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A Polícia Federal (PF) coletou diversas mensagens trocadas entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o empresário Meyer Joseph Nigri e, durante a investigação, constatou que Nigri compartilhava as tais conversas em grupos com outros empresários e abas privadas. A informação foi divulgada pelo colunista Aguirre Talento, do UOL, que teve acesso ao conteúdo da apuração policial.

--> Bolsonaro admite disparo de fake news: 'Qual o problema?'

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De acordo com a reportagem, as mensagens eram fake news, além de ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e tratando sobre a instalação de uma guerra civil com a vitória do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições do ano passado.

As conversas teriam acontecido entre fevereiro e agosto de 2022. Uma das que descredibilizava o processo eleitoral e incentivava a guerra civil defendida nas conversas diz: "O STF será o responsável por uma guerra civil no Brasil", acompanhado de informações falsas sobre o STF e as eleições.

Já outra, pontuava: "Hackers impediram Bolsonaro de ganhar as eleições de 2018 no 1º turno. Mas não agiram da mesma forma no 2º turno porque o PT não lhes pagou a metade do prometido logo após o 1º turno". A informação é falsa.

Disseminador de fake news

O relatório da PF divulgado pela matéria aponta Jair Bolsonaro como “difusor de mensagens com conteúdo de notícias não lastreadas ou conhecidamente falsas”.

“O terminal identificado como utilizado pelo presidente da República Jair Bolsonaro encaminhou diversas mensagens contendo ataques às instituições, especialmente o Supremo Tribunal Federal, ao sistema eletrônico de votação e às vacinas desenvolvidas para combate à covid-19. Após receber o conteúdo, Meyer Nigri realizou a disseminação de tais mensagens para diversos grupos e chats privados de WhatsApp. Resumidamente, os fatos apontam para a atuação do presidente da República Jair Bolsonaro como difusor inicial das mensagens”.

Na última segunda-feira (21), o ministro do STF, Alexandre de Moraes, prorrogou por mais 60 dias as investigações contra Meyer Joseph Nigri. Ele é um dos empresários que integrava um grupo no WhastApp nutrindo ações golpistas caso o ex-presidente Jair Bolsonaro perdesse a disputa em 2022.

A PF também flagrou Bolsonaro mandando o empresário e outros aliados do ramo divulgarem uma mensagem falsa em aplicativo de conversas. Nessa terça (22), a PF intimou Bolsonaro a depor e esclarecer o pedido de disparo do texto. O ex-presidente, inclusive, já chegou a admitir o envio do conteúdo. 

Sobre as novas mensagens descobertas, a defesa de Bolsonaro se negou a comentar. Já a defesa de Nigri negou, em nota, a classificação de disseminador de fake news.

O texto da defesa aponta que Nigri "jamais foi disseminador de notícias falsas, mas apenas, de forma eventual e particular, encaminhou mensagens de terceiros no aplicativo WhatsApp para fomentar o legítimo debate de ideias. Inclusive, sequer possui contas em redes sociais como Twitter, Facebook, Instagram, nem em qualquer outra plataforma de disseminação em massa. Por fim, com serenidade e respeito, reforça confiar na Justiça e ter plena certeza de que ficará devidamente demonstrado que não praticou crime algum".

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu ter trocado, em grupos com aliados, mensagens com conteúdo falso sobre a urna eletrônica e o Supremo Tribunal Federal (STF). Um registro obtido pelo blog de Daniela Lima mostra o ex-mandatário pedindo que o empresário Meyer Nigri repassasse uma mensagem "ao máximo". Bolsonaro confirmou o teor das mensagens à Folha de São Paulo e se mostrou despreocupado com o disparo de fake news

"Eu mandei para o Meyer, qual o problema? O [ministro do Supremo Tribunal Federal e então presidente do Tribunal Superior Eleitoral Luís Roberto] Barroso tinha falado no exterior [sobre a derrota da proposta do voto impresso na Câmara, em 2021], eu sempre fui um defensor do voto impresso", disse. O encontro com a Folha aconteceu durante um voo de Brasília a São Paulo, nesta quarta-feira (23). Ele não permitiu que a conversa fosse gravada. 

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Bolsonaro afirmou que não participava do grupo dos empresários para o qual, segundo a Polícia Federal, Meyer Nigri repassou as mensagens em que criticava ministros do Supremo e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), acusando-os de interferência no processo eleitoral, por se colocarem contra o voto impresso. 

Pela mensagem, Jair foi intimado pela PF e deverá esclarecer a difusão do conteúdo associado a fake news, objeto de investigação no Supremo. "Eu vou lá explicar", disse, sobre o depoimento marcado para o dia 31. 

"O ministro Barroso faz peregrinação no exterior sobre o atual processo eleitoral brasileiro, como sendo algo seguro e confiável. O pior, mente sobre o que se tentou aprovar em 2021: o veto impresso ao lado da urna eletrônica, quando ele se reuniu com lideranças partidárias e o Voto Impresso foi derrotado. Isso chama-se interferência", diz o texto. 

"Todo esse desserviço à Democracia dos três ministros do TSE STF faz somente aumentar a desconfiança de fraudes preparadas por ocasião das eleições. O Datafolha infla os números de Lula para dar respaldo ao TSE por ocasião do anúncio do resultado eleitoral. Repasse ao máximo", acrescenta. 

 

O deputado Elmar Nascimento (União-BA), relator do PL 2370/2019, entregou à Câmara nova versão do texto que muda trechos do Marco Civil da Internet e da Lei do Direito Autoral, no chamado PL das Fake News fatiado. A proposta prevê que plataformas digitais devem remunerar empresas jornalísticas por conteúdos publicados nas redes sociais, além de regras para publicidade digital.

O PL 2370 é de autoria da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e tem sinal verde para passar na Câmara. A proposta deve ter o regime de urgência - uma tramitação mais rápida - e o mérito analisado nesta terça-feira, 15, após meses de negociação, principalmente, entre empresas de comunicação e artistas. Caso seja aprovado, o PL vai ao Senado. As mudanças passam a valer um ano após a publicação da nova legislação.

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O projeto de lei 2370 vai alterar o Marco Civil da Internet para incluir a remuneração de conteúdos jornalísticos. Segundo Elmar Nascimento, a mudança "garante a justa remuneração pela produção de conteúdo jornalístico, evitando que empresas de internet possam se beneficiar do tráfego gerado pelo conteúdo produzido por jornais sem pagar a eles a correspondente remuneração".

"A regulação proposta tem em mente a enorme assimetria de poder que existe entre as grandes plataformas e a maior parte dos autores e jornais. Cuida-se de evitar que as big techs se beneficiem economicamente do alto investimento realizado por terceiros para a produção de conteúdo, oferecendo ínfima remuneração em contrapartida, tendo em vista a alta concentração do mercado de internet", assinalou o relator.

O PL 2370 tem sido chamado de PL das Fake News fatiado, porque trata de três temas centrais - direitos autorais, remuneração a veículos jornalísticos e publicidade digital- que estavam no projeto de lei 2630 das Fake News, relatado pelo deputado Orlando Silva (PCdoB-SP). Diante da resistência de boa parte dos deputados em votar a versão integral da proposta, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e aliados decidiram pelo "fatiamento" do PL das Fake News original. A proposta fatiada foca em temas econômicos que estavam no texto de Orlando Silva.

Conteúdo jornalísticos

- Plataformas com mais de 2 milhões de usuários no Brasil deverão remunerar empresas que produzem conteúdo jornalísticos em quaisquer formatos que incluam texto, vídeo, áudio ou imagem;

- A remuneração não poderá onerar o usuário que compartilhou a informação;

- Poderão receber os pagamentos as empresas constituídas há pelo menos 12 meses, que "produzam conteúdo jornalístico de forma original regular, organizada, profissionalmente e que mantenham endereço físico e editor responsável no Brasil";

- Os valores deverão ser firmados entre as plataformas e as empresas jornalísticas;

- A plataforma digital não poderá remover conteúdos jornalísticos para evitar a remuneração;

- O texto define como conteúdo jornalístico aquele "eminentemente informativo, que trata de fatos, opiniões, eventos e acontecimentos em geral de interesse público, independentemente do tipo ou formato, observados os princípios e padrões éticos de conduta no exercício da atividade de jornalismo";

- Os sites podem retirar "conteúdos ilícitos, tais como os que promovem desinformação e racismo";

- Não há obrigação de remuneração por conteúdos compartilhados em aplicativos de mensagem ou armazenado na nuvem.

- O valor da remuneração deverá levar em conta o volume de conteúdo produzido, a audiência nas plataformas digitais e o investimento das empresas, considerando o número de funcionários contratados.

Lei do Direito Autoral

O projeto de lei prevê uma importante alteração na legislação que trata de obras musicais e audiovisuais. Atualmente, plataformas digitais não pagam direitos autorais pela reprodução de obras antigas reproduzidas na internet. Se a proposta for aprovada, os artistas receberão uma compensação também para esses contratos.

O texto incluiu um prazo de três anos para as emissoras de TV brasileiras começarem a pagar a "remuneração compensatória" aos artistas, como mostrou o Estadão. As plataformas de streaming e as big techs não serão contempladas com o período de transição e terão de pagar de forma imediata.

A falta de consenso sobre este ponto do PL 2370 vinha dificultando a votação do texto na Câmara. Apesar do sinal verde dos deputados, Lira resistia em colocar o projeto para votação, diante do impasse entre artistas e empresas de comunicação sobre este trecho da proposta. Os artistas pressionavam pela inclusão da compensação também para obras antigas, e as empresas desejavam que os pagamentos fossem feitos apenas para novos contratos de filmes. As partes chegaram a um acordo na semana passada.

Como revelou o Estadão, o texto do relator também dá mais espaço aos religiosos na Lei do Direito Autoral. Nascimento incluiu pregações - discursos religiosos - como "obras intelectuais protegidas". A lei, atualmente, identifica apenas "conferências, alocuções, sermões e outras obras da mesma natureza". Veja outras mudanças:

- Autores do assunto ou argumento literário, musical ou lítero-musical, o roteirista e o diretor se tornam coautores da obra audiovisual;

- Titulares de direitos autorais e de direitos conexos sobre obras audiovisuais terão direito à remuneração, quando houver disponibilização na internet.

Publicidade Digital

Este tema foi incluído no projeto de lei após uma reunião, na semana passada, que selou a transferência. O PL 2370/2019 vai abrigar também o trecho da proposta 2630 sobre fake news que trata sobre os deveres da publicidade digital, como, por exemplo, obrigar as plataformas a identificar os anunciantes e guardar um repositório com as publicidades e conteúdos impulsionados.

As mudanças propostas no texto também alteram o Marco Civil da Internet. Veja quais são:

- As plataformas deverão identificar os usuários ou o anunciantes de toda publicidade publicada nas redes sociais;

- Terão de possibilitar aos internautas obterem informações sobre o porquê de eles estarem vendo uma propaganda específica;

- Plataformas com mais de 5 milhões de usuários deverão manter, de forma pública, um repositório atualizado de toda a publicidade veiculada nas redes, com a íntegra dos conteúdos;

- As plataformas "devem adotar procedimentos e controles que permitam verificar e validar a identidade do anunciante ou responsável pela publicidade".

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por 60 dias o inquérito que investiga os diretores do Google e do Telegram no Brasil, em razão da campanha contra a aprovação do PL das Fake News na Câmara. O ministro atendeu pedido da Polícia Federal (PF) e da Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontaram a necessidade de seguir com as investigações.

O inquérito foi aberto em maio passado para apurar os responsáveis pelos ataques ao projeto. A investigação atende a pedido do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que acusou as plataformas de usarem posições privilegiadas para "incutir nos consumidores de seus conteúdos a falsa ideia de que o projeto de lei em apreço é prejudicial ao Brasil".

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Enquanto o projeto estava em discussão na Câmara, o Google inseriu em seu buscador um link com o texto: "O PL das fake news pode aumentar a confusão sobre o que é verdade ou mentira no Brasil". O Telegram disparou uma mensagem em massa, a todos os seus milhões de usuários, dizendo que o projeto de lei "irá acabar com a liberdade de expressão".

A cada cinco propagadores de notícias falsas no país, um pertence a classe política, segundo um levantamento feito pelo UOL, divulgado no início da manhã deta terça-feira (8). O Partido Liberal, sigla na qual o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é filiado, abriga 49% dos parlamentares identificados pela pesquisa.

Através do relatório final da CPI da Covid-19, enviado à Suprema Corte, contemplando o período de janeiro de 2020 a janeiro de 2023, foram contabilizados 314 disseminadores de desinformação, sendo 270 pessoas físicas e 44 pessoas jurídicas e órgãos do governo.

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Nas decisões do relatório, assim como do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), constam sanções que incluem ordem de busca e apreensão, cassação de mandato, retirada de fake news em páginas de redes sociais, bloqueio de contas bancárias e de perfis, multas e desmonetização de canais no YouTube. Dessa forma, foram listadas 480 ações e inquéritos.

A lista além de citar vários parlamentares, empresas privadas, empresários, pessoas que fizeram parte da administração pública, empresas públicas, órgãos do governo, partidos conhecidos e movimentos políticos, também divulga nomes de juízes, influenciadores digitais e jornalistas como Alexandre Garcia, Alessandro Loiola, Rodrigo Constantino e Guilherme Fiúza.

Partido Liberal e Fake News

O Partido Liberal, liderado por Valdemar Costa Neto (PL-SP), é a sigla com mais políticos investigados pelo STF e TSE. Tem 34 dos 70 parlamentares que fazem parte do levantamento, ou seja, 49% do resultado.

Jair Bolsonaro, considerado o maior nome do partido, recebeu multas no valor de R$ 30 mil e R$ 5.000 por espalhar notícias falsas na internet, entre elas a que ligava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a facções criminosas.

Em junho, o ex-mandatário também foi punido pelo TSE por questionar a confiabilidade das urnas eletrônicas, se tornando inelegível por oito anos. As declarações antidemocráticas foram ditas em uma reunião com embaixadores no Palácio do Planalto em 2022, na qual ele questionou a credibilidade do sistema eleitoral sem apresentar provas. Além disso, Bolsonaro é investigado por ataques aos ministros do STF.

Os filhos do ex-presidente também tiveram conteúdos removidos pela Justiça. Carlos e Flávio Bolsonaro compartilharam postagens que afirmavam que Lula bebia álcool antes de realizar atos da campanha pela disputa presidencial, por exemplo, sem provas. Flávio e Eduardo também foram multados em R$ 30 mil por compartilhar conteúdo que associava o líder petista a drogas e ao aborto.

Outra lideranças políticas do PL também figuram na lista, como a senadora pelo Distrito Federal Damares Alves (PL-DF), o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), o ex-secretário da Cultura Mário Frias (PL-SP), o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL-SP), o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (PL-RJ), a deputada federal Bia Kicis (PL-DF), entre outros nomes da extrema direita.

Lula foi o mais atacado pelas mentiras na internet

O líder petista foi o principal alvo de desinformação nas redes sociais nos últimos quatro anos. De acordo com o levantamento, Lula foi atacado por 112 pessoas e empresas, assim como também por famosos e veículos de comunicação.

O cantor Latino, por exemplo, compartilhou um vídeo manipulado em que Lula teria dito que pessoas presentes em ato do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) seriam "vagabundos e traficantes". O cantor também publicou nas redes sociais a informação falsa de que o petista defendia a instalação de banheiros unissex nas instituições de ensino como proposta de sua gestão. As postagens foram derrubadas pelo TSE.

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Ministros do STF também foram atacados por pessoas que espalham mentiras na internet. Ao todo, 46 pessoas foram penalizadas ou são investigadas por atacar a Corte. Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Edson Fachin foram vítimas citadas nominalmente.

Um dos punidos é o ex-presidente nacional do Partido Trabalhista do Brasil (PTB), Roberto Jefferson, preso no ano passado por divulgar notícias falsas sobre as eleições e contra a ministra Cármen Lúcia, além de atirar em agentes federais que cumpriram mandado de busca e apreensão em sua residência.

O ex-presidente Jair Bolsonaro também foi alvo de desinformações e aparece em terceiro lugar na lista. A atual ministra do Planejamento e Orçamento Simone Tebet (MDB-MS), por exemplo, em publicação removida pela Justiça afirmou que Bolsonaro cometeu crime de pedofilia quando ele disse que "pintou um clima" com meninas venezuelanas. Já Janones teve de remover postagem em que responsabilizou a sigla do ex-mandatário pela suspensão do piso salarial nacional dos enfermeiros.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) esclareceu nesta terça-feira (18) pedido feito ao Supremo Tribunal Federal (STF) de acesso aos dados de identificação dos seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais.

Na segunda-feira (17), o subprocurador Carlos Frederico Santos solicitou a medida ao ministro Alexandre de Moraes para apurar eventuais manifestações de Bolsonaro a favor dos atos golpistas de 8 de janeiro.

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Em nota divulgada à imprensa, a procuradoria afirma que o acesso às informações de seguidores servirá apenas para medir o alcance das postagens.

"O órgão esclarece que essas pessoas não estão sendo investigadas nem terão seus dados expostos. O objetivo do pedido é obter informações que permitam avaliar o conteúdo e a dimensão alcançada pelas publicações do ex-presidente em relação aos fatos ocorridos em 8 de janeiro nas redes sociais", escreveu o órgão.

O subprocurador também reiterou que a investigação envolve apenas o ex-presidente Bolsonaro. Santos lembrou entre os seguidores estão pessoas que acompanham as redes sociais de Bolsonaro por serem admiradores, por curiosidade ou motivação profissional. 

"Impõe-se dimensionar o impacto das publicações e o respectivo alcance. Jamais iria investigar milhões de pessoas, seria até impossível fazer isso”, concluiu. 

Bolsonaro foi incluído na investigação após publicar, no dia 10 de janeiro, um vídeo que questionava a legitimidade do resultado das eleições de 2022. A postagem foi apagada após a repercussão do caso, mas Moraes determinou que as plataformas preservem o material.

A Secretaria de Recursos Hídricos e Saneamento do estado (SRHS-PE) esclareceu nesta sexta-feira (30), por meio de nota, que é falsa a informação que circula sobre uma suposta abertura de comportas da Barragem Duas Unas, localizada no município de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR). O órgão informa que a referida barragem atingiu o nível do seu vertedouro, iniciando o processo natural de transbordamento. A SRHS-PE afirma ainda que o equipamento não possui um dispositivo de comportas e explica que seu vertimento não oferece risco à população, pois o mesmo é projetado para esta situação. 

Os trabalhos realizados pela SRHS são em conjunto com Companhia Pernambucana de Águas e Saneamento (Compesa) e com a Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac), e consistem no monitoramento dos níveis de água acumulada nos reservatórios e barragens no estado.

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Segundo o secretário de recursos hídricos, Almir Cirilo, o aumento do volume de água nessa época do ano é natural, e até esperado. “É absolutamente normal e desejável que as barragens encham neste período, porque assim se assegura o abastecimento d’água para as diversas finalidades ao longo do período seco. Como é também completamente normal que as barragens vertam ou sangrem. Este é um procedimento usual na engenharia e seguro, para extravasar o excesso de acumulação, na medida em que o volume de chuvas aumenta a vazão dos rios. Não há nenhum risco nisso”, esclarece o secretário. 

A SRHR-PE orienta a população que vive em áreas ribeirinhas que procure guiar-se pelos alertas oficiais e mobilizações promovidos pelas equipes de Defesa Civil dos municípios, devido à elevação natural dos rios, provocada pelas chuvas. 

Interdição

A SRHS-PE procedeu, junto ao Departamento Estadual de Estradas e Rodagens (DER), a interdição da rodovia PE50, no trecho Limoeiro – Feira Nova, em função da barragem de Carpina ter atingido 100 milhões de metros cúbicos de acumulação, na manhã desta sexta-feira (30). A SRHS-PE esclarece ainda que a medida é uma ação preventiva de segurança e que segue monitorando Carpina, por meio de sua Gerência Geral de Segurança de Barragens. A próxima etapa será, quando a maré baixar, abrir uma das comportas do equipamento, para que haja redução do volume d’água e seja possível a liberação segura da estrada.

*Com informações da assessoria

Com seus perfis nas redes sociais bloqueados por ordem do ministro Alexandre de Moraes, o influenciador Bruno Aiub, o Monark, negou nesta quinta-feira, 29, ter incentivado os atos golpistas de 8 de janeiro. Ele diz que ‘apenas manifestou empatia pelos sentimentos de revolta’ que demonstravam os envolvidos na invasão das dependências dos três Poderes.

O influenciador depôs à Polícia Federal nesta quinta-feira, após ser alvo do bloqueio de suas redes no bojo da investigação sobre o papel de autoridades nas violências de 8 de janeiro. A defesa já recorreu da decisão.

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O pivô da medida de Alexandre foi uma entrevista de Monark com o deputado bolsonarista Filipe Barros (PL-PR) no Rumble. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, foram ‘difundidas notícias falsas sobre a integridade das instituições eleitorais’.

"A gente vê o TSE censurando gente, a gente vê o Alexandre de Moraes prendendo pessoas, você vê um monte de coisa acontecendo, e ao mesmo tempo eles impedindo a transparência das urnas?", questiona o influenciador na entrevista. "Qual é o interesse? Manipular as urnas? Manipular as eleições?"

À PF, Monark afirmou que ‘em momento algum, incentivou a manifestação e a depredação’ no Palácio do Planalto, Congresso e Supremo. Também alegou que ‘não concorda com as atitudes tomadas pelo Tribunal Superior Eleitoral durante as eleições’.

O influenciador depôs por videoconferência para o delegado Iuri de Oliveira, da Coordenação de Inquéritos dos Tribunais Superiores - braço da PF que toca investigações de alçada das Cortes em Brasília.

Monark foi questionado pela PF se, depois de ter seu perfil bloqueado, criou uma nova conta no Rumble para comentar a atuação do STF ou do TSE. Ele disse que ‘não recebeu nada oficial informando que não poderia mais criar canais’ e que ‘mesmo que tivesse sido intimado da decisão, não teria cumprido’.

Monark também foi perguntado sobre o teor dos comentários contra o TSE. Respondeu que queria ‘fomentar uma maior transparência nas urnas’ e que desconfia ‘que não houve transparência’. "Não tem certeza de que houve fraude, mas como cidadão tem essa desconfiança", registra o termo de depoimento.

Os investigadores então indagaram do influenciador se ele tem consciência de que suas afirmações podem impactar na conduta de seus seguidores. Monark disse que ‘não divulgou informações, apenas manifestou sua opinião e sua linha de raciocínio’. Afirmou que ‘suas falas apenas expressam sua opinião e não são vinculadas como qualquer tipo de informação’.

Sobre a entrevista com o deputado Felipe Barros, alegou que, na ocasião, ‘deixou claro que as pessoas que vandalizaram deveriam ser punidas e responsabilizadas por seus atos de depredação dos prédios públicos, como o sr. que quebrou o relógio no Congresso Nacional’ - em referência ao vândalo que no dia 8 de janeiro espatifou no chão do Palácio do Planalto um presente de Dom João VI.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO JOGE URBANI SALOMÃO, QUE REPRESENTA MONARK

"O Sr. Bruno Monteiro Aiub prestou depoimento à Polícia Federal na presente data, oportunidade em que pôde esclarecer, para além de qualquer dúvida, que não cometeu, não instigou, tampouco incitou, o cometimento de atos antidemocráticos, nem antes, nem durante, nem depois do dia 08 de janeiro.

O influenciador Bruno Aiub, o Monark, entrou nesta quarta-feira, 28, com um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a decisão que bloqueou seus perfis nas redes sociais.

A defesa pede que o ministro Alexandre de Moraes, autor da decisão, reconsidere o bloqueio ou envie o recurso para julgamento no plenário do STF.

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Moraes mandou tirar os perfis do ar após receber um alerta do setor de enfrentamento à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ministro é presidente da Corte Eleitoral.

O órgão denunciou um vídeo em que Monark levanta suspeitas sobre a transparência das urnas e questiona se o TSE teria interesse em "manipular" as eleições.

"A gente vê o TSE censurando gente, a gente vê o Alexandre de Moraes prendendo pessoas, você vê um monte de coisa acontecendo, e ao mesmo tempo eles impedindo a transparência das urnas?", questiona o influenciador no vídeo. "Qual é o interesse? Manipular as urnas? Manipular as eleições?"

O advogado Jorge Urbani Salomão, que representa Monark, argumenta que o ofício do setor de combate a fake news do TSE não é suficiente para justificar a decisão e acusa Moraes de parcialidade.

"Quem é, na ordem do dia, a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral? É parte? Está substituindo-se ao papel da D. Procuradoria Geral da República? Detém algum poder de polícia? Referido órgão, com a importância para a qual deva ter sido criado, até poderá servir ao presente inquérito, mas apenas em caráter meramente de elemento informativo", questiona Jorge Urbani Salomão.

A defesa alega ainda que o influenciador fez ‘indagações opinativas, sem caráter de informação’, e que as declarações não podem ser classificadas como fake news.

"As censuras não podem servir como remédio ou veneno de nenhuma espécie, sob pena de instaurar verdadeiro estado autoritário e ditatorial", segue o advogado. "Onde está o conteúdo mentiroso nas falas do agravante para além de manifestar o que pensa sobre o sistema eleitoral brasileiro?"

O bloqueio ordenado por Moraes alcança as contas de Monark no Instagram, Rumble, Telegram, Twitter e YouTube.

Discursos com conteúdo de ódio

 

Ao mandar tirar os perfis do ar, Moraes argumentou que a medida é necessária para interromper a divulgação de "discursos com conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática".

"O papel dos instigadores dos atos, especialmente nas redes socais, não é circunstância de menor relevância, ficando claro que os referidos meios de comunicação são parte essencial da empreitada criminosa que resultou nos estarrecedores atos testemunhados no dia 8/1/2023?, diz um trecho da decisão.

O ministro também determinou que Monark não pode publicar, promover, replicar ou compartilhar fake news e, se descumprir a decisão, será multado em R$ 10 mil por dia.

O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou uma ação civil pública pedindo o cancelamento das três outorgas de frequências de radiodifusão concedidas pelo estado ao grupo Jovem Pan. De acordo com o MPF, a ação foi motivada pelo alinhamento da emissora à campanha de desinformação, com veiculação sistemática de conteúdos que atentaram contra o regime democrático. 

Na ação, de 214 páginas, protocolada nesta segunda-feira (26), o MPF pede também que o grupo seja condenado ao pagamento de R$ 13,4 milhões como indenização por danos morais coletivos. O Ministério Público pleiteia ainda que a Justiça Federal obrigue a Jovem Pan a veicular, ao menos 15 vezes por dia, durante quatro meses, mensagens com informações oficiais sobre a confiabilidade do processo eleitoral, usando outros meios. 

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“A Jovem Pan disseminou reiteradamente conteúdos que desacreditaram, sem provas, o processo eleitoral de 2022, atacaram autoridades e instituições da República, incitaram a desobediência a leis e decisões judiciais, defenderam a intervenção das Forças Armadas sobre os poderes civis constituídos e incentivaram a população a subverter a ordem política e social”, disse, em nota, o MPF. 

As frequências de rádio da emissora, cujo cancelamento é pedido pelo MPF, estão em operação em São Paulo e Brasília. O grupo dispõe ainda de mais de cem afiliadas, que retransmitem o sinal a centenas de municípios em 19 estados, alcançando milhões de ouvintes. 

Desinformação

“Com as informações falsas e sem fundamento que veiculou de maneira insistente, a Jovem Pan contribuiu para que um enorme número de pessoas duvidasse da idoneidade do processo eleitoral ou tomasse ações diretas como as vistas após o anúncio do resultado da votação, especialmente o bloqueio de estradas em novembro passado e o ataque de vandalismo em Brasília no dia 8 de janeiro”, diz o texto do MPF. 

De acordo com a ação, o MPF analisou conteúdo produzido e transmitido pela Jovem Pan entre 1º de janeiro de 2022 e 8 de janeiro deste ano, especialmente nos programas Os Pingos nos Is, 3 em 1, Morning Show e Linha de Frente. 

A ação destaca que comentaristas elogiavam a ditadura militar, defendiam atos violentos e alegavam falta de autoridade do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Se as Forças Armadas estiverem dispostas a agir, o que o STF decide é absolutamente irrelevante” e “se vocês [Forças Armadas] vão defender a pátria, e vai haver reação de vagabundo, ué, passa o cerol, pô! Vocês são treinados pra isso”, ressalta o texto.  Procurado, o grupo Jovem Pan disse que irá se manifestar apenas no processo judicial.

“Sobre a ação ajuizada pelo MPF, a defesa do Grupo Jovem será manifestada exclusivamente nos autos do processo. O grupo Jovem Pan reafirma diariamente, ao longo de 80 anos, seu compromisso com a sociedade brasileira e a democracia.” 

A ação completa do MPF pode ser lida no site do MPF.

O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou uma ação civil pública pedindo o cancelamento das três outorgas de radiodifusão concedidas à Jovem Pan. A requisição se deve ao alinhamento da emissora à campanha de desinformação que se instalou no país ao longo de 2022 até o início deste ano, com veiculação sistemática, em sua programação, de conteúdos que atentaram contra o regime democrático. O MPF destaca que as condutas praticadas pela Jovem Pan violaram diretamente a Constituição e a legislação que trata do serviço público de transmissão em rádio e TV.

Além do cancelamento das outorgas de rádio, o MPF pede que a Jovem Pan seja condenada ao pagamento de R$ 13,4 milhões como indenização por danos morais coletivos. O valor corresponde a 10% dos ativos da emissora apresentados em seu último balanço.

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Também para reparar os prejuízos da programação à sociedade, o Ministério Público pleiteia que a Justiça Federal obrigue a Jovem Pan a veicular, ao menos 15 vezes por dia entre as 6h e as 21h durante quatro meses, mensagens com informações oficiais sobre a confiabilidade do processo eleitoral. As inserções devem ter de dois a três minutos de duração e trazer dados a serem reunidos pela União, também ré no processo.

A severidade das medidas pleiteadas se justifica pela gravidade da conduta da emissora. A Jovem Pan disseminou reiteradamente conteúdos que desacreditaram, sem provas, o processo eleitoral de 2022, atacaram autoridades e instituições da República, incitaram a desobediência a leis e decisões judiciais, defenderam a intervenção das Forças Armadas sobre os Poderes civis constituídos e incentivaram a população a subverter a ordem política e social.

Com as informações falsas e sem fundamento que veiculou de maneira insistente, a Jovem Pan contribuiu para que um enorme número de pessoas duvidasse da idoneidade do processo eleitoral ou tomasse ações diretas como as vistas após o anúncio do resultado da votação, especialmente o bloqueio de estradas em novembro passado e o ataque de vandalismo em Brasília no dia 8 de janeiro.

As outorgas de rádio da emissora estão em operação em São Paulo e Brasília, mas a rede conta com mais de cem afiliadas que retransmitem o sinal a centenas de municípios em 19 estados, alcançando milhões de ouvintes.

Exemplos

Para embasar a ação, o MPF realizou uma análise criteriosa do vasto conteúdo produzido e transmitido pela Jovem Pan entre 1º de janeiro de 2022 e 8 de janeiro deste ano, com foco nos programas “Os Pingos nos Is”, “3 em 1”, “Morning Show” e “Linha de Frente”.

A ação cita numerosos exemplos de discursos que extrapolam as liberdades de expressão e de radiodifusão e configuram manifestações ilícitas, feitas por mais de 20 comentaristas durante o período. Todas convergiram para a defesa das mesmas teses, que, por isso, podem ser identificadas com a linha editorial da emissora.

As falas que desinformavam sobre o sistema eletrônico de votação começaram a permear a programação muito antes do início oficial da campanha eleitoral. Desde os primeiros meses de 2022, comentaristas alegavam reiteradamente que as urnas não seriam seguras e sustentavam uma suposta impossibilidade de auditagem dos aparelhos e um alegado conluio entre autoridades para definir o resultado da eleição. Sem qualquer fundamento técnico ou conhecimento jurídico sobre a questão, os integrantes da emissora mantiveram a defesa dessa ideia até mesmo quando o próprio Ministério da Defesa produziu um relatório concluindo pela inexistência de falhas ou inconsistências nas urnas, em novembro.

Segundo os comentários veiculados na emissora, somente o sistema de voto impresso poderia garantir a lisura das eleições. As urnas eletrônicas, porém, são submetidas periodicamente a testes e auditorias que nunca indicaram brechas para fraudes.

Ao manter sistematicamente as opiniões infundadas, a Jovem Pan induzia seus ouvintes a duvidarem da integridade das eleições daquele ano, com frases como “deixar tudo nas mãos do TSE, sem questionamento, é suicídio eleitoral”, “tudo já se configura, por si só, uma espécie de golpe brando” e “eu acredito que esse relatório [de novembro] não deslegitimou a eleição, mas também não avalizou o processo eleitoral”.

O MPF apurou ainda que, recorrentemente, as falas graves eram direcionadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), inclusive contra seus ministros. Os comentaristas chegaram a usar palavras como “entrave” e “câncer” para caracterizar as cortes e defendiam com frequência que o Senado abrisse processo de impeachment contra seus membros, especialmente Alexandre de Moraes.

A partir disso, o presidente da casa, Rodrigo Pacheco, também passou a ser alvo das investidas e apontado como “omisso”, como se houvesse um conluio entre autoridades da República em desfavor da sociedade. Em dado momento, comentaristas da emissora acusaram, sem nenhuma prova, um ministro do STF de mandar instalar uma escuta ilegal na tornozeleira de um investigado, para ouvir clandestinamente suas conversas.

A gravidade desses discursos foi escalando ao longo do período. As acusações infundadas de omissão de autoridades e manipulação do processo eleitoral desaguaram na tese de que as Forças Armadas deveriam intervir sobre os Poderes da República. Comentaristas leigos e sem conhecimento jurídico trataram, com recorrência e como obviamente correta, uma interpretação altamente questionável da Constituição, defendendo que uma intervenção militar seria legítima naquele momento para “restabelecer a ordem” que vinham dizendo estar em risco. As opiniões sobre o tema transitaram por elogios à ditadura militar, defesa de atos violentos e alegada falta de autoridade do STF.

“Se as Forças Armadas estiverem dispostas a agir, o que o STF decide é absolutamente irrelevante” e “se vocês [Forças Armadas] vão defender a pátria, e vai haver reação de vagabundo, ué, passa o cerol, pô! Vocês são treinados pra isso” são apenas alguns dos exemplos.

O discurso alinhado entre os comentaristas, em defesa de uma ruptura institucional, incluiu também várias manifestações incitando a desobediência, pela população, de ordens judiciais supostamente ilegais e até mesmo a insubordinação de policiais, para que deixassem de cumpri-las quando incumbidos disso. As teses defendidas na emissora procuravam ainda legitimar atos de grupos radicalizados que, após as eleições, pediam intervenção militar e outras inconstitucionalidades e propuseram até mesmo uma “guerra civil” como alternativa ao alegado impasse institucional.

Um dos comentaristas chegou a dizer, logo após a conclusão do segundo turno, que “ou a gente aceita uma eleição sem transparência, sem legitimidade, sem confiança da população, ou a gente aceita tudo isso, e abaixa a cabeça, ou a gente vai ter guerra civil”, para concluir em seguida: “então que tenha guerra civil, pô!”.

O mesmo comentarista disse na ocasião: “As Forças Armadas estão conscientes do momento que estamos vivendo. Agora, elas só agem provocadas por um dos Poderes. Então, nesse ponto, o novo endereço, para o povo que quer se manifestar não é mais os quartéis, o novo endereço é a Praça dos Três Poderes”. Foi o que se viu em 8 de janeiro deste ano, quando vândalos deixaram o acampamento diante do Exército em Brasília e, acompanhados de outras pessoas que chegavam à capital federal de diversas regiões do país, marcharam em direção à praça e depredaram as sedes do STF, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto.

Naquele dia, a cobertura da emissora tratou com normalidade a chegada dos manifestantes ao local, elogiou o ato até então pacífico e aproveitou para tecer mais críticas ao Judiciário e ao processo eleitoral. Após o início dos ataques aos prédios, o discurso dos comentaristas passou a ser mais moderado, mas ainda assim com tentativa de legitimação das ações golpistas.

Segundo um dos comentaristas, “o responsável por essa situação não vai ser encontrado entre os manifestantes. Os responsáveis por essa situação são exatamente os atores políticos que se ausentaram das providências que esses manifestantes em Brasília [e] em todas as unidades da federação têm se manifestado há vários dias”. Outras declarações na sequência endossaram essa tese.

“A cobertura feita pela emissora no dia 08/01/2023 é reveladora, porque passagens como as acima transcritas são representativas de discursos disseminados por pelo menos um ano, e que não arrefeceram totalmente nem mesmo quando o Brasil assistia ao mais grave evento da história da redemocratização”, ressaltaram os procuradores da República autores da ação do MPF, integrantes da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo.

Inconstitucional e ilegal

Embora a emissora mantenha a veiculação de sua programação também no YouTube e em um canal de TV por assinatura, a ação do MPF trata do cancelamento apenas das outorgas de rádio pelo fato de a radiodifusão constituir um serviço público, concedido ou permitido pela União a particulares interessados em explorá-lo. Tanto a Constituição quanto a legislação específica sobre o assunto trazem parâmetros para essa exploração, estabelecendo limites ao conteúdo veiculado por radiodifusão, com vista à preservação dos interesses da coletividade.

A Constituição fixa em seu artigo 221 que as empresas devem dar preferência a finalidades  educativas, artísticas, culturais e informativas e respeitar os valores éticos e sociais da pessoa, entre os quais estão inclusos os direitos fundamentais dos cidadãos.

O Código Brasileiro de Telecomunicações (Lei 4.117/1962) vai no mesmo sentido e detalha, no artigo 53, as ações que constituem abuso no exercício da liberdade de radiodifusão. Entre as condutas, estão várias das praticadas pela Jovem Pan, como incentivar a desobediência, veicular notícias falsas com perigo para a ordem pública, econômica e social e insuflar a rebeldia ou a indisciplina nas Forças Armadas. Todas podem motivar o fim das outorgas, conforme a legislação.

“Esta ação, portanto, não se volta contra discursos que legitimamente fazem parte ordinária dos dissensos políticos e ideológicos de sociedades plurais, mas sim busca a devida responsabilização de quem, praticando graves atos ilegais, abusou de outorgas de serviço público e desvirtuou os princípios e as finalidades sociais que lhes dão lastro”, frisaram os autores dos pedidos do MPF.

Além das condenações requeridas para a Jovem Pan, o MPF pede que a União seja obrigada a providenciar e fiscalizar a inserção das informações oficiais sobre o processo eleitoral na emissora. Mais que isso, o Ministério Público quer que a Justiça Federal estabeleça o dever da União de inspecionar de forma contínua e eventualmente punir outras detentoras de outorga de radiodifusão que, na qualidade formal de afiliadas ou não, venham a transmitir conteúdos produzidos pela Jovem Pan.

Por fim, para garantir a preservação das provas, o MPF requer que a emissora seja proibida de apagar conteúdos de seu canal no YouTube. Em relação ao Google, o Ministério Público pede que a Justiça determine à empresa a disponibilização, em nuvem, de um link contendo a íntegra de todos os vídeos que a Jovem Pan publicou na plataforma no período compreendido na ação, com organização em pastas e dados sobre o número de visualizações, já que o conteúdo que a emissora disponibiliza no YouTube é, via de regra, o mesmo veiculado em suas transmissões de rádio.

Recomendação

Além da ação civil pública, o MPF expediu uma recomendação à Controladoria-Geral da União (CGU) para que ela instaure um processo administrativo que pode impedir a Jovem Pan de celebrar contratos com a Administração Pública federal. O pedido se baseia no parecer nº 00001/2023/CONSUNIAO/CGU/AGU, aprovado pela Advocacia-Geral da União logo após os ataques de 8 de janeiro e com força vinculante. A norma considera que empresas envolvidas em atos antidemocráticos devem ser consideradas inidôneas para contratar com o Poder Público.

Os atos praticados pela Jovem Pan, a princípio, são uma forma de envolvimento em episódios dessa natureza, por terem estimulado a desobediência da legislação e de decisões judiciais, a intervenção das Forças Armadas e movimentos de desordem pública. Por isso, o MPF recomenda que a CGU, em 30 dias, avalie o caso, à luz do parecer, e eventualmente abra um processo administrativo que pode levar à declaração de inidoneidade da emissora. Caso a CGU não acolha a recomendação, o tema poderá ser incluído como uma das pretensões da ação civil pública ajuizada. 

A mobilização das gigantes da tecnologia foi um dos fatores que impediu a votação do Projeto de Lei das Fake News. A avaliação é do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

“Uma mobilização das chamadas big techs, que ultrapassou os limites do contraditório democrático, ao lado da interpretação de alguns quanto a possíveis restrições à liberdade de expressão, não nos facultou reunir as condições políticas necessárias para levar este projeto à votação”, justificou o presidente da Câmara, nesta segunda-feira (26), durante evento em Lisboa, Portugal.

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A urgência do projeto de lei que regulamenta as plataformas digitais foi aprovada pelo plenário da Casa no final de abril. A aprovação da urgência permite votar o texto em qualquer momento, sem necessidade de tramitar pelas comissões temáticas da Câmara. Porém, o projeto acabou sendo retirado de pauta no início de maio.

Lira disse que espera “no futuro não muito distante” colocar o tema em votação novamente. Para o presidente da Câmara, “sem a devida regulação legislativa do novo ambiente informacional no Brasil, a arena política se assemelhará mais e mais a um estado de natureza hobbesiano. Uma guerra de todos contra todos baseada na apreensão arbitrária ou sectária da realidade. Uma polarização que não permitirá a necessária construção de consensos e soluções democráticas”.

Big techs

Durante as discussões do relatório que cria a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, o PL das Fake News, o Google divulgou na página principal de busca da sua plataforma um texto crítico ao projeto relatado pelo deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP).

E no estudo A guerra das plataformas contra o PL 2630, pesquisadores apontaram indícios de que o Google e a Meta (dona do Facebook) estariam apresentando resultados de busca enviesados com objetivo de favorecer os conteúdos críticos ao projeto de lei.

As plataformas negaram interferência nos resultados de busca. Diante das acusações, um inquérito foi aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar a atuação dos dirigentes do Google e do Telegram na tramitação do projeto na Câmara.

Desinformação

A integrante do Direito à Comunicação e Democracia (DiraCom) e da Coalizão Direitos na Rede, Bia Barbosa, que atuou na Câmara a favor do PL das Fake News, avalia que as empresas promoveram desinformação em relação ao projeto.

Ela disse que houve uma presença ostensiva das plataformas no Parlamento para evitar a sua aprovação. “Isso é natural do ponto de vista do jogo democrático”, disse. Porém, a especialista alega que as empresas “distorceram os impactos do projeto para os parlamentares a ponto de convencer uma parcela a não votar no texto. Isso foi feito tanto nessa interlocução com os parlamentares, mas também na atuação pública das plataformas”.

Bia Barbosa lembra que as empresas divulgaram que o PL iria “piorar a internet”. “Foi uma argumentação extremamente genérica que elas usaram e que não se sustentava em nenhum aspecto dos pontos que estavam colocados no texto”.  

Em outra ação, as plataformas alegaram que o projeto de lei acabaria com os pequenos negócios na internet. “Não houve nenhum impedimento para que pequenos negócios continuassem anunciando nas redes. O que havia no projeto de lei era uma previsão de que as plataformas tivessem transparência nos dados que elas utilizavam para direcionar esse conteúdo. O problema é que com a obrigação de transparência ficaria muito claro que elas estariam violando a lei geral de proteção de dados pessoais”, explicou Bia Barbosa.

 

Nos últimos dias muito tem se falado sobre a confirmação de casos, e até mortes, pela febre maculosa, doença transmitida por um carrapato-estrela, comum em algumas regiões do Brasil. Além da preocupação de muitas pessoas, como os casos que foram confirmados em uma fazenda onde o cantor Gusttavo Lima ia se apresentar, até as tentativas trágicas de se formular uma vacina contra a doença, é preciso também ficar atento para não obter informações falsas ou incorretas sobre a situação.

Para conhecer um pouco mais sobre a febre maculosa, o LeiaJá conversou com o médico infectologista, Eduardo Faria, diretor executivo da clínica médica de um hospital particular no Recife. Confira aqui alguns mitos e verdades sobre a febre maculosa.

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A febre maculosa é uma doença nova - MITO

Segundo o  médico Faria, há registros desde 1929 no Brasil desta doença.

A transmissão acontece pelo carrapato adulto - MITO

O carrapato na forma de larva é pouco visualizado, e mais provável de contaminar pessoas após picar. A ocorrência é mais significativa nos períodos de seca onde as larvas dos carrapatos têm maior facilidade de infectar o ser humano. Vale ressaltar que o carrapato estrela é o agente transmissor único da doença no Brasil.

A febre maculosa pode matar - VERDADE

O especialista explica que a febre maculosa tem índice de mortalidade considerável, caso não diagnosticada e tratada adequadamente. O risco de uma pessoa vir a óbito gira em torno de 20%.

Os sintomas não são facilmente percebidos - MITO

Existem diversos sinais no corpo que podem indicar que a pessoa esteja contaminada com a doença. É possível ter:

- Dores locais, nas articulações, no abdômen ou nos músculos; 

- No corpo: febre, calafrios ou perda de apetite;

- No aparelho gastrointestinal: náusea ou vômito;

- Na pele: erupções ou manchas vermelhas; e

- Também é comum: dor de cabeça, erupção nos pés e nas mãos, sensibilidade à luz ou vermelhidão nos olhos.

Não existe tratamento nem cura - MITO

Se diagnosticado precocemente, há antibióticos que atuam na infecção (Rickettsia rickettsii).

Não há ainda vacinas para a febre maculosa - VERDADE

O doutor Eduardo explica que não existe uma vacina que possa imunizar a população que tenha contato com o carrapato estrela. No entanto, ele esclarece que pesquisadores brasileiros testam uma estratégia diferente contra a febre maculosa: estão desenvolvendo um imunizante para animais, capaz de eliminar os carrapatos transmissores dessa doença.

Dicas para evitar o contágio

Evite esmagar os carrapatos para não se contaminar;

Use roupas e botas cobrindo o corpo em áreas de ocorrência de carrapato estrela;

O carrapato  estrela é um parasita frequente de animais como cavalos e capivaras. Fique atento para não se expor demais.

Caso tenha sido picado por carrapatos e apresente sintomas da doença (febre alta, dor de cabeça, dor no corpo), procure imediatamente o serviço de saúde e relate este contato ao médico, para que ele possa avaliar a possibilidade de ser um caso de febre maculosa.

Executivos do Google disseram em depoimento à Polícia Federal que a empresa gastou cerca de R$ 2 milhões em anúncios sobre o PL das Fake News.

A informação foi confirmada pelo presidente do Google no Brasil, Fábio José Silva Coelho, e o diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas da empresa Marcelo Lacerda.

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Eles foram ouvidos na semana passada no inquérito que investiga se a empresa manipulou buscas e fez campanha contra o texto. A investigação foi aberta a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), a partir de um ofício do presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL).

Os anúncios, segundo os depoimentos, foram veiculados em rádios, jornais, redes sociais e no próprio Google. Os executivos negaram, no entanto, que o objetivo fosse pressionar parlamentares a votar contra o projeto de lei.

"Os anúncios não tinham como objetivo manifestar oposição ao projeto de lei em questão, mas sim abrir espaço para o debate quanto as possíveis melhorias em seu texto", afirmou Coelho. "O Google é aberto ao diálogo e não é contra a regulamentação."

Autor de um artigo que acusou o PL de ‘aumentar a confusão entre o que é verdade e mentira no Brasil’, Marcelo Lacerda justificou que o objetivo do Google é tornar o debate mais ‘plural’.

Ambos negaram que a empresa tenha interferido no resultado das buscas sobre o projeto de lei ou tentado ‘direcionar a percepção’ dos usuários.

Os executivos disseram ainda que os textos publicados pelo Google sobre o projeto de lei refletem a posição institucional da empresa e tiveram como objetivo ‘demonstrar a possibilidade de aprimoramento do texto’.

Após o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) voltar a espalhar notícias falsas sobre as vacinas contra Covid-19, especialistas garantem a segurança dos imunizantes. Neste sábado (17), o ex-presidente afirmou que a composição dos imunizantes incluiria grafeno que, segundo ele, ficaria acumulado "nos testículos e ovários".

Nenhuma das vacinas utilizadas no Brasil tem grafeno em sua composição, tampouco o componente é citado nas bulas das vacinas Pfizer, CoronaVac, Janssen e Oxford/AstraZeneca/Fiocruz, que são distribuídas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

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Pesquisadores da área e membros da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) explicam ainda que o processo de aprovação de vacinas é rigoroso e verifica não só a eficácia dos imunizantes, mas também sua segurança para a população.

Atualmente, há quatro formas para que as vacinas sejam disponibilizadas no país: registro, uso emergencial, importação excepcional ou por meio do Consórcio Covax Facility, da Organização Mundial de Saúde (OMS).

O grafeno é uma das formas do carbono, extremamente fino, resistente, transparente e leve, além de ser capaz de conduzir correntes elétricas. Formado por carbono puro - também presente no diamante -, o material é obtido por meio da extração do grafite.

Em 2021, vídeo publicado em um canal no Telegram afirmava falsamente que a Pfizer patenteou um sistema de rastreamento de pessoas imunizadas contra a covid-19 e que teria grafeno na composição da vacina.

"Nenhuma vacina aprovada no Brasil possui grafeno. Não podemos esquecer que o vírus da covid-19 ainda circula e afeta brasileiros. É muito importante que todos combatam os boatos e desinformações sobre as vacinas que têm se espalhado pelas redes sociais. Todas as vacinas salvam vidas", afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo a diretora da Anvisa, Meiruze Freitas, responsável pela área de análise de imunizantes na agência.

No início da pesquisa para desenvolvimento de uma vacina, os desenvolvedores fazem testes não clínicos para identificar qual a melhor plataforma para obter a imunização. Nesse ponto, são realizadas análises em animais e testes em laboratório. Em seguida, é necessário que o imunizante passe por testes clínicos em humanos.

Na primeira fase de testes em humanos é avaliada a segurança da vacina e as reações aceitáveis. Em seguida, é dimensionada a dose da vacina, em qual esquema deve ser ministrada e qual sua capacidade de produzir imunidade. Na fase 3, os estudos são realizados em grandes populações para aferir a segurança e eficácia da vacina. Mesmo após uma vacina obter o aval da Anvisa, a performance do imunizante continua sendo acompanhada pela agência e eventos adversos devem ser comunicados ao órgão.

Virologista do Centro de Tecnologia em Vacinas da UFMG, Flavio da Fonseca acrescenta que os fabricantes encaminham um documento comprobatório dos eventuais contaminantes que podem conter na vacina. Os patamares toleráveis dessas substâncias são estabelecidos pela legislação de modo que não prejudiquem a saúde humana.

"Certamente o grafeno não é aturado em nenhuma quantidade e nesse tipo de documentação que o fabricante envia para mostrar quais os contaminantes da vacina, ele tem de mostrar todos os elementos que estão presentes numa formulação e não deveriam estar ali e são considerados contaminantes. Esses exames são feitos de forma independente, não só pelo fabricante. E certamente se houvesse uma contaminação por um elemento tão importante quanto o grafeno, que é um elemento estranho a uma formulação vacinal, ela estaria sendo detectada", explica o pesquisador.

E criticou: "Esse tipo de fala está completamente inconsistente com o papel da Anvisa. Se um contaminante tão importante como o grafeno estivesse passando pela Anvisa, era melhor nem tê-la. Isso é uma falácia, uma divulgação falsa, baseada em princípios que não são científicos."

Desde o início da vacinação contra covid-19 no Brasil, cerca de 514,9 milhões de doses foram aplicadas no País. Aproximadamente 190 milhões de brasileiros receberam a primeira dose ou dose única do imunizante contra o coronavírus. Até o momento, a Anvisa recebeu apenas cerca de 21 mil comunicações de suspeitas de eventos adversos supostamente relacionados às vacinas.

Os primeiros imunizantes contra covid-19 foram aplicados no País em janeiro de 2021. A partir de então, segundo especialistas, a vacinação foi a principal responsável pelo controle da pandemia e redução do número de mortes relacionadas à doença.

O Brasil acumula mais de 700 mil vidas perdidas pelo coronavírus desde o início da pandemia em 2020.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o Twitter, Telegram, Instagram, Rumble e Discord bloqueiem os perfis do influenciador Monark sob pena de multa diária de R$ 100 mil. Monark também foi proibido de disseminar desinformação sobre o sistema eleitoral.

A multa em caso de descumprimento nesse caso é de R$10 mil.

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O ministro já havia determinado a suspensão dos perfis de Monark devido a conteúdos que instigaram os atos golpistas de 8 de janeiro, mas o influenciador criou novas contas.

No Rumble, onde ele criou um novo canal que já tem 287 mil seguidores, Monark publicou um vídeo levantando suspeitas sem fundamento sobre a higidez e transparência do sistema eleitoral e fala de um suposto esquema com participação do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para fraudar as eleições. No Instagram, o novo perfil tem 104 mil seguidores. No Twitter, 20,5 mil.

"Assim, se torna necessária, adequada e urgente a interrupção de eventual propagação dos discursos com conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática mediante bloqueio de contas em redes sociais, com objetivo de interromper a lesão ou ameaça a direito", afirmou Moraes na decisão.

Mais de 70% dos brasileiros estão muito preocupados com a quantidade de notícias falsas divulgadas nas redes sociais. Esse é um dos dados mostrados na pesquisa Redes Sociais e Notícias Falsas, que acaba de ser divulgada pelo DataSenado. Feito em parceria com o gabinete do Senador Angelo Coronel (PSD-BA), o levantamento ouviu a opinião dos brasileiros a respeito de notícias falsas veiculadas nas plataformas digitais.  Foram ouvidas na pesquisa 2.068 pessoas de 16 anos ou mais.

O levantamento foi feito com amostra representativa da população brasileira, por telefone, nos dias 9 e 10 de maio, quando estava em discussão na Câmara a urgência para o projeto que trata das fake news (PL 2630/2020, aprovado em 2020 pelo Senado e ainda em análise na Câmara). A urgência acabou sendo rejeitada poucos dias depois. 

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O resultado da pesquisa mostra um percentual de 72% dos brasileiros muito preocupados com o avanço das notícias falsas nas redes sociais. Os que se mostram pouco preocupados somam 20 %, enquanto 7% dizem não ter essa preocupação.  O levantamento mostrou que 9 em cada 10 brasileiros (91%) concordam que as redes sociais influenciam muito a opinião das pessoas.

O percentual de concordância foi o mesmo para a afirmação de que notícias falsas trazem risco para a sociedade. Para 82% dos entrevistados, nas redes sociais as notícias falsas ganham mais visibilidade do que as notícias verdadeiras. 

Em relação ao papel da legislação, 80% dos entrevistados acreditam que a criação de uma lei específica de combate às notícias falsas contribui para diminuir a quantidade de notícias falsas nas redes sociais. Para o senador Angelo Coronel, que foi o relator do PL das fake news no Senado, o resultado da pesquisa é amplamente favorável à aprovação do projeto, que é uma ferramenta de proteção da sociedade. 

“Se a gente não banir das redes sociais informações falsas e também postagens feitas por anônimos, não teremos condições nem ferramentas para combater as fake news. Por isso é importante a aprovação desse projeto: para vedar contas anônimas e para que tenhamos regulação para tirar do ar, de imediato, postagem que venha a prejudicar a imagem de alguém”, concluiu o senador. 

*Da Agência Senado

Na noite da última quinta-feira, dia 18, Ana Hickmann se posicionou por meio dos Stories sobre a sua suposta saída da Record TV. No vídeo, ela aparece ao lado de seu filho, Alexandre Corrêa, e zomba dos boatos.

Em um bate-papo com o pequeno, de apenas nove anos de idade, Hickmann pergunta para ele o que estão fazendo com ela. O meininnho logo responde: fofoca. Depois da resposta dele, a apresentadora pede para ele explicar qual o boato.

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- Chegando aqui pra dar boa noite pro Alezinho, a gente abre o telefone e descobre o quê? Que o povo está fazendo o quê? Conta pra todo mundo qual é a fofoca da vez.

Na resposta, Alezinho já explica que não é verdade que a mãe vai sair da Record TV. Ana Hickmann ainda continuou falando com o menino e explicou que ele também perguntou se ela ia sair da emissora. Quando o pequeno boceja, ela já desmente de vez a história:

- Esse bocejo do Alezinho representa a minha preguiça com essa notícia, dessa fake news. Não, não vou pedir as contas, não vou. O que eu vou, sim, é completar 19 anos de história nessa emissora incrível.

Atualmente, a modelo comanda o programa Hoje em Dia, ao lado de Ticiane Pinheiro, Cesar Filho e Renata Alves.

A Câmara se articula para votar nesta quarta-feira, 17, regime de urgência de um projeto de lei sobre direito autoral e conteúdo jornalístico que acena à base parlamentar evangélica, hoje resistente ao PL 2630 das Fake News. A nova proposta foi incluída num projeto para ser votado separadamente do PL das Fake News que pretende regulamentar as plataformas digitais e a desinformação.

O texto do relator, Elmar Nascimento (União-BA), dá mais espaço aos religiosos na Lei do Direito Autoral. A proposta do deputado, ao qual o Estadão teve acesso, modifica ou inclui trechos em artigos da legislação que está em vigor desde 1998.

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O texto passa a considerar "artistas intérpretes ou executantes" todos os atores, cantores, músicos, bailarinos ou outras pessoas que representem um papel em obras religiosas. A legislação, hoje, só considera atividades literárias ou artísticas.

Em outro trecho do projeto, Nascimento incluiu pregações - discursos religiosos - como "obras intelectuais protegidas". A lei, atualmente, identifica apenas "conferências, alocuções, sermões e outras obras da mesma natureza".

A proposta de Nascimento inclui na Lei do Direito Autoral um tópico sobre o uso de obras na internet. O texto base prevê que as plataformas deverão pagar uma remuneração a quem tem direito sobre uma obra, mesmo que a publicação do conteúdo tenha sido feita por um usuário.

Ou seja, uma pregação religiosa disseminada pelas plataformas obrigaria as big techs a remunerarem o pastor que a proferiu. Vídeos com pregações de pastores são frequentemente compartilhados nas redes sociais.

Segundo o deputado, o objetivo da regulamentação do direito autoral na internet é "proporcionar uma repartição justa da remuneração entre os diferentes titulares de direitos de autor e direitos conexos envolvidos". Nascimento afirma ainda que pretende "assegurar a flexibilidade necessária" às leis do Brasil para plataformas com sede em outro País.

O texto desobriga as plataformas de pagarem direitos autorais por conteúdos publicados em aplicativos de mensagens privadas, como WhatsApp e Telegram. As empresas também ficam liberadas de remunerar donos de obras que já estejam em domínio público.

O pagamento da remuneração deverá ser feito pelas plataformas aos donos das obras ou a associações de gestão de direitos autorais. O texto estabelece que, para aferir a remuneração, as receitas, inclusive de publicidade, geradas em benefício das plataformas deverão ser consideradas.

Conteúdo jornalístico e artístico

A proposta de Elmar Nascimento estabelece ainda a remuneração para artistas e veículos jornalísticos por conteúdos publicados nas redes sociais. O pagamento inclui quaisquer formatos, que incluam texto, vídeo, áudio ou imagem. O projeto proíbe as empresas de removerem conteúdos jornalísticos para "se eximir da obrigação" de remunerar os veículos.

"A remuneração não deve onerar o usuário que acessa e compartilha, sem fins econômicos, os conteúdos jornalísticos em seu perfil ou conta", prevê o texto.

Poderão receber a remuneração as empresas jornalísticas, mesmo individuais, constituídas há pelo menos 24 meses, que produzam conteúdo "original de forma regular, organizada, profissionalmente e que mantenham endereço físico e editor responsável no Brasil".

Votação

Esta é a segunda tentativa da Câmara de votar o PL 'fatiado' das Fake News. Na semana passada, a Casa chegou a incluir a análise do regime de urgência na pauta, mas o tema foi retirado das discussões. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), estava nos Estados Unidos e o vice, Marcos Pereira (Republicanos-SP), decidiu que o projeto deveria ser discutido na volta do comandante da Casa.

Em reunião nesta terça-feira, 16, líderes partidários decidiram que o plenário votaria hoje o requerimento de urgência do projeto relatada por Nascimento. O tema, contudo, não entrou na pauta da Câmara. A proposta, ainda assim, pode ser votada. Basta que um parlamentar apresente um pedido, durante a sessão, e receba apoio dos colegas.

Há pressão de deputados para que o plenário analise também o mérito do texto, mas o tema ainda está em discussão. A proposta que permite a remuneração de artistas é o PL 2370/2019, de autoria da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

Na sessão desta quinta-feira (11), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aplicou multa individual aos deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Carla Zambelli (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG) e ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) por divulgarem nas redes sociais vídeo desinformativo e que atingiu a honra do então candidato a presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a campanha das Eleições 2022. A decisão foi por maioria de votos (5x2) e seguiu a divergência aberta pelo ministro Sérgio Banhos.

Produzido pelo então candidato a deputado Nikolas Ferreira e compartilhado pelos demais parlamentares, o vídeo afirmava que Lula incentivava a prática de crimes, entre outras condutas. Ficaram vencidos no julgamento do mérito da representação o atual relator, ministro Raul Araújo, e o ministro Nunes Marques, que entenderam que o conteúdo divulgado não ultrapassou a crítica política ácida.

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Divergência

Ao abrir a divergência, o ministro Sérgio Banhos destacou que as alegações feitas no vídeo, propagado nas redes sociais, desbordou do limite da propaganda eleitoral admitida pela legislação eleitoral.

O TSE aplicou a multa aos parlamentares com base no artigo 57-D, parágrafo 2º, da Lei das Eleições.

Liminar referendada em outubro

Em julgamento de 20 de outubro, o Plenário já havia referendado liminar, concedida pelo então relator, Paulo de Tarso Sanseverino, em 10 de outubro, ordenando que as plataformas digitais responsáveis pelo Twitter, Instagram, TikTok e Facebook retirassem do ar, no prazo de 24 horas, o vídeo, que vinculava Lula ao apoio a drogas, censura, assassinatos, aborto e fechamento de igrejas. Na decisão, Sanseverino aplicou multa de R$ 50 mil por dia caso a determinação judicial fosse descumprida. As plataformas atenderam à determinação em seguida.

Pablo Marçal

No julgamento de outra representação, o TSE impôs multa de R$ 5 mil contra Pablo Marçal por divulgar, no dia 4 de outubro de 2022, em seu perfil na rede social Instagram, vídeo no qual o então presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) acusa o Ministério da Educação, durante o governo do Partido dos Trabalhadores (PT), de divulgar, em 2013, uma suposta “cartilha” envolvendo tema sexual voltado para crianças. Os ministros determinaram a definitiva exclusão do vídeo das redes sociais, caso ainda apareça em alguma. A decisão foi unânime.

Em outubro do ano passado, a ministra Maria Claudia Bucchianeri já havia concedido liminar determinando a remoção do conteúdo propagado por Marçal no Instagram dentro de 24 horas. Na ocasião, a ministra estipulou uma multa diária de R$ 10 mil caso a plataforma desrespeitasse a ordem judicial. A liminar foi referendada, posteriormente, pelo Plenário da Corte.

Da assessoria.

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