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A Frente Parlamentar em Defesa da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) instalada na Câmara dos Deputados vai realizar uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) na próxima segunda-feira (4). O grupo de trabalho é contra a privatização do sistema elétrico brasileiro. A Chesf é uma das companhias comandadas pela Eletrobras, que passará por um processo de privatização, e representa 10% da capacidade de energia instalada no país.

Além da audiência na Alepe, o plano de trabalho da Frente, que foi instalada nessa terça (29) na Câmara, também prevê realização de seminário nacional, reuniões com representantes do governo federal, debates com especialistas, técnicos e trabalhadores do setor elétrico; e visitas técnicas às instalações da Chesf nos estados do Nordeste. O colegiado é presidido pelo deputado federal Danilo Cabral (PSB). 

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“Esperamos fazer uma grande mobilização em defesa da Chesf e do setor elétrico brasileiro. Toda atenção à questão é urgente, pois a privatização anunciada pelo Governo Federal significa também a privatização do Rio São Francisco e isso não podemos permitir”, afirmou Danilo. "Com a privatização, o governo vai entregar para a iniciativa privada o comando da política energética do país. A lógica que vai imperar será a do lucro, prejudicando a universalização do acesso a energia, modicidade tarifária e garantia do suprimento", acrescentou argumentando. 

Com caráter suprapartidário, a Frente Parlamentar em Defesa da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco é composta por deputados federais e senadores. Entidades da sociedade civil também podem solicitar adesão.

A Casa da Moeda é uma fábrica de dinheiro e não decide política monetária. Essa é a conclusão de economistas consultados pela Agência Brasil, que identificam como um erro o temor de que a privatização da empresa fabricante de notas do Real e de passaportes traga risco de fraudes.

Uma das opiniões é da professora de Economia do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (Coppead) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Margarida Gutierrez, para quem existe uma interpretação equivocada entre produzir dinheiro e determinar a quantidade a ser emitida.

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"As pessoas confundem o que é Banco Central e o que é Casa da Moeda. Casa da Moeda é uma fábrica que emite o que o Banco Central manda. Isso vale para qualquer Banco Central do mundo", disse. "O controle disso não passa pelo capital da empresa, se é um capital estatal ou privado. O fato de ser pública significa que os governos podem mandar emitir moeda? Não".

Para o professor do programa de MBAs da Fundação Getulio Vargas (FGV), Mauro Rochlin, o risco de ocorrer fraude seria o mesmo se a empresa fosse estatal, mas ele ponderou que caberá ao governo manter a vigilância.

“Sendo o setor privado o produtor, obviamente que o cliente, no caso o estado brasileiro, terá que exigir uma série de garantias de que a operação vai ser absolutamente segura”, disse, completando que é o Banco Central quem decide a quantidade de dinheiro a ser fabricada. “Quem faz política monetária é o Banco Central”.

Contas públicas

Na visão da professora Margarida Gutierrez, a privatização da Casa da Moeda não deve ser vista como forma de equilibrar as contas públicas e para suprir uma necessidade de caixa do governo, mas sim pelo lado da eficiência.

"A separação entre o estado e as suas empresas públicas no Brasil não existe. Os estados e os governos usam as suas empresas para fazer o que querem. Então, acabam sendo empresas, mal gerenciadas, que não perseguem metas, que não buscam eficiência e isso se traduz para a sociedade em serviços de pior qualidade e preços mais altos", disse.

Segundo ela, na hora de definir o contrato o governo terá que incluir o tipo de controle que fará na sua relação com o fornecedor, que poderia ser uma gráfica estrangeira, como americanas e britânicas, que já atendem a outros países nas demandas por moedas. “A gente está falando de uma mercadoria apenas e o fornecedor tem que garantir ao governo as condições que ele exigir”, afirmou.

Mauro Rochlin contou que os países que não têm Casa da Moeda contratam o fornecedor após uma licitação internacional. Várias gráficas que produzem papel moeda, selos, passaportes e documentos se candidatam para oferecer o serviço. "O edital estabelece certas exigências de controle, de monitoramento, de qualidade, de reserva e os países definem os seus fornecedores”, afirmou, avaliando, que, mesmo na emissão dos passaportes brasileiros, que, atualmente, são produzidos pela Casa da Moeda, não haveria riscos de fraudes.

Apontando uma situação extrema, o professor lembrou que, mesmo não sendo sede de uma empresa privada que fornecia moeda para o governo britânico, a Alemanha nazista procurou falsificar a moeda inglesa durante a Segunda Guerra Mundial. “Ainda assim, por uma questão bélica, a Alemanha buscou imprimir e despejar moeda inglesa no mercado e, dessa maneira, sabotar a economia inglesa”, informou.

O professor de Economia e Finanças do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), no Rio de Janeiro, Ricardo Macedo, afirmou que, em alguns países da América Latina, o dinheiro também é produzido por uma empresa privada. Nos Estados Unidos, a fabricação de dinheiro em papel e das moedas é em empresas diferentes, embora a de moedas metálicas seja pública. " Hoje, com tecnologias que se tem podemos criar mecanismos que evitam a falsificação com códigos garantidos pelo Banco Central", opinou.

Macedo disse que, nas grandes economias em que o sistema é privado, não se tem notícia de problemas. "Nos Estados Unidos, o sistema é misto. A emissão do papel moeda é terceirizada, agora, da moeda metálica, não. Quem faz é o Banco Central", contou. "Isso é para ter um certo controle de custos. O Banco Central americano tem muita reserva em ouro e prata e pode utilizar aquilo ali para cunhar moeda metálica. O papel moeda gera um custo adicional que não é interessante manter".

Dinheiro de plástico

O professor de Economia e Finanças disse que, no caso da Casa da Moeda, ainda tem outro fator a se considerar: a mudança de hábitos do brasileiro, que, atualmente, usa muito os cartões de crédito e de débito, o chamado dinheiro de plástico, para fazer pagamentos.

“Praticamente hoje ninguém demanda papel moeda. As transações são quase todas feias por meio eletrônico no cartão de débito que faz as transferências automáticas. O movimento de utilização de notas vem caindo ao longo do tempo. Dado este cenário, o governo acredita que seria interessante terceirizar a emissão de moedas", destacou. "Manter uma estrutura cada vez mais caindo em desuso é jogar dinheiro fora", assegurou.

Pacote

Na visão do professor Mauro Rochlin, os 57 projetos de concessões e privatizações anunciados pelo governo, na quarta-feira (23), ainda significam um conjunto de intenções diante da falta de detalhamento mais profundo de como vai ocorrer o processo. Como tudo isso leva tempo para ser feito, os retornos econômicos não serão imediatos.

“Esse pacote não vai ter o menor impacto no resultado primário do governo, nem para este ano nem para o ano que vem”, afirmou, ressalvando que os leilões de petróleo previstos para este ano podem dar retorno ao governo ainda em 2017.

Já o professor Ricardo Macedo acrescentou que  também terá que ser considerado o peso de cada uma das desestatizações, o que será determinante, segundo ele, além do peso político para impor uma rapidez ao pacote do governo. "Dependendo do peso que cada um tem e do peso político, a privatização pode correr mais ou menos demorada".

Modelagens

Os especialistas chamaram atenção também para as modelagens das privatizações do pacote anunciado pelo governo. Mauro Rochlin destacou que o governo Dilma Rousseff foi mal-sucedido nas ofertas de trechos de rodovias, por meio de licitações que não tiveram interessados. “As condições do edital, na visão do mercado, foram tão draconianas que não despertaram interesse do setor privado. A modelagem é fundamental”.

Antes de tudo, o governo precisa avaliar se é interessante, economicamente para o país manter uma empresa produtora de papel moeda ou adquirir de terceiros por um custo menor. Também é necessário definir a modelagem da privatização e decidir se a Casa da Moeda ainda permaneceria com alguma função ligada ao governo federal. Isso deve ser explicitado nas exigências do edital da licitação.

"Vai ser totalmente terceirizado, vai ser um modelo misto ou não vai conseguir privatizar porque o interessado acha que não vai valer a pena e continuará na mão do governo. É uma coisa para esperar para ver como vai ser este modelo", destacou Macedo.

A professora Margarida Gutierrez considera que a privatização da Casa da Moeda vai atrair investidores, mas a quantidade de interessados vai depender da modelagem para a venda. "Sempre o capital privado tem interesse em negócios desde que sinta que para ele é favorável. Ninguém vai querer entrar em uma furada, então, depende de como vai fazer o contrato, quais são as regras que tem que ser cumpridas e o aporte de capital", finalizou.

A prefeitura de São Paulo deixará de investir quase R$ 8 milhões na construção e manutenção dos corredores de ônibus da cidade. O motivo alegado é a despesa gerada por outras secretarias, como a de Esportes, a de Obras e a dos Direitos Humanos, que esgotaram o orçamento previsto para esse ano. A verba de R$ 1,8 bilhão acabou este mês e a expectativa é de que os gastos com subsídio tarifário alcancem R$ 3 bilhões. Com isso, o município precisa de mais R$ 1 bilhão para cobrir as despesas com o transporte público municipal.

No começo do mês, a gestão Doria anunciou a criação de uma equipe que irá elaborar um plano de metas de gasto anuais com transporte. Subsídios e gastos anuais dos empresários e da administração pública serão previamente estabelecidos. O teto, válido para as despesas geradas até o fim de 2017, é de R$ 7,7 bilhões, por conta do congelamento de preço da tarifa, promessa de campanha do prefeito, em R$ 3,80. Cada empresa saberá quanto receberá no início do ano e, terá de transportar a demanda de passageiros, mesmo excedendo o valor previamente acertado.

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Conforme declarou o prefeito João Doria em entrevista à rádio Jovem Pan, os gastos com os corredores ficarão a cargo de empresas particulares. Em julho, a prefeitura deixou de investir R$ 70 milhões em corredores e R$ 62 milhões em terminais de ônibus. Ao todo, foram tirados R$ 160 milhões da pasta dos Transportes em 2017.

Líder da oposição no Senado, Humberto Costa (PT), afirmou, nesta sexta-feira (25), que o programa de privatização e concessão de ativos do Governo Federal, anunciado nesta semana, é uma "sem-vergonhice" que o presidente Michel Temer (PMDB) quer fazer com o país. Em um discurso rápido, ao participar do ato que integra a caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife, o parlamentar não economizou nas críticas as ações da gestão do peemedebista.

"É uma sem-vergonhice o que Temer quer fazer ao privatizar a Eletrobrás", frisou. Diante de uma plateia composta por sindicalistas do setor petroleiro e naval, Humberto alegou que a Refinaria Abreu e Lima e o desenvolvimento do Porto de Suape só foram possíveis porque a Petrobras era uma estatal. "Tudo isso só foi possível fazer porque tínhamos uma estatal forte. Se a Petrobras não fosse estatal, aqui não ia ter Refinaria", complementou. 

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Ao lado de Lula, Humberto também salientou que "Suape e Ipojuca são o exemplo da prioridade que Lula e Dilma deram ao país". A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) também participa do ato. Eles chegaram a Ipojuca por volta das 11h10.

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O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou em evento na noite desta quinta-feira, 24, que a decisão do governo de privatizar a Eletrobras é histórica, com significado só comparável à desestatização do Sistema Telebras nos anos 1990. A venda da empresa de energia elétrica é o foco principal do governo neste momento, disse o ministro, que evitou falar sobre outras companhias que poderiam entrar na lista de privatizações.

Meirelles afirmou que a receita obtida com o programa de privatização "certamente" vai ajudar o governo a financiar o programa "substancial de investimento" que possui. "Temos que olhar o Orçamento como um todo, receitas e despesas", disse, ao falar sobre o uso do dinheiro com as privatizações e concessões anunciadas ontem no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). "Conceitualmente é uma forma de garantir a plena execução dos investimentos em 2017 e 2018."

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"É preciso tratar um assunto por vez e com sucesso", disse ele, ressaltando que tem posição favorável à venda de estatais ao setor privado. O foco, de acordo com Meirelles, é a venda da Eletrobras e também da Lotex e da Casa da Moeda.

O titular da Fazenda admitiu que o governo enfrentará resistência ao plano de venda da Eletrobras, seja por posição ideológica, seja por interesses de alguns em manter a companhia como uma estatal. O ministro disse que já vê uma "mobilização legítima" de pessoas que são contra a venda de estatais e, especificamente, da Eletrobras.

Meirelles ainda foi perguntado sobre a reforma tributária, e ressaltou que este é um "momento importante" para se discutir mudanças no setor. O que existe de concreto no momento, ressaltou, é uma proposta de reforma do PIS/Cofins feita pela Receita Federal.

Depois do anúncio da privatização da Eletrobras e da intenção de conceder à iniciativa privada outros 57 empreendimentos federais, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, negou que o governo esteja promovendo uma "liquidação geral" de seus ativos. Dyogo ainda rechaçou a afirmação de que essas ações visam principalmente a reforçar o caixa da União em meio às dificuldades para cumprir as metas fiscais de 2017 e 2018.

"Alguns leilões sequer geram receitas relevantes", disse o ministro. Ele citou como exemplos a venda da Casa da Moeda, que deve render poucos recursos, e a concessão de 11 linhas de transmissão de energia, cujo modelo de cessão prevê a oferta pela menor tarifa em vez de um bônus a ser pago ao governo federal.

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O ministro também defendeu a capacidade do governo de colocar todas essas operações em prática dentro do cronograma estipulado. Segundo ele, o governo já possui expertise na concessão de aeroportos, com modelos de editais e contratos, o que deve garantir celeridade do processo de repasse à iniciativa privada de mais 14 terminais aeroportuários, entre eles Congonhas. "Já fizemos leilões de aeroportos e sabemos fazer isso com tranquilidade", disse.

Oliveira ainda justificou a demora na venda da Lotex, loteria instantânea conhecida como "raspadinha". A alteração no modelo da operação, segundo ele, contribuiu para isso. A ideia inicial era a de que a Caixa, atual operadora da Lotex, criasse uma empresa para administrar a raspadinha, que seria então privatizada. Mas agora o governo optou pela concessão direta da exploração do serviço.

A Casa da Moeda, criada em 1694 por Dom Pedro II e responsável pela fabricação das cédulas e moedas do Brasil, poderá ser vendida à iniciativa privada até o final do ano que vem.

O Conselho do Programa de Parceria de Investimento aprovou ontem (23) o início dos estudos para privatizar a empresa. É provável, segundo o Ministério da Fazenda, que no final de 2018 aconteça o leilão.

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Segundo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Moreira Franco, o avanço tecnológico e a queda na demanda do país por cédulas e moedas têm causado prejuízos à Casa da Moeda. “A primeira função dela é produzir moedas, papel-moeda e moeda. Acontece que o consumo de moedas no Brasil, segundo dados levantados pelo Ministério da Fazenda, caiu. Cada vez mais nós todos usamos menos papel-moeda e menos moeda, o que significa que a saúde financeira está extremamente debilitada, com projeção, devido ao avanço da tecnologia, se debilitar ainda mais.”

O ministro ainda disse que haverá uma análise sobre o que fazer a respeito da Casa da Moeda. “Em função dessa realidade, em função do tipo de produto que ela coloca no mercado, entendeu, corretamente, o Ministério da Fazenda, em fazer um estudo mais aprofundado, extenso, para definir o futuro dela.”

A decisão do Governo Federal de privatizar a Eletrobras tem gerado repercussões entre os parlamentares pernambucanos, visto que a medida pode atingir uma das subsidiárias da estatal, a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf). Contrário a eventual privatização da Chesf, o deputado federal Danilo Cabral (PSB) iniciou uma articulação para criar uma Frente Parlamentar em defesa da Companhia.  

Segundo o pessebista, é preciso discutir a venda do sistema amplamente com a sociedade, e não apressadamente. A ideia do Ministério das Minas e Energia é de que o processo de privatização seja concluído até o primeiro semestre de 2018. 

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“A condução da política energética do país deve ser do poder público e não da iniciativa privada. É uma questão de soberania nacional. A Chesf tem 70 anos de história. É um patrimônio dos nordestinos e um instrumento fundamental para o desenvolvimento regional”, defendeu Danilo Cabral. A eventual privatização da Chesf também gerou protestos de deputados estaduais na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). 

Para a criação da Frente, são necessárias 187 assinaturas de parlamentares. Atualmente, no Congresso Nacional existe a Frente Parlamentar em Defesa do Sistema Elétrico Brasileiro, coordenada pela deputada Érika Kokay (PT-DF). Lançada em 2016, tem como objetivos fortalecer o sistema elétrico público, discutir um novo modelo para o setor e defender os interesses da classe trabalhadora. 

A Chesf é uma concessionária de serviço público de energia elétrica de capital aberto e economia mista. Foi criada em 1945 e seu parque detém 13 usinas hidrelétricas, a maior parte dela ao longo do Rio São Francisco, e uma termelétrica. A companhia integra o sistema Eletrobras, criado há 55 anos, que controla 13 subsidiárias, 178 empresas e 233 usinas. 

A pretensão do Ministério de Minas e Energia de privatizar a Eletrobras (Centrais Elétricas Brasileiras) provocou protestos dos deputados na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Entre outras empresas, a estatal do setor de energia controla a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), que possui 12 hidrelétricas e mais de 20 mil quilômetros em linhas de transmissão no Nordeste. Na sessão plenária dessa terça-feira (22), Lucas Ramos (PSB), Rodrigo Novaes (PSD) e Odacy Amorim (PT) expressaram a insatisfação com a medida. Segundo eles, a postura contraria o interesse público.

“Privatizar a Chesf e a Eletrobras não é a pauta que o Brasil precisa neste momento”, garantiu Lucas Ramos. “Querem colocar à venda um ativo superavitário, um dos maiores do Brasil, e fazer o povo pagar pela ineficiência dos gestores que por ali passaram anteriormente”, acrescentou o pessebista. 

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Sob a ótica de Ramos, “vender um patrimônio dos brasileiros por R$ 20 bilhões para encobrir um déficit de R$ 59 bilhões que o sistema Eletrobrás acumula é uma prova da incapacidade do Governo Federal em gerir uma empresa do tamanho e importância da Eletrobrás e suas subsidiárias”. “Mais uma vez o governo Temer se coloca de costas para o povo brasileiro e em uma decisão monocrática coloca à venda um dos maiores ativos do país”, cravou.

Para Rodrigo Novaes, a medida ameaçaria o caráter estratégico da Eletrobras e os programas de cunho social conduzidos em regiões menos desenvolvidas economicamente, como é o caso da Chesf no Sertão de Pernambuco. “Se afirmam que a gestão pública é incapaz de promover os investimentos necessários ao desenvolvimento, imaginem quando estiver tudo entregue a empresários que trabalham de costas para a população e voltados ao caixa da companhia”, apontou.

Odacy Amorim, por sua vez, pediu a presença do ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho (PSB), em uma audiência para explicar a intenção do Governo Federal e disse que a decisão pode colocar em risco gerações futuras de brasileiros, sobretudo os pernambucanos do Sertão do São Francisco. “O rio é o sangue do povo nordestino e não pode ser influenciado por decisões tomadas de cima para baixo”, protestou o petista, que anunciou visita a Petrolina, no próximo dia 28, da Frente Parlamentar da Revitalização dos Rios. 

Os deputados Antônio Moraes (PSDB), Terezinha Nunes (PSDB), Laura Gomes (PSB) e Zé Maurício (PP) também se manifestaram sobre o assunto. Os tucanos disseram que foi durante "a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff que a empresa passou a operar com prejuízos", mas concordaram ser necessário "cautela" antes de decidir sobre o repasse dos ativos à iniciativa privada. Laura Gomes lembrou já ter requerido à Comissão de Meio Ambiente a realização de audiência pública sobre o tema, para o dia 11 de setembro. 

Segundo o ministério de Minas e Energia, ainda não há modelo definido para o processo de redução da participação da União no capital da estatal, cujas ações negociadas em bolsa somam R$ 28 bilhões. Apesar de acumular prejuízos bilionários, desde 2012, por negociar energia a preços abaixo dos praticados pelo restante do mercado, a empresa lucrou R$ 3 bilhões em 2016. O patrimônio da companhia, de acordo com estimativas do Governo Federal, é de R$ 50 bilhões.

*Com informações do site da Alepe

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) criticou, nesta terça-feira (22), o anúncio de privatização da Eletrobrás. Para a petista, a medida fará com que o governo abra mão da segurança energética e o consumidor pague “uma conta de luz estratosférica”. A divulgação do início do processo para privatizar a estatal aconteceu nessa segunda (21), sob a justificativa de que a medida permitirá mais competitividade e agilidade à empresa.

“Vender a Eletrobrás é abrir mão da segurança energética. Como ocorreu em 2001, no governo FHC, significa deixar o País sujeito à apagões”, argumentou a ex-presidente, em publicação no Twitter. “O resultado é um só: o consumidor vai pagar uma conta de luz estratosférica por uma energia que não terá fornecimento garantido”, acrescentou.

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A União espera lucrar R$ 20 bilhões com a venda, para Dilma é um meio que o governo vem usando para atingir uma “meta irreal”. “Depois da farra da compra de votos, o governo ilegítimo anuncia  meta irreal e quer vender o patrimônio do povo brasileiro para cumpri-la. Já entregaram as termelétricas da Petrobras. Pretendem vender na bacia das almas nossas principais hidrelétricas e linhas de transmissão”, observou. 

A Eletrobras foi fundada em 1962, tem o capital aberto e é controlada pelo governo federal, reunindo diversas empresas que atuam nos segmentos de geração, transmissão e distribuição de energia. 

As concessionárias de rodovias federais amargam uma intrincada lista de problemas. Apesar de cada empresa ser um caso particular e muitas serem vítimas de suas próprias decisões equivocadas, especialistas em infraestrutura apontam dois traços em comum no imbróglio: a solução dos entraves depende do poder público e sua protelação custa caro - paralisa R$ 30,5 bilhões de investimentos na melhoria e expansão de estradas, segundo estimativa da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR).

"É raro encontrar uma concessionária que não tenha alguma discussão relevante com órgãos públicos afetando decisões de investimentos", diz a advogada Letícia Queiroz, especializada em infraestrutura. Há indefinições contratuais por divergências entre órgãos públicos; morosidade do governo para tomar decisões; dificuldade para garantir crédito e até investigação na Operação Lava Jato.

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Sob a gestão de 21 concessionárias estão 10 mil km de estradas federais pedagiadas consideradas a espinha dorsal do sistema de transporte nacional. A BR-163, no Centro-Oeste, rota de escoamento de grãos; a Via-40, que liga Brasília à Minas Gerais; e as Auto Pistas Planalto Sul e Litoral Sul, trechos da BR-116 e da BR-101, no Paraná e Santa Catarina, são algumas delas.

O Estado entrou em contado com todas e comprovou a diversidade de problemas regulatórios. "As dificuldades costumam variar de acordo com a etapa em que a concessão foi feita", diz Cláudio Frischtak, da Inter.B Consultoria Internacional de Negócios. A primeira etapa, por exemplo, ocorreu nos anos 1990 e termina nos próximos quatro anos. A preocupação é de que maneira a concessionária entrega a estrada, pois os contratos não preveem prorrogação. Algumas empresas, porém, alegam que há obras que não podem esperar, e se propõem a fazê-las em troca de um tempo a mais na concessão. Cerca de R$ 6 bilhões de investimentos dessa ordem foram engavetados porque o governo prefere relicitar.

É o caso da CCR, na Nova Dutra, que liga Rio a São Paulo. A concessão termina em 2021, mas a empresa defende obras na via, incluindo a construção de uma nova subida da Serra das Araras para melhorar o trajeto que tem quase um milhão de usuários diários. A empresa promete R$ 3,5 bilhões em investimento, mas o governo diz que é preciso trocar o concessionário e modernizar os contratos.

Gatilho. Nas concessões de segunda etapa, há temor em relação à reação do Tribunal de Contas da União (TCU), que tem questionado as obras liberadas pela Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). Realizadas no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, previu poucas obras e, em troca, garantiu aos motoristas tarifas baixíssimas. Ficou célebre o pedágio de R$ 0,99 que saiu vencedor na disputa pela Fernão Dias, que liga Minas Gerais a São Paulo.

Os contratos, porém, preveem que quando o fluxo de veículos atinge um determinado volume, é possível fazer obras de ampliação, recebendo aportes do governo ou ganhando permissão para elevar a tarifa. O dispositivo é conhecido como "gatilho de investimento".

Empresas dessa etapa têm R$ 12 bilhões engatilhados para novas obras, mas não disparam R$ 1. "Enquanto o TCU não der ok à ANTT, nada anda", diz Cesar Borges, presidente da ABCR. As empresas também têm expectativa em relação ao resultado da segunda revisão quinquenal (a cada cinco anos) dos contratos.

A situação é dramática na terceira etapa. Realizada no governo de Dilma Rousseff, a meta era induzir o crescimento, abrindo rotas. As empresas tinham de fazer duplicações mesmo sem demanda. Em troca, receberiam crédito, com taxas de juros subsidiadas do BNDES.

O mercado diz que são as concessões da "tempestade perfeita", porque deu tudo errado. Afora o fato de o Brasil ter entrado na recessão, vencedores do leilão eram ligados a construtoras investigas na Lava Jato. O BNDES cortou o crédito. Descontando parte do que foi feito, estima-se que elas represem R$ 12, 5 bilhões em investimentos.

A Galvão Engenharia, que levou a BR-153, é o caso extremo. Os acionistas foram presos, não recebeu um centavo do BNDES, não conseguiu nem construir praças da pedágio, mas já gastou R$ 220 milhões só na manutenção da estrada. "Podemos vender, devolver e até pedimos a caducidade, mas qualquer alternativa depende de definição legal que ainda não existe", diz Paulo Coutinho, presidente da concessionária. O governo organizou um grupo em busca de solução para essas empresas, mas ainda não chegou a uma definição.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O promotor do Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 declarou essa semana que existe um “plano B” para a realização do evento. Segundo Tamas Rohonyi, a privatização anunciada durante a campanha política por João Doria pode trazer sérios danos para o único traçado brasileiro que possui credenciamento para receber a corrida. Caso a empresa que adquirir os direitos de exploração do autódromo o fizer de maneira que prejudique o asfalto, não está descartada a volta para o Rio de Janeiro, disse Rohonyi.

Sem receber corridas da F1 desde os anos 80, o circuito de Jacarepaguá foi demolido há cinco anos para dar lugar aos equipamentos dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Segundo o organizador, caso haja a possibilidade de uma conversa sobre a construção de um novo traçado, seguindo os padrões internacionais adotados pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA), a ideia não será descartada.

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A principal queixa é sobre os danos que caminhões com equipamentos para eventos na pista de Interlagos podem causar. "Claro que essa é uma preocupação dos proprietários do autódromo porque, para a F-1, o padrão da pista precisa ser elevado. Eu fico preocupado, e até chateado, quando dizem 'puxa vida, a F-1 custa uma fortuna para recuperar a pista'. Não é a F-1 que estraga a pista. Quem estraga a pista são os outros eventos”, disse Rohonyi.

A gestão João Doria (PSDB) enviou nesta quarta-feira, 31, à Câmara Municipal de São Paulo o projeto de lei que prevê a concessão do Estádio do Pacaembu à iniciativa privada por pelo menos dez anos e lançou um edital para receber propostas do mercado para definir o que poderá ser feito na arena paulistana, que é tombada pelo patrimônio histórico.

A concessão vai englobar o estádio e o complexo esportivo ao lado do campo de futebol, de acesso gratuito à população. Segundo o secretário municipal de Desestatização e Parcerias, Wilson Poit, ambos custam R$ 9 milhões por ano de manutenção para a Prefeitura.

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"Queremos ouvir o que o setor privado tem para o Pacaembu, para fechar a conta, reformar e modernizar", disse Poit. De acordo com ele, é possível que o Pacaembu vire uma arena multiúso coberta que possa receber shows, desde que a arquitetura tombada e o campo de futebol sejam mantidos. O secretário diz já ter conversado sobre o tema com os órgãos de preservação e com a associação de moradores do bairro. Hoje, um acordo oficial impede eventos musicais por causa do barulho. A previsão é de que a concessão seja concluída ainda este ano.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O desejo por proteção e segurança, aliado à ineficiência do poder público em combater irregularidades e diminuir a taxa de criminalidade, resulta na privatização de ruas públicas do Recife. Moradores da capital pernambucana têm instalado portões, guaritas com vigias diurnos e noturnos, correntes ou até cancelas, principalmente em vias sem saída, transformando-as em espécies de “condomínios residenciais” por conta própria.

Muito embora a iniciativa de bloquear o acesso público a uma rua para segmentar quem entra e quem sai do local agrade muitos moradores, a lei municipal 16.053, de 1995, proíbe a obstrução dos espaços públicos. De acordo com a legislação, é proibida a colocação, ainda que temporária, de veículos, semoventes, reboques, trailers e quaisquer outros bens em locais públicos.

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A reportagem do LeiaJá.com visitou seis ruas do Recife, onde moradores decidiram fechar a entrada da via. Um portão eletrônico pintado de amarelo chama atenção de quem passa nas redondezas da rua Brasilândia, no Cordeiro, Zona Oeste do Recife. Exibindo a placa “Proibida entrada de pessoas estranhas”, o equipamento foi instalado há 12 anos, devido constantes casos de estacionamento irregular na região.

Na época, uma comissão de moradores foi criada para representar as 40 residências do local e administrar os gastos com a limpeza e manutenção do portão. De acordo com os moradores do local, a via, que não possui saída, transformou-se em um condomínio fechado.

A ex-síndica Sueli de Oliveira conta que muitos moradores chegavam em casa e não tinham mais vagas para estacionar porque muitos frequentadores de uma casa de show nas proximidades utilizavam a rua como estacionamento. “Não fechamos por insegurança, mas por conta da desordem dos veículos. Hoje em dia, as pessoas procuram alugar casas aqui justamente pela sensação de segurança”, ironizou Sueli.

No “Residencial Brasilândia”, todos os moradores possuem o controle do portão e podem autorizar ou não a entrada de terceiros no local. O morador Olavo Pascoal afirmou que todo o processo foi autorizado pela gestão municipal. “A gente pensa que é um portão bobo, mas no dia a dia faz diferença”, concluiu Pascoal.

Na Rua Canaã, no bairro da Iputinga, também na Zona Oeste, a guarita e o portão de ferro foram a salvação dos moradores, diz Marcos Seabra, que vive na rua há 30 anos. A via foi fechada no início dos anos 1990 e desperta curiosidade até do próprio vigia. “Trabalho aqui mais por precaução porque se é público não posso impedir ninguém de entrar”, confessa.

De acordo com Seabra, muitos vizinhos já denunciaram o portão da rua, alegando que impede o acesso de terceiros. “Eu não vejo problema, visto que é uma rua sem saída e não há interesse de ninguém de entrar aqui, além dos moradores. Mas, mesmo assim, a gente não proíbe ninguém de entrar, é mais pra termos uma sensação de segurança”, relatou o morador.

A sensação de proteção que a maioria dos moradores busca não é só física, mas também psicológica. “A gente sabe que apesar do portão ser uma fachada, diminuiu a violência e os assaltos em nossa rua”, comentou Seabra. Para ele, as pessoas têm que procurar a própria segurança, já que o Estado não a proporciona.

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Para Cristiano Borba, arquiteto e urbanista da Fundação Joaquim Nabuco, o fechamento das ruas é uma reprodução do hábito do brasileiro de resolver individualmente o que o poder público não dá conta. “A gente se sente desprotegido em nosso espaço público e na primeira oportunidade de solucionar esse problema, pensamos na estratégia mais rápida disponível”, explicou.

Ainda no bairro da Iputinga, a cerca de dois quarteirões, a rua Padre Antônio Lagreca é fechada com uma corrente presa em dois ferros laterais e uma guarita de vigia privado. Há oito anos, após uma família ser sequestrada em um dos apartamentos da via e populares se queixarem de muitos roubos na região, moradores optaram por fazer a própria  segurança.

Com olhos atentos quando avistou o carro da reportagem na rua, a moradora Sandra Campos, que vive no local há 24 anos, já se justificou. “Sei que a via é pública, mas estamos fazendo isso para garantir a nossa integridade”, disse. Ela justificou o fechamento da via trouxe tranquilidade. “Agora, as idosas podem sentar nas calçadas no fim da tarde e conversar. Isso nunca poderia acontecer, caso fosse uma rua aberta a todos”, detalhou.

Atualmente, três seguranças trabalham no local e se revezam nos turnos. São 32 moradores e cada um paga uma taxa para o “representante”. Apesar da organização, a Prefeitura do Recife já tentou retirar as correntes devido a muitas denúncias “privatização do espaço público”.  Para o sociólogo e arquiteto João Gilberto de Farias, se a rua não tem benefício para terceiros, não há problemas em fechá-la com a devida autorização municipal.

“Eu acho que cada caso deve ser estudado para entender se há impacto ou não na transição de pessoas e no que isso afeta o direito de ir e vir das pessoas e no que traz de malefícios para a sociedade”, afirmou. Gilberto comenta que o fechamento de espaços públicos para privacidade e prevenção não é uma novidade no Brasil. “As favelas já se fechavam há muito tempo, bloqueando acesso de carros e outros pedestres”.

Ruas "privadas" se assemelham a condomínios isolados

Na Zona Norte do Recife, os casarões com muros de quase três metros de altura das ruas Israel Lima de Oliveira Castro e Dr. Anauro Dornelas Câmara, ambas em Apipucos, são “protegidos” com guaritas, correntes e cancelas. Na segunda, o segurança particular preferiu não chamar nenhum morador e disse que as pessoas podem entrar na rua. “Só peço que parem e se identifiquem quando vejo que é alguém estranho e não mora pela redondeza”, informou.

Para o sociólogo João Gilberto de Farias, a situação dessas ruas se assemelha às vividas por pessoas que habitam grandes condomínios. “É algo que está crescendo e requer da prefeitura um código atualizado e específico”, alertou.  Já o arquiteto Cristiano Borba não especificou se o fechamento das vias vem aumentando a cada ano, mas disse que a atitude também é reflexo da ineficiência do controle urbano. Para ele, os moradores devem continuar se fechando, enquanto não houver um choque cultural na capacidade de viver coletivamente e coexistir no espaço coletivo.

Procurada para detalhar dados sobre a privatização das ruas, a Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano do Recife (Semoc) se limitou a informar que realiza ações de controle urbano em toda a cidade e, em relação às ruas públicas privatizadas, trabalha para liberar a passagem para todo cidadão. “Tornar privada uma área pública fere o direito constitucional de ir e vir do cidadão e, por esse motivo, a prática é combatida pela pasta”.

Cristiano ressalta que não são ações pontuais que vão mudar essa prática, que também não traz mais segurança à região. “Essa tendência de isolamento só se muda com a prática de gestão pública cultural. Não há educação dos cidadãos para viver melhor na cidade, compartilhando a vida. Desse jeito, parece óbvio que as pessoas devem continuar achando certo se utilizar das falhas do sistema”, complementou.

Após assembleia realizada nesta segunda-feira (8), os funcionários dos Correios decidiram encerrar a greve. A categoria estava paralisada desde o dia 26 de abril.

Os serviços estão previstos para voltar à normalidade já na manhã desta terça-feira (9). Apesar disso, o sindicato diz que se mantém no chamado “estado de greve”, podendo deliberar por novas assembleias em qualquer momento que considerar oportuno.

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A Federação dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos (Fedect) já tinha orientado para o encerramento das paralisações. Mais cedo, os sindicatos do Rio de Janeiro e São Paulo também haviam aprovado a proposta, mas com ressalvas. 

Entre as reivindicações da categoria está mais segurança nas agências. Os profissionais também se posicionam contra a privatização das agências e demissões. 

A gestão João Doria (PSDB) pretende repassar a administração dos 107 parques municipais à iniciativa privada até o fim deste ano. O chamamento público para a concessão dos equipamentos, segundo informou o prefeito na manhã deste sábado, deverá ser aberto entre junho e agosto. O chamamento organizará as concessões em pacotes, que incluirão um parque de grande porte - como o Ibirapuera, na zona sul, ou o Parque do Carmo, na zona leste - e quatro menores. Doria não deu mais detalhes de como será o processo.

"Vamos ter ações combinadas, um parque mais nobre e outros mais afastados. Para que os parques mais ermos, da periferia, sejam adotados e tenham uma boa gestão também", disse o prefeito na manhã deste sábado, em evento no Ibirapuera. De acordo com Doria, várias empresas já demonstraram interesse em gerir o Ibirapuera, mas "oportunamente" será feito o anúncio do escolhido. "Não é uma cidade vendida, é a cidade melhorada, mais humanizada", defendeu.

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A capital tem 106 parques municipais. Até abril, segundo a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, será inaugurado um novo parque: o do Chuvisco, no Jabaquara, na zona sul. Nos casos dos parques Ibirapuera e do Carmo, Doria também quer conceder os planetários.

Durante o evento, o prefeito foi abordado por representantes de cooperativas, que temem perder o trabalho com as mudanças na administração. Segundo Antonia Cileide de Oliveira de Souza, presidente da Cooperativa dos Vendedores Autônomos do Ibirapuera, o prefeito assegurou que a entidade de ambulantes continuará operando mesmo com as concessões. "Se a mudança é para ser boa, não pode ser de uns e outros não. Tem de ser para todos", afirmou Antonia.

Doria esteve no Ibirapuera, acompanhado da primeira-dama, Bia, para apresentar a reforma de oito dos 16 banheiros do local, feita com R$ 450 mil pagos por empresas. Segundo ele, a manutenção também não terá custos para a Prefeitura. A conclusão das obras nos banheiros deve ser ocorrer em até 60 dias, quando também devem ser inauguradas novas quadras esportivas no parque, reformadas por empresas. Nos banheiros, 14 grafiteiros pintaram 11 novos murais.

Projeto

O plano de desestatização do tucano, uma de suas principais bandeiras, tem 55 itens. Além dos parques, estão na lista o Estádio do Pacaembu, que também será concedido, e o Complexo do Anhembi e o Autódromo de Interlagos, que deverão ser privatizados.

Neste mês, vereadores da oposição e também da base aliada já avisaram a Doria que não vão aprovar um pacote único para as desestatizações. Eles exigem que sejam elaborados textos específicos para cada equipamento a ser vendido ou concedido. Apesar de não ter declarado publicamente, Doria disse aos parlamentares que aceita fatiar seu plano em alguns projetos independentes.

Na manhã desta quinta-feira (23) a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) leiloou, no valor de R$ 68,2 milhões, os dois terminais de combustíveis (STM 04 e STM 05) do Porto Organizado de Santarém, no Pará.

Formado pela Petróleo Sabbá e Petrobrás Distribuidora, o Consórcio Porto Santarém foi o vencedor do leilão dos dois terminais. O primeiro lote foi arrematado por R$ 18,2 milhões e o segundo por R$ 50,005 milhões.

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As áreas STM 04 e 05, como são conhecidas, já estão em operação e trabalham com movimentação e armazenagem de graneis líquidos de combustíveis, como gasolina, diesel e etanol, procedentes do Porto de Manaus.

O Consórcio Porto Santarém vai desembolsar um valor total de outorga de R$ 68,2 milhões. Pela regra, 25% será pago na assinatura do contrato e o restante será quitado em mais quatro parcelas. Os investimentos nos dois terminais somam R$ 29,8 milhões e serão destinados à ampliação dos tanques de abastecimento de gasolina, etanol e diesel.

O diretor-geral da Antaq, Adalberto Tokarski, destacou que os contratos de operação dos terminais estavam vencidos, o que poderia gerar problemas de abastecimento na região. “Esses dois terminais não dão suporte só para a região de Santarém, mas para toda a região amazônica”, enfatizou.

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), quer conceder a gestão financeira do Bilhete Único para a iniciativa privada. O cartão é usado para pagar 94% das viagens de ônibus.

Uma licitação irá escolher a empresa que irá cuidar dos 15 milhões de bilhetes ativos. As empresas poderão permitir outros usos para o cartão, como pagamentos em geral. O projeto está dentro do Plano Municipal de Desestatização, que segundo a assessoria do prefeito, está previsto para ser apresentado nas próximas semanas. O objetivo é de reduzir os custos e melhorar a qualidade e a segurança do serviço.

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A gestão do tucano não tem estimativa de quanto irá arrecadar com a medida. 

O ministro do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Oliveira, disse hoje (11) que o governo estuda incluir os aeroportos de Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ) no programa de concessões à iniciativa privada.

“As discussões dentro do governo são para a ampliação do programa de concessão. Congonhas e Santos Dumont estão na lista de discussão, juntamente a outros aeroportos”, adiantou o ministro após reunião do Núcleo de Infraestrutura, no Palácio do Planalto.

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Além de aeroportos, mais trechos de rodovias e projetos de saneamento também deverão ser leiloados, segundo Oliveira.

Em março, o governo vai licitar a administração de quatro aeroportos: Fortaleza, Porto Alegre, Salvador e Florianópolis. A previsão é arrecadar no mínimo R$ 3 bilhões em outorgas com a concessão dos quatro terminais.

Um ato contra o desmonte, a privatização do setor elétrico e a retirada de direitos foi realizado nesta terça-feira (1°) no Recife. Trabalhadores se reuniram em frente a sede da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), em San Martin, Zona Oeste, para discutir sobre o assunto.

Uma das motivações para a mobilização, segundo a categoria, foi a aprovação da MP 735/16 – que altera leis do setor elétrico. O ato foi realizado pelo Sindicato dos Urbanitários de Pernambuco (Sindurb/PE) - representante dos trabalhadores da CHESF, a Federação Regional dos Urbanitários do Nordeste (FRUNE) e a Intersindical Nordeste. 

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Os profissionais também chamam atenção para a PEC 241 – que atualmente tramita no Senado como PEC 55 e estabelece um limite de gastos para os próximos 20 anos, a Reforma da Previdência, a terceirização e a flexibilização do contrato de trabalho.

“Estamos organizando uma luta para resistência a essas perdas de direito, a privatização que pode atingir a Chesf, a Eletrosul e as distribuidoras. A mobilização da nossa categoria é para reagir a esses golpes”, afirmou Fernando Neves, secretário de energia da FRUNE.

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