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A equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) identificou que o Ministério da Saúde ainda não formalizou a compra de todas as doses que seriam necessárias para a campanha de vacinação contra a covid-19 do ano que vem.

"O que temos de informação é que o contrato de entrega de vacinas está vigente, mas o ministério não fez solicitação de quantidades suficientes para o ano que vem", afirmou o sanitarista Arthur Chioro, coordenador do grupo de transição da Saúde e ex-ministro da pasta.

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A equipe identificou ainda não haver recursos reservados para despesas regulares do Ministério da Saúde no valor de R$ 10,4 bilhões, o que inclui compra de medicamentos, saúde indígena e pagamento de bolsas de residência médica.

Questionado sobre a compra de doses para a campanha do ano que vem, o Ministério da Saúde afirmou apenas que já garantiu 700 milhões de doses da vacina covid-19 desde o início da campanha, das quais 550 milhões já foram distribuídas a todos os Estados e Distrito Federal.

Sobre a campanha de 2023, a pasta disse que "a estratégia de vacinação está em discussão pelo Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, assim como o quantitativo necessário de doses para garantir a continuidade da imunização da população e a máxima proteção contra a covid-19". A respeito do buraco de R$ 10,4 bilhões, a pasta destacou que "nenhuma política pública será interrompida" e que "está atenta às necessidades orçamentárias e buscará, em diálogo com o Congresso Nacional, as adequações necessárias na proposta orçamentária para 2023".

Ao Estadão, o coordenador da equipe de transição de Lula para a Saúde afirma que grupo está levantando decisões do Ministério da Saúde que podem ser revogadas. De acordo com o médico, somente a assistência farmacêutica está com R$ 1,5 bilhão a menos do que precisaria para manter as ações planejadas, o que significa, segundo ele, redução de recursos para o programa Farmácia Popular e a compra de medicamentos contra o HIV e hepatites, por exemplo.

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) também perdeu recursos, medida que o grupo de transição tenta reverter para ter condições de colocar em prática a promessa de ampliar as campanhas de vacinação já no início do mandato. "Temos de recompor para dar regularidade ao programa mas também pela necessidade de ampliar a cobertura vacinal no País. Já levamos os valores necessários para o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin", afirmou.

Segundo Chioro, o rombo de R$ 10,4 bilhões faz parte do corte orçamentário de quase R$ 23 bilhões feito pela gestão Jair Bolsonaro (PL) no orçamento da Saúde para 2023.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta terça-feira, 22, o uso emergencial da vacina bivalente da Pfizer contra a Covid-19. A decisão da Anvisa, aprovada por unanimidade, permite a aplicação do imunizante como dose de reforço na população acima de 12 anos de idade.

As vacinas bivalentes são mais atualizadas e contêm uma mistura de cepas do vírus SarsCov-2. Desta forma, os imunizantes podem garantir uma proteção maior contra as novas variantes. O Brasil passa por uma nova onda da Covid-19, que tem preocupado especialistas pela maior resistência às barreiras vacinais e transmissibilidade das novas cepas do coronavírus.

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A diretora Meiruze Sousa Freitas, relatora do processo na Anvisa, proferiu o voto pela aprovação das novas vacinas. Ela afirmou que as subvariantes BA4, BA5, BQ1.1 são a maioria dos novos casos de Covid atualmente. Ela apontou ainda que há aumento de casos e internações especialmente em grupos que não receberam a vacinação completa.

"Não é natural o padrão de óbitos que o Brasil ainda vem enfrentando e, por isso, alerto que as medidas de prevenção, por exemplo, o uso de máscaras, a higienização das mãos continuam sendo uma parte importante da nossa resposta à Covid-19", disse a relatora.

Meiruze Freitas orientou também que a população continue tomando as doses de reforço no momento indicado com as vacinas monovalentes. "Os indivíduos elegíveis para uma dose de reforço, particularmente, aqueles em grupos com maior risco de desenvolver Covid na forma grave não devem atrasar a sua vacinação planejada para aguardar o acesso à vacina bivalente". disse. "Todas as vacinas de reforço aprovadas ajudam a melhorar a proteção obtida com as doses de anteriores da vacina e ajudam a fornecer proteção contra o adoecimento grave e os óbitos pela Covid-19."

Hoje, as subvariantes que mais preocupam autoridades sanitárias ao redor do mundo são a BQ.1 e a XBB, ambas da linhagem da Ômicron - variante contra a qual a vacina bivalente da Pfizer possui proteção específica, diferentemente dos imunizantes disponível no Brasil.

Segundo especialistas, os imunizantes disponíveis hoje nos postos de saúde do País conferem uma proteção mínima contra as novas variantes, mas é preciso que as pessoas tomem todas as doses de reforço necessárias. Para pessoas imunossuprimidas, como pacientes recém transplantados, pessoas com câncer ou doença de lupos, os infectologistas afirmam que a imunização com a vacina bivalente, mais atualizada, é bastante importante.

A Pfizer encaminhou dois pedidos de uso emergencial de autorização temporária para uso emergencial da vacinas. O primeiro pedido, referente à bivalente com a subvariante Ômicron BA1, foi submetido em 19 de agosto de 2022. O segundo, referente à versão que contém a subvariante BA.4/BA.5 foi protocolado em 30 de setembro de 2022.

Desde então, o órgão tem analisado a demanda. Antes de a reunião ser a convocada, a agência havia silenciado sobre o prazo para conclusão do procedimento. A Anvisa e o Ministério da Saúde também diziam não ter informações que indicassem a previsão de quando as novas doses poderão começar a ser aplicadas.

A autorização de uso emergencial é regulamentada por uma resolução da agência. Após receber o pedido, a Agência tem 30 dias para concluir a avaliação. O prazo é interrompido sempre que for necessária a solicitação à empresa de complementação de informações ou esclarecimentos sobre os dados de qualidade, eficácia e segurança apresentados.

Atraso

O grupo da transição responsável pela área da saúde afirma ter confirmado que 85 milhões de brasileiros ainda não tomaram a terceira dose contra a Covid-19. Os integrantes têm um encontro marcado com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, nesta quarta-feira, 23.

"É situação de vulnerabilidade, falta a dose para as crianças de 3 anos em diante, não foi feita a dose de reforço das crianças acima de 10 anos. É uma situação que não dá para se dizer que é normal. Nós podíamos estar muito mais bem preparados para receber essa nova onda (de Covid), para enfrentar nessa nova onda pandêmica que já está presente no País", disse Arthur Chioro, médico sanitarista que compõe o grupo da área da saúde.

Até 31 de dezembro, lembrou o médico, a responsabilidade por fazer aquisição de vacinas e cumprir os contratos é da atual gestão de Jair Bolsonaro. Um encontro com especialistas também está previsto na quinta-feira, 24. "Nós estamos convocando mais de 30 sociedades científicas na quinta-feira pela manhã, para dialogar com a gente exatamente sobre esse tema." O grupo técnico já fez uma solicitação de dados ao Ministério da Saúde e está no aguardo das informações.

A reportagem perguntou ao Ministério da Saúde se já há entendimento com a Pfizer para a aquisição das vacinas bivalentes e o número de doses que a pasta comprará. Não houve retorno.

O governo federal enviou a proposta de orçamento do ano que vem, para o Congresso, com previsão de R$ 8,655 bilhões para aquisição e distribuição de imunobiológicos para prevenção e controle de doenças, o que inclui as vacinas contra a Covid-19. O valor é R$ 507 milhões menor do que aquele encaminhado, em 2021, para o projeto de lei orçamentária deste ano.

A nova onda da Covid-19 tem preocupado especialistas pela maior resistência às barreiras vacinais e transmissibilidade das novas cepas do coronavírus. Em meio a este cenário, a vacina bivalente da Pfizer se tornou uma esperança: por ser mais atualizada e conter uma mistura de cepas do vírus SarsCov-2, o imunizante pode garantir uma proteção maior contra as novas variantes. O imunizante está em fase da aprovação para uso emergencial no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que realizará uma reunião extraordinária nesta terça-feira, 22, para decidir sobre a liberação.

Hoje, as subvariantes que mais preocupam autoridades sanitárias ao redor do mundo são a BQ.1 e a XBB, ambas da linhagem da Ômicron - variante contra a qual a vacina bivalente da Pfizer possui proteção específica, diferentemente dos imunizantes disponível no Brasil.

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Segundo especialistas, os imunizantes disponíveis hoje nos postos de saúde do País conferem uma proteção mínima contra as novas variantes, mas é preciso que as pessoas tomem todas as doses de reforço necessárias. Para pessoas imunossuprimidas, como pacientes recém transplantados, pessoas com câncer ou doença de lúpus, os infectologistas afirmam que a imunização com a vacina bivalente, mais atualizada, é bastante importante.

As novas cepas e a vacina bivalente

A BQ.1 provocou surtos de covid-19 na Europa na metade do ano, foi encontrada no Brasil nos últimos meses e pode ser uma das responsáveis pelo aumento no número de casos da doença no País. Já a XBB tem maior número de casos na Ásia, em especial na Índia e em Cingapura, mas está mais ligada a casos fatais.

Segundo Julio Croda, médico infectologista da Fiocruz e professor da UFMS, apesar de os estudos sobre a proteção da vacina bivalente contra a BQ.1 ainda não terem sido concluídos, a composição do imunizante indica maior proteção contra a subvariante.

"A BQ.1 tem escape de reposta imune maior e já temos dados dela sobre anticorpo neutralizante, que está relacionado à proteção contra infecção. Dessa forma, fica claro que a vacina bivalente garante maior nível de anticorpo neutralizante e, portanto, maior proteção para a BQ.1?, diz o especialista.

Em nota, a Pfizer informou que ainda está investigando a taxa de efetividade da vacina atualizada em relação à BQ.1. No entanto, a farmacêutica afirma que já tem comprovação de que o imunizante aumenta significativamente o número de anticorpos contra a Ômicron e que pessoas que receberam esta vacina estão mais protegidas do que as que tomaram outros imunizantes.

Estudos iniciais

A última atualização feita no imunizante da Pfizer, que recebeu o nome de vacina bivalente, visa tanto a forma original do coronavírus quanto as variantes BA.4 e BA.5 da Ômicron. Os estudos estão na segunda fase de um total de três e as descobertas ainda não foram revisadas por pares, mas os resultados iniciais são positivos.

Segundo os dados já publicados pela Pfizer e pela BioNTech, em pessoas com mais de 55 anos, o reforço da vacina bivalente foi associado a um aumento de mais de 13 vezes nos níveis de anticorpos em comparação com os níveis pré-reforço.

"Esses dados demonstram que nossa vacina bivalente adaptada BA.4/BA.5 funciona conforme planejado para fornecer proteção mais forte contra as sublinhagens Omicron BA.4 e BA.5, disse Ugur Sahin, CEO e cofundador da BioNTech, parceira da Pfizer no desenvolvimento do imunizante, em um comunicado.

"Na próxima etapa e como parte de nossa abordagem baseada na ciência, continuaremos a avaliar a neutralização cruzada da vacina adaptada contra novas variantes e sublinhagens. Nosso objetivo é fornecer imunidade mais ampla contra a Covid-19 causado pelo SARS-CoV-2, incluindo Ômicron e outras cepas circulantes", completou.

Aprovação no Brasil

Os técnicos da Anvisa vão se reunir nesta terça-feira às 18h para deliberar sobre duas solicitações de uso da vacina bivalente da Pfizer na população acima de 12 anos de idade. A reunião extraordinária foi convocada após o aumento de casos de covid-19 no País e a pressão de especialistas da saúde para que o órgão agilizasse os testes e a liberação do imunizante.

O pedido de uso emergencial da vacina foi encaminhado pela Pfizer à Anvisa no dia 30 de setembro deste ano e, desde então, o órgão tem analisado a demanda. Antes de a reunião ser a convocada, a agência e o Ministério da Saúde mantinham silêncio sobre o prazo para conclusão do procedimento e a previsão de quando as novas doses poderiam começar a ser aplicadas.

Em nota divulgada na semana passada, a Anvisa afirma que "os processos estão em fase final de análise pela área técnica". A etapa seguinte ao término da avaliação pelos técnicos é o encaminhamento do parecer à Diretoria da agência para deliberação do pedido de uso emergencial. Quando questionada, a Avisa responde que ainda não fixada a data para a decisão e contemporiza que providências devem ser adotar "em breve".

As autoridades de saúde dos Estados Unidos aprovaram nesta quarta-feira (31) as novas versões das vacinas anticovid dos laboratórios Pfizer e Moderna para a variante ômicron, com o objetivo de iniciar rapidamente uma nova campanha de imunização.

As duas vacinas atualizadas foram autorizadas para uma dose de reforço, a partir de 12 anos para a Pfizer e dos 18 para a Moderna, informou a agência reguladora de medicamentos americana, a FDA, em comunicado.

A nova geração de vacinas é voltada tanto para a cepa original da Covid-19 como para as subvariantes BA.4 e BA.5 da ômicron. Portanto, deve "oferecer maior proteção contra a variante ômicron que circula atualmente", escreveu a FDA.

Em 29 de junho, o Departamento de Saúde dos EUA anunciou que havia comprado 105 milhões de doses da Pfizer e 66 milhões da Moderna para usar durante o final deste ano e o início do próximo.

As vacinas ainda não foram recomendadas pelos Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), a principal agência de saúde pública do país.

Os CDC convocaram um comitê de especialistas independentes para discutir o tema nesta quinta-feira. Após essas consultas, caberá à diretora da agência, Rochelle Walensky, dar a autorização definitiva aos imunizantes.

As novas versões dos fármacos poderiam estar disponíveis no país na próxima semana.

As vacinas que circulam atualmente foram concebidas para proteger contra a cepa inicial do vírus, que foi reportado pela primeira vez no fim de 2019 em Wuhan, na China.

Contudo, com o passar do tempo os imunizantes perderam eficácia diante das variantes que foram surgindo, devido à rápida evolução do vírus.

Ao contrário das variantes alfa e delta, que sucumbiram, a ômicron e suas subvariantes passaram a dominar gradualmente os contágios em 2022 em todo o mundo.

Os laboratórios Pfizer e Moderna também apresentaram um pedido de autorização para as versões atualizadas de suas vacinas à Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês).

O Brasil está preparado para enfrentar a varíola dos macacos (monkeypox) e articula com a Organização Mundial da Saúde (OMS) a compra de vacinas para combater a doença, disse o Ministério da Saúde neste sábado, 23. A informação foi divulgada pela pasta poucas horas depois de Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, ter decretado estado de emergência de saúde global em resposta ao aumento de casos da patologia.

"O Ministério da Saúde também tem articulado com a OMS as tratativas para aquisição da vacina varíola dos macacos, de forma que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) possa definir a estratégia de imunização para o Brasil", informou a pasta por meio de nota. "Com o fortalecimento do Sistema Único de Saúde, o Brasil está preparado para enfrentar a varíola dos macacos", completou o comunicado.

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O ministério informou também que há testes disponíveis para todas as pessoas que suspeitam estar contaminadas, e que realiza um monitoramento diário sobre a situação da doença no Brasil. Segundo os dados da pasta, divulgados na última sexta-feira, 22, a varíola infectou 696 pessoas no País, e outros 336 casos suspeitos estão em investigação.

Na última sexta-feira, a Agência Europeia de Medicamentos declarou que vai usar a vacina da varíola para imunizar as pessoas contra a varíola dos macacos. A decisão de usar o fármaco foi justificada pela semelhança entre os vírus.

Embora a varíola dos macacos tenha se estabelecido em partes da África central e ocidental por décadas, a doença não era conhecida por desencadear grandes surtos fora do continente africano. Mas em maio deste ano, países da Europa e América do Norte começaram a registrar um aumento de pessoas infectadas.

O crescimento acelerado de contaminados levou a OMS a tomar a decisão de declarar a varíola dos macacos uma emergência de saúde global nesta sábado. A declaração de emergência serve para atrair mais recursos globais e aumentar a atenção para o surto, que exige uma resposta global coordenada entre as nações para impedir que a doença se espalhe para mais países.

A Agência de Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) autorizou em caráter de urgência nesta sexta-feira (17) as vacinas da Pfizer e Moderna contra a covid em bebês e crianças pequenas, abrindo caminho para as primeiras injeções na próxima semana.

A vacina do laboratório Moderna, em duas doses, está autorizada em caráter de urgência para crianças de entre seis meses e cinco anos.

A da Pfizer, em três doses, deve ser aplicada em crianças de seis meses a 4 anos. Esta é a última faixa etária que ainda não havia recebido proteção nos Estados Unidos.

A FDA também aprovou, ao mesmo tempo, a vacina da Moderna para crianças e adolescentes de entre 6 e 17 anos. A da Pfizer já estava autorizada desde os 5 anos.

"Muitos pais, cuidadores e médicos estão esperando por uma vacina para crianças mais novas, e essa ação protegerá crianças de 6 meses de idade ou mais", comentou o diretor da FDA, Robert Califf, em um comunicado à imprensa.

"Como vimos em faixas etárias mais avançadas, essas vacinas para crianças mais novas fornecerão proteção contra os casos mais graves de covid-19, como hospitalizações e mortes", apontou.

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) precisarão agora recomendar essas vacinas antes que as inoculações comecem.

Essa autorização final será concedida após uma reunião de especialistas membros de um comitê consultivo, que acontece nesta sexta-feira e sábado.

Mas o governo dos Estados Unidos havia indicado que, assim que a FDA publicasse sua decisão, cerca de 10 milhões de doses poderiam começar a ser enviadas antecipadamente para os quatro cantos do país e milhões mais nas próximas semanas.

O equipamento necessário para as injeções também será fornecido.

De acordo com uma estimativa preliminar, a vacina Pfizer-BioNTech tem 80% de eficácia contra as formas sintomáticas da doença. Mas esse número é baseado em um pequeno número de casos positivos, disse a FDA.

A da Moderna demonstrou ser 51% eficaz em bebês de seis meses a menos de 2 anos e 37% eficaz em crianças de dois a cinco anos.

Os números são consistentes com a eficácia observada em adultos contra a variante ômicron, segundo a agência americana. No entanto, a vacina continua protegendo bem contra casos graves de covid-19.

Após denúncia de líderes da oposição na Câmara, foi descoberto que o Ministério da Saúde estoca mais de 28 milhões de vacinas da Covid-19 perto do vencimento. Os imunizantes custaram cerca de R$ 1,21 bilhão aos cofres públicos, verificou o Tribunal de Contas da União (TCU).

Do estoque total de imunizantes da Pfizer e da AstraZeneca, cerca de 11,7 milhões de unidades vencem em julho e 16,3 milhões em agosto. Em meio ao recente aumento de contaminações e hospitalizações de pacientes infectados pela doença, apenas 45,35% da população foi vacinada com a dose de reforço.

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Em seu despacho, o ministro Vital Rêgo determinou que o Ministério da Saúde haja de forma rápida para evitar a perda das vacinas em estoque. Ele ainda destacou a urgência em repassar as vacinas para conter a transmissão do vírus e os consequentes casos graves da doença.

O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira (9) que possui um plano operacional para entregar 10 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 para bebês e crianças pequenas até 20 de junho, se receber aprovação dos reguladores de saúde.

De acordo com uma nota da Casa Branca, a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA convocará seu Comitê Consultivo de Vacinas Especializadas em 15 de junho para decidir se recomenda e autoriza as vacinas da Pfizer para bebês de 6 meses a 4 anos (em três doses ) e Moderna para crianças de 6 meses a 5 anos (em duas doses). Essa faixa etária é a única que não foi vacinada nos Estados Unidos, como em muitos países. A aliança Pfizer-BioNTech e Moderna garante que seus testes clínicos foram positivos nessas idades.

Em caso de parecer favorável desse Comitê, a FDA poderá autorizar o plano. Em seguida, um segundo comitê de especialistas, desta vez convocado pela entidade que reúne os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), por sua vez, entregará sua recomendação em 18 de junho e, uma vez registrada sua aprovação final, poderá iniciar a campanha de imunização.

"Enquanto a FDA e o CDC realizam sua revisão independente, o governo (do presidente Joe) Biden está se preparando para todos os cenários, incluindo o início da vacinação a partir da semana de 20 de junho", disse a Casa Branca em comunicado.

Observou que, após a aprovação da FDA, o governo pode começar imediatamente a distribuir 10 milhões de doses em todo o país, acrescentando que depois distribuirá "outros milhões".

A vacina da AstraZeneca contra a Covid-19 deve ser oferecida na rede de clínicas particulares do País nos próximos dias. O anúncio foi feito ontem pela Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC). Por enquanto, nenhuma outra fabricante sinalizou disponibilidade para o setor privado.

O fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (Espin) permitiu que o imunizante fosse ofertado pela rede particular de imunização. Publicada em 22 de abril, a medida definida pelo Ministério da Saúde entrou em vigor 30 dias depois, o que permite a venda do imunizante na rede privada, conforme orientação, para aplicação em pessoas acima de 18 anos.

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Com preço estimado entre R$ 300 e R$ 350, estima-se que um número razoável de doses da vacina esteja disponível para utilização. "Já existem cerca de 2 milhões de doses, em centro de distribuição da AstraZeneca, que poderiam ser negociadas com as clínicas brasileiras de forma imediata. Mais doses podem ser negociadas de acordo com a demanda das clínicas de todo o País", disse em nota a AstraZeneca, ao acrescentar que a entrada no mercado privado visa a atender a uma necessidade do Brasil, assim como é feito com a vacina da gripe e demais imunizações utilizadas no País.

QUEM PODE TOMAR?

A vacina não será de busca espontânea. Cada paciente deverá entrar em contato com sua clínica de confiança, buscar informações e fazer o agendamento de acordo com a disponibilidade de doses, pois os frascos após abertos têm 48 horas de validade. Desta forma, deve haver um planejamento para não haver desperdício.

Como terceira dose, todos acima de 18 anos podem tomar, independentemente do esquema primário, desde que faça pelo menos quatro meses que tenham recebido a segunda. Para quarta dose, pacientes entre 18 e 60 anos que não estejam nas orientações do Programa Nacional de Imunizações devem aguardar orientação médica para o segundo reforço.

A Espanha detectou nesta quarta-feira (25) 59 casos de varíola do macaco e anunciou que vai comprar vacinas e antivirais em um programa conjunto da União Europeia (UE), anunciou o governo.

Os casos positivos foram detectados por teste de PCR e 20 deles confirmados por sequenciamento genético, anunciou a ministra da Saúde Carolina Darias, em entrevista coletiva.

No total, 171 casos suspeitos foram detectados no país.

A Espanha vai adquirir as vacinas Imvanex e os antivirais Tecovirimat através da Autoridade Europeia de Preparação e Resposta a Emergências Sanitárias (HERA), afirmou a ministra.

A HERA, que se reuniu na manhã desta quarta-feira, colocará "a disposição dos estados -membros a vacina contra a varíola, neste caso, a Imvanex", disse.

A Imvanex, do laboratório Bavarian Nordic, é um imunizante de terceira geração autorizado na Europa desde 2013 e indicado contra a varíola em adultos.

Não há tratamento nem vacinas específicas para a varíola do macaco, mas os surtos podem ser controlados com imunizantes contra a varíola, segundo a OMS.

A varíola do macaco, detectada recentemente na Europa e América do Norte, é uma doença pouco comum, originária da África.

A gigante farmacêutica norte-americana Pfizer anunciou, nesta quarta-feira (25), que venderá seus medicamentos a preço de custo para os países mais pobres como parte de uma iniciativa apresentada no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.

"Um Acordo para um Mundo Mais Saudável" centra-se em cinco áreas: doenças infecciosas, câncer, inflamações, doenças raras e saúde da mulher, nas quais a Pfizer detém 23 patentes, incluindo a sua vacina e tratamento oral contra a covid-19.

"Este compromisso transformador aumentará o acesso dos produtos da Pfizer – medicamentos e vacinas patenteadas disponíveis nos Estados Unidos e na União Europeia – para quase 1,2 bilhão de pessoas", informou à AFP Angela Hwang, presidente do Pfizer Biopharmaceuticals Group.

Ruanda, Gana, Malawi, Senegal e Uganda já se comprometeram a aderir ao projeto e 40 outros países são elegíveis para assinar acordos bilaterais para participar.

Os países em desenvolvimento sofrem com 70% das doenças do mundo, mas recebem apenas 15% dos gastos globais com saúde, o que tem consequências devastadoras para suas populações.

Na África Subsaariana, por exemplo, uma em cada 13 crianças morre antes de completar cinco anos, em comparação com uma em cada 199 em países de alta renda.

As taxas de mortalidade por câncer também são muito mais elevadas em países de baixa e média renda, causando mais mortes do que a malária na África.

Enquanto isso, medicamentos e vacinas essenciais geralmente levam de quatro a sete anos a mais para chegar aos países mais pobres.

Isso se soma a problemas nas cadeias de suprimentos e sistemas de saúde precários, que dificultam o acesso dos pacientes a esses produtos uma vez aprovados.

"Sabemos que há muitos obstáculos que os países devem superar para acessar nossos medicamentos. É por isso que inicialmente escolhemos cinco países-piloto para encontrar soluções operacionais e depois compartilhar as lições com outros países", explicou Hwang.

O anúncio da Pfizer "facilitará o acesso a certos tratamentos essenciais e esperamos que permita um melhor combate às doenças indicadas, que incluem a covid, bactérias resistentes a antibióticos, doença meningocócica, encefalite provocada por carrapato e doenças pneumocócicas", indicou Amesh Adalja, do Johns Hopkins Center for Health Security.

Os Estados Unidos planejam distribuir vacinas contra a varíola do macaco e tratamentos médicos para os contatos próximos de pessoas infectadas, no momento em que o país registra cinco casos confirmados ou prováveis, anunciaram em entrevista coletiva funcionários do Centros para o Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

Há uma infecção confirmada nos Estados Unidos, em Massachusetts, e outros quatro casos de pessoas infectadas com o orthopoxvírus - da mesma família da varíola do macaco - afirmaram os funcionários. Um dos casos de orthopoxvírus foi registrado em Nova York, outro na Flórida e os dois restantes em Utah. Todos em homens.

O sequenciamento genético do caso em Massachusetts coincide com o de um paciente em Portugal e pertence a uma cepa do oeste da África, a menos agressiva das duas cepas de varíola do macaco existentes.

"No momento, esperamos maximizar a distribuição de vacinas para aqueles que sabemos que podem se beneficiar das mesmas", disse a vice-diretora da divisão de patógenos e patologias de consequências graves, Jennifer McQuiston. Essas seriam "pessoas que tiveram contato com um paciente com varíola do macaco, profissionais de saúde, seus contatos mais próximos e, em particular, aqueles que podem correr alto risco de doença grave".

- Oferta -

Em termos de oferta, os Estados Unidos possuem cerca de mil doses do composto JYNNEOS, vacina aprovada pela Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos para a varíola comum e a varíola do macaco, "e espera-se aumentar esse nível rapidamente nas próximas semanas, à medida que a empresa nos fornecer mais doses", indicou Jennifer. O país também conta com cerca de 100 milhões de doses de vacina de uma geração anterior, chamada ACAM2000, sendo a JYNNEOS a opção mais segura, segundo a funcionária.

As pessoas imunossuprimidas ou que apresentam condições cutâneas particulares, incluindo eczema, são de alto risco, ressaltou o epidemiologista John Brooks.

O CDC também desenvolve um guia de tratamento para permitir a implantação dos antivirais tecovirimat e brincidofovir, ambos com licença para o tratamento da varíola.

O Senado Federal aprovou nesta quinta-feira (12) uma medida provisória (MP) que autoriza o governo federal a realizar doação humanitária de vacinas contra a Covid-19 a outros países. A proposta tem o objetivo de atender regiões mais afetadas pela pandemia e que enfrentam uma persistência mais preocupante da doença. O texto da MP 1.081/2021 não sofreu alterações e deve seguir para promulgação do presidente Jair Bolsonaro (PL). A doação não deve afetar a vacinação no Brasil. 

“Respeitada a priorização da vacinação da população brasileira, o Brasil tem condições de colaborar com campanhas de imunização de outros países que eventualmente se encontrem atrasados nesse quesito, em caráter de cooperação humanitária internacional, de modo que, reitera-se, ficam justificadas a urgência e a relevância requeridas”, sustentou o Ministério da Saúde, ao encaminhar a medida à Presidência da República. 

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Ainda conforme a matéria, as despesas decorrentes do transporte dos imunizantes serão bancadas pelo país destinatário da doação ou por dotações orçamentárias do Poder Executivo federal ou de outros colaboradores. Por proposta da da senadora Rose de Freitas (MDB-ES), uma emenda foi apresentada, pedindo transparência pública ao divulgar na internet informações sobre os países beneficiados com as vacinas doadas. 

O relator Vanderlan Cardoso (PSD-GO), no entanto, rejeitou a sugestão sob o argumento de que transparência e publicidade já são princípios da administração pública, o que torna essa previsão “desnecessária”. 

A medida 

Segundo a medida provisória, as doações serão efetivadas em termo firmado pelo Executivo por intermédio do Ministério da Saúde. Também caberá à pasta definir as quantias e os destinatários dos imunizantes, após ouvir o Ministério das Relações Exteriores. A doação ocorrerá apenas após manifestação de interesse do país beneficiado. 

As despesas relacionadas ao transporte das vacinas devem ser pagas pelo país que receberá a doação ou, então, deverá haver espaço especificado no orçamento federal para a destinação. 

 

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (10) a Medida Provisória 1083/21, que abre crédito extraordinário de R$ 6,41 bilhões para a compra de vacinas contra a Covid-19. A MP, editada em dezembro do ano passado, será enviada ao Senado. 

A relatora da MP, deputada Dra. Soraya Manato (PTB-ES), recomendou a aprovação da medida na forma enviada pelo Poder Executivo, sem mudanças.  Segundo o governo, R$ 3,6 bilhões servirão para a produção e o fornecimento de 120 milhões de doses de vacina pela Fundação Oswaldo Cruz. Já para o Fundo Nacional de Saúde (FNS), R$ 2,81 bilhões servirão para a compra de doses junto a fornecedores privados.

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O dinheiro virá de operação de crédito por meio da emissão de títulos do Tesouro Nacional.  Em razão da Emenda Constitucional 113, decorrente da PEC dos Precatórios, até R$ 15 bilhões do limite recalculado do teto de gastos podem ser usados para as despesas de vacinação contra a Covid-19 ou relacionadas a ações emergenciais e temporárias de caráter socioeconômico. Assim, o aumento de créditos estaria amparado por essa folga orçamentária. 

*Da Agência Câmara de Notícias

Até o momento, 5.710 vacinas da dose adicional de reforço contra a Covid-19 foram aplicadas em Olinda, de acordo com a Prefeitura. Dez locais de vacinação estão disponíveis nos dias de semana, sem a necessidade de agendamento, para o público a partir dos 65 anos.

A segunda dose de reforço é aplicada nos idoso que tomaram a última dose há pelo menos quatro meses. Para a receber a vacina, é preciso apresentar cartão de vacinação, documento de identificação com foto e comprovante de residência.

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Os pontos de imunização atendem de segunda a sexta das 9h às 16h, exceto no Shopping Patteo e na Vila Olímpica, que funcionam das 9h às 20h nos dias de semana, e das 9h às 16h aos sábados.

Confira os pontos de vacinação em Olinda

Faculdade Facho, Ouro Preto;

Vila Olímpica, Rio Doce;

Shopping Patteo, Bairro Novo;

Clínica da Pessoa Idosa, Peixinhos;

USF Tabajara 1;

USF Águas Compridas 3;

USF Jardim Brasil 1;

USF Jardim Brasil 5;

Policlínica São Benedito;

Policlínica Martagão Gesteira, Salgadinho.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) trabalha em duas frentes para que vacinas contra covid-19 produzidas no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos) possam chegar a outros países, disse nesta sexta-feira (18) em entrevista à Agência Brasil e à Rádio Nacional do Rio de Janeiro a presidente da fundação, Nísia Trindade Lima. 

 As baixas coberturas vacinais contra a doença em países pobres são motivo de preocupação de autoridades sanitárias internacionais e cientistas, já que a alta circulação do vírus entre populações não vacinadas pode continuar fazendo vítimas e produzindo novas variantes de preocupação. 

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A socióloga explicou que Fiocruz está em contato com a AstraZeneca e com a Organização Mundial da Saúde para que a vacina covid-19 recombinante, produzida em Bio-Manguinhos, possa ser utilizada em outros países. A produção da vacina no Brasil é resultado de uma parceria da fundação com a farmacêutica europeia, que se deu por meio de acordos de encomenda tecnológica e transferência de tecnologia. 

"No curto prazo, há a possibilidade de a vacina covid-19 recombinante, que é fruto do acordo com a AstraZeneca, poder também ser utilizada do ponto de vista internacional, em outros países. Estamos em um processo para ter a licença de uso emergencial, e isso é necessário junto à Organização Mundial de Saúde. E também estamos em contato com a AstraZeneca para esse objetivo", disse Nísia. 

A presidente da Fiocruz afirmou ainda que, no longo prazo, pesquisadores de Bio-Manguinhos trabalham no desenvolvimento de uma vacina própria de RNA mensageiro, a mesma plataforma tecnológica utilizada no imunizante da Pfizer. A pesquisa fez com que Bio-Manguinhos fosse escolhido, em setembro do ano passado, ao lado de um laboratório argentino, como hub da Organização Mundial da Saúde na América Latina para essa tecnologia. 

"A vacina está em uma fase pré-clínica, e ainda não foram feitos testes com grupos populacionais, como é necessário fazer. Estamos procurando ao máximo acelerar esse processo e, em breve, esperamos ter um cronograma bem definido", disse Nísia. "É uma linha menos imediata, mas é igualmente importante, pensando em uma possibilidade de vacinação que venha a ser anual e no apoio aos países do mundo e do nosso continente." 

Padrões

O acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), que representa a OMS nas Américas, prevê que a vacina a ser desenvolvida passará por um processo de pré-qualificação da OMS, em que serão exigidos os mais elevados padrões internacionais para garantir sua qualidade, segurança e eficácia. Uma vez aprovado, o imunizante será oferecido aos estados-membros e territórios da Opas de forma equitativa, por meio de seu Fundo Rotatório.  Pesquisadores estiveram na África do Sul recentemente em encontro com seus pares do hub da OMS sobre o tema no continente africano.

A troca de conhecimentos pode contribuir para acelerar esse processo, disse a presidente da Fiocruz, que acredita que a pandemia deixou como aprendizado a necessidade de descentralizar a produção das vacinas, para que os benefícios da ciência cheguem a mais pessoas.   

"Dominar a tecnologia e ser autossuficiente, sendo a saúde também um fator econômico importante, é fundamental para os países. É isso que vai garantir o acesso, e esse aprendizado pode servir para outras emergências. Não se deve olhar só o imediato".   

Autossuficiência

A Fiocruz já é autossuficiente na produção da vacina contra a covid-19 desde que passou a dominar a tecnologia de produção do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) do imunizante, desenvolvido pela Universidade de Oxford e pela AstraZeneca.

O IFA é o insumo mais importante na formulação da vacina, e sua produção depende de uma tecnologia inovadora chamada de vetor viral, em que um adenovírus (vírus de resfriado) é usado para transportar informações genéticas do SARS-CoV-2 que farão nosso sistema imunológico se preparar contra a covid-19.

A expectativa da presidente da fundação é que a capacidade produtiva possa chegar a 180 milhões de doses por ano, com capacidade máxima de cerca de 22 milhões de doses mensais. Para 2022, já estão contratadas pelo Ministério da Saúde 105 milhões de doses da vacina para o Programa Nacional de Imunizações (PNI). 

 Nísia avalia que é possível que o país se torne autossuficiente na produção de doses de reforço, somando os esforços da fundação aos do Instituto Butantan. Para isso, porém, são necessárias mais pesquisas que envolvam todas as faixas etárias.  "É possível, mas temos sempre que olhar qual vai ser o resultado dos estudos nas várias faixas etárias. Todas essas afirmações têm que ir sendo ajustadas no tempo. O que a gente pode afirmar com segurança é a autossuficiência e uma capacidade de produção que vai chegar a cerca de 180 milhões de doses no ano. Então, com isso, podemos, sim, garantir a proteção à nossa sociedade e à nossa população, ainda mais considerando também a participação de outras vacinas". 

Deltacron

A presidente da Fiocruz também lembrou a participação da fundação na vigilância genômica das variantes do SARS-CoV-2 que circulam no Brasil. O Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) é referência nacional nesse trabalho, que se dá em rede com outros laboratórios coordenados pelo Ministério da Saúde. 

 Sobre a variante que vem sendo chamada de Deltacron, por reunir características genéticas das variantes Ômicron e Delta, Nísia destacou que ela não foi classificada até o momento como variante de preocupação pela Organização Mundial da Saúde.   

"Não há nenhuma razão para pânico. Há razão sempre para acompanhamento, cuidado e cautela", disse. "As indicações até agora, pelas características dessa variante, apontam que ela deve ter a mesma resposta da Ômicron em relação à vacina, portanto, as vacinas que temos protegem em relação aos casos graves. E, ao que tudo indica até o momento, o que se verifica é que sua disseminação não se dá na velocidade com que a variante Ômicron se deu". 

Nísia esteve hoje (18) na sede da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) no Rio de Janeiro para conceder entrevista ao telejornal Repórter Brasil Tarde e, entre outros temas, comentou a aplicação da segunda dose de reforço, que já teve início entre alguns grupos mais vulneráveis à covid-19. 

"A quarta dose tem que ser vista a partir das condições imunológicas como tem sido mostrado, para os casos em que se justifique e tudo em matéria de covid tem que ser observado", disse. "Neste momento a mensagem mais importante e prioritária é que as pessoas que não completaram o esquema de vacinação com a segunda dose e com a terceira dose, de reforço, façam. Essa é a mensagem mais importante, porque é isso que nos deu proteção contra hospitalizações, agravamento e até mesmo óbitos na onda da Ômicron".

A pandemia de Covid-19 completa nesta sexta-feira (11) dois anos, e o sobe e desce das curvas de casos e óbitos ao longo deste período teve dois fatores como protagonistas: as variantes e as vacinas. Se, de um lado, esforços para desenvolver e aplicar imunizantes atuaram no controle da mortalidade e na circulação do SARS-CoV-2, do outro, a própria natureza dos vírus de evoluir, adquirir maior poder de transmissão e escapar da imunidade fez com que as infecções retomassem o fôlego em diversos momentos. Moldada por essas forças, a pandemia acumula, em termos globais, quase 450 milhões de casos e mais de 6 milhões de mortes, além de 10 bilhões de doses de vacinas aplicadas e 4,3 bilhões de pessoas com duas doses ou dose única, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Integrante do Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Raphael Guimarães explica que, ao se multiplicar, qualquer vírus pode evoluir para uma versão mais eficiente de si mesmo, infectando hospedeiros com mais facilidade. Quando a mutação dá ao vírus um poder de transmissão consideravelmente maior que sua versão anterior, nasce uma variante de preocupação.

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“O que a gente vive dentro de uma pandemia é uma guerra em que a gente está tentando sobreviver, e o vírus também está tentando”, resume Guimarães. “Cada vez que a gente dá a ele a chance de circular de forma mais livre e tentar se adaptar a um ambiente mais inóspito, o que ele está fazendo é tentar alterar sua estrutura para sobreviver.”

O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, acrescenta que impedir que um vírus sofra mutações ao se replicar é impossível, porque isso é da própria natureza desses micro-organismos. Apesar disso, é possível, sim, dificultar esse processo, criando um ambiente com menos brechas para ele circular. E é aí que as vacinas cumprem outro papel importante.

“A gente pode reduzir esse risco aumentando a cobertura vacinal no mundo inteiro. A Ômicron apareceu na África, que é o continente com menor cobertura vacinal”, lembra ele. Enquanto Europa, Américas e Ásia já têm mais de 60% da população com duas doses ou dose única, o percentual na África é de 11%. “Se a gente conseguir equalizar a cobertura vacinal nos diferentes países, a gente tem um menor risco de ter uma variante aparecendo dessa forma”, diz Chebabo.

É unânime entre os pesquisadores ouvidos pela Agência Brasil que, se as ondas de contágio podem ser relacionadas à evolução das variantes, o controle das curvas de casos e óbitos se deu com a vacinação. A diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Flávia Bravo, afirma que é inegável o papel das vacinas na queda da mortalidade por Covid-19 ao longo destes dois anos.

“No início, vacinaram-se os idosos mais velhos, para depois ir descendo por idade e para pacientes com comorbidades. E, se olhar no miúdo a interferência da vacina no número de mortes, fica evidente, a partir da vacinação desse grupo das maiores vítimas, uma queda coincidindo com o aumento da cobertura”, avalia ela, que também resume a pressão das variantes no sentido contrário, aumentando os casos: “Começamos no Brasil com a cepa original, depois a Gama começou a predominar, foi substituída pela Delta, veio a Ômicron, e esse balanço nas nossas curvas foi acompanhando justamente essas novas variantes que foram se espalhando pelo mundo.”

A pediatra considera que problemas na disponibilidade de vacinas no início da imunização e a circulação de variantes também levaram o Brasil a ser um dos países mais afetados pela pandemia de Covid-19, com mais de 650 mil mortes causadas pela doença, o segundo maior número de vítimas do mundo, e uma taxa de 306 mortes a cada 100 mil habitantes, a segunda maior proporção entre os dez países que mais tiveram vítimas da doença.

“Se a vacinação tivesse começado mais cedo e com uma oferta de doses maior desde o início, com certeza o panorama que a gente vivenciou teria sido diferente. Mas, ainda que tenhamos atrasado o início e a disponibilidade de doses também tenha demorado, chegamos a coberturas tão boas ou até melhores que muitos países, inclusive com esquema completo”, afirma a diretora da SBIm. 

Variantes de preocupação

Desde que o coronavírus original começou a se espalhar, a OMS classificou cinco novas cepas como variantes de preocupação. Mais sete chegaram a ser apontadas como variantes sob monitoramento ou variantes de interesse, mas não reuniram as condições necessárias para justificarem o mesmo nível de alerta. Para que as mutações genéticas do vírus sejam consideradas de preocupação, elas devem ter características perigosas, como maior transmissibilidade, maior virulência, mudanças na apresentação clínica da Covid-19 ou diminuição da eficácia das medidas preventivas.

O padrão de batizar as variantes com letras do alfabeto grego foi uma alternativa adotada pela OMS para evitar que continuassem sendo identificadas por seu local de origem, como chegou a acontecer com a Alfa, a que veículos de comunicação se referiam frequentemente como variante britânica. Associar uma variante a um país ou região pode gerar discriminação e estigmas, justifica a organização, que acrescenta que essa nomenclatura também simplifica a comunicação com o público e é fácil de pronunciar em vários idiomas.

Gama

Virologista e coordenador da Vigilância Genômica de Viroses Emergentes da Fiocruz Amazônia, Felipe Naveca coordenou o trabalho que confirmou a existência da variante Gama, a que teve maior impacto na mortalidade da Covid-19 no Brasil. Ele explica que, ao longo do tempo, o coronavírus adquiriu maior transmissibilidade ao acumular mutações que permitiram o escape de anticorpos, aumentaram a replicação e facilitaram a entrada nas células.

Com essas vantagens, as variantes Alfa e Beta causaram aumentos de casos e óbitos em outros países, mas não chegaram a se disseminar a ponto de mudar o cenário epidemiológico no Brasil. Por outro lado, o pior momento da pandemia no país, nos primeiros quatro meses do ano passado, está diretamente ligado à variante Gama. 

"A Gama foi o nosso grande terror, porque foi o surgimento de uma variante de preocupação aqui antes que a gente tivesse iniciado a vacinação. Até a gente conseguir avançar, ela já tinha se espalhado". 

A disseminação da variante Gama causou colapso no sistema de saúde do Amazonas entre o fim de dezembro e janeiro de 2021. A sua disseminação pelo país levou à lotação das unidades de terapia intensiva em praticamente todos os estados ao mesmo tempo. O cenário continuou a se agravar até março e abril de 2021, quando a média móvel de mortes por Covid-19 teve picos de mais de 3 mil vítimas diárias. Em 17 de março, a Fiocruz classificou a situação como o maior colapso sanitário e hospitalar da história do Brasil.

Iniciada em 17 de janeiro, a vacinação no Brasil ainda estava em estágio inicial durante a disseminação da variante Gama, e, quando o pico de óbitos foi atingido, menos de 15% da população tinha recebido a primeira dose. À medida que a vacinação dos grupos prioritários avançava, porém, a média móvel de mortes começou a cair no Brasil a partir de maio de 2021, e instituições como a Fiocruz chegaram a apontar uma queda na média de idade das vítimas de Covid-19, uma vez que os mais velhos tinham cobertura vacinal maior que adultos e jovens.

Delta

Enquanto a curva da variante Gama descia no Brasil em maio, a variante Delta mostrava seu poder de transmissão na Índia desde abril e levava a outra situação de colapso que alarmava autoridades de saúde internacionais. Segundo dados da OMS, mais de 100 mil indianos morreram de Covid-19 somente em maio, e a organização declarou a Delta uma variante de preocupação no dia 11 daquele mês. 

A variante Delta se espalhou e diversos países como Indonésia, Estados Unidos e México tiveram altas na mortalidade entre julho e agosto. No Brasil, a vacinação dos grupos de risco e a recente onda da variante Gama produziram o que os pesquisadores chamam de imunidade híbrida. 

"É a imunidade das vacinas somada à imunidade da infecção natural", explica o virologista. "O problema da imunidade natural é que milhares de pessoas morreram. Não é algo que a gente possa pensar como uma estratégia, mas aconteceu. A gente não viu nem de perto o que aconteceu com a Gama acontecer com a Delta."

Ômicron

Apesar disso, a variante Delta substituiu a Gama como a principal causadora dos casos de Covid-19 no país ao longo do segundo semestre de 2021, e manteve esse posto até que fosse derrubada pela Ômicron. A última variante de preocupação catalogada, até então, teve seus primeiros casos identificados no Sul da África em novembro de 2021, e, a partir da segunda quinzena de dezembro, países de todos os continentes registraram um crescimento de casos em velocidade sem precedentes. Ao longo de todo o mês de janeiro de 2022, o mundo registrou mais de 20 milhões de casos de Covid-19 por semana, enquanto o recorde anterior era de quase 5,7 milhões por semana, segundo a OMS.

Entre todas as variantes, a Ômicron é a que acumula mais mutações, garantindo uma capacidade de contágio muito maior que as demais. Além disso, explica Fernando Naveca, também é a mais capaz de escapar das defesas imunológicas, causando reinfecção e infectando pessoas vacinadas, ainda que sem gravidade em grande parte das vezes. Diferentemente da Gama, a variante supertransmissível encontrou um cenário de vacinação mais ampla, com mais de 60% da população brasileira com duas doses e dose única, e grupos de risco já com acesso à dose de reforço. 

Antes da variante Ômicron, o recorde na média móvel de novos casos de Covid-19 no Brasil era de 77 mil por dia. Entre 20 de janeiro e 20 de fevereiro de 2022, porém, o país repetiu dia após dia uma média móvel de mais de 100 mil casos diários, chegando a quase 190 mil casos por dia no início de fevereiro, segundo dados do painel Monitora Covid-19, da Fiocruz. Cidades como o Rio de Janeiro registraram, somente no mês de janeiro de 2022, mais casos de Covid-19 que em todo o ano de 2021, quando as variantes Gama e Delta eram as dominantes.

Ainda que o número de mortes tenha subido com o pico da variante Ômicron, a média móvel de vítimas não superou os mil óbitos diários nenhuma vez em 2022, enquanto, em 2021, todos os dias entre 24 de janeiro e 30 de julho tiveram média de mais de mil mortes. Essa diferença tem relação direta com a cobertura vacinal atingida pelo país, que já tem 73% da população com duas doses ou dose única e 31% com dose de reforço. 

"Felizmente, tivemos um pico absurdo de casos que não se refletiu em um número tão alto de casos graves. Então, a não ser que surja outra variante, a gente deve viver um período mais tranquilo, porque tivemos muita vacinação e um pico grande da Ômicron. Isso deve nos ajudar a ter uma queda de casos", espera o pesquisador.

Um milhão de doses da vacina contra a Covid-19 Sputnik V, que a Guatemala comprou da Rússia, venceram nesta segunda-feira (28). O governo do país centro-americano culpou grupos antivacinas, que geram desinformação sobre os imunizantes.

"Infelizmente, temos que conviver com um fator que tem a ver com a rejeição à vacinação por um setor importante da população", lamentou o ministro da Saúde, Francisco Coma, em entrevista coletiva. Ele informou que 1.062.412 doses da vacina russa - que não tem o aval da Organização Mundial de Saúde (OMS) - atingiram o prazo de validade devido à resistência de algumas pessoas a serem vacinadas.

Segundo autoridades, a campanha de vacinação no país esbarrou em "mitos e rumores". Elas apresentaram casos em que funcionários da área de saúde foram agredidos em algumas comunidades.

Com a informou que tentou-se negociar com a Rússia uma troca das vacinas próximas do vencimento, sem uma resposta favorável. As doses vencidas fazem parte das 8 milhões que a Guatemala comprou do Fundo de Investimento Direto da Rússia em abril passado, a um custo de 79,6 milhões de dólares.

Diante do vencimento do milhão de doses, deputados da oposição anunciaram que irão pedir uma prestação de contas ao ministro da Saúde no Congresso, denunciando deficiências do governo no processo de repasse das vacinas.

A Guatemala tem 17 milhões de habitantes e soma 777.000 casos de Covid, com 17.000 mortos. Um total de 5,6 milhões de pessoas estão com o esquema vacinal completo, de diferentes vacinas, aplicadas em pessoas com idade a partir de 12 anos. O país já aplica a dose de reforço.

Em Pernambuco, 1.182.444 crianças entre 5 e 11 anos devem se vacinar contra a Covid-19. No entanto, pouco mais de um mês após o início da imunização neste público, apenas 30% dos pequenos receberam a primeira dose. A baixa cobertura vacinal nesta faixa etária preocupa os especialistas e acende o alerta para a vulnerabilidade dos pequenos não vacinados.

Ao longo desta semana, Estado e municípios realizam força-tarefa para alavancar a vacinação deste grupo, com encerramento no ‘Dia C’ de vacinação no próximo sábado (26).

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“Uma cobertura vacinal baixa implica riscos não apenas para as crianças, mas para toda a sociedade. E não podemos correr riscos desnecessários. As vacinas, além de seguras, salvam vidas, já está mais do que comprovado”, alerta o secretário estadual de Saúde, André Longo.

A superintendente de Imunizações da SES-PE, Ana Catarina de Melo, reforça que Pernambuco tem expertise na vacinação de crianças e que os municípios são capacitados para proteger os pequenos.

"Ter, até o momento, apenas 30% desse público vacinado com a primeira dose contra a Covid-19 revela como o processo está lento, o que nos preocupa, já que, tradicionalmente, Pernambuco sempre imunizou muito rápido as crianças nas campanhas de vacinação. Nós sabemos como vacinar os pequenos. É preciso lembrar que estamos no período de retorno às aulas, assim como da circulação da Ômicron, então a vacina, estratégia efetiva e eficaz, é essencial", reforça.

Vacinas em estoque

Na última sexta-feira (18), Pernambuco recebeu mais 233.360 doses de vacinas destinadas às crianças, entre Pfizer e Coronavac, o que garantiu abastecer o estoque dos municípios para as estratégias de avanço da imunização deste público. Desde o início da campanha, a SES-PE já distribuiu 851.186 doses para o público infantil aos municípios pernambucanos.

Com informações da assessoria

Até o dia 15 de fevereiro todas as doses para a vacinação de crianças entre cinco e 11 anos de idade serão distribuídas. A informação foi dada pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em conversa com jornalistas na manhã desta segunda-feira (7). "Estamos trabalhando fortemente para antecipar as doses infantis para que os pais exerçam o direito de vacinar seus filhos”, afirmou o ministro.

No Brasil, onde 20 milhões de crianças que podem receber o imunizante, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa) autorizou vacinas pediátricas da Pfizer e a CoronaVac, que devem ser aplicadas em de duas. "Todas as vacinas foram desenvolvidas em curto espaço de tempo, mas temos que avançar de maneira sustentada trazendo os pais para buscar a imunização, sem obrigá-los", destacou Queiroga.

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