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O uso do nome social por travestis e transexuais foi regulamentado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) no início desta semana, por meio de uma Portaria Normativa do dia 20 deste mês. Segundo a instituição de ensino, o documento é fundamentado no Artigo 5º da Constituição Federal, que dispõe sobre a igualdade de todos os cidadãos perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.

A regulamentação também tem como argumento que é necessário o respeito aos direitos humanos, à pluralidade, bem como à dignidade humana. A decisão pretende garantir o ingresso, permanência e sucesso de todos os estudantes no processo de educação universitária.

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De acordo com a Federal, a norma abrange os registros acadêmicos da graduação, pós-graduação e extensão de todas as unidades da instituição de ensino. A Universidade também deixa claro que nome social é aquele que a pessoal escolhe para ser reconhecida, identificada e denominada na sociedade.

Os estudantes interessados em usar o nome social devem ser maiores de 18 anos e precisam requerer, por escrito, a inclusão do nome pela UFPE no momento da matrícula ou a qualquer momento do decorrer da qualificação. Sobre os alunos menores de 18 anos, o direito apenas poderá ser exercido através da apresentação de autorização, por escrito, dois pais ou responsáveis.

A instituição de ensino também informou que, segundo a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas e Qualidade de Vida (Progepe), os servidores da UFPE já estão amparados por duas portarias ministeriais para usar, se desejarem, o nome social.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) suspendeu, a contar desta quinta-feira (19), a venda de 70 planos de saúde oferecidos por 11 operadoras. Entre as empresas afetadas pela decisão está a Viva Planos de Saúde, com sede em Pernambuco. A proibição, no entanto, não impediu consultores de continuar comercializando o serviço.

Como um potencial cliente, nossa reportagem entrou em contato com um consultor que oferta planos de saúde em Pernambuco, indicado pelo plano. O LeiaJá foi informado de que as vendas continuam a ser realizadas como de costume. O consumidor que adquirir um dos planos do Viva, inclusive, tem a promessa de poder utilizar a rede credenciada da operadora 24h após a assinatura do contrato.

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A prática ilegal pode gerar multa que varia de R$ 80 mil a R$ 100 mil. As empresas são punidas por desrespeitar os prazos máximos de atendimento e por negar coberturas de determinados procedimentos, conforme uma resolução de 2011.

De acordo com a ANS, após o último programa de monitoramento, dos 65 planos suspensos, 43 foram reativados por apresentarem melhoras no atendimento aos consumidores e 22 permaneceram proibidos de comercializar seus serviços de saúde suplementar.

Das 11 operadoras com planos com comercialização proibida neste novo ciclo, oito já tinham planos em suspensão. Apenas uma operadora foi suspensa pela primeira vez. Ou seja, 73% das operadoras são reincidentes. “Esses percentuais são alarmantes e demandam medidas mais severas e eficazes pela ANS para a garantia da cobertura assistencial ao consumidor” pontua a advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Joana Cruz.

Ainda segundo o Idec, se o consumidor perceber que o plano ofertado a ele está com comercialização suspensa, deve denunciar a operadora à ANS através do número 0800.7019656, para que a agência reguladora aplique eventuais sanções administrativas. 

Já o consumidor que possui um plano cuja comercialização foi suspensa deverá ser beneficiado pela decisão, já que a condição para que o serviço volte a ser vendido é de que a operadora melhore o acesso à rede contratada.

O LeiaJá entrou em contato com Viva Planos de Saúde, que não se posicionou até a publicação da matéria.

A partir do dia 28 de janeiro, o Ministério da Justiça vai promover debates públicos sobre a regulamentação do Marco Civil da Internet e sobre o anteprojeto de lei para Proteção de Dados Pessoais. O objetivo da consulta pública é agregar contribuições de forma democrática e participativa. As sugestões poderão ser feitas por dois portais, que ainda serão lançados, e pelas redes sociais Twitter e Facebook.

O marco da Internet foi sancionado no ano passado pela presidente Dilma Rousseff, após longas discussões no Congresso Nacional. A lei já entrou em vigor, mas alguns pontos ainda precisam ser regulamentados.

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Já o anteprojeto visa a proteção de dados pessoais dos internautas. O Ministério da Justiça considera fundamental ter um marco legal de proteção de dados no Brasil baseado no consentimento e no uso legítimo desses dados, ferramentas de exercício de direitos e padrões mínimos de segurança e privacidade para o cidadão. Atualmente, mais de 100 países já possuem leis de proteção de dados pessoais.

Para o ministro José Eduardo Cardozo, o país precisa de uma regulamentação nesse sentido, e o governo contará com a participação de todos os brasileiros no debate que será realizado. "A participação de cada cidadão com ideias, críticas e avaliações é fundamental para que possamos construir uma regulamentação moderna e adequada às necessidades da sociedade", frisou.

Os flanelinhas do Recife Antigo, no centro da cidade, serão inscritos no processo de regularização durante uma semana, da próxima segunda-feira (15) até o dia 22 de dezembro. Na quarta-feira (10), após audiência e reunião, a Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano (Semoc) confirmou que irá credenciar estes guardadores de carro para coibir ações irregulares praticadas pelos mesmos.

No ato da inscrição, o flanelinha será fotografado e deverá apresentar RG, CPF e comprovante de residência. Ainda não foi detalhado como será o processo de inscrição, mas a Semoc prevê que estes profissionais serão procurados individualmente, para evitar que pessoas de outros bairros se cadastrem.  

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Já em janeiro de 2015, os flanelinhas ganharão um crachá intransferível e de porte obrigatório. O guardador credenciado terá seu cadastro suspenso ou cancelado caso cometa alguma conduta inadequada. Ainda segundo a Semoc, não haverá um valor fixo que o flanelinha deva cobrar e o cidadão não terá obrigação de pagá-lo. 

Projeto aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados pretende regulamentar o uso de armas com menor potencial ofensivo por policiais, a exemplo das armas elétricas e cassetetes de borracha.

A proposta aprovada na última terça-feira (11) determina que esses equipamentos deverão ser usados prioritariamente nos casos de abordagem a cidadãos desarmados, desde que o uso do armamento não letal não coloque em risco a integridade do agente de segurança.

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De acordo com o projeto, também será proibido o uso de arma de fogo contra quem estiver em fuga desarmado ou contra veículo que desrespeite bloqueio policial em via pública, a não ser que represente risco imediato aos agentes ou a outra pessoa. 

O projeto diz ainda que os cursos de formação de policiais deverão incluir conteúdo programático que os habilite ao uso de instrumentos não letais. O objetivo da proposta é diminuir o número de mortes causadas por policiais. Dados contidos no Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2013, 2.212 pessoas foram mortas em ações policiais em todo país; média de seis por dia.

Ainda de acordo com o projeto, quando o uso de arma não letal resultar em ferimentos, a polícia deverá assegurar a imediata prestação de socorro médico, bem como a comunicação do ocorrido à família. 

Elaborado inicialmente no Senado, o texto aprovado na CCJ é um substitutivo do deputado Mauro Benevides (PMDB-CE). Como sofreu mudanças, a matéria retornará para análise dos senadores nos próximos dias.

 

 

O senador Humberto Costa (PT-PE) comemorou nesta terça-feira (11), a aprovação da Medida Provisória n° 657/2014, que prevê regulamentações na estrutura da Polícia Federal (PF) e inclui a exigência de que o cargo de diretor-geral terá de ser ocupado, obrigatoriamente, por um delegado federal do quadro especial.

"A MP é extremamente importante para o processo de reestruturação da Polícia Federal. Há um compromisso do governo federal de que, aprovada essa matéria, haverá entendimento com as demais categorias da PF para que a maior parte dos cargos em direção e em comissão na agência possa continuar a ser ocupada por esses segmentos”, explicou o petista.  

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O diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, afirmou que a Media Provisória “não tem o condão de modificar a atual política de indicação para as funções de chefias e cargos comissionados”. 

Entre outras medidas, a MP nº 657 estabelece que a PF é “órgão permanente do Estado, organizado e mantido pela União” e “integrante da estrutura básica do Ministério da Justiça”. A medida segue para a sanção da presidente Dilma Rousseff. 

A Lei Anticorrupção deve ser regulamentada até o final deste ano, de acordo com expectativa do ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage. “Espero que assim seja. Claro que não posso assumir compromisso em nome da presidenta Dilma (Rousseff), porque é ela quem vai assinar o decreto. Mas, pelo avanço das discussões e das conversas conduzidas já nesta etapa, na Casa Civil, tudo indica que sairá muito proximamente o decreto”, disse Hage.

O ministro participou, na tarde desta sexta-feira (31), de seminário do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp) para discutir a Lei Anticorrupção, que ele costuma chamar também de “lei da empresa limpa”. Segundo o ministro, falta apenas “o ajustamento de alguns detalhes da legislação” para que a lei possa ser regulamentada.

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A Lei Anticorrupção (12.846/13) foi sancionada em agosto do ano passado, no “calor das manifestações”, segundo ele, mas ainda falta ser regulamentada. Ela responsabiliza as empresas por atos de corrupção contra a administração pública e define punições que variam de 0,1% a 20% do faturamento bruto do exercício anterior ao do processo administrativo. Caso não haja informação sobre faturamento, a multa à empresa pode ser estabelecida entre R$ 6 mil e R$ 60 milhões.

A lei também proíbe que as empresas envolvidas em episódios de corrupção recebam recursos de instituições financeiras públicas. Também não podem participar de processos de licitação nem contratar com o poder público durante o período de cumprimento da sanção. A lei pode levar até ao fechamento da empresa. A multa, ressaltou o ministro, nunca será inferior ao valor da vantagem obtida, e caso a multa não seja paga no prazo, a empresa será inscrita na dívida ativa.

Uma das controvérsias da lei, disse o ministro, envolve as empresas públicas. Uma questão polêmica, segundo Hage, é se as empresas públicas também estariam sujeitas a todas as penalidades, incluindo o fechamento da empresa e a interdição de suas atividades. "Imagina uma empresa de água e esgoto ter suspensas suas atividades. Isso me parece impensável. A aplicação da lei para as empresas estatais é prevista sim, mas tem que ser feita dentro do princípio da razoabilidade”, falou.

Embora a lei esteja em vigor desde janeiro, ela ainda não foi aplicada, porque não ocorreu nenhum fato posterior, segundo o ministro. Perguntado se o caso da Operação Lava Jato, que envolve a Petrobras, não poderia render punição à empresa, prevista já na Lei Anticorrupção, ele explicou que não, pois o fato é anterior à lei, embora o conhecimento sobre o episódio só tenha se tornada público este ano. “A lei entrou em vigor no dia 29 de janeiro de 2014. Não podemos fazer a lei retroagir para punir, porque a Constituição brasileira não permite. Então, todos os casos acontecidos antes da data não estão sujeitos a esta lei, mas a outras leis como o Código Penal, à Lei de Licitações ou à Lei de Improbidade”, explicou.

O ministro comentou ainda sobre sua expectativa para o segundo mandato da presidenta Dilma, e espera "a intensificação do combate à corrupção, o fortalecimento das instituições de controle, o empenho do governo pela reforma política - a começar pela alteração do financiamento empresarial dos partidos -, a redução do número dos partidos e a mudança do sistema partidário, para que se reduza a pulverização dos partidos nanicos no Brasil.

 

Responsáveis por envolver o público num ritmo único e em vários momentos exaltar a cultura negra, indivíduos ligados à cultura hip hop estão perto de se tornarem profissionais. Tramita na Câmara um projeto de lei, de autoria do deputado Romário (PSB-RJ), que além de querer essa profissionalização, também determina que as atividades dessas pessoas serão regidas pelo Consolidação das Lei do Trabalho (CLT).

Segundo informações da Agência Câmara de Notícias, são definidos como profissionais da cultura hip hop os disc-jockeys (DJs) ou operadores de disco; os mestres de cerimônia (MCs); os rappers; os beat box (percussionistas vocais); os artistas de break dance ou dança de rua; e os grafiteiros. A jornada máxima de trabalho para eles, segundo a proposta, será de seis horas e carga horária não superior a 30 horas por semana.

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A proposta também informa que os futuros profissionais estão resguardados quanto aos seus direitos autorais de criação e não serão obrigados a participar de projetos que julgam a oferecer risco a sua integridade física ou moral. Eles deverão fazer registro na Superintendência Regional do Trabalho de suas regiões, porém, será necessário comprovar a aprovação e conclusão em cursos técnicos de capacitação profissional, em instituições credenciadas e reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC) ou o exercício da profissão, sem interrupções, no ano anterior à publicação de lei de regulamentação. Ainda de acordo com a proposta, menores de 18 anos não poderão exercer as profissões ligadas à cultura hip hop, ao menos que seja na condição de aprendiz, a partir dos 14 aos, ou de estagiários, aos 16 anos de idade.

O projeto de lei já está tramitando em caráter de conclusão, apensado a proposta do ex-deputado Maurício Randes, que declara o hip hop como manifestação de cultura popular de caráter nacional. Ambos os textos serão analisados pelas comissões de Cultura; de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Com informações da Agência Câmara de Notícias 

Um ano depois de sancionada e seis meses após entrar em vigor, a Lei Anticorrupção - que pune empresas envolvidas em atos de corrupção - ainda aguarda regulamentação pelo Palácio do Planalto e não serviu de base para a abertura de nenhum processo administrativo em nível federal, de acordo com a Controladoria-Geral da União (CGU).

Especialistas avaliam que o atraso na edição do decreto que vai regulamentar a nova legislação tem atravancado sua aplicação. "A falta de regulamentação é um entrave, porque fica a dúvida se a lei está em vigor ou não", avalia Gil Castelo Branco, fundador da associação Contas Abertas. "A lei fica capenga por não estar regulamentada".

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Sancionada em 1º de agosto do ano passado, a lei 12.846/13 responsabiliza a pessoa jurídica por "atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira". Prevê ainda punição para as empresas responsabilizadas, que varia de 0,1% a 20% do faturamento bruto do exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, que independe de ação judicial.

O diretor-executivo da organização Transparência Brasil, Claudio Abramo, afirma que sem a regulamentação as sanções não podem ser aplicadas. "Se não tem isso, a punição não vale, porque pode ser facilmente contestada", argumenta. A Controladoria-Geral da União já enviou uma minuta da regulamentação para o Palácio do Planalto. O decreto que trata do tema está em análise na Casa Civil. O ministro-chefe da CGU, Jorge Hage, afirma que mesmo sem a edição do decreto os efeitos da lei estão valendo e processos podem ser abertos, mas reconhece que a demora de uma sinalização a nível federal dificulta que Estados e municípios façam suas próprias regulamentações da norma. "Temos ouvido isso de muitos responsáveis por órgãos de Estados e prefeituras, que estão aguardando a regulamentação federal para tê-la como norte".

Como a legislação trata de casos de corrupção em todos os entes federados, as regulamentações em estados e municípios servirão para, segundo Hage, definir quais serão os órgãos responsáveis pela efetivação da norma. Ele afirma que, mesmo sem processos instaurados com base na lei, as penalidades previstas para as empresas já causam um "efeito inibidor da corrupção". Procurada pela reportagem, a Casa Civil disse que a Lei Anticorrupção "já está em vigor, independente de qualquer regulamentação do poder executivo federal" e que o decreto de regulamentação está em análise no governo.

A Câmara dos Deputados começou a analisar o Projeto de Lei 6037/13, do deputado José Stédile (PSB-RS), que proíbe a divulgação de sondagens ou enquetes eleitorais que não sigam os padrões técnicos definidos na legislação. A proposta será apreciada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania antes de seguir para o Plenário.

Atualmente, há apenas uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre divulgação de enquetes ou sondagens eleitorais sem controle de amostra. Nesses casos, de acordo com o TSE, deverá ser informado que não se trata de pesquisa, mas de mero levantamento de opiniões contando apenas com a participação espontânea do entrevistado.

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De acordo com o deputado, a resolução do TSE necessita de uma base legal clara que proíba a divulgação de consultas desse tipo à opinião pública. Para Stédile, cabe ao Congresso Nacional legislar sobre o assunto e retirando-as do processo eleitoral. O deputado acredita que as enquetes “têm sido utilizadas com muita frequência para distorcer o processo de formação da vontade do eleitor”.

*Com informações da Agência Câmara

 

O governo federal espera ter em um ano um panorama das áreas de produção agrícola e de vegetação natural conservada em cada uma das propriedades de terra do País. Esse é o prazo inicial para que os proprietários de terra ingressem no Cadastro Ambiental Rural (CAR), cuja instrução normativa foi publicada em edição extraordinária do Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira (5). O cadastro é autodeclaratório e conta com imagens de satélite que delimitam a área dos imóveis rurais.

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, garante que a análise dos dados permitirá o monitoramento e a recuperação das áreas desmatadas nos 5,6 milhões de imóveis rurais do País. Seis Estados (São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Pará e Mato Grosso do Sul) tinham cadastros estaduais que foram interligados ao sistema nacional. "Essa fotografia dá visão clara do território brasileiro e do que pode ser recuperado. O Brasil nunca teve um cadastro como esse", afirmou Izabella.

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O desenvolvimento do sistema, que pretende receber o cadastro de todas as propriedades rurais brasileiras, custou R$ 70 milhões. A publicação das regras estava prevista no Código Florestal, sancionado em 2012. Segundo a ministra, o ano passado inteiro foi necessário para desenvolver o sistema e capacitar as pessoas para usá-lo.

A demora para a regulamentação do CAR era criticada por especialistas da área do meio ambiente porque era vista como favorável aos proprietários de terra que ganhavam tempo para regularizar as áreas de proteção ambiental das propriedades. O prazo inicial para que cada proprietário rural se cadastre é de um ano contando a partir da publicação da instrução normativa. Há possibilidade, porém, de prorrogação por mais um ano. "Se depender de mim, desejaria que não fosse prorrogado. O que interessa é irmos para a recuperação ambiental", afirmou.

O governo promete fiscalizar quem não fizer o cadastro. Entre as penalidades estão a restrição de crédito pelos bancos e a recusa de grandes varejistas em fazer negócios com quem não estiver com os dados em dia. Mesmo que uma propriedade rural esteja dividida em várias matrículas, é preciso fazer apenas um cadastro rural, para que os grandes produtores não se beneficiem da legislação mais branda destinada aos pequenos e médios.

O plenário da Câmara aprovou nesta quarta-feira projeto que regulamenta a criação e o funcionamento das guardas municipais, permitindo o uso de arma de fogo nos casos previstos no Estatuto do Desarmamento. A proposta segue para análise do Senado.

O texto final aprovado é de uma subemenda do relator pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, deputado Fernando Francischini (SDD-PR). De acordo com a proposta, a guarda municipal não pode ter efetivo superior a 0,5% da população do município, referida no censo ou estimativa oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se houver redução da população, fica garantida a preservação do efetivo existente, o qual deverá ser ajustado à variação populacional.

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O exercício das atribuições dos cargos da guarda municipal vai requer capacitação específica, com matriz curricular compatível com suas atividades, com duração mínima de: 480h para o curso de formação para ingresso na carreira; 80h para o curso de aperfeiçoamento anual; e 100h de curso específico para acesso à progressão na carreira. A criação da guarda municipal, guarda metropolitana e de fronteira deverá, no entanto, ser aprovada por lei municipal dos municípios envolvidos.

Pouco mais de um ano após ser aprovada, a chamada "PEC das Domésticas", emenda constitucional que amplia os direitos trabalhistas dos empregados domésticos no País, ainda depende de regulamentação, que está parada na Câmara. Com a maioria dos benefícios ainda sem regulamentação - como FGTS, férias e adicional noturno -, a emenda não provocou mudanças significativas no mercado de trabalho e ainda não conseguiu aumentar a formalização no setor.

Segundo dados da pesquisa Pnad Contínua, do IBGE, apesar de a formalização no mercado de trabalho ter crescido em todas as regiões do Brasil no último trimestre de 2013, no segmento de empregados domésticos o índice permaneceu estável - foi de 31,3%, no último trimestre de 2012, e de 31,1%, no mesmo período de 2013.

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Em São Paulo, o Sindicato das Empregadas e Trabalhadores Domésticos registrou um aumento de 5% no número de profissionais com registro em carteira em 2013. Mesmo com esse crescimento, Eliana Gomes Menezes, diretora do sindicato, acredita que o atraso na regulamentação pode ter incentivado demissões no setor ao longo do último ano. "Quem contrata está com medo de ser penalizado e prefere demitir a funcionária", diz.

A agência de empregos Única, especializada na contratação de trabalhadores domésticos, teve queda de 50% no número de contratos fechados entre março e abril do ano passado, época da aprovação da PEC - e nunca mais voltou ao patamar anterior.

Por ora, apenas a nova jornada de trabalho já está em vigor - 44 horas semanais. No entanto, muitos empregados continuam com uma carga horária superior. É o caso de Maria de Oliveira, doméstica há quatro anos, mas sem registro em carteira.

Contratada há um mês, ela afirma que ainda negociará a formalização com os patrões, desde que o salário não diminua por causa dos benefícios. "Como eu recolhia os impostos como autônoma, a lei não mudou nada na minha vida", conta.

Ela recebe R$ 1,7 mil para trabalhar de segunda a sexta, valor acima da média do mercado. Por outro lado, cumpre uma carga diária elevada: dorme na casa dos patrões, começa o expediente às 7h e encerra às 22h, com uma hora de intervalo.

Diaristas

Para escapar da obrigatoriedade do registro em carteira, Maria Augusta Bruschini, que agencia domésticas voluntariamente na Paróquia Santa Teresa de Jesus, no Itaim, em São Paulo, explica que os contratantes optam por duas profissionais para não estabelecer vínculo trabalhista.

Joselita dos Santos, diarista há três anos sem registro, confessa que não notou muitas mudanças com a nova legislação. "ão conheço ninguém que tenha passado a receber FGTS ou aumento de salário. Pelo contrário, algumas pessoas estão recebendo menos."Ela argumenta que os patrões não podem manter a mesma remuneração e ainda arcar com as despesas dos benefícios.

No entanto, alguns trabalhadores já usufruem dos novos direitos. Maria das Graças Nunes Silva, de 56 anos, era registrada há 18 anos, mas não tinha controle de jornada de trabalho - chegava a trabalhar até 15 horas por dia. "m maio, logo após a aprovação, minha patroa sentou com a gente para discutir o assunto" conta. Hoje, Maria trabalha das 13h às 21h, recebe hora extra e até o FGTS - que ainda nem foi regulamentado. "É ótimo porque agora eu tenho mais tempo livre e até faço academia." Ela diz que algumas conhecidas passaram até a estudar à noite.

Para Mário Avelino, presidente do Instituto Doméstica Legal, a emenda tem o potencial de aumentar rapidamente a formalização no setor, mas necessita de ajustes. "A PEC é boa, porque quebra talvez a última barreira de uma cultura escravagista. No entanto, como o empregador não é uma empresa, é preciso deixá-la equilibrada", diz. "Estimo que, até dezembro, com a multa, a informalidade no setor deve diminuir uns 30%. Se a lei for regulamentada de forma que olhe os dois lados, podemos diminuir até 50%."

Patrões

Já para o Sindicato dos Empregadores Domésticos do Estado de São Paulo, a legislação não é viável por ser muito onerosa ao contratante. "Não adianta gerar direitos e mais direitos de uma categoria em detrimento daqueles que os empregam", diz Margareth Galvão, presidente da instituição.

"O salário (dos patrões) não subiu na mesma proporção que os encargos trabalhistas criados pela emenda." Segundo ela, o sindicato recebe cerca de 30 ligações por dia, sendo a preocupação maior o cuidado ao idoso, que inclui jornada noturna.

Para a voluntária Maria Augusta Bruschini, é cada vez mais difícil encontrar profissionais dispostos a pernoitar no trabalho - em parte porque as funcionárias não querem e também pela dificuldade de delimitar a carga de trabalho. "Na época em que a lei saiu, a procura caiu bastante, porque as patroas não sabiam como registrar ou não queriam o vínculo trabalhista."

Para simplificar essa dinâmica, surgiram empresas de pagamento eletrônico de funcionários como a Pagga Domésticos, que ajudam os patrões a cuidar da burocracia. Pelo modelo, o empregador paga um boleto com o valor total e a doméstica recebe o salário em conta ou por meio de um cartão de débito oferecido pela empresa.

A companhia tem 11 mil empregadores cadastrados, sendo que 4,6 mil utilizam os serviços ativamente. "Quem se cadastrou ainda não utiliza o serviço porque está aguardando a regulamentação da lei, principalmente o início da obrigatoriedade do recolhimento do FGTS", explica o presidente da empresa, Armando Ribeiro. Com a regulamentação da emenda, a estimativa da Pagga é atingir 100 mil trabalhadores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A regulamentação da profissão de fotógrafo foi aprovada, recentemente, em âmbito nacional pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, da Câmara dos Deputados. O projeto é de autoria do deputado Fernando Torres (PSD-BA) e agora seguirá para o Senado.

Segundo informações da Agência Câmara de Notícias, o texto da proposta diz que "estão aptos ao exercício profissional de fotógrafo os diplomados em fotografia no ensino superior ou no ensino técnico. Os não diplomados também poderão exercer a profissão, desde que, na data de início de vigência da nova lei, tenham exercido a atividade por, no mínimo, dois anos”.

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Por meio de declaração da respectiva entidade de classe será possível comprovar o tempo de serviço do fotógrafo. Para essa comprovação também poderão ser usados recibos de pagamentos de serviços prestados, bem como declaração da empresa organizadora.

O relator do projeto, o deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), foi favorável à proposta, por meio de emenda, aprimorando a técnica legislativa. Ficou excluída a regulamentação do repórter fotográfico a serviço de empresa jornalística, uma vez que esse profissional já está devidamente regulamentado.

 

Com informações da Agência Câmara de Notícias

 

Para aprovar rapidamente a lei que regulamenta as manifestações de rua e tentar fazer com que as regras valham para os jogos da Copa do Mundo que começam no dia 12 de junho, governo e Congresso decidiram, nesta quinta-feira (10), que vão tentar trabalhar juntos. No Parlamento, tramitam mais de dez propostas sobre o assunto. Em uma reunião, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, apresentou os pontos considerados chave para o Planalto aos presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

O acordo, ao final, foi concentrar os trabalhos nas mãos do senador Pedro Taques (PDT-MT), autor de um projeto substitutivo no Senado que deveria ser votado esta semana na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas foi adiado para a quarta-feira (16). Cardozo reconheceu que a proposta apresentada por Taques, que tem a tramitação mais avançada, é também a de maior sintonia com o que o governo espera.

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“O Brasil é um país democrático e nós precisamos de manifestações, mas prática de crimes nas manifestações isto tem que ser coibido e tem que ser criminalizado”, explicou Taques. Segundo ele, a ideia é preencher a falta de uma legislação de emergência no país a partir de alterações pontuais do Código Penal. No substitutivo ao Projeto de Lei (PLS 508/13), Taques defende o aumento de pena para crime  relacionado ao patrimônio, permite que a autoridade policial possa investigar os danos e qualifica o homicídio praticado nas manifestações.

O relator também defende penas mais rigorosas para os casos de lesão corporal e retira a proibição do uso de máscaras pelos manifestantes. “Nós entendemos que não se faz possível aqui no Brasil a proibição de uso de máscaras em manifestações. Existe quem defenda que sim. Nós vamos debater isto na CCJ”, disse.

Mesmo com o acordo a Câmara continua analisando normalmente as propostas que tramitam na Casa sobre o tema. Mas, para dar celeridade, a ideia é que os pontos consensuais já sejam acordados e que divergências sobre trechos mais polêmicos, como a proibição do uso de máscaras em protestos e aumento de penas para crimes praticados durante manifestações, comecem a ser debatidos. Outra polêmica é a inclusão ou não nessa mesma proposta de sanções para casos de abusos cometidos por policiais.

O presidente da CCJ no Senado, Vital do Rêgo (PMDB-PB), não acredita na aprovação de um texto consensual antes da Copa. “Queremos encontrar um projeto que seja comum e receba o apoio de ambas as Casas. Acho muito difícil [valer para a Copa do Mundo]”, avaliou.

Apesar do pessimismo do parlamentar, o ministro da Justiça disse que a aprovação da proposta antes do Mundial é uma questão de vontade política. “Quando as pessoas querem, elas conseguem”, afirmou.

Cardozo evitou apontar questões irredutíveis para o governo e limitou-se a afirmar que a lei será construída conjuntamente e não pode limitar o direito à liberdade de expressão ou de reunião da população. “O governo já vem estudando um projeto que possa garantir a possibilidade das pessoas se manifestarem sem qualquer tipo de abuso de pessoas [cidadãos comuns] ou autoridades”, garantiu.

Um ano depois de aprovada a Emenda à Constituição que ampliou os direitos trabalhistas dos empregados domésticos, a falta de regulamentação torna ineficaz a PEC das Domésticas. A tramitação na Câmara dos Deputados, atrasada pela bancada feminina que aguardava o ano eleitoral para ter uma plataforma eficaz de busca de votos, será, agora, uma das prioridades desse mês de abril. Durante a votação, contudo, deve haver mudanças em pontos fundamentais, como a contribuição sindical, e o banco de horas. A regulamentação da Emenda das Domésticas foi aprovada no Senado em julho do ano passado. Como já foi analisado pela Comissão Mista de Regulamentação das Leis, e portanto, já avalizado por deputados e senadores, o texto deveria ter seguido direto para o plenário da Câmara. Usando manobras regimentais, a bancada feminina, encabeçada pela deputada Benedita da Silva (PT-RJ), conseguiu segurar a votação, mas agora vai pressionar pela aprovação rápida.

Benedita, que sempre se opôs a algumas ideias do autor da regulamentação, senador Romero Jucá (PMDB-RR), vai apresentar emendas no plenário. Vai propor que a contribuição sindical, facultativa no texto original, passe a ser obrigatória. Para ela, é preciso garantir que os trabalhadores domésticos tenham exatamente os mesmos direitos dos demais. Com base nesse mesmo argumento, outra mudança que Benedita tentará emplacar é em relação ao banco de horas. Após diversas reuniões com o governo, Jucá determinou que primeiras 40 horas extras mensais - a PEC instituiu um regime de oito horas de trabalho diárias - devem ser pagas em dinheiro. O restante permanece no banco de compensação de horas, que pode ser revertido em folgas no fim de um ano.

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Para a deputada, que já foi empregada doméstica e atua diretamente na causa, todo o excedente trabalhado deve ser pago mensalmente, não devendo restar brechas para conflitos entre patrões e empregados. Ela também quer mudar o porcentual de contribuição ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) que Jucá estabeleceu no texto. O senador sugeriu que o empregador pague 11,2% por mês, sendo 8% para a contribuição e 3,2% para um fundo que constituirá a multa de 40% por demissão sem justa causa. Jucá alega ser necessário assegurar aos patrões condições de arcar com os custos trabalhistas gerados pela nova lei. Caso o empregado se afaste por conta própria ou seja demitido com justificativas previstas em lei, como maus tratos e abandono de emprego, o patrão poderá reaver o valor. Funcionaria como se fosse uma poupança forçada.

Benedita afirma que há necessidade de dar ao empregado doméstico o mesmo tratamento dado aos demais profissionais e, portanto, deseja que o empregador pague 8% mensais de FGTS e, nos casos de demissão sem justa causa, arque com os custos trabalhistas. Após a votação pelos deputados, a regulamentação dos direitos das domésticas será novamente votado pelo Senado e, em seguida, vai à sanção da presidente Dilma Rousseff. Ela pode vetar trechos, mas não possui prerrogativa de acrescentar artigos ou modificar a redação que receberá do Congresso. Crítico da demora da Câmara em votar o texto e insatisfeito com as mudanças que a bancada feminina da Câmara pretende implementar, Jucá avisou: "O Senado vai analisar as emendas que os deputados acrescentarem ao texto, mas se não concordarmos, voltamos ao texto original.

O Marco Civil da Internet (PL 2126/11) será alterado em dois pontos a pedido de líderes partidários. O relator do projeto, deputado Alessandro Molon (PT-RJ), vai fazer ajustes na redação sobre a regulamentação do princípio da neutralidade de rede, ponto mais polêmico do texto. Além disso, será retirado do projeto o ponto que obriga as empresas estrangeiras a manter data centers no Brasil para armazenamento de dados. A votação do Projeto de Lei acontece “impreterivelmente” na próxima terça (25), segundo o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), mesmo se não houver acordo.

A retirada dos data centers foi definida na noite de terça-feira (18), quando líderes governistas se reuniram com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Já o acordo sobre a neutralidade foi fruto de uma reunião de líderes realizada na manhã desta quarta-feira (19) com todos os líderes, Cardozo, e a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti.

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Ponto principal do texto, a neutralidade de rede determina que os usuários sejam tratados da mesma forma pelas empresas que gerenciam conteúdo e pelas que vendem o acesso à internet. Ficará proibida a suspensão ou a diminuição de velocidade no acesso a determinados serviços e aplicativos e também a venda de pacotes segmentados por serviços – só redes sociais, só vídeos, por exemplo.

O projeto, no entanto, dá à presidente da República o poder de regulamentar as exceções à regra para serviços de emergência ou segundo requisitos técnicos. No entanto, Cardozo ressaltou que a presidente Dilma Rousseff terá de ouvir a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e o Comitê Gestor da Internet (CGI.Br) antes de assinar o decreto. “Para ouvir tanto a sociedade quanto um órgão técnico”, esclarece o ministro da Justiça.

Com informações da Agência Câmara

Começa a funcionar nesta segunda-feira (17) o Sistema Integrado de Gestão de Aparelhos (Siga), serviço que tem como objetivo bloquear os aparelhos não homologados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que operam no País. Neste primeiro momento, a ferramenta irá apenas criar um banco de dados, que será alimentado até setembro deste ano. Depois deste período, os gadgets que não corresponderem às normas da reguladora serão, enfim, desativados.

Este sistema tem custo de aproximadamente US$ 10 milhões e foi financiado pelas operadoras Vivo, Tim e Oi. A homologação de aparelhos pela Anatel garante segurança aos usuários que pretendem adquiri-lo, além da certeza de que seus recursos funcionarão normalmente no Brasil, como o 4G, por exemplo.

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Para evitar esse tipo de problema, o órgão recomenda que o consumidor consulte o Sistema de Gestão de Certificação e Homologação (SGCH) e cheque se o produto adquirido é homologado. Além disso, todo produto certificado é identificado com um selo da Anatel.

O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, anunciou nesta quarta-feira (12) que, a pedido dos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Casa Civil, Aloizio Mercadante, retirou o Marco Civil da Internet (PL 2126/11) da pauta desta semana.

Segundo o presidente, os ministros explicaram que querem algum tempo para poder construir um acordo que permita a aprovação da proposta. "Eles pediram mais uma semana para se chegar a um acordo para que o texto aprovado seja acordado por toda a Câmara dos Deputados", disse Alves.

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O líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), já disse várias vezes que a orientação da bancada é votar contra a proposta. Cunha também apresentou um texto alternativo para a proposta.

O Marco Civil da Internet, que tranca a pauta da Câmara desde outubro do ano passado, é um Projeto de Lei (PL) que visa estabelecer direitos e deveres na utilização da internet no Brasil. Desde que chegou ao Congresso Nacional, em 2011, a proposta nunca foi votada.

Aprovada há seis meses pelo Congresso Nacional, a Lei Anticorrupção entrou em vigor nesta quarta-feira, 29, sem que os principais avanços por ela trazidos possam ser implementados. Isso porque, algumas das novas punições previstas para empresas envolvidas em atos de corrupção contra a administração pública, como a aplicação de multas que podem chegar a 20% do faturamento, ainda precisam de regulamentação para serem efetivadas de fato.

Segundo disse o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, em entrevista à rádio Estadão, o decreto que irá definir detalhes de pontos da lei já está praticamente pronto, mas ainda precisa passar pelo crivo da presidente Dilma Rousseff. A expectativa é que a regulamentação saia até semana que vem.

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Desde a aprovação do texto principal, já se passaram 180 dias sem que a CGU, a Advocacia-Geral da União (AGU) e o Ministério da Justiça, sob coordenação da Casa Civil da Presidência, conseguissem um acordo sobre o teor do decreto.

Além da dosimetria dos prazos e valores da multas, outro ponto ainda carente de detalhamentos é o acordo de leniência, ou seja, os critérios a serem usados para atenuar ou agravar a punição às empresas infratoras. "O órgão terá um prazo para negociar o acordo, avaliar se realmente lhe interessa. Isso pode reduzir a multa em até dois terços, mas não dispensá-la da reparação integral do dano que ela (empresa) tiver causado à administração público", explicou o ministro Hage. O rito processual a ser usado para responsabilizar administrativamente as empresas também estará na regulamentação.

A proposta reforça mecanismos de punição que até então eram praticamente inexistentes contra pessoas jurídicas que, por exemplo, pagam propina a servidores públicos ou autoridades para obter vantagens em contratos e licitações. É o caso, por exemplo, da empreiteira Delta, investigada em 2012 pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Cachoeira por suspeita de distribuir propina e vantagens a servidores em troca de favorecimento em obras públicas.

Pela lei, empresas envolvidas em corrupção podem sofrer sanções judiciais, como ter suas atividades suspensas ou interditadas, ou até ter ser dissolvida. Hoje a lei das licitações responsabiliza as empresas no âmbito administrativo e a lei da improbidade administrativa na parte cível.

A proposta prevê punição para pessoas jurídicas que corromperem agentes públicos para obter vantagens, fraudar ou fazer combinações e conluios em licitações, oferecer vantagem indireta, manipular contratos, criar empresas irregularmente para participar de contratos e usar "laranjas" para ocultar reais interesses ou identidade dos beneficiados.

As empresas que cometerem os atos previstos na lei ficam sujeitas à multa que varia de 0,1% a 20% do faturamento do ano anterior - a regulamentação ainda vai detalhar os critérios de aplicação dessa penalidade. O texto da lei prevê ainda a declaração de inidoneidade por até cinco anos, cassação de licença, rescisão de contrato, proibição de receber incentivos e subvenções públicas. A empresa ficará proibida, também, de fechar contratos com o setor público.

 

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