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Deputados estaduais mineiros derrubaram nesta terça-feira, 12, por 55 votos a três, os vetos do governador mineiro Romeu Zema (Novo) ao reajuste salarial ampliado para servidores. Eram necessários 39 votos para que o veto fosse derrubado. Além dos policiais, que fizeram paralisações entre fevereiro e março deste ano, a decisão dos deputados beneficia também servidores das áreas de educação e saúde.

Na semana passada, o governador havia vetado um adicional de 14% para segurança e saúde e 33,24% para educação, referendando a recomposição de 10,06% a todo funcionalismo público que ele mesmo enviou para a Assembleia Legislativa, no início de março, pressionado pelo movimento dos policiais.

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Assim, Zema devolveu aos deputados uma versão final do projeto de lei, que trata da recomposição salarial de 10,06% para todas as categorias de funcionários públicos, com adendo do pagamento retroativo a janeiro de 2022 para as três categorias e aumento do auxílio vestimenta aos militares.

Quando assinou o veto, Zema disse que o Estado não teria condições de arcar com os reajustes pedidos. De acordo com cálculos da área de gestão do governo mineiro, eles resultam em acréscimo de R$ 5 bilhões a folha na pagamentos do Estado.

Nesta segunda, 11, véspera da votação na Assembleia, Zema voltou a criticar a tramitação do projeto de derrubada dos vetos. "Cuidado com as fake news daqueles que só se interessam por votos. Os servidores públicos merecem respeito, que começa por dizer a verdade, sem mentiras ou ilusão", afirmou. "O reajuste de 10% é hoje o limite que o Estado consegue pagar a todos os 600 mil servidores, ativos e inativos, e terá impacto de R$ 5 bilhões por ano nas contas de Minas Gerais", disse o mandatário.

Zema tem 48 horas para sancionar a iniciativa da ampla maioria de deputados estaduais. De acordo com alguns parlamentares, porém, o governador pode tentar judicializar a questão, o que poderia levar os reajustes serem feitos somente em novembro deste ano, após as eleições gerais.

"Se Zema judicializar, o debate vai para outra esfera. Esperamos que a Justiça, caso ele de fato judicialize, esteja do lado do povo mineiro, principalmente daquele que depende da escola pública, do SUS (Sistema Único de Saúde) e precisa de segurança pública", afirmou o líder da oposição na Casa, André Quintão (PT).

A assessoria de imprensa do governo estadual não se manifestou sobre o assunto até a publicação deste texto.

O mercado financeiro está no escuro com o "apagão de dados" do Banco Central, que deixou de publicar indicadores e projeções por causa da greve dos servidores. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no começo de maio, também pode ter sua preparação afetada pelo movimento dos funcionários do órgão, que pedem um reajuste salarial de 26,6%. Em média, um analista do BC ganha R$ 26,3 mil mensais.

As decisões do Copom são embasadas em um conjunto de apresentações técnicas do corpo funcional do BC, que tratam da evolução e de perspectivas das economias brasileira e mundial, das condições de liquidez e do comportamento dos mercados.

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"O mercado está no escuro. Isso é verdade. Por outro lado, o BC já telegrafou a alta para 12,75% em maio (aumento de 1 ponto porcentual), o que fica mais incerto são os próximos passos", disse o economista Alexandre Schwartsman, que já esteve em uma das cadeiras do Copom.

O economista-chefe do Banco Alfa, Luis Otavio Souza Leal, disse que o mercado acompanha a greve de "soslaio", dado que ainda falta tempo para a reunião. "Mas não é uma situação confortável, além de ser inédita."

Numa das maiores greves da categoria, no governo Lula, em 2007, ocorreram atrasos no Boletim Focus, mas a realização do Copom foi preservada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um dia depois de os servidores do Banco Central anunciarem uma greve por tempo indeterminado a partir de sexta-feira, 1º, categorias do funcionalismo público intensificaram movimentos pela paralisação ontem prometendo ampliar mobilizações caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) não conceda reajustes lineares a todo o funcionalismo.

Funcionários do Tesouro aprovaram cruzar os braços em dois dias, na sexta-feira e no próximo dia 5, para pressionar por reajuste de 19,9%, que, segundo a categoria, repõe a inflação entre 2019 e 2021. A categoria também deve votar na próxima terça, 5, a possibilidade de greve por tempo indeterminado.

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Nesta segunda, 28, servidores da Receita Federal fizeram uma manifestação na frente do prédio do Ministério da Economia. Levantamento do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais (Sindifisco) mostra que orçamento do órgão teve redução de 60% nos últimos cinco anos, sem considerar as perdas inflacionárias. Somente neste ano, o corte foi de 51% se comparado ao orçamento que estava previsto inicialmente, de R$ 2,2 bilhões.

Os auditores também pedem a regulamentação da Lei 13.464, de 2017, que trata da instituição da gratificação, um bônus de eficiência. Desde dezembro de 2021, os auditores fiscais estão mobilizados. Segundo o sindicato, mais de 5 mil auditores assinaram carta se recusando a aceitar cargos de chefia, além da articulação da operação-padrão (tartaruga) nos postos de fronteira.

No BC, o presidente Roberto Campos Neto se reuniu com os servidores ontem, mas, segundo o sindicato da categoria, não houve apresentação de proposta para reajuste. Uma nova reunião do sindicato com Campos deve ocorrer nesta sexta, 1º. Os servidores do órgão querem reajuste de 26,6%.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Professores e servidores da Universidade Federal do Vale Vale do São Francisco (Univasf) realizam, nesta quarta-feira (23), uma paralisação pela campanha salarial. Os profissionais pedem reajuste de 19,99% nos vencimentos. De acordo com as categorias, as remunerações não são reajustadas há cinco anos.

Além do piso salarial, a Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal do Vale do São Francisco (SindUnivasf) reivindica a revogação da Emenda Constitucional 95 e o arquivamento da PEC-32. Também nesta quarta, o SindUnivasf realiza uma assembleia para decidir a deflagração ou não de greve.

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Prestadores de serviço IPTV foram processados pela segunda vez nos Estados Unidos, após arcar com uma indenização milionária para Netflix, Amazon e outras produtoras. Em 2018, a Justiça da Flórida já havia determinado o fechamento da plataforma SetTV.

O serviço IPTV é oferecido por empresas clandestinas como uma forma alternativa de assistir canais de televisão por assinatura, com preços abaixo do mercado. Nos últimos anos, a prática ganhou clientes no Brasil e já abalou o mercado tradicional de TV a cabo.

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De acordo com o site TorrentFreak, os sócios da extinta SetTV, Nelson Johnson e Jason Labossiere, foram condenados a pagar US$ 90 milhões em indenizações no primeiro processo.

Os dois ficam impedidos de abrir empresas no ramo. No entanto, um deles não cumpriu o acordo e abriu empresas de fachada para receber os pagamentos dos aparelhos comercializados a partir de US$ 24. 

O novo processo envolve três empresas que, na verdade, têm o mesmo provedor da SetTV. A acusação contra ExpediteTV, Mundo TV e Must TV cite que, além do crime de interceptação de sinal de transmissão, devem responder por violação dos direitos autorais.

“Desde que o governo Bolsonaro começou, já havia um clima de apreensão interna em relação a como trabalhar essas questões dos arquivos da Ditadura, mas, com o tempo, as chefias traziam várias orientações em várias áreas. Alguns assuntos deviam ser evitados”.

Funcionários do Arquivo Nacional, órgão responsável por preservar e divulgar documentos históricos do Brasil, relataram ao Brasil de Fato um cenário de "censura não escrita", mas presente na rotina interna: ordens para evitar ao máximo divulgação de datas e documentos do regime militar.

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A reportagem ouviu três servidores de carreira do órgão, sob a condição de anonimato. Além do clima de vigilância e de possíveis retaliações, os três apontaram manobras nas gestões ligadas ao presidente Jair Bolsonaro (PL) para minar o trabalho em temas considerados incômodos.

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Uma delas é a mudança nas regras de gratificações, consideradas diferenciadas no funcionalismo público, que "ficaram maiores para cargos de chefia e menores para quem realmente toca o trabalho do dia a dia".

Eles também comentaram as consequências do Decreto 10.148, assinado pelo ex-ministro Sergio Moro em 2019, quando ainda estava à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que retira do Arquivo Nacional a prerrogativa de decidir sobre a eliminação, ou não, de documentos produzidos pelos diferentes órgãos públicos.

Nenhum dos profissionais disse ter conhecimento sobre a destruição deliberada de documentos públicos que já constam na base de dados de arquivos relativos à Comissão Nacional da Verdade (CNV) ou outros que possam ser considerados ameaçadores, mas temem pela integridade dos que ainda estão em posse dos diferentes ministérios e órgãos de governo.

Decreto esvaziou atribuição do órgão para avaliar eliminação de documentos

Jaime Antunes, ex-diretor do Arquivo Nacional e longevo ex-presidente do Conselho Nacional de Arquivos (Conarq), explica que a norma retira da entidade a função de arbitrar sobre as decisões de preservação, ou não, de documentos em ministérios como o da Defesa, por exemplo.

Em sua opinião, esse decreto é um "balão de ensaio para um outro que ainda não saiu, mas que já está no governo federal" e que fere o conteúdo do artigo 18 da lei 8.159 de 1991. 

"A intenção está no porvir. Eles querem que o órgão passe a ser o que produz o documento, aplica uma tabela de temporalidade criada pelo Arquivo Nacional e que também passe a ser o guardião da documentação considerada permanente", comenta o arquivista que também alerta para o fato de os documentos digitais serem mais vulneráveis a interferências que os documentos físicos. "Eu não sei se os ministérios estão dando conta de fazer uma boa gestão desse volume de informação".

Bruno Morasutti, advogado e membro do Fórum de Acesso a Informações Públicas, critica que uma decisão "tão importante" tenha sido tomada sem ser debatido com a sociedade, que é a maior interessada no controle da administração pública, inclusive por fóruns de controle externos, como os tribunais de contas regionais ou federais.

"Nos preocupa que a gestão e destinação de documentos públicos estejam sendo tomadas por pessoas que, em muitos casos, não possuem qualificação adequada para isso e que não observam critérios reconhecidamente importantes para fins de preservação de conhecimento”, protesta.

Por sua vez, a direção do Arquivo Nacional refuta as acusações de desvio de finalidade e argumenta em seu site oficial que o decreto possui o aval do corpo técnico e visa dar "maior autonomia técnica e responsabilidade para os órgãos e entidades da APF [administração pública federal] na análise e destinação final dos documentos públicos por elas produzidos e recebidos".

Ex-diretor vê "descontinuamento" de ações de memória da Ditadura

Antunes, que já está desvinculado de suas antigas funções, relembra os esforços que envolveram a busca, catálogo e muitas vezes restauração de documentos relacionados à ditadura militar (1964-1985), que fazem parte do acervo da Comissão Nacional da Verdade, cujos trabalhos ocorreram entre 2011 e 2014.

Ele acredita que o material está sendo pouco aproveitado e menciona o prêmio bianual Memórias Reveladas, que tradicionalmente seleciona e publica as melhores monografias com base em fontes documentais desse período, mas que tem sido ignorado. A quarta e última edição do prêmio ocorreu em 2018.

“Eles não fecharam o Memórias Reveladas, que tem uma base de dados disponível, mas nunca mais convocaram o conselho deliberativo. Ou seja, descontinuaram. Isso significa definir critérios para a visão de cada gestor de que aquilo não tem significância para o momento. Então, se são capazes disso, me parece que são capazes de outras coisas. Não creio que seja de eliminar documentos, porque, como eles estão na base de dados, isso seria mais visível", reforça.

Decisão judicial retirou trechos de relatório da Comissão da Verdade 

A ameaça real sobre a preservação da memória sobre os ditos "Anos de Chumbo" ficou escancarada em um episódio que veio a público em fevereiro deste ano. A Justiça Federal de Pernambuco determinou que o nome do ex-coronel da Polícia Militar Olinto de Souza Ferraz fosse retirado de relatórios da Comissão da Verdade. Tarjas pretas foram dispostas em pelo menos três páginas do relatório sobre o nome dele.

Ferraz era listado como autor de graves violações aos direitos humanos enquanto dirigia a Casa de Detenção do Recife. Em 1971, a morte de Amaro Luiz de Carvalho (1931-1971), militante do Partido Comunista Revolucionário (PCR), no presídio foi relatada à época como envenamento "por seus pares".

Mais tarde, a Comissão da Verdade concluiu que Amaro foi morto "por ações impetradas pelo Estado", tendo em vista que o atestado de óbito apontava para uma "hemorragia pulmonar decorrente de traumatismo de tórax por instrumento cortante".

Bruno Morasutti considera que a decisão "isolada de um juiz" abre um precedente que pode ser explorado em outras situações no futuro. "Ela é bem equivocada do ponto de vista da legislação, representa um retrocesso, mas é importante deixar claro que o próprio Supremo Tribunal Federal [STF] já possui entendimento de que no Brasil não existe direito ao esquecimento”.

Antunes também lamenta não apenas a decisão em uma matéria que correu "anonimamente" no âmbito do Arquivo Nacional, mas também a postura da Advocacia-Geral da União (AGU) no episódio, que determinou a execução imediata do apagamento do arquivo.

Segundo ele, há outras soluções já previstas que poderiam ser tomadas para preservar a integridade dos documentos. “Se a pessoa se sente atingida, o mais correto seria a documentação não ceder parte alguma e possibilitar que seja anexada a versão da pessoa que se sentiu lesada", elucida o ex-diretor no que considera ser a saída mais democrática. "Ao consultar as informações, o pesquisador pode confrontar as informações e ter acesso ao contraditório", detalha.

*Por Paulo Motoryn e Alex Mirkhan, para o Brasil de Fato

A Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE) anunciou, nesta sexta-feira (25), o lançamento do programa Professor Conectado CTD's, destinado a servidores vinculados à instituição através de contrato temporário. Os interessados devem realizar inscrições por meio do site do programa.

De acordo com a SEE-PE, estão aptos para aderir ao 'Professor Conectado' 17.782 profissionais temporários. A iniciativa visa a distribuição, por empréstimo, sob o regime de comodato, ou seja, concessão gratuita de notebooks e recursos de conectividade.

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Ainda segundo a secretaria, a adesão dos notebooks será liberada em breve. Além disso, o pacote de conectividade será, mensalmente, disponibilizado no valor de R$ 50 para cada profissional e o participante pode aderir apenas um dos recursos, notebook ou conectividade, disponibilizados.

Servidores públicos do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) e empresas responsáveis pela execução e supervisão de obras contratadas pelo órgão no Paraná são o alvo nesta quinta-feira (10) Operação Rolo Compressor, da Polícia Federal (PF) em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU) e Receita Federal.

Em apenas um dos contratos sob investigação, com valor contratado superior a R$ 700 milhões, há constatação de prejuízo de mais de R$ 60 milhões para os cofres públicos, segundo auditoria da CGU.

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A investigação, iniciada em 2015, diz respeito a fraudes em contratações e execução de obras públicas, incluindo superfaturamento e sobrepreço, visando o desvio de recursos públicos, além de atos de corrupção e lavagem de dinheiro, com indícios de que o esquema criminoso funcionava há mais de uma década.

Na ação, foram expedidos pela Justiça Federal em Curitiba mandados de prisão e de busca e apreensão em seis estados; Paraná, Mato Grosso, Santa Catarina, Distrito Federal, Minas Gerais e São Paulo. As buscas envolvem 125 policiais em 26 locais.

Ainda segundo a PF, um dos investigados foi preso e cinco servidores públicos foram afastados cautelarmente e tiverem seus bens bloqueados.

A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) está oferecendo testagem gratuita para Covid-19 destinada a servidores e estudantes que estejam em atividades presenciais e com sintomas da doença. Os interessados a realizar o procedimento, devem se inscrever por formulário eletrônico e aguardar a confirmação.

Os discentes que podem realizar o exame são o que estão realizando prática profissional presencial em laboratórios, atividades em clínicas e/ou similares e estágios obrigatórios que mantém a presencialidade. A testagem é realizada a partir de coleta de material através de swab nasal ou nasofaríngeo para testagem molecular com a técnica de RT-PCR.

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“Com apoio da gestão central, o Nupit-SG tem atuado como laboratório de campanha na testagem para a detecção da covid-19 desde o dia 26 de maio de 2020, realizando até o momento mais de 100 mil testes do tipo RT-qPCR para os municípios da Região Metropolitana do Recife e para 128 municípios do interior do estado de Pernambuco”, afirma a professora Maira Pitta, pesquisadora do núcleo, segundo assessoria de imprensa.

Em caso de resultado positivo, os servidores devem atentar para as recomendações do Núcleo de Atenção à Saúde do Servidor (Nass). Quanto aos estudantes, podem solicitar acompanhamento especial aqueles que, durante o período acadêmico, desenvolvam sintomas da Covid-19 ou outra doença infectocontagiosa; ou cujo membro da família resida no mesmo espaço físico e desenvolva sintomas do Covid-19.

Mesmo sem citar números, o presidente Jair Bolsonaro afirmou na segunda-feira, 31, que o governo federal deverá reajustar os salários de todos os servidores com porcentual "bastante razoável" no Orçamento de 2023. A declaração veio após a polêmica levantada pela intenção do governo de conceder aumento salarial apenas a servidores da área da segurança em 2022. Funcionários de outros setores se mobilizaram e ameaçam entrar em greve.

"Tendo em vista que devemos ter uma excelente arrecadação este ano, por ocasião da feitura do Orçamento de 2023 nós vamos atender com percentual bastante razoável todos os servidores do Brasil", afirmou Bolsonaro, em entrevista à TV Record, em Campos de Goytacazes, no Norte Fluminense.

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Como mostrou o Estadão, porém, Bolsonaro é impedido de conceder o reajuste em 2023. Isso porque uma alteração na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) feita durante o seu próprio governo proíbe qualquer ato que resulte em aumento da despesa de pessoal após o fim de um mandato - mesmo que o titular possa se reeleger.

Nesta terça-feira, 1º, o ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou o governo Michel Temer pela concessão de reajustes ao funcionalismo que tiveram de ser pagos pelo governo seguinte - o atual - e classificou esse tipo de medida como "muito irresponsável". "Um governo não pode condenar o governo seguinte a dar um aumento de salários. Isso é absurdo", disse o titular da pasta durante uma conferência organizada pelo Credit Suisse.

Evento político

O presidente visitou a região de Goytacazes, onde participou de solenidade no Porto do Açu, em São João da Barra. Marcado por tom político, o evento teve a presença, no palco, dos ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho. Eles se aproximam do mandatário visando às eleições de 2022. Bolsonaro, na ocasião, fez duros ataques ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas pesquisas de intenção de voto. O tom eleitoral também esteve presente na entrevista à Record.

A promessa veio após Bolsonaro defender o seu governo, citando a pandemia. "Deixei bem claro em 2020, quando o mundo teve conhecimento da covid-19... O ex-presidente da Câmara (Rodrigo Mais) queria um corte de 25% no salário de todos os servidores federais. De nossa parte, nós achamos que congelando por dois anos seria suficiente", afirmou o presidente.

"Os informais foram pra lona, mais de 38 milhões de pessoas. Os com CLT, muitos tiveram que negociar com o patrão, com a ajuda do governo, para que não perdessem seus empregos. Reconhecemos o valor de todos os servidores públicos, mas eu peço a eles que, por favor, entendam a situação que o Brasil ainda atravessa. Muitos perderam o emprego e muitos tiveram seus salários reduzidos; os servidores não tiveram."

Diretores e servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) voltaram a sofrer ameaças após a agência dar aval, nesta semana, à aplicação da Coronavac em crianças e adolescentes para combate à covid-19. Até então, a única vacina aprovada no Brasil para a população pediátrica era o imunizante da Pfizer, que já começou a ser aplicado em crianças de 5 a 12 anos.

Na última quinta-feira, 20, em uma reunião que durou mais de três horas, técnicos da Anvisa apresentaram dados da Coronavac enviados pelo Instituto Butantan. Os estudos demonstraram a segurança e efetividade da aplicação de duas doses da Coronavac, com intervalo de 28 dias, na população entre 6 e 17 anos.

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Logo após a aprovação, o órgão começou a receber os primeiros e-mails com as ameaças. Em uma das mensagens, encaminhada à diretoria dois da Anvisa, na qual é feita a análise técnica das vacinas, o agressor afirma que "o preço que vc (sic) vai pagar será altíssimo".

Já a quinta diretoria, onde ocorre o monitoramento de efeitos adversos, recebeu uma ameaça na qual é dito que "o preço a ser pago será terrível não quero estar na sua pele (sic)". Outras mensagens com teor de ameaça também foram recebidas, de acordo com o órgão, mas não foram divulgadas.

Essa não é a primeira vez que servidores e diretores da agência sofrem ameaças em decorrência da aprovação de vacinas. Em dezembro, após o presidente da República, Jair Bolsonaro, defender a divulgação do nome dos técnicos que autorizar a aplicação da Pfizer em crianças, membros do órgão passaram a sofrer as primeiras ameaças de morte, que estão sendo investigadas pela Polícia Federal.

Na ocasião, a Anvisa reagiu de forma dura às declarações de Bolsonaro e disse "repudiar com veemência" ameaças feitas contra funcionário do corpo técnico do órgão. A Anvisa afirmou naquela oportunidade, em nota assinada por toda a diretoria e pelo presidente Antonio Barra Torres, que "seu ambiente de trabalho é isento de pressões internas e avesso a pressões externas".

À época, o procurador-geral da República, Augusto Aras, informou ao presidente da Anvisa também ter determinado a "adoção de providências" para "assegurar a proteção" dos diretores do órgão.

A Anvisa ainda não se posicionou oficialmente sobre as últimas ameaças recebidas e só deve se pronunciar na segunda-feira, dia 24.

Com o governo relutante em apresentar uma proposta de reajuste salarial aos servidores federais, o presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público (Servir), deputado Professor Israel Batista (PV-DF), avalia que o movimento de insatisfação pode começar a contagiar também os funcionários públicos de Estados e municípios.

"O risco agora é de contaminação de servidores estaduais e municipais, isso já começou a crescer. Quando se fala de servidor público, as pessoas não separam por esfera do governo. A sensação é por um todo. Já tem professores perguntando quando será a greve", afirmou o parlamentar.

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A "bancada do funcionalismo" conta hoje com 235 deputados federais e sete senadores. Líder da frente, Professor Israel, relatou que o grupo já começou a estudar alternativas para abrir espaço no Orçamento para o debate salarial, mas avalia que o governo acabou "metendo os pés pelas mãos" quando o presidente Jair Bolsonaro se comprometeu com reajustes apenas para as carreiras de segurança ligadas ao Ministério da Justiça - agentes penitenciários federais, policiais federais e policiais rodoviários federais.

"Precisamos discutir quais serão os vetos do presidente Bolsonaro no orçamento e como o governo vai conduzir e liderar a construção de uma proposta. Os parlamentares vão estudar possibilidades, mas já sabemos que são poucas. O governo se meteu em uma encrenca. E a incapacidade de diálogo interno coloca o presidente Bolsonaro em uma saia justa também com os servidores da área de segurança", comentou o deputado.

Ele lembrou que a sinalização do Planalto às carreiras policiais ocorreu após o afastamento de vários delegados de investigações da PF. "Não adianta fazer promessas soltas a cada categoria em um óbvio movimento eleitoreiro. Demandamos que o governo apresente à sociedade qual é a política sobre reajustes, se é que ela existe. Ou que mostre que não é possível e não faça promessas a ninguém, não assedie ninguém eleitoralmente", criticou.

O parlamentar inclusive admitiu que houve um acordo entre governistas e oposicionistas para "esfriar" o debate da reforma administrativa nas vésperas do ano eleitoral, justamente para evitar um movimento dos servidores. "E aí o próprio presidente Bolsonaro veio com essa história. Agora virou um movimento não apenas por reajuste, mas de revolta com o quadro geral de assédio institucional, de desmonte das estruturas que foram construídas ao longo do tempo. É uma panela de pressão que explodiu.", concluiu.

Na terça-feira, 18, entidades de servidores públicos federais se reuniram em frente à sede do Banco Central em Brasília, em protesto contra a resistência do governo federal ao reajuste salarial. À tarde, outro ato ocorreu na frente do Ministério da Economia. O presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, disse que uma greve no funcionalismo público pode ter início em fevereiro, a depender da resposta do governo federal.

No dia em que o funcionalismo público realiza mobilização, com atos em frente às sedes do Banco Central e do Ministério da Economia, em Brasília, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, colocou em dúvida a concessão de reajustes salariais a servidores. De acordo com ele, não há espaço no Orçamento, mas é preciso esperar o presidente da República, Jair Bolsonaro, "bater o martelo".

Ao chegar a seu gabinete, Mourão foi questionado pela imprensa se o governo tem como dar reajuste aos servidores públicos de forma geral. "Você sabe muito bem que não tem espaço no Orçamento para isso, né?", respondeu.

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Em seguida, o vice-presidente admitiu que nem o aumento salarial a policiais, como prometeu Bolsonaro, está garantido. "Não sei nem se o presidente vai conceder isso aí. Não sei, vamos aguardar o presidente bater o martelo nisso aí. O espaço orçamentário é muito pequeno", disse.

Dias antes do fim do prazo para a sanção do Orçamento de 2022, mais de 40 categorias do serviço público decidiram ir às ruas nesta terça. O Fórum das Carreiras de Estado (Fonacate) estima que cerca de 1.000 servidores devem comparecer aos protestos em Brasília, além das manifestações virtuais.

No relatório final da peça orçamentária, aprovado no Congresso em dezembro, foi incluída uma previsão de R$ 1,7 bilhão para aumento de remuneração do funcionalismo. O relator da matéria, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), não especificou qual categoria seria beneficiada, mas Bolsonaro prometeu atender a Polícia Federal (PF), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

No final do ano passado, o Ministério da Economia havia solicitado ao Congresso um valor ainda maior para o reajuste salarial dos policiais em 2022, de R$ 2,86 bilhões. O pedido à equipe do ministro Paulo Guedes nasceu no Ministério da Justiça e Segurança Pública e foi encampada pelo presidente. As forças de segurança são uma das principais bases eleitorais do chefe do Executivo, que deve concorrer à reeleição neste ano.

Bolsonaro, contudo, tem sido pressionado por aliados a recuar e não conceder reajuste a nenhuma categoria. A promessa de aumentar a remuneração apenas dos policiais federais gerou insatisfação no funcionalismo público.

O movimento que gerou a mobilização desta terça-feira, 18, começou com uma entrega de cargos na Receita Federal e no Banco Central. Aos poucos, ganhou a adesão de servidores do Tesouro Nacional, professores, auditores fiscais agropecuários, entidades ligadas aos Poderes Legislativo e Judiciário, entre outros. Estão previstos mais atos nos dias 25 e 26 deste mês e há um indicativo de greve geral para fevereiro.

Diante do impasse, o próprio presidente já chegou a admitir que pode não conceder reajuste a nenhuma categoria. "Primeiramente, não está garantido o reajuste para ninguém. Tem uma reserva de R$ 2 bilhões que poderia ser usada para a PF e a PRF, além do pessoal do sistema prisional. Mas outras categorias viram isso e disseram 'eu também quero', e veio essa onda toda", afirmou Bolsonaro, em oito de janeiro.

O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), minimizou a manifestação de servidores federais em Brasília nesta terça-feira, 18, e ponderou que o presidente Jair Bolsonaro ainda não bateu o martelo sobre o reajuste salarial em 2022.

"Foi fraquinho", afirmou Barros ao Broadcast Político. "O presidente vai tomar uma decisão. No final do ano, não tinha dinheiro no Orçamento e eu falei que era melhor não dar para ninguém. Se o governo decidir fazer, vamos tomar as providências para resolver, não tenho problema."

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Após a aprovação do Orçamento de 2022 no Congresso, o líder do governo sugeriu que Bolsonaro não desse o reajuste para nenhuma categoria, depois de o presidente ter se mobilizado para conceder o benefício aos policiais federais e desencadear uma reação de outros funcionários públicos.

Nesta terça, 18, servidores organizaram protestos em Brasília para cobrar por reajuste. Bolsonaro tem até a próxima sexta-feira, 21, para sancionar o Orçamento e decidir sobre a verba de R$ 1,7 bilhão destinada a reajustes salariais e negociada em dezembro para atender os policiais federais.

No início da tarde, servidores iniciaram as manifestações em frente ao prédio do Ministério da Economia, na Esplanada dos Ministérios, enquanto o ministro Paulo Guedes almoçava com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Pela manhã, no ápice da manifestação, cerca de 300 servidores se reuniram em frente ao Banco Central.

O presidente Jair Bolsonaro admitiu neste sábado (8) que até 12 ministros devem deixar o governo nos próximos meses para concorrerem a cargos públicos nas eleições deste ano. O prazo para a descompatibilização dos ministros vai até abril e o presidente disse esperar que todos fiquem nos cargos até lá.

"Gostaria que eles saíssem somente um dia antes do limite máximo, para não termos qualquer problema. Já começamos a pensar em nomes para substituí-los, e alguns já estão mais que certos. A maioria será por escolha interna, até mesmo porque seria um mandato tampão até o fim do ano", respondeu, ao participar da festa de aniversário do advogado Geral da União, Bruno Bianco.

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Bolsonaro evitou falar em nomes prováveis para ocupar os ministérios para "evitar ciumeira". Ele adiantou que até mesmo parlamentares poderão ocupar as vagas a serem abertas. "Existem bons parlamentares. Eu fui deputado 28 anos. Todo mundo é possibilidade (para assumir um ministério)", acrescentou.

Exército 

O presidente Jair Bolsonaro disse que o Exército não precisa esclarecer a determinação de vacinação contra a Covid-19 para o retorno das atividades presenciais porque, segundo ele, o que existe é uma recomendação e não a obrigação de tomar o imunizante.

"Foi uma diretriz não do Exército, mas da Defesa, que dava dúvidas. Não houve exigência nenhuma. Eu sou democrata. Já tive notícia de duas estatais que queriam aplicar sanções aos funcionários que não se vacinaram. Se o Exército quiser esclarecer, tudo bem, mas está resolvido, não tem que dar explicação para ninguém. É uma questão de interpretação", respondeu.

Inflação

Com a inflação em dois dígitos, o presidente Jair Bolsonaro repetiu neste sábado que não pode tabelar os preços dos alimentos como outros países - sobretudo a Argentina - que tentaram fazer isso recentemente.

"A Argentina anunciou que não iria mais exportar carne e os outros países consumidores vieram buscar aqui. Isso aumenta o nosso preço, mas eu não posso tabelar o preço da carne. Não é esse o caminho. Sabemos que o congelamento de preços leva à inflação e ao desabastecimento", respondeu.

Esquerda

 Sem citar diretamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente Jair Bolsonaro criticou hoje as candidaturas de esquerda que falam em revogar o teto de gastos, as privatizações e parte das reformas aprovadas nos últimos anos.

"Se eu falo isso, o dólar vai a R$ 8 e os juros explodem também. Se esse pessoal voltar, eles vão explodir o Brasil. Eles dizem abertamente que vão censurar a mídia tradicional e as mídias sociais. Eles falam barbaridades. Tivemos exemplos na pandemia do que eles podem fazer, como vimos os governadores de esquerda", afirmou.

Em meio à adesão em massa dos servidores públicos federais ao movimento de operação padrão e entrega de cargos comissionados no governo, o presidente Jair Bolsonaro pediu sensibilidade ao funcionalismo e reafirmou que não há espaço no orçamento para reajustes salariais neste ano. Ele admitiu que até a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) podem ficar sem aumento em 2022.

"Primeiramente, não está garantido o reajuste para ninguém. Tem uma reserva de R$ 2 bilhões que poderia ser usada para a PF e a PRF, além do pessoal do sistema prisional. Mas outras categorias viram isso e disseram 'eu também quero', e veio essa onda toda", afirmou Bolsonaro, neste sábado (8), ao participar da festa de aniversário do advogado Geral da União, Bruno Bianco.

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Bolsonaro lembrou que os servidores estão sem reajustes há três anos e passaram a contribuir mais após a reforma da Previdência. "Reconheço que os servidores perderam bastante o poder aquisitivo, mas apelo para a sensibilidade deles. A proposta de Rodrigo Maia na pandemia era de cortar 25% dos salários do funcionalismo e decidimos por apenas congelar os salários por 1 ano e meio", argumentou. "Não tem espaço no orçamento. Pode ser que não tenha reajuste para ninguém. Tudo é possível", acrescentou.

O movimento começou após o presidente Bolsonaro anunciar em dezembro que faria uma reestruturação das carreiras policiais ligadas ao Ministério da Justiça, como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal. O governo chegou a reservar R$ 1,7 bilhão no Orçamento de 2022 para atender apenas as categorias de segurança que são base de apoio do seu governo.

O Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) aprovou no fim de dezembro um calendário de mobilização de servidores públicos por reajuste salarial, incluindo paralisações em janeiro - a primeira no dia 18 -, e assembleias em fevereiro para deliberar sobre uma greve geral.

Vacina para crianças 

Após o governo finalmente anunciar a imunização de crianças de 5 a 11 anos sem a necessidade de prescrição médica, o presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer há pouco não ter conhecimento de casos de internações de crianças por covid-19. "Não vi crianças sequer serem internadas por causa da pandemia, quanto mais óbitos. É uma raridade", afirmou.

Bolsonaro disse ainda que defendeu desde o começo da pandemia que as crianças continuassem em sala de aula. "Apanhei muito por causa disso. Fechar escolas foi um crime. Nas guerras morre muita gente dentro das trincheiras por medo de lutar. Não tem como ficar em casa esperando a onda passar porque não vai passar. Outras cepas vão vir, o vírus vai se mutando, até que chega o dia que a imunidade de rebanho encerra a pandemia", argumentou.

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Servidores estaduais de diversas categorias, entre elas Educação, Agricultura e Saúde, reuniram-se em frente ao Palácio do Governo de Pernambuco, no bairro de Santo Antônio, no Recife, para reivindicar do governo estadual respostas definitivas sobre itens como o reajuste salarial durante uma próxima negociação que deve acontecer na segunda-feira (20). O protesto aconteceu nesta terça (14) e contou com a presença da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Seção Sindical dos Docentes da Universidade de Pernambuco (Adupe) e do Sindicato dos Servidores Públicos de Pernambuco (Sindsep), que representa também mais de 20 categorias.

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Na reunião da semana que vem serão discutidas propostas de reajuste salarial das categorias indicadas, além da criação de mesas setoriais específicas e outras melhorias nas condições de trabalho.

"A atividade de hoje é uma atividade do Fórum de Servidores, coordenada pela CUT Pernambuco, que tem como finalidade exigir do governo um posicionamento para o dia 20, quando teremos uma negociação com o Governo do Estado. Neste dia, esperamos que o governo anuncie as propostas que têm, concretamente, e que possa estabelecer as mesas setoriais, para que cada categoria possa resolver problemas específicos. São dois momentos hoje que viemos reivindicar do governo. Temos categorias que estão há sete anos sem reajuste salarial", disse Paulo Ubiratan, secretário de comunicação da CUT Pernambuco, ao LeiaJá.

Uma das categorias atingidas pela política do “reajuste zero” do governo é a da educação. Em junho deste ano, os docentes da Universidade de Pernambuco (UPE) completaram sete anos sem reajuste salarial, de acordo com a Adupe. O primeiro de junho, de acordo com o Artigo 13 da Lei Estadual nº 12.635/2004, é definido como data-base para a revisão geral dos vencimentos das diversas categorias que integram o serviço público estadual.

No caso dos professores da UPE, o último reajuste salarial da categoria ocorreu em junho de 2014, como parte do acordo firmado em 2011 entre a Adupe e o governo do Estado e concretizado através da Lei Complementar 195/2011, que estabeleceu reajuste de 5% em 2011 e reajustes pré-fixados de 6% nos anos de 2012, 2013 e 2014. Assim como o salário-base, os valores da Gratificação de Dedicação Exclusiva continuam os mesmos de 2014.

Ainda de acordo com a representação, sem a recomposição dos índices inflacionários, os vencimentos dos professores valem hoje pouco mais da metade do que valiam em junho de 2014.

Perguntado sobre uma possível paralisação geral, o secretário da CUT respondeu que há possibilidade, mas ainda não foi feita uma articulação geral considerando as vontades e realidades de todas as categorias contempladas pela ausência de reajustes.

“[Greve] é um debate que ainda vamos fazer; mas há uma insatisfação latente e há uma possibilidade real, mas não podemos falar por todas as categorias. É preciso uma reunião mais ampla para analisar a situação geral. Apostamos até o último momento. O governo não tem dado sinais de que quer avançar, se quisesse, não tinha deixado as categorias há sete anos sem reajuste. Enquanto tiver esperança e movimentação... Apostamos nisso, pois é o nosso papel”, concluiu Ubiratan.

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Servidores e diferentes entidades sindicais de Pernambuco se reuniram, na tarde desta terça-feira (7), no centro do Recife, para mais um ato em desfavor da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 32/2020, que pauta a reforma administrativa. O ato unificado ocorre mensalmente desde que a matéria ganhou passe positivo no Congresso Nacional. Tradicionalmente realizado todo dia 8, o protesto foi antecipado em função do feriado de Nossa Senhora da Conceição, que ocorre nesta quarta-feira (8).

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A PEC da Reforma altera regras sobre servidores públicos e modifica a organização da Administração Pública direta e indireta de qualquer um dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. A proposta altera 27 dispositivos da Constituição e introduz 87 novos, sendo quatro artigos inteiros. As principais medidas tratam de contratação, remuneração e desligamento de servidores públicos. Para os contrários à emenda constitucional, a Proposta representa um retrocesso dos direitos ao trabalho conquistados por servidores e homologados na Constituição Federal de 1988.

"O que mais incomoda [na PEC] é o que não está dito, e o que está dito já é muito ruim. Eles escondem o que está por trás. Coisas escritas dizendo que pode contratar pessoas de forma temporária, precária, durante 10 anos. Isso acaba com o concurso público. Significa, por exemplo, que um prefeito, um governador, pode colocar para dentro do serviço quem ele quiser, alguém que seja da confiança de quem 'manda'. Isso é retrocesso, é voltamos ao que acontecia nos anos 60 e 70, antes da Constituição. E pior, a PEC abre espaço para a privatização de terras indígenas; não no sentido da venda, mas do acesso à iniciativa privada. Ele [Bolsonaro] quer que as pessoas tenham acesso à educação, à saúde, através de voucher. Corremos o risco de sermos atendidos num hospital, na educação, através do voucher; e se o voucher for pequeno, a gente vai ter que tirar do próprio bolso", afirmou Paulo Rocha, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Pernambuco e organizador do ato, ao LeiaJá.

A PEC segue a passos lentos no Congresso Nacional, já que o Governo ainda não conseguiu os 308 votos plenos necessários à aprovação. No entanto, há uma maioria parlamentar favorável à reforma. “Há uma frente parlamentar em Brasília que está de mãos dadas com a gente na luta pelo serviço público. Não é necessariamente a maioria. Grande parte dos deputados de Pernambuco são contra o povo, estão votando a favor da reforma administrativa. Inclusive, o presidente da comissão especial é daqui de Pernambuco e não diz um "ai" na defesa do serviço público. Infelizmente, a maior parte da bancada daqui e de outros estados, estão tendentes a votar com a reforma. Felizmente, nacionalmente, eles estão sem conseguir isso, porque para votar é qualificado, não pela maioria simples. Eles não estão conseguindo isso [os 308 votos]”, continuou Rocha. 

O presidente da Comissão Especial da reforma administrativa é o deputado federal Fernando Monteiro (PP-PE). O colegiado foi definido em junho, para analisar a matéria, e é composto de 34 membros titulares e igual número de suplentes. Após ser analisado pela comissão especial, o texto ainda será votado em dois turnos no Plenário e, para ser aprovado, precisará do apoio, em cada um deles, de pelo menos 308 votos dos 513 deputados.

A insatisfação de funcionários da Prefeitura do Recife chegou ao ponto de a sede administrativa receber dois protestos só na manhã desta quinta-feira (18). Profissionais da educação pública e servidores municipais chamam o prefeito João Campos (PSB) de caloteiro e cobram promessas de aumento salarial feitas no ano passado.

O térreo do edifício foi tomado por barracas e, desde segunda-feira (15), serve de acampamento para o Sindicato dos Servidores do Recife (Sindsepre), que se mantém em greve desde o dia 1º de novembro e pede respeito ao acordo de reajuste de 4,53%.

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"Estamos acampados na Prefeitura sem tempo determinado para sair. Não vamos abrir mão de um acordo que foi assinado em 2020, que representa muito para os servidores. Vamos à luta", afirmou o presidente do Sindisepre, Osmar Ricardo. Uma passeata até a Praça do Derby, ainda na área Central, é avaliada pelos organizadores.

LeiaJá também: Sem reajuste, professores do Recife podem entrar em greve

De acordo com o representante, no dia em que as barracas foram montadas, João Campos (PSB) tentou contornar a mobilização com a promessa de antecipar o salário de novembro, pagar o 13º em parcela única e remanejar os pagamentos de dezembro para os dias 23 e 26, mas a tentativa não foi acatada pelos manifestantes.

Assim como ofereceu ao Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino do Recife (Simpere) - que suspendeu as aulas em protesto ao desrespeito à Lei do Piso -, nas negociações da sexta (12), a Prefeitura disse que aumentaria 1,35%.

 "A paralisação do Simpere de 24h é importante para a gente também. Fortalece a luta dos trabalhadores, porque a insatisfação é enorme entre os servidores ", comentou sobre a união entre os sindicatos pela mesma pauta.

Após 37 servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) deixarem o cargo por censura e pressão ideológica, nesta segunda-feira (15), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que as questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano "começam a ter a cara do governo".

Em compromissos em Dubai, Bolsonaro indicou que “ninguém precisa ficar preocupado, aquelas questões absurdas do passado que caíam tema de redação que não tinha nada a ver com nada. Realmente algo voltado para o aprendizado”.

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A expectativa em torno do Enem 2021, marcado para os dias 21 e 28 de novembro, aumentou com a debandada recente das dezenas de funcionários que alegaram intimidação e pressão psicológica para formulação das provas, que tiveram questões retiradas para não incomodar o Governo Federal. 

O pedido de exoneração coletiva também serviu como uma crítica pública à gestão do atual presidente do Inep, Danilo Dupas, acusado de incapacidade para o cargo.

A crise será levada ao Congresso

Bolsonaro sugeriu que o movimento dos servidores do Inep foi uma resposta ao corte de recursos. “Conversei muito rapidamente com o Milton [Ribeiro, ministro da Educação]. Seria bom vocês conversarem com eles, o que levou àquelas demissões. Não quero entrar em detalhes, mas é um absurdo o que se gastava com poucas pessoas lá. Um absurdo, tá. Inadmissível o que acontecia. Então o Milton é uma pessoa séria, responsável, é do ramo, ele mandou mensagem para mim agora há pouco, diz que a prova do Enem vai correr na mais absoluta tranquilidade”, publicou o G1.

Devido à gravidade da denúncia, o caso saiu do âmbito interno e deve chegar à Câmara dos Deputados na próxima semana, quando será discutida a abertura de uma audiência pública sobre os motivos da exoneração coletiva.

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