem suas obrigações estabelecidas em lei com educação (gastos de R$ 163,55 bilhões), com saúde (R$ 151,63 bilhões) e assistência social (R$ 17,98 bilhões). As três grandes rubricas consumiram juntas 55,3% (R$ 333,16 bilhões) de tudo que as cidades dispunham.

“Para manter escola pública, posto de saúde, Centro de Referência de Assistência Social (Cras), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e todos os serviços essenciais abertos, os municípios tiveram que contratar pessoas. O pagamento desse pessoal consome grande parte dos recursos que vem dessas transferências”, assinala Eduardo Straz, da CNM.

O Brasil tem 5.570 municípios, ou 5.568 cidades se desconsideramos que Brasília e Fernando de Noronha que não têm prefeitura. O número expressivo de localidades indica a possibilidade de diferenças na situação econômica e social. Segundo a FNP a receita por habitante média dos municípios foi de R$ 2.992,79 em 2018.

Os valores apurados mudam conforme a região. No Sul, a média foi de R 3.475,43, enquanto no Norte, foi de R$ 2.295,98. A receita disponível é diferente conforme o porte do município e a vocação econômica das cidades e a disponibilidade de recursos naturais.

De acordo com o estudo da Frente Nacional dos Prefeitos, “existe um reduzido número de municípios, cerca de 0,7% do total, que conta com elevadíssimas receitas per capita anuais, cujos valores superam R$ 10 mil por habitante. Na sua grande maioria, são aqueles beneficiados pelo recebimento de royalties e participações especiais do petróleo e gás natural, royalties da mineração ou compensações financeiras pela ocupação de parte de seus territórios pelas represas destinadas à geração de energia elétrica.”

Distorções

Quanto ao tamanho da população, as regras de distribuição de recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), repartido pela União, favorecem os menores e os maiores municípios. Assim, as cidades com até 20 mil habitantes contaram em média com R$ 3.244,57 per capita, valor acima de cidades com mais de 500 mil habitantes, que tiveram em média R$ 3.216,72 per capita em 2018.

Um grupo de cerca de 100 municípios, apelidado de G100, preocupa especialmente a Frente Nacional dos Prefeitos. “Há uma porção significativa, de cerca de 10% do total, cujas receitas são inferiores a R$ 2 mil por habitante. Entre esses últimos, um subgrupo constituído por municípios com mais de 80 mil habitantes, além de possuir uma baixa receita per capita, reúne alguns dos piores indicadores nas áreas de saúde, educação, segurança pública, emprego e renda e ainda maior presença de pessoas na condição de extrema pobreza.”

“Hoje os municípios mais pobres são os municípios maiores das regiões metropolitanas. São municípios dormitórios”, detalha Paulo Miota, gerente de desenvolvimento territorial do Sebrae. Segundo ele, os mandatários dessas cidades estão sempre na luta por mais repasses federais e dos estados, e pela inclusão de emendas no Orçamento Geral da União. “O prefeito faz o quê, se ele tem pouca arrecadação e uma demanda enorme?”, pergunta.

Eduardo Straz, da CNM, também aponta para a distorções e opina que o país deve rever o “arranjo federativo”. Ele salienta que oito de cada dez municípios têm perfil rural, no entanto, a base de arrecadação prevista em lei para os municípios é de matriz urbana, como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), por exemplo. Ou seja, a principal vocação econômica e de geração de riqueza do município, a agricultura familiar, gera recursos que não ficam para o município.

“Sobre toda essa riqueza criada de produto primário, o município não tem competência de tributar nada, quem arrecada é outro ente federativo. Assim, quem vive dependente do município são o estado e a União”, pondera Miota ao inverter o discurso de que os municípios são dependentes das transferências constitucionais do estado, fundo de participação com base no Imposto sobre a Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) e da União - fundo de participação formado com base no Imposto de Renda sobre a Fonte (IRRF) e no Imposto sobre Produto Industrializado (IPI).

Problemas e soluções

Mas se os problemas estão nos municípios, as soluções também podem estar, admitem os especialistas. “O prefeito tem muitas possibilidades, apesar de muitas limitações. Onde tem um grande problema também tem oportunidade”, acredita Paulo Miota, do Sebrae. O receituário é simples: “o dinheiro do município fica no município.”

As prefeituras costumam ser o maior empregador e o maior comprador nas cidades. Miota sugere que a administração municipal confeccione na cooperativa local de costureiras o uniforme da rede pública, que se contrate microempreendedores individuais (MEI) para fazer pequenos reparos em prédios públicos e que comprem toda a merenda escolar da produção local.

O gerente de desenvolvimento territorial do Sebrae também recomenda que as prefeituras diminuam a burocracia e agilizem a liberação de alvarás, “sem abrir mão do controle”,  para o estabelecimento de empresas nas casas de quem faz home office. Ele sugestiona que os municípios procurem se consorciar com outras cidades para investimentos em saúde e tratamento de resíduos sólidos. Há mais sugestões no Guia do Candidato Empreendedor, disponível no site do Sebrae. 

Uma coalizão de prefeitos da Califórnia, incluindo o de Los Angeles, pediu nesta segunda-feira (2) ao governador para relaxar os critérios estritos impostos para reabrir parques de diversões como a Disneylândia, fechados desde março pela pandemia e que empregam dezenas de milhares de pessoas.

Harry Sidhu, prefeito de Anaheim, onde fica a Disneylândia, e Eric Garcetti, de Los Angeles, onde estão os Universal Studios, destacam-se entre os oito signatários de uma carta enviada a Gavin Newsom para evitar que estas atrações permaneçam "fechadas indefinidamente".

"Nos preocupa que as recomendações do estado possam atrasar a reabertura dos principais parques temáticos em até um ano, o que teria um impacto significativo em centenas de milhares de postos de trabalho, milhares de pequenas empresas e milhares de receitas fiscais para nossas cidades", destacou a missiva.

Segundo as condições para reabrir, publicadas há duas semanas, os condados onde ficam os parques têm que estar em nível "amarelo", o mais baixo em uma escala sobre o controle do vírus, que tem quatro níveis.

O condado de Orange, por exemplo, que abrange Anaheim, está no nível "vermelho" ou três, enquanto Los Angeles está "púrpura", o mais restritivo.

Não está claro quando chegarão ao nível amarelo, devido aos novos casos de Covid-19 no país.

"Todos entendemos o difícil equilíbrio de proteger a saúde pública e, ao mesmo tempo, permitir uma atividade econômica segura", indicou a carta, também assinada pelos prefeitos de San Diego, San José, Fresno, Bakersfield, Riverside e Santa Ana.

Os prefeitos pedem que se permita abrir no nível "laranja", anterior ao amarelo, para beneficiar os parques menores.

Os parques californianos fecharam em março. Em setembro, a Disney anunciou que cortaria 28.000 postos de trabalho, condenando a posição das autoridades de não relaxar as restrições e permitir-lhes reabrir.

Seu parque na Flórida abriu em meados de julho, com capacidade reduzida e estritas medidas sanitárias.

Os prefeitos apoiaram parte das medidas de Newsom, como operar com 25% da capacidade com reservas antecipadas, exigir o uso de máscaras e medir a temperatura.

A Califórnia tem mais de 930.000 casos de Covid-19 - 4.094 registrados só nesta segunda-feira - e 17.672 falecidos.

Faltando pouco mais de um mês para a eleição, pesquisas mostram um cenário favorável a prefeitos que tentam mais um mandato e complicado para quem busca fazer um sucessor. Desde 2 de outubro, o Ibope divulgou pesquisas em 15 capitais. Das nove em que há reeleição, seis prefeitos aparecem isolados na liderança. Nos outros seis municípios pesquisados, só Salvador aparece com vantagem para o sucessor do atual chefe do Executivo.

O prefeito com maior vantagem é Alexandre Kalil (PSD), que teve 58% das intenções de voto em pesquisa do Ibope divulgada em 2 de outubro. O candidato numericamente mais próximo é o deputado estadual João Vítor Xavier (Cidadania), com 4%. Considerando a margem de erro de 3 pontos porcentuais, a vantagem de Kalil é de pelo menos 48 pontos. Kalil já disse que não pretende ir às ruas para pedir voto e faltou ao primeiro debate na TV aberta.

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A estratégia também foi adotada pelo prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), que lidera a disputa com 47% das intenções de votos, segundo pesquisa do dia 6, e faltou ao debate alegando falta de segurança sanitária. A distância é de, pelo menos, 33 pontos porcentuais para os demais. Numericamente, ele é seguido por Fernando Francischini (PSL), com 6%, e Goura Nataraj (PDT), com 5%, que estão empatados tecnicamente com outros candidatos.

Com controle sobre a máquina municipal, prefeitos que concorrem à reeleição costumam ter mais facilidade para construir alianças com outros partidos, o que se reverte em mais tempo na propaganda de rádio e TV. Candidatos à recondução aparecem também na liderança em Florianópolis, Natal, Palmas e Aracaju.

Em São Paulo, a pesquisa Ibope/Estadão/TV Globo mostra Bruno Covas (PSDB) numericamente em segundo lugar, com 21% das intenções de voto. O levantamento, divulgado em 2 de outubro, revela um empate técnico com o primeiro colocado, Celso Russomanno (Republicanos), que tem 26% - a margem de erro é de três pontos para mais ou para menos.

No Rio de Janeiro, o atual prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) tenta reverter a rejeição de 57% para melhorar sua colocação nas pesquisas. Alvo de investigação, que chegou a apreender seu celular, e de uma decisão judicial que o considerou inelegível, Crivella aparece com 12%, atrás de Eduardo Paes (DEM), com 27%.

Alvo de um processo de impeachment em Porto Alegre, acusado de usar dinheiro da Saúde em campanhas publicitárias, Nelson Marchezan Jr. (PSDB) tem 9% das intenções de voto, contra 24% da primeira colocada, Manuela D’Ávila (PCdoB).

Sucessão

Nas cidades em que disputa é pela sucessão, candidatos apoiados pelos atuais prefeitos estão em situação de empate técnico em três e aparecem atrás das pesquisas Ibope em outras duas. A situação mais confortável é a do vice-prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM). Ele lidera as pesquisa com 42% das intenções de voto, contra 10% do Pastor Sargento Isidório (Avante), numericamente em segundo.

No Recife, João Campos (PSB), com apoio do prefeito Geraldo Júlio (PSB), aparece com 23% das intenções de voto, enquanto Mendonça Filho (DEM) tem 19%. Como a margem de erro é de 3 pontos porcentuais, para mais ou para menos, os dois estão tecnicamente empatados.

Em Goiânia, Maguito Vilela (MDB), apoiado pelo atual prefeito Iris Rezende (MDB), está empatado tecnicamente com o senador Vanderlan Cardoso (PSD): 20% a 21% das intenções de voto. Em Maceió, o candidato da situação, Alfredo Gaspar de Mendonça (MDB) tem 26%, enquanto JHC (PSB) tem 25%.

O desempenho dos candidatos da situação é pior em Belém (PA) e João Pessoa (PB).

A Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público do Estado de Rondônia pela Procuradoria-Geral de Justiça, deflagrou a Operação Reciclagem, na manhã desta sexta-feira (25), para apurar crimes contra a Administração Pública. Foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva em desfavor de prefeitos e um ex-deputado estadual.

A investigação, que durou pouco mais de dez meses, teve início em dezembro de 2019 e contou a colaboração de empresário que, recebendo exigência para recebimento de dívidas pela prestação de serviços ao poder público, resolveu contatar as autoridades para denunciar os ilícitos.

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Durante o período das investigações provas foram angariadas e filmagens de recebimentos por parte de prefeitos e deputado foram registrados, com centenas de milhares de reais sendo distribuídos em dinheiro vivo.

Foi determinado o afastamento das funções públicas dos envolvidos e o bloqueio de ativos que ultrapassam R$ 1,5 milhões, valor conectado ao que, em tese, teriam recebido de forma ilícita.

Também foram cumpridos 12 de mandados de busca e apreensão, com 22 equipes e envolvimento de mais de 70 policiais federais em Ji-Paraná/RO, Cacoal/RO, Rolim de Moura/RO e São Francisco do Guaporé/RO.

O nome da operação, “RECICLAGEM”, remete ao ramo de atividades da empresa envolvida no caso e origem dos recursos ilícitos, sendo decretado sigilo nas investigações pelo Tribunal de Justiça que cuida do caso.

Com informações da Comunicação Social da Policia Federal/RO

Os conselheiros Dirceu Rodolfo de Melo Júnior e Ranilson Ramos, presidente e vice-presidente do Tribunal de Contas do Estado, estiveram nessa sexta-feira (14) com o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargador Frederico Neves, para fazer a entrega da lista dos prefeitos e gestores públicos que tiveram contas julgadas irregulares pelo TCE, nos últimos oito anos. Os processos têm trânsito em julgado, ou seja, não cabe mais a possibilidade de recurso junto ao Tribunal. A lista traz o nome de 1.145 prefeitos e gestores e um total de 1.440 contas julgadas irregulares. O encaminhamento ao TRE-PE atende à Lei Federal nº 9.504/97, que determina aos Tribunais de Contas, nos anos em que se realizarem as eleições, o envio à Justiça Eleitoral dessas informações.

A divulgação dos nomes vai ajudar o TRE-PE a definir os candidatos que ficarão inelegíveis nas próximas eleições, com base na Lei da Ficha Limpa. Importante destacar que a inclusão do nome na lista não significa, desde já, que o gestor não estará apto a concorrer ao pleito. Essa decisão é de competência da justiça eleitoral, levando em conta os critérios da lei da Ficha Limpa.

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O documento também tem o propósito de orientar o cidadão na escolha dos seus candidatos no momento do voto. 

“Isso é muito importante para a sociedade civil e para a cidadania, pois demonstra que esses gestores não tiveram um bom desempenho, uma vez que suas contas foram rejeitadas por irregularidade insanável”, afirmou o presidente do TCE, conselheiro Dirceu Rodolfo. “A lista responde de forma muito clara se aquele determinado candidato foi um bom gestor, como prefeito, ou como administrador de algum órgão público”, disse ele. 

“Não há dúvidas de que o compartilhamento de informações é o melhor caminho para um controle efetivo do gasto do dinheiro público”, afirmou o conselheiro Ranilson Ramos. “Essa conjugação de esforços entre as instituições, com o TCE cuidando do controle externo e o TRE se responsabilizando pela inelegibilidade dos candidatos, resultará em mais segurança para o cidadão, na hora de escolher aqueles que vão administrar seus municípios”, observou o vice-presidente do TCE.

O presidente do Tribunal Regional Eleitoral também destacou a importância da lista entregue pelo TCE. “O gestor público que observa as leis, cumpre com sua obrigação. Aquele que todavia não cumpre a legislação, haverá de responder pelas consequências de seus atos”, frisou.

Segundo o desembargador, a lista será analisada pelos juízes eleitorais, que vão decidir pela inelegibilidade ou dos candidatos. “A partir do momento em que os candidatos indicados pelos partidos formalizarem o pedido de registro de candidaturas, o poder judiciário eleitoral estará preparado para apreciar os casos concretos e dizer se há condição de inelegibilidade de alguns deles”, disse o desembargador.

Quem tiver interesse em consultar os dados e os detalhes dos processos que levaram ao julgamento pela irregularidade das contas pode acessar o site do Tribunal de Contas. 

*Da assessoria de imprensa

Prefeitos reagiram ao relatório do governo Jair Bolsonaro que destaca nomes de governadores e prefeitos dos locais com o maior número de novos óbitos e novos casos confirmados de Covid-19.

Conforme o Estadão publicou, o ranking foi elaborado em um movimento do Palácio do Planalto para tentar se eximir das críticas pela condução do enfrentamento ao novo coronavírus. O presidente da República tem atribuído a responsabilidade do avanço da pandemia a gestores dos Estados e municípios.

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"A FNP lastima mais essa postura do governo federal, que além de não promover a harmonia federativa, como previsto na Constituição Federal, atrapalha medidas implementadas por prefeitos e governadores para salvar vidas", diz nota da Frente Nacional de Prefeitos, presidida pelo prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB).

No sábado (8), o Brasil ultrapassou a marca de 100 mil mortes por covid-19. Ao falar do relatório, a FNP lamentou a postura do governo federal de confronto com prefeitos e governadores.

"O documento preparado pelo Palácio do Planalto e enviado a parlamentares, com nomes de governantes de cidades que mais têm casos de COVID-19 tem o objetivo de imputar responsabilidades, evidenciando o ânimo de apontar culpados."

Um mês após defender que prefeitos cassados poderiam ficar em seus cargos até o fim do ano, mesmo que condenados por compra de votos, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mudou de posição. Durante julgamento dessa quinta-feira (6), a corte entendeu que a pandemia do novo coronavírus não é mais empecilho para a realização de eleições suplementares e decidiu que chefes do Executivo municipal podem, sim, ser afastados.

Ontem, ao cassar o prefeito de Lins (SP), Edgar de Souza (PSDB), e seu vice Carlos Alberto Daher, por abuso de poder político durante a campanha de 2016, os ministros da Corte determinaram a realização de eleições indiretas, pela Câmara Municipal, para um mandato-tampão na prefeitura. A justificativa é que prefeito e vice deixarão seus cargos vagos a menos de seis meses do final do mandato. A decisão foi por maioria.

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No dia 1º de julho, no entanto, ao julgar os casos do prefeito de Ribeira do Piauí (PI), Arnaldo Araújo (MDB), e de Presidente Figueiredo (AM), Romeiro Mendonça (Progressistas), o TSE entendeu que a troca de chefes do Executivo municipal poderia atrapalhar as ações de combate à Covid-19, e que novas eleições em meio à pandemia ofereceriam riscos à saúde pública. Isso porque, nesses casos, se ambos fossem afastados do cargo em julho, a escolha dos novos prefeitos deveria ser direta - e o mandato ainda teria de seis meses de duração.

"Ao concluir nesta quinta-feira (ontem) o julgamento do recurso apresentado pelo prefeito cassado de Lins, o Plenário entendeu, por maioria, que a situação se mostra diferente no segundo semestre de 2020, sendo possível dar plena execução às decisões do TSE sobre o afastamento de prefeitos", afirmou o tribunal.

Em seu voto, o presidente do TSE, o ministro Luís Roberto Barroso, disse que a Câmara Municipal de Lins tem 15 vereadores e observou que uma eleição indireta se diferencia do pleito direto. "Está superado o problema da eleição direta e da aglomeração", afirmou. "A pandemia já não justifica essa linha de entendimento (de não afastamento do cargo)."

O ministro Edson Fachin, relator do caso, também votou pela execução imediata do afastamento dos políticos dos cargos. Para ele, o quadro de agora é diferente do primeiro semestre, quando a eleição se daria de forma direta em caso de cassação.

O ministro Luís Felipe Salomão, que defendeu a manutenção do entendimento anterior da Corte, foi voto vencido. Para Salomão, a realização de eleições indiretas pela Câmara também traz riscos para a população. Segundo ele, haverá movimentação no local, além de reuniões de apoiadores em defesa de uma ou outra candidatura.

A Corte, porém, decidiu que ainda cabe aos tribunais regionais eleitorais (TREs) argumentar pela suspensão de eleições suplementares, mesmo que indiretas, se a avaliação for de que sua realização coloca em risco a população. Casos assim devem ser analisados individualmente.

O advogado e professor de direito eleitoral Alberto Rollo afirmou que a decisão de ontem do TSE marca "uma mudança de interpretação em relação à pandemia, e não à Lei." "Esse entendimento demonstra que o TSE repensou a questão da pandemia e da inviabilidade da substituição da chapa caçada e mandou fazer eleição indireta."

O advogado especialista em direito político e eleitoral Silvio Salata afirmou que a mudança de entendimento do tribunal num período tão curto de tempo pode causar "instabilidade na interpretação da jurisprudência". "Em pouco tempo, houve uma alteração radical no entendimento da Corte. Isso, de certa forma, abala o princípio da segurança jurídica."

A Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) promoveu uma reunião on-line, nesta segunda-feira (3), para discutir os atuais impactos do novo coronavírus nas cidades locais. Uma das pautas debatidas entre os prefeitos e o governador do Estado, Paulo Câmara, foi a possível retomada das aulas presenciais. Possibilidade essa que preocupa representantes de municípios pernambucanos.

“Um ano se perde e se recupera, a vida nós não podemos perder”, exclamou o prefeito de Garanhuns, município do Agreste de Pernambuco, Izaías Régis, conforme informações da assessoria de imprensa da Amupe. ‘Um levantamento foi feito e constatamos que 80% dos pais não levarão as crianças para as escolas”, revelou o gestor de Carpina, cidade da Zona da Mata, Manoel Botafogo. A prefeita de São Bento do Una, Débora Almeida, também observou que em sua cidade, parte dos pais teme que os filhos voltem às escolas em meio à pandemia da Covid-19.

O Governo de Pernambuco prorrogou, até o dia 15 de agosto, a suspensão das aulas presenciais. De acordo com o secretário de Saúde do Estado, André Longo, o ideal era que a queda nos casos do novo coronavírus fosse uniforme nos municípios pernambucanos, porém, o cenário indica o oposto. “Esperávamos que o avanço positivo ocorresse de forma uniforme em todo o Estado, mas, no Sertão do Araripe, os números não nos agradam. No entanto, nós temos investido muito na ampliação da testagem e agora estamos trabalhando para trazer ao Estado a testagem em massa”, comentou o secretário.

O secretário de Educação do Estado, Fred Amancio, teme sérios impactos na vida escolar dos estudantes pernambucanos. “Impacto negativo, a longo prazo, que os estudantes terão, devido à falta de aulas presenciais. A gente só vai retomar com as aulas se os números epidemiológicos continuarem evoluindo de maneira positiva. A educação tem um papel importante na sociedade, pois quanto mais tempo os alunos estão fora da escola, mais cresce a desigualdade. Estimamos um aumento da evasão escolar e será um desafio grande trazer os alunos de volta”, comentou Amancio.

O governador Paulo Câmara exaltou a reunião com os prefeitos, mas não revelou previsão de retorno às aulas presenciais, até o momento. “A reunião foi muito válida. Tudo que ouvi dos prefeitos foi muito importante para construirmos uma agenda única”, disse o governador de Pernambuco.

Prefeito de Afogados da Ingazeira, no Sertão, e presidente da Amupe, José Patriora tratou a pauta de volta às aulas como algo complexo. “Consideramos que essa primeira etapa é de escuta. Cada prefeito traz a preocupação da sua cidade, da sua região. É um assunto complexo que requer cuidado. A decisão desses pontos precisa ter um arranjo que envolve a todos”, avaliou Patriota, segundo a assessoria da Amupe.

Com informações da assessoria de imprensa da Amupe

As prefeituras das maiores cidades do País lançam, nesta segunda-feira (3), peças publicitárias de uma campanha nacional de utilidade pública contra o coronavírus. É uma ação que ocorre sem participação do Ministério da Saúde e que foi criada diante da constatação de falta de coordenação do órgão para elaborar uma comunicação integrada para prevenir a doença.

A iniciativa é da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), que negociou com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorização especial para veicular comunicação sobre a doença em jornais, sites, rádios e na TV durante toda a pandemia. Neste ano, por causa das eleições municipais, as Prefeituras ficam proibidas de fazer propaganda a partir de agosto.

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O material publicitário foi elaborado a partir de pesquisas que apontaram quais mensagens obtinham melhor resposta da população e destaca o distanciamento social, o uso de máscaras e a limpeza das mãos. As mensagens ressaltam, ainda, a necessidade de proteção à família dentro de casa. Cada prefeitura vai adaptar o conteúdo já produzido e adicionar o logotipo da cidade, e arcar com os custos de distribuição das mensagens.

Segundo o presidente da FNP, Jonas Donizette (PSB), prefeito de Campinas (SP), a falta de uma comunicação unificada sobre a prevenção da doença atrapalhou as cidades. "Percebemos que o Brasil teve um problema de comunicação na área da covid. Havia as orientações corretas, mas algumas autoridades destoaram disso. Os prefeitos falavam uma coisa, o governador, e teve esse confronto, especificamente com a figura do presidente (Jair Bolsonaro, sem partido). Isso causou uma desinformação para a população", afirmou.

"Na verdade, se você lembrar, quase teve a aprovação de uma campanha que foi aquela 'O Brasil não pode parar', que era oposta a essa de que as pessoas devem ter cuidado", disse o prefeito de Campinas.

A campanha que ele cita teve a veiculação proibida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, em ação proposta pela Rede Sustentabilidade. Ela chegou a se veiculada em canais oficiais do governo, mas foi retirada do ar antes da decisão com o argumento de que era uma campanha "experimental".

A ação da FNP teve todo o material produzido pela ONG Vital Strategies, que tem atuação na área da saúde e está presente em 70 países. Os recursos que custearam o desenvolvimento das peças foram doados pela fundação Bloomberg. A Frente já havia firmado parceria com a ONG para outras ações voltadas à saúde pública, mas, diante da pandemia, os parceiros fizeram acordo para abordar o coronavírus.

O diretor executivo da Vital Strategies no Brasil, Pedro de Paula, afirma que as peças usaram como base outras campanhas com resultado comprovado para chamar o cidadão a adotar uma ação específica. A medida, no caso, é ficar atento.

"Como todas as melhores referências para pandemias dizem, precisamos de uma resposta coordenada, uníssona, clara, empática e transparente para ter mudança de comportamento em uma situação sem precedentes como essa", afirmou. "Quando a mensagem envolve a família, você tem um engajamento maior e um potencial de mudança de comportamento maior."

A ONG tinha expertise em elaborar campanhas para combater o tabagismo e a obesidade. Paula destaca a diferença de mensagens desses tipos de males para o enfrentamento à pandemia. "A chamada para ação nesse tipo de caso (Covid-19) é muito menos uma mudança drástica de comportamento dos indivíduos e mais uma atenção para as reais fontes de informação. Você tem um problema muito sério de desinformação e de informações conflitantes nesse cenário de covid mundo afora, não só no Brasil. E o que a gente faz é engajar o cidadão a partir dessa mensagem que toca na família para ele se motivar."

Como são peças pensadas para serem distribuídas em todo o País, o material da FNP tem detalhes para destacar as características de cada de região. "Uma imagem de uma família caminhando na Avenida Paulista tem pouco apelo para uma pessoa que está no Mercado dos Peixes de Fortaleza", afirmou Paula. O material fica disponível em um site (cidadescontracovid19.org) para que cada prefeitura faça o download, insira o logotipo da própria cidade e divulgue a campanha.

A assessoria de imprensa do Ministério da Saúde negou que tenha faltado uma campanha nacional de prevenção ao coronavírus. O ministério informou que o governo federal fez uma campanha publicitária, que está dentro do site do ministério. Ainda segundo a pasta, a gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) é tripartite, com atribuições que Estados e municípios devem adotar.

O PSB de Pernambuco vai reunir, nesta sexta-feira (24), os seus pré-candidatos a prefeito e vice-prefeito para as eleições municipais. Diante do novo cenário de pandemia mundial, a presidência do partido optou por um encontro virtual. O evento será realizado às 17h e contará com a participação do presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, do governador Paulo Câmara, e intermediação do presidente estadual Sileno Guedes.

A atividade vai debater temas diversos com a participação de especialistas que vão dar contribuições sobre suas áreas de atuação. Além de Carlos Siqueira, que vai abordar o ‘cenário econômico e político do País’, o escritor, empresário e palestrante Eduardo Moreira vai falar sobre as ‘Novas perspectivas, políticas sociais e desigualdade pós-pandemia’. Haverá ainda uma palestra com o Consultor em Marketing Político Fabrício Moser, que falará sobre ‘A importância das redes sociais na Eleição 2020’. Por fim, o governador Paulo Câmara, que é vice-presidente nacional do PSB, faz o encerramento da atividade.

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Presidente estadual do PSB, Sileno Guedes destaca que a escolha pelo novo formato de atividade se deu para atender os requisitos instituídos na atualidade. “Mantendo sua tradição de reunir todos os anos os seus pré-candidatos, o PSB fará o seu encontro preparatório em 2020. Não podíamos deixar de realizar esse momento, onde podemos debater temas de impacto para sociedade e relevantes para os candidatos. E para garantir a interação dos nossos pré-candidatos, vamos abrir o momento para perguntas que serão direcionadas para os palestrantes. Com certeza será um debate muito rico, com importantes contribuições e pontos de vista principalmente nesse período de pandemia”, avalia o dirigente

O endereço da atividade é o www.psbpe.org.br/eventoprecandidatos/ . Em 2020, a expectativa é que o partido lance aproximadamente 110 candidatos a prefeito e outros 26 para vice-prefeito. Atualmente, o partido conta com 72 prefeitos no Estado.  

*Da assessoria de imprensa

O fim das operações no Campo de Marte é uma promessa antiga de governantes de todas as esferas, sobretudo diante do registro de acidentes no local e nos bairros vizinhos nos últimos anos. O governo Jair Bolsonaro incluiu o local no plano federal de privatizações, com leilão previsto para o segundo semestre de 2022. O prefeito Bruno Covas (PSDB), entretanto, já havia cobrado da União no início do ano passado o cumprimento da promessa anterior, de transformar o aeroporto em museu e parque.

Em agosto de 2017, por exemplo, o então prefeito e hoje governador de São Paulo, João Doria (PSDB), firmou com o então presidente Michel Temer acordo sobre o local. A União se comprometeu a ceder 400 mil m² do terreno ao Município para um projeto que incluiria um museu aeroespacial, um parque e, por último, o fim das operações de aviação executiva.

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Após encontro com Temer, Doria anunciou o fim das operações do terminal para 2020. Ele defendeu ainda a desativação da pista, dizendo que vários aeroportos funcionais em implementação no entorno da capital poderiam substituir o Campo de Marte, que ficaria só com a aviação de helicópteros. Mas a possibilidade de repassar decolagens e pousos de aviões de pequeno porte para outras cidades que travou negociações.

Antes disso, em maio de 2013, o então prefeito Fernando Haddad (PT) fez pedido oficial à Aeronáutica para tirar a asa fixa de lá. Ele queria viabilizar a construção dos prédios do Arco do Futuro, projeto urbanístico prometido na campanha. A ideia era transformar o Campo de Marte apenas em heliporto.

Os antecessores Gilberto Kassab, José Serra e Celso Pitta também cogitaram transformar a área em parque. O principal problema é que o espaço é gerido pela Aeronáutica e Infraero, ligados ao Ministério da Defesa, que briga na Justiça desde 1958 com São Paulo pelo terreno.

Histórico recente

O Campo de Marte já registrou alguns acidentes nos últimos anos. Em 2019, um avião de pequeno apresentou uma falha em um trem de pouso na decolagem e parou no gramado. Os bombeiros foram acionados, mas nenhum dos cinco passageiros sofreu qualquer ferimento.

Em 2018, o local registrou dois acidentes. No dia 30 de novembro, uma aeronave caiu na Avenida Antônio Nascimento Moura. Duas pessoas morreram e onze ficaram feridas. Em 29 de julho, o piloto morreu e sete passageiros ficaram feridos na queda de outro avião.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de aprovado pelo Senado, o projeto de adiamento das eleições pode ser votado na Câmara Federal nesta quinta-feira (25). Defensor do adiamento das eleições municipais para 2022, com eleição única para presidente, deputados, prefeitos e vereadores, o deputado federal Danilo Cabral (PSB) critica a proposta de adiamento para 15 de novembro. 

“Não temos nenhuma evidência científica que, adiando 30 dias, a pandemia terá cessado. É puro achismo. Se defendemos que o isolamento é o melhor caminho para proteger as pessoas do Covid-19, vamos empurrar 110 milhões de eleitores para o risco de contaminação? É uma irresponsabilidade do ponto de vista da saúde pública”, afirmou Danilo Cabral. 

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Pela proposta aprovada no Senado, o primeiro turno da eleição seria realizado no dia 15 de novembro e o segundo, no dia 29 do mesmo mês. O texto aprovado nesta terça-feira (23) foi um substitutivo do senador Weverton (PDT-MA) à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 18/2020. Ele também define o período entre 31 de agosto e 16 de setembro para a realização das convenções para escolha dos candidatos pelos partidos e a deliberação sobre coligações. A apresentação do registro de candidatos pelos partidos à Justiça Eleitoral deve ser feita até 26 de setembro.

Para Danilo Cabral, as eleições deste ano devem ser adiadas para 2022, com a prorrogação do mandato dos atuais prefeitos. Ele destaca que há propostas, em tramitação na Câmara que podem ser analisadas juntamente com a PEC vinda do Senado. “O PSB defende a unificação das eleições do país, acabar com a reeleição e aumentar o tempo de mandato para cinco anos. Agora, podemos analisar a unificação dos mandatos e, posteriormente, tratamos sobre os outros assuntos”, ressalta. 

 

Principal entidade que representa os prefeitos, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) resiste ao plano de adiar as eleições municipais deste ano. Uma das propostas em discussão na Câmara dos Deputados e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é transferir a votação de outubro para novembro. Os argumentos para que seja mantida a data original é a redução dos períodos de transição e também o prazo para possíveis recursos judiciais.

Nos bastidores, há ainda outra razão. O socorro pago pela União a Estados e municípios para compensar a queda de arrecadação de impostos durante a crise vai até setembro. Depois disso, a perspectiva é que muitas prefeituras não tenham dinheiro para cumprir com as folhas de pagamento, o que pode arranhar a popularidade dos que tentam a reeleição.

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"Se não acontecer um novo apoio para outubro, novembro e dezembro, você pode ter certeza que boa parte dos municípios do Brasil vai atrasar folha de pagamento de colaboradores, fornecedores e vão ter dificuldade no prestamento de serviço à população", disse o presidente da CNM, Glademir Aroldi. Ele defende a prorrogação dos mandatos dos atuais prefeitos por até dois anos, mas se não tiver apoio para essa proposta, pede pela manutenção do calendário e cita que os prazos já estão correndo.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem trabalhado para adiar as eleições para novembro ou dezembro, sem a possibilidade de se manter os atuais prefeitos mais tempo no poder. "Precisamos respeitar o resultado das urnas que garantiu o mandato de quatro anos aos prefeitos e vereadores. Isso é um consenso pelo menos do que ouço dos líderes da Câmara e ouvi isso hoje do presidente Luis Roberto Barroso (Tribunal Superior Eleitoral)", disse ele na semana passada.

Em entrevista ao Estadão, Barroso disse que a sugestão da corte eleitoral é também adiar para novembro. No próximo dia 16, ele promove uma conversa entre uma equipe médica e lideranças da Câmara sobre as condições sanitárias do País para se realizar as eleições.

Maia é contra a prorrogação dos mandatos. Na visão do parlamentar, isso é um precedente perigoso que, no futuro, pode ser utilizado eventualmente para um governo "com ampla maioria" no Congresso esticar sua permanência no Poder.

A ideia de adiar em apenas um ou dois meses, porém, não tem apoio de líderes do Centrão. O presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP), defende a manutenção do calendário de outubro, com a adoção de medidas de segurança. "Eu havia me manifestado favorável ao adiamento, mas entendo que há meios seguros de manter as eleições na sua data original", escreveu ele em artigo na semana passada.

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, acredita que a manutenção das eleições municipais em outubro seja o "melhor para o País", mas prega aguardar a posição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre o assunto.

"Como cidadão, como eleitor, como dirigente partidário, se puder manter (a data) melhor, mas o ministro (Luís Roberto) Barroso está fazendo uma série de levantamentos, uma série de consultas. Vamos tomar conhecimento do que ele levantou para daí ter a decisão. Mas, volto a dizer que se for possível manter, melhor", disse Kassab.

Para o coordenador do Transparência Partidária, Marcelo Issa, o adiamento com manutenção do pleito em 2020 pode favorecer novatos na política e quem não detém mandato de modo geral, uma vez que pode haver um prolongamento do período de campanha eleitoral.

"Se não houver eleições neste ano, os favorecidos são evidentemente os detentores de mandato, embora alguns possam ter interesse em não adiar apostando numa alta abstenção, o que elevaria a chamada vantagem do incumbente", disse Issa.

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