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Aberta em maio de 2021, a ocupação Leonardo Cisneiros, no Centro do Recife, completou oito meses nesta segunda-feira (17). Com a permanência da situação de irregularidade, um grupo com cerca de 40 pessoas, entre moradores e representantes, realizou um protesto no que fechou a via paralela à sede da ocupação, localizada em um prédio abandonado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), na Rua Marquês do Recife, no bairro de Santo Antônio. Os manifestantes atearam fogo em pneus e gritaram palavras de ordem. 

A manifestação iniciada no início da tarde desta segunda-feira teve continuidade em frente ao Palácio do Campo das Princesas, onde está localizada a sede do Governo de Pernambuco. O objetivo dos manifestantes é conseguir um documento assinado pela gestão estadual, viabilizando uma conversa entre os ocupantes e a superintendência do INSS, que tem posse do edifício.  

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"São 250 famílias que estão ocupando esse prédio há oito meses, sob a lei da sobrevivência que existe nesse país. Sobrevivem de doações, às vezes chegam, às vezes não. As comunidades trazem alimentos para eles, doações de roupas, comidas, máscaras, calçados, álcool em gel. A gente quer uma roda de diálogo para que o Governo do Estado, junto à Prefeitura do Recife, INSS e famílias, doe o prédio para que a gente consiga correr atrás de um recurso para ele virar moradia aqui no Centro", esclareceu Thaís Maria, articuladora da ocupação, ao LeiaJá.

Tensões durante o protesto 

A Polícia Militar chegou no local por volta das 13h e acompanhou o grupo nos dois pontos de manifestação. Houve tensão entre os manifestantes, transeuntes e motoristas. Segundo relatos, condutores de veículos tentaram furar as barreiras física e humana estabelecidas pela ocupação, e sofreram retaliação.

No Palácio, outro momento de tensão foi registrado. Seguranças da Casa haviam barrado a passagem dos protestantes pela principal via de acesso ao prédio. “Isso é ditadura do governo Paulo Câmara”, gritou Jan Carlos, líder da ocupação, enquanto uma colega, não identificada, dizia que a política do governo é bater nos manifestantes. “É o tempo da ditadura que a gente não pode se aproximar de um palácio? A gente sempre protestou aqui. Tem idoso, gestante e criança. Esse povo que está aqui quer moradia digna e de qualidade, governador", criticou Jan Carlos.

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Foi celebrada no Recife, na manhã desta terça-feira (21), a assinatura de um contrato que deve iniciar os estudos para a primeira parceria público-privada (PPP) voltada à locação social no país. A iniciativa tem o intuito de diminuir o déficit habitacional na capital pernambucana, que possui um dos maiores índices de desigualdade e concentração de renda no Brasil, além dos crescentes valores no aluguel. O evento de formalização aconteceu no auditório Capiba da Prefeitura do Recife, e contou com a presença do ministro Rogério Marinho (PL), do Desenvolvimento Regional, e de representantes da Caixa, que assinaram o documento junto ao prefeito João Campos (PSB).

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A etapa de estudos é a base do levantamento que deve estar concluído em 2022, para iniciar a execução dos projetos de locação. Serão, no mínimo, quatro projetos, para a construção ou revitalização de 450 unidades habitacionais, mas o número definitivo e as condições gerais serão avaliadas pela equipe de secretários envolvida nos estudos. Em 2023, a parceria planeja estar com as primeiras unidades concluídas para habilitar o aluguel social. A locação social tem como conjuntura o subsídio parcial ou integral do aluguel por parte da gestão responsável, neste caso, a municipal. 

De acordo com a secretária de habitação do Recife, Maria Eduarda Medicis, o foco do projeto é o Centro do Recife e o debate teve início há mais de um ano. "Esse projeto que a gente traz hoje nasceu de muita sinergia entre diversas secretarias. A política de habitação não é obra de engenharia. Cada vez mais essas políticas de desenvolvimento social e habitação estão juntas. Temos pensado em conjunto em como podemos trazer mais equipamentos sociais [para o projeto]. O que estamos trazendo para o Centro não são apartamentos, são famílias, são moradores que irão precisar de diversos outros usos", declarou Medicis.

De acordo com a apresentação da secretária, o projeto trabalhará com a “urbanização e a regularização fundiária” e com o desenvolvimento institucional. Serão pensadas unidades habitacionais diversas, com diferenciação no número de cômodos, pensando na diversidade de famílias em necessidade. O projeto contemplará famílias com renda de até três salários mínimos e que tenham cadastro na base de assistência social do Estado (CadÚnico). O investimento é de R$ 100 milhões e deve ajudar mais de 700 famílias.

O prefeito João Campos destacou que, ao falar em déficit habitacional, é preciso pensar além da habitação e considerar a questão da renda. É um parâmetro mundial considerar que um cidadão está dentro do déficit habitacional caso o gasto com aluguel seja superior a 30% da sua renda.

"A gente sabe que os dados apontam para aproximadamente seis milhões em déficit habitacional no país. E automaticamente quando se fala no déficit, a gente imagina que é exclusivamente um problema de falta de casa, de construção, mas ele não é apenas a casa faltando, e sim se você compromete a sua renda. Acima dos 30%, você se enquadra no déficit habitacional. Isso é mais de 50% das famílias nessa situação. Construir casa é uma solução, não a única. O estudo irá dizer a viabilidade, o tamanho e quais são as áreas da cidade que podem ser usadas pra isso. No Recife, o déficit é de aproximadamente 70 mil pessoas", afirmou o prefeito.

Participaram do evento parlamentares da esfera estadual e federal, entre aliados e opositores do governo Bolsonaro, do qual o ministro Marinho, que também trouxe parte de sua equipe, faz parte. Discursaram à mesa o secretário nacional de Habitação, Alfredo Santos; a secretária Maria Eduarda Medicis; Manoel Renato Filho, secretário da PCR; a superintendente nacional da Caixa, Daniele Mendonça; o ministro Rogério Marinho; e a secretária especial do Programa de Parcerias e Investimentos, Martha Seillier.

Nessa terça-feira (30), foi publicada no Diário Oficial da Prefeitura do Recife a nova Lei Municipal nº 18.863, que institui a Política Municipal de Habitação de Interesse Social (PMHIS). A legislação deverá ser utilizada a favor da correção do déficit habitacional na capital pernambucana. De acordo com a PCR, a lei é um marco regulatório para o setor habitacional, elaborado através de conferências e reuniões nas Regiões Político-Administrativas (RPAs), com participação popular. 

A lei dispõe também sobre o Plano Local de Habitação de Interesse Social da Cidade do Recife (PLHIS), que será o instrumento para execução das metas, definindo as estratégias de ação, metas e fontes de recursos para reduzir o déficit de moradia. O Plano também contempla a composição e cálculo dos custos estimados, estimativa da capacidade de investimento da Prefeitura, além do monitoramento, avaliação e revisão do próprio plano. É um dispositivo que dialoga, também, com a preservação das Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS). 

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Entre as metas previstas no PLHIS também está o enfrentamento à inadequação dos domicílios. O documento prevê diretrizes e metas para regularização jurídico-fundiária e a urbanização de assentamentos precários. O desenvolvimento institucional será regido pelo PLHIS, com a implantação do Sistema Municipal de Informações de Habitação de Interesse de Interesse Social (SIMHIS), além do fortalecimento dos canais de participação e de negociação com a sociedade organizada. 

“É um momento histórico, que mostra a prioridade da nossa gestão para a questão da habitação. Agora contamos com uma legislação que vai orientar nosso trabalho, definindo as diretrizes e instrumentos para a habitação de interesse social”, afirma o prefeito João Campos, autor da proposta. 

Entre os objetivos da PMHIS, destacam-se a universalização do acesso à moradia adequada; a consolidação das comunidades de Interesse Social e demais áreas pobres, a partir da sua transformação em ZEIS e da implementação de ações de regularização urbanística e fundiária; e a democratização o acesso à terra urbanizada para Habitação de Interesse Social. 

Obras

Atualmente estão em construção quatro conjuntos habitacionais, com um total de 1.528 unidades habitacionais (UHs): Habitacional Encanta Moça I e II (Bode) - 600 UHs; Habitacional Vila Brasil I (Joana Bezerra) - 128 UHs, Habitacional Vila Brasil II - 320 UHs (Joana Bezerra), Pilar (Bairro do Recife) - 256 UHs - e Sérgio Loreto (São José) - 224 UHs. Em julho de 2022, começam as obras do Vila Esperança, habitacional com 75 unidades destinado às famílias residentes na Zona Especial de Interesse Social (ZEIS) Vila Esperança/Cabocó, no bairro do Monteiro, que serão afetadas pela construção da ponte Jaime Gusmão. 

 

Foram entregues, nessa quinta-feira (1º), seis chaves aos primeiros beneficiados pelo programa Aluguel no Centro, iniciativa do Governo do Maranhão através da Secretaria de Estado de Governo (SEGOV). Pelo programa, o Maranhão custeia cerca de 80% do valor do aluguel, incentivando o acesso à moradia e a habitação na área central da capital, São Luís.

O Aluguel no Centro integra o eixo habitacional do macro programa Nosso Centro. Os vencedores foram anunciados em sorteio no dia 24 de maio. Segundo o governador Flávio Dino (PSB), a primeira fase deve incentivar novas inscrições de proprietários e inquilinos.

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“[O programa] tem três dimensões fundamentais, a primeira é essa, a dimensão social: garantir o acesso à moradia a um custo muito baixo. As famílias vão pagar apenas R$ 150 a R$ 300 para poder residir em uma casa boa. Há a dimensão econômica de valorização dos imóveis e viabilizar renda aos proprietários, que estão, às vezes, com as casas fechadas há muito tempo. E terceiro lugar, a dimensão cultural e urbanística, de valorização do Centro. Acreditamos em todos os programas de valorização que temos feito, mas é preciso ter moradores no Centro, para que haja vida. É a preservação do patrimônio histórico, tombado, importantíssimo para São Luís e o Maranhão”, destacou Dino, durante solenidade no Palácio dos Leões.

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No evento, foram entregues seis chaves aos beneficiários contemplados em sorteio realizado no final de maio. A pessoa que aluga paga apenas 20% do valor do contrato e pode permanecer no imóvel por cinco anos. O Aluguel no Centro é executado com recursos do Governo do Estado. Todos os imóveis incluídos na iniciativa passaram por intervenções estruturais.

A primeira residência, na Rua do Sol/Nina Rodrigues, n º535, tem valor do aluguel de R$ 1,2 mil. O locatário pagará apenas R$ 300. O segundo imóvel, na Rua Pespontão, nº154, custará R$ 1 mil, sendo R$ 800 do Governo. Proprietária de imóvel no bairro, Dorivan Lima parabenizou a iniciativa. “O programa nos dá uma garantia a mais e é um apoio maravilhoso, que trará um novo ar ao Centro Histórico. Agradeço, de coração, a oportunidade do programa e de ter minha casa valorizada”, frisou.

O terceiro imóvel, na Rua da Alegria, n°152, tem aluguel de R$ 700 e o Governo pagará R$ 560. Na Rua do Apicum, 70, o quarto imóvel custa R$ 1 mil, sendo R$ 800 para o Governo custear. O quinto imóvel, na Rua do Apicum, 70, custará R$ 1 mil, sendo apenas R$ 200 ao beneficiário. “Era um sonho, desde jovem, morar no Centro Histórico. Vai fazer muita diferença na minha vida, que ainda não tenho imóvel e não conseguiria pagar para morar no bairro. O projeto é incrível e que outros proprietários venham aderir”, disse Thaís Guimarães, beneficiária do programa.

O programa

O Aluguel no Centro foi lançado em 27 de janeiro deste ano e deve voltar a aceitar inscrições em breve, mas a data ainda não foi confirmada pelo governo. Para se inscrever, é preciso acessar o site aluguelnocentro.ma.gov.br e comparecer presencialmente à

Secretaria de Estado de Governo (SEGOV), no Ed. João Goulart, Av. Pedro II, centro de São Luís.

Já a inscrição dos interessados na moradia estará disponível no site, podendo o interessado fazer a sua escolha. Em caso de haver mais de um interessado pelo mesmo imóvel, o beneficiário será definido por sorteio.

Para tirar dúvidas e obter mais informações, os interessados podem entrar em contato pelos seguintes canais de comunicação: pelo site aluguelnocentro.ma.gov.br , e-mail aluguelnocentro@segov.ma.gov.br ou pelo telefone (98) 2016-4275.

O cruzamento da Avenida Agamenon Magalhães com a Rua Odorico Mendes, no bairro de Campo Grande, área Central do Recife, foi bloqueado por um protesto na manhã desta quinta-feira (29). Com panelas e cartazes, os populares pediram por moradia, agilidade na vacinação e aumento do auxílio emergencial.

Uma equipe do Corpo de Bombeiros foi ao local e extinguiu as chamas que os manifestantes haviam ateado em pneus. Policiais militares também foram ao local e acompanharam a mobilização.

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Por volta das 8h15, o grupo com dezenas de pessoas seguiu para a sede da Secretaria Estadual de Habitação e ocupou o jardim do prédio. O trânsito na área foi liberado e os manifestantes montaram uma comissão para levar as pautas ao secretário de Desenvolvimento Social, Sileno Guedes.

As famílias gastaram 0,40% mais com habitação em fevereiro, uma contribuição de 0,06 ponto porcentual para a taxa de 0,86% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O gás de botijão subiu 2,98%, o nono mês consecutivo de aumentos, contribuindo com 0,03 ponto porcentual para o IPCA de fevereiro. O gás encanado ficou 2,68% mais caro, em consequência de reajustes em Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo.

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A taxa de água e esgoto aumentou 1,02%, em função de reajustes em Fortaleza, Aracaju, Curitiba, Campo Grande e Recife.

Por outro lado, a energia elétrica caiu 0,71%, uma contribuição negativa de 0,03 ponto porcentual para a inflação. Em fevereiro, foi mantida a bandeira tarifária amarela, que acrescenta a cobrança de R$ 1,343 a cada 100 quilowatts-hora consumidos na conta de luz.

Quando os moradores do bairro de Muribeca, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife, pensam que as dificuldades enfrentadas com as suas moradias acabaram, mais um episódio dificulta o fim desse pesadelo. Mesmo com a garantia do título de posse de mil famílias que residem nos arredores - do que era - o Conjunto Habitacional Muribeca, cerca de 30 famílias estão desamparadas.

Segundo a superintendente de Habitação de Jaboatão, Ana Catarina, as famílias não contempladas com o título de posse residem em edículas que estão dentro do perímetro do terreno da Caixa. Desses moradores, quem conseguiu fazer o cadastro com a superintendência, conseguirão uma moradia no Habitacional Suassuna, que tem previsão de entrega para o dia 15 de abril. 

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O problema é que a juíza da 5ª Vara Federal de Pernambuco, Nilcéa Maria Barbosa Maggi, determinou que essas 30 famílias deverão sair das casas até o dia 8 de março para que as construções sejam demolidas. Nesse intervalo de tempo, esses moradores vão ter que se virar. 

“Como em qualquer outro lugar que há uma determinação judicial, tem que haver o cumprimento dela. Essas pessoas, infelizmente, até a entrega do habitacional terão que se realocar em casa de família, na casa de algum parente, tentar um aluguel, até que seja entregue o Suassuna e assim garantir a moradia”, afirma Ana Catarina.

A superintendente afirma a possibilidade do auxílio moradia está descartado porque não há respaldo jurídico para isso. “O prefeito garantiu que todos aqueles que tiverem uma unidade de residência nessas áreas, terão direito a uma unidade habitacional no Suassuna 6, que está com previsão de entrega para a quinzena de abril”, salienta Catarina.

Por um acordo judicial, o terreno será dado para a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, que pretende fazer um “grande parque” e abrigar alguns equipamentos públicos como mercado, escolas, posto de saúde e outros equipamentos que sejam de caráter público. A construção de moradias nesses terrenos desocupados está descartada.

O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) terá R$ 65,5 bilhões para financiamentos na área de habitação em 2020, oriundo de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Outros R$ 4 bilhões do fundo serão disponibilizados para obras de saneamento.

A regulamentação dos recursos do FGTS foi aprovada pelo Conselho Curador do Fundo e publicadas nesta terça-feira (31), no Diário Oficial da União (DOU), por meio das Instruções Normativas nº 44 e nº 45.

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Para a área de habitação, do montante de R$ 65,5 bilhões, mais de 95% serão destinados para financiamentos de moradias populares a famílias com renda mensal de até R$ 7 mil – faixas 1,5, 2 e 3 do programa de habitação social do governo federal. Para os descontos, estão assegurados R$ 9 bilhões. Do total de R$ 65,5 bilhões, R$ 40,2 bilhões estão reservados para financiamentos, a pessoas físicas ou jurídicas, que beneficiem famílias com renda mensal bruta limitada a R$ 4 mil.

A estimativa do MDR é que sejam contratadas 526 mil unidades habitacionais em todo o país, com potencial para geração de 1,3 milhão de empregos. Em 2019, foram destinados R$ 73 bilhões do FGTS para a habitação popular.

Saneamento

O setor de saneamento básico terá R$ 4 bilhões do FGTS para a contratação de operações de financiamento, no âmbito do Programa Saneamento para Todos. Os recursos são para atendimento da categoria Mutuários Público e Privado. A previsão do governo é beneficiar 4,9 milhões de pessoas e gerar 92,4 mil empregos com esses créditos.

Segundo o MDR, os projetos podem ser voltados para a garantia de abastecimento de água, esgoto sanitário, manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais, redução e controle de perdas de águas, drenagem urbana, preservação e recuperação de mananciais, além de estudos e projetos para o setor.

Ainda de acordo com o governo, os valores disponíveis para financiamentos em habitação e saneamento podem sofrer alterações de acordo com as demandas das regiões. Também pode haver emanejamento de fundos de outras áreas ou suplementações de créditos aprovados pelo Conselho Curador do FGTS, ao longo do ano.

Uma equipe internacional de astrônomos descobriu um novo sistema solar, com um planeta que poderia ser "habitável" - disse à AFP, nesta quinta-feira (1º), o astrofísico espanhol Rafael Luque, que liderou as buscas.

Três novos planetas foram descobertos em órbita ao redor de GJ 357d, uma anã vermelha - uma pequena estrela na fase de resfriamento. Eles formam um sistema solar localizado a 31 anos-luz da Terra, a uma distância relativamente pequena na escala espacial, detalhou Luque, do Instituto de Astrofísica das Ilhas Canárias.

A descoberta foi feita, graças aos dados fornecidos pelo satélite TESS da NASA (a agência espacial americana), especializado na busca de exoplanetas - localizados fora do nosso sistema solar.

O planeta mais distante da estrela, chamado GJ 357d, é de particular interesse para os pesquisadores, que acreditam que pode ser habitável. Os outros dois são muito quentes.

Os critérios usados para medir a habitabilidade de um planeta incluem solo rochoso, um tamanho similar à Terra e uma distância que não é muito pequena nem muito grande em relação à sua estrela, de modo que a temperatura seja propícia à presença de água líquida. Este último é um ingrediente-chave para permitir o desenvolvimento da vida.

Dada sua distância de sua estrela, muito próxima da que existe entre o planeta Marte e o nosso Sol, os pesquisadores estimam que as temperaturas do planeta GJ 357d sejam em torno de -53ºC.

"Parece um pouco frio à primeira vista. Mas, se a atmosfera for densa (ao contrário de Marte), o efeito estufa aqueceria a superfície, e a água poderia ser líquida", diz Luque.

Os pesquisadores acreditam que o GJ 357d possa ser de uma a duas vezes o tamanho da Terra.

Este planeta não é o primeiro potencialmente habitável a ser descoberto perto de nós.

Em 2016, a descoberta de Proxima b, a apenas quatro anos-luz de distância do nosso sistema solar, causou sensação.

O problema nessas descobertas está no método usado.

Proxima b e GJ 357d foram descobertos pelo método da velocidade radial, que consiste em localizar a oscilação causada na estrela pela gravidade exercida por um planeta em órbita.

Segundo Rafael Luque, porém, esse método não confirma se o planeta é habitável. Para isso, é necessário utilizar a técnica de trânsito, que possibilita medir seu tamanho, depois calcular sua densidade e sua composição (gasosa, ou não).

O planeta deve passar diretamente entre sua estrela e o observador, uma condição difícil de ser cumprida. Para Proxima b, mostrou-se impossível.

Luque e sua equipe tentarão nos próximos meses observar o GJ 357d em "trânsito" para confirmar se a vida pode se desenvolver lá, ou não.

"Mas a probabilidade de um planeta passar por uma estrela no eixo de nossa visão da Terra é muito pequena", diz ele.

Movimentos de luta por moradia organizam um ato em frente à Prefeitura do Recife, na área central da capital, nesta quinta-feira (6). A manifestação também é contrária às mudanças propostas pelo Governo Federal no programa Minha Casa Minha Vida.

O protesto, organizado pelo Movimento Nacional de Luta por Moradia (MNLM) e Organização de Luta dos Movimentos Populares de Pernambuco (OLMP), chegou a interditar a Avenida Cruz Cabugá no cruzamento com a Avenida Norte, no Recife. O trânsito ficou congestionado no local e a Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) precisou realizar um desvio.

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De acordo com o coordenador do MNLM Paulo André, há cerca de três meses ocorreu uma reunião com a Secretaria de Habitação do município, porém nenhuma medida foi tomada desde então. "A política de habitação de Geraldo Julio não existe. Recife possui um déficit habitacional de 200 mil pessoas", critica o coordenador.

Com relação ao governo federal, a principal crítica é com relação à faixa 1 do Minha Casa Minha Vida, dedicada à população mais pobre. Hoje, a faixa é direcionada para pessoas que ganham até R$ 1,8 mil, que recebem o subsídio do governo de 90% no imóvel. O ministro de Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, disse ter identificado 30% de comercialização irregular dessas moradias.

O limite para a primeira faixa do programa seria restringido para famílias que ganham até um salário mínimo, com um fator de localização pelo qual o valor seria multiplicado. O governo financiaria todo o imóvel. O nome do programa deve ser alterado.

"O governo está acabando com a oportunidade dessas pessoas de acessarem a política de moradia. Ao todo, 80% de 8 milhões de pessoas inseridas no programa estão na faixa 1", finaliza Paulo André.

 

Movimentos de luta por moradia vão realizar um protesto em Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), na manhã da terça-feira (21). Eles alegam que o prefeito Professor Lupércio (SD) havia assumido o compromisso de desapropriar terrenos, mas não tomou medidas quanto a isso.

Os manifestantes vão se concentrar em frente ao Mercado Eufrásio Barbosa e seguirão para a sede da prefeitura por volta das 10h. Interdições de vias não estão descartadas.

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Segundo o coordenador do Movimento Nacional de Luta por Moradia (MNLM), Paulo André Araújo, 2,5 mil famílias estão à espera das moradias. "São pessoas que estão em extrema pobreza. Parte delas vivem na bacia do Rio Beberibe, vivem em favelas", comentou.

Ainda conforme Araújo, o movimento chegou a enviar uma lista com sugestões de terrenos que a prefeitura conseguiria doar. "Com o terreno ficaria muito mais fácil conseguir uma aprovação em programa habitacional do Governo Federal", salientou. O LeiaJá aguarda posicionamento da Prefeitura de Olinda.

“Me desculpa, Holiday”, pede Jeane da Silva, ex-moradora do edifício e a penúltima a deixar o prédio no dia 23 de março, quando o imóvel foi totalmente desocupado. Nesta terça-feira (23) completa um mês da data. Jeane está dormindo com três filhos no chão da cozinha de sua lanchonete na comunidade Entra Apulso, na Zona Sul do Recife. “Me desculpa, Holiday, por não ter olhado para você e ter já usufruído tanto de você’, ela continua, ‘porque cada um da gente usufruiu muito, minha gente. Cada um que trabalhou aqui, cada um que teve essa comodidade, de você fazer tudo, cada um teve seu fruto, cada um ganhou dinheiro, teve sossego, teve uma boa moradia, teve o prazer de abrir a janela todos os dias e ver o mar. Cada um teve o seu lucro dado pelo Holiday. Mas cada um de nós esqueceu um pouquinho de olhar pelo Holiday. Então não adianta culpar um. São todos culpados”.

Foi traumática a saída dos moradores do Edifício Holiday, construção modernista erguida no final da década de 50 quando o bairro de Boa Viagem era dominado por imóveis baixos, distante da área nobre a qual se tornou. O Corpo de Bombeiros e a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) identificaram no local um elevado risco de incêndio devido às más condições das instalações elétricas. Em março, houve uma queda de energia no local e a Celpe não promoveu a religação, amparada em uma determinação judicial da 2ª Vara Cível da Capital. “A decisão foi tomada em função das condições precárias das instalações elétricas do prédio, que apresentam risco iminente de incêndio e acidentes envolvendo energia elétrica”, respondeu a companhia na ocasião. Sem eletricidade e também sem água, os residentes receberam um terceiro baque: a Justiça determinou a interdição do Holiday em cinco dias úteis.

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"Imagine que você está com um filho na UTI e o médico fala assim 'eu vou desligar os aparelhos amanhã de cinco horas da tarde'. Eu olhava para aquilo ali e queria tanto mudar isso. 'Meu deus me dá mais um tempo, dá um tempo para eu correr, me dá um tempo para eu tentar corrigir todo o esquecimento que foi feito'”, recorda Jeane. Além de fazer almoço no local onde agora mora, Jeane vende empada na praia, a poucos metros do edifício onde era locatária e com o qual tanto se identificou.

A mulher é otimista e espera comemorar o próximo réveillon já na construção reformada. “Eu creio que agora vai ficar melhor do que nunca. Essa obra para mim é agradecer por todo bem que esse lugar me causou”. A obra que Jeane cita ainda está em planejamento. Engenheiros e técnicos solidários à causa ainda precisam conhecer melhor as condições do imóvel para iniciarem o projeto.  No dia 12 de abril, o síndico recebeu de volta a chave do local. O juiz determinou a apresentação de um documento listando todas as pessoas envolvidas na obra para haver a autorização de entrada no terreno. Enquanto a reforma não começa, o síndico aguarda bem próximo dali.

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É início da tarde e um Palio Fire preto está, como de costume, estacionado na Rua Salgueiro, a via do Edifício Holiday. Dentro do veículo, Rufino Neto dorme no banco reclinado do motorista. É no carro que o síndico mora agora.

Na importante posição de síndico do prédio, Rufino foi um dos mais envolvidos nas tentativas de reverter a decisão judicial de desocupação. Distanciou-se do trabalho informal que tinha em um escritório de advocacia e foi demitido - mas não pelo distanciamento, segundo ele. “Ela [chefe] me ajudou no primeiro, segundo, terceiro mês, depois falou 'olha, quando melhorar você retorna porque o escritório está em crise agora', foi isso que aconteceu”, ele resume.

Rufino tem dois filhos, uma menina de 12 anos e um garoto de 11. Separou-se da mãe deles na metade de 2018; deixou o apartamento 1601 e foi para o 12º andar. Atualmente, todo o dinheiro obtido é voltado para os filhos, que dividem um apartamento com a mãe, uma vizinha e duas cachorras. “É muito apertado. Até para uma cachorra passar a outra tem que subir no sofá. Eles não estão morando bem”, resume o síndico.

O homem explica sua nova rotina: “Eu fico me virando no meu carro. O pessoal da feira me ajuda muito. Eu vivo assim: durmo na casa de um amigo, de uma amiga, de pessoas que cedem”, explica. Mesmo recebendo convites, ele prefere não dar trabalho e continua passando os dias em seu automóvel. “Não gosto de extrapolar muito porque um dia a gente acaba sendo um abuso”, completa. O síndico diz estar enfrentando dificuldades para dormir.

Rufino também denuncia sumiço de pertences de moradores durante as mudanças - inclusive os dele. “O videogame do meu filho sumiu durante a mudança. Eu não estou generalizando toda a turma que veio fazer a mudança, mas ali tinham pessoas de má índole. Levaram notebook de pessoas, minhas lâmpadas foram saqueadas”, cita.

Por fim, o ex-morador do Holiday clama: “Eu peço a sociedade que nos ajude, com doação de materiais elétricos, de construção, o que puder. Alguém que queira patrocinar aqui, colocar sua marca, divulgar seu nome. Eu digo: a gente vai voltar. A gente está na mídia e seu nome aqui vai valer muito tanto para a gente quanto para vocês divulgarem aqui em Boa Viagem. Isso aqui é um outdoor imenso, um painel para vocês. E enquanto der para eu me virar, eu estou me virando. Eu peço ajuda para a minha família, um aluguel mais barato para que meus filhos possam morar bem. Peço isso, um aluguel que eu possa pagar”.

Apesar da sugestão, eles ainda não receberam uma proposta para usar o imóvel como outdoor. De fato, o prédio se destaca e é visível a uma boa distância. Uma idosa que conhece bem aqueles andares agora abandonados teria uma visão privilegiada desses tais anúncios esperados por Rufino.

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Da janela da sua sala abafada, contemplando a fachada do Edifício Holiday logo à frente, Neide Santos, de 74 anos, conclui que precisa voltar a trabalhar. Ela é mãe de Fernando Santos, outro morador que assumiu um papel de liderança no período pré-desocupação e foi o último a se mudar. Ela teve outros sete filhos, dois já morreram. Chegou ao Holiday aos 14 anos.

Na época de sua chegada, os arredores do prédio de 17 andares eram mato e lama, ela lembra. Neide viu de perto Boa Viagem virar uma terra de espigões. Mesmo tendo uma família bem estruturada, formada por uma mãe funcionária pública e pai e avô oficiais do Exército, a mulher sempre fez o que dava na telha. Antes da maioridade, foi toda maquiada e bem vestida em busca de um emprego em uma fábrica de cigarros. Ao chegar lá se deparou com um aviso de que não havia mais vagas - saiu de lá empregada.

Neide confessa nunca ter precisado se preocupar financeiramente. “Eu não sabia o que era responsabilidade, nunca me preocupei com as coisas. Fui mimada”, admite. O marido que morreu em 1998 lhe dava dinheiro o tempo todo, entretanto, não permitia que trabalhasse.

Em determinada época de sua vida, Neide chegou a abrir uma sorveteria em Barreiros, Mata Sul de Pernambuco. Ouvia dos clientes que seu sorvete era melhor que o da própria cidade. Ela nunca contou para eles, porém, que comprava o sorvete de Barreiros e apenas os enfeitava. Uma cheia, certo dia, atingiu a sorveteria dela, destruindo seus freezers.

Na esperança de alguma doação, Neide mais de uma vez em uma conversa curta pede dois freezers para voltar a vender sorvete. No Edifício Holiday, ela era proprietária de apartamentos. Hoje volta a se preocupar com o pagamento de aluguel. Não consegue tirar da cabeça o prédio onde morou por tanto tempo. Até porque ele está logo ali. Virou a paisagem da sua janela, uma estrutura gigante de pedra a mirar suas costas com olhos vazios como em eterna vigilância.

Enquanto o prazo para a desocupação se esgotava, a idosa precisou correr. O residencial onde vive agora pediu adiantamento de três meses de aluguel. Foi preciso implorar para conseguir um empréstimo. Além da sua própria mudança, auxiliou na dos filhos, como Fernando, atualmente desempregado. Ela sustenta um neto criado desde recém-nascido e outro filho que não morava no Holiday. Neide está com pressão alta e não consegue mais fazer a tradicional feira, que repartia com os filhos. Ela pede mais uma vez freezers para voltar a trabalhar.

A aposentada não nega que não voltaria ao Holiday se tivesse condições de se mudar para um lugar melhor. Ela também sabe o lado positivo de viver no histórico prédio. “A gente mora em um ambiente que de pobre só tem a gente mesmo. Holiday é maravilhoso. Perto de Bompreço, tem de tudo que a gente procura, perto de comércio, praia… nós como pobres temos a mordomia que o rico tem”, avalia.

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Em nota, a Defesa Civil informa que, entre os dias 14 e 30 de março, a prefeitura realizou 296 mudanças a pedido dos moradores. No último dia 12, após a Defesa Civil finalizar a remoção de entulhos ordenada pela Justiça, a chave do prédio foi entregue ao síndico. “A Prefeitura do Recife reforça que todas as mudanças foram acompanhadas pelos próprios moradores, pela Secretaria de Defesa Social e pela Justiça de Pernambuco”, informa a nota do órgão.

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Protestos por moradia ocorrem nesta sexta-feira (15) no Recife e também em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. Nos dois atos houve invasão de prédios públicos por parte dos manifestantes.

No Recife, integrantes da Organização de Luta pela Moradia Digna (OLMD) ocuparam o prédio da Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab). A reivindicação do grupo é o pagamento do auxílio moradia para moradores das comunidades de Bandepe, Nova Tacaruna, Nelson Mandela e Casa Amarela.

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Segundo a Cehab, a reunião já estava marcada para esta sexta-feira. A companhia informou que havia solicitado uma atualização dos cadastrados devido a alguns nomes apresentarem irregulares. Após isso, a promessa é que o grupo seja incluído no benefício. “Além disso, projetos habitacionais já estão em análise para atender esse grupo”, disse a Cehab em nota.

Em Caruaru, o Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) ocupou a sede da prefeitura para cobrar moradias que teriam sido prometidas há seis anos. Segundo o coordenador do MNLM, Paulo André Araújo, Caruaru tem um déficit habitacional de 18 mil famílias.

“Foram prometidos sete hectares de terra para a construção de 70 unidades. Perdemos uma oportunidade nesses seis anos de ter construído pelo Minha Casa, Minha Vida Entidades. Hoje o programa está bastante reduzido”, ele lamenta. Os manifestantes foram recebidos pela secretária de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Perpétua Dantas.

Na próxima quinta-feira (21), o movimento visitará um terreno que deverá ser direcionado para algumas dessas famílias. No dia seguinte, está agendada uma nova reunião com a prefeitura. De acordo com a prefeitura, representantes da gestão se reunirão com a Caixa Econômica Federal (CEF) para debater o recadastramento de interessados nos programas habitacionais, pauta também reivindicada nesta manhã.

O governo do Estado de São Paulo deve lançar oficialmente até abril o Nossa Casa, programa habitacional que se propõe a construir 60 mil unidades habitacionais para famílias com renda de zero a dez salários mínimos, nos próximos quatro anos. Um decreto com as regras do programa está em elaboração na Secretaria Estadual de Habitação.

O secretário Flavio Amary, titular da pasta, apresentou detalhes do projeto, que prevê subsídios de até R$ 30 mil para as famílias de mais baixa renda, totalizando R$ 1 bilhão em recursos públicos para abatimento do pagamento das unidades, subsídios para os moradores. É um processo que depende de negociação direta com os municípios de São Paulo que possam receber as unidades.

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O formato da proposta prevê que as cidades aprovem a revogação de instrumentos de controle urbano, como limites de altura de prédios e tamanho das construções nos terrenos. Também precisam aprovar pacotes de renúncia fiscal, abrindo mão da arrecadação de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), Imposto Sobre Serviço (ISS) e Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI).

Segundo a proposta de Amary, após análise da secretaria, os terrenos serão cadastrados em um sistema e ofertados à iniciativa privada. Eles não podem ter passivos ambientais, como contaminação. As construtoras privadas que se interessarem pelos terrenos é que irão desenvolver os projetos. Elas são o segundo pilar de ação.

Em terceiro, vem a ação do governo. Conforme os empreendimentos sejam finalizados, a secretaria se compromete a dar subsídios de R$ 30 mil (para famílias com renda de zero a três salários mínimos) e R$ 10 mil (para renda familiar entre três e cinco salários).

Por fim, o saldo a ser pago pelos compradores usará recursos da Caixa, que tem linhas já subsidiadas pelo programa Minha Casa, Minha Vida. "A prestação será de cerca de R$ 450, em um saldo a ser pago de até R$ 70 mil", explica o secretário.

Para o governo, sem esses incentivos, o preço dos imóveis para os compradores poderia ser até três vezes maior.

A ideia é que sejam os municípios que definam quem poderá adquirir os imóveis, dentro dos critérios do Minha Casa, Minha Vida. "A prioridade são as famílias que vivem em áreas de risco ou recebem aluguel social."

O programa Casa Paulista, principal programa habitacional do Estado, continua em vigência. No ano passado, ele teve uma receita de R$ 630 milhões. O Estado tem histórico de investimento ao redor de 1% da arrecadação total do ICMS, cerca de R$ 1,6 bilhão, na habitação, a maior parte por meio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano (CDHU). O déficit de moradias é estimado em cerca de 1 milhão de unidades em todo o Estado.

A economista Ana Maria Castelo, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), afirma que o atendimento de demanda habitacional associada a um impulso ao setor da construção civil, como se espera com o Nossa Casa, são fatores positivos do programa. Ela ressalta que a demanda por unidades populares é muito alta. "Essas necessidades estão dadas pelo passado e pelas famílias que vão se formar nos próximos anos", diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou inquérito civil para investigar as condições estruturais do Edifício Holiday, localizado em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. A medida ocorre após o Corpo de Bombeiros enviar documentação apontando uma série de irregularidades nas instalações do imóvel. A postura dos órgãos públicos também será investigada em razão dos riscos aos quais os moradores estão submetidos.

Não é de hoje que as condições de habitação do edifício, erguido em 1957, são questionadas. Entretanto, a situação tem se agravado. A Prefeitura do Recife, Corpo de Bombeiros e Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) têm discutido em reuniões possíveis saídas para a situação. Uma interdição do prédio não é descartada pela gestão municipal. Na última segunda-feira (18), a Celpe esteve no prédio para fazer o corte de energia, mas foi impedida pelos moradores. A companhia acabou prestando queixa na polícia.

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Já tramitou pelo MPPE um inquérito civil para investigar a situação do Holiday. Em 2014, o inquérito acabou sendo arquivado após a Prefeitura do Recife propor aos proprietários ações de recuperação do imóvel.

Desta vez, o MPPE pede à Prefeitura do Recife que, no prazo de dez dias, seja encaminhado um cadastro socioeconômico dos moradores do Edifício Holiday. Também no prazo de dez dias, a Defesa Civil do Recife, Vigilância Sanitária Municipal, Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) e a Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano deverão realizar vistoria para informar o grau de risco das instalações, as irregularidades identificadas e as providências adotadas.

A explosão de gás em um conjunto habitacional resultou na morte de quatro pessoas, e deixou cerca de 70 desaparecidas, na cidade industrial de Magnitogorsk, localizada na Rússia, nesta segunda-feira (31). Em decorrência do acidente, centenas de pessoas foram desabrigadas na véspera do Ano Novo em temperaturas que atingiram -23°C.

O edifício construído em 1973 abrigava cerca de 1.100 pessoas, e de acordo com a residente Anna Koroleva, o estrondo fez com que as janelas dos prédios vizinhos também explodissem.  As autoridades alertaram que outras partes do prédio ainda correm risco de desabamento.

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O acidente ocorreu por volta das 06h (01h em Brasília), e fez com que grande parte da edificação desabasse. De acordo com as autoridades, além das quatro mortes, outras quatro pessoas, incluindo duas crianças, foram encaminhadas ao hospital, enquanto 16 vítimas, incluindo sete crianças, foram evacuadas para uma escola próxima. A televisão estatal informou que cerca de 50 pessoas podem estar entre os escombros. A infraestrutura antiga dos prédios russos, a falta de manutenção e o descumprimento de medidas de segurança, tornam esse tipo de acidente comum no país.

O governador Boris Dubrovsky, revelou que alguns habitantes têm planos de comprar apartamentos para os desabrigados. Os voluntários, por sua vez, ofereceram dinheiro, roupas e itens essenciais para as vítimas, parte deles até afirmaram que pretendem disponibilizar um lar temporário.

O bairro de Muribeca, localizado em Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife, era uma comunidade pulsante. Vibrava cultura, harmonia e encontros pelos becos dos 70 prédios do Conjunto Habitacional Muribeca, que nos anos 80 deu origem e sentido a todo o bairro. Hoje, o coração da comunidade parece estar fraco, batendo apenas com a ajuda de alguns moradores que resistem e tentam ressignificar o local que agora se encontra em meio ao êxodo provocado pela condenação dos mais de 2.000 apartamentos, e a retirada dos seus moradores.

O Conjunto Muribeca faz parte das milhares de habitações construídas nos anos 80, financiadas pelo Banco Nacional de Habitação (BNH), integrando parte de um projeto do Governo Federal, na época, para facilitar o acesso às moradias populares pelas pessoas mais carentes. Um projeto que foi replicado em várias cidades do Brasil.

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A já extinta Companhia de Habitação Popular do Estado de Pernambuco (COHAB-PE) era a responsável pela construção e entrega local das moradias. No Estado, segundo confirmado pela Pernambuco Participações (Perpart), hoje responsável pelas demandas da COHAB, foram construídos 750 prédios "tipo caixão" para as pessoas carentes que acessaram essa iniciativa Federal; todos na Região Metropolitana. A construção ficou assim dividida: 28 no Recife, 260 em Paulista e 462 desses prédios erguidos no município de Jaboatão dos Guararapes.

Do total de "prédios caixão" - uma construção em alvenaria que se tornaram muito comuns no Brasil a partir de 1970 - entregues em Jaboatão, 70 representavam o Residencial Muribeca, que foi entregue aos seus compradores em 1982.

No entanto, exatos quatro anos após a entrega dos imóveis, alguns moradores se viram numa situação complicada: terem que sair de suas moradias recém adquiridas por conta de problemas estruturais, os chamados "vícios de construção" que acabaram condenando alguns apartamentos; o que mais tarde se repetiu por vários blocos do residencial.

A desocupação aconteceu de forma "parcelada", tendo a primeira desocupação obrigatória acontecido 1986. Neste ano, o bloco 10 da quadra 3, conhecido como “balança, mas não cai”, foi interditado e em seguida demolido.

Em 2005, 19 anos depois da primeira interdição, mais uma desocupação em massa aconteceu. A partir daí, cada vez mais moradores tiveram que sair de suas residências, deixando para trás toda uma vida construída dentro e fora das paredes de seus apartamentos. Foi o ano em que 100% dos blocos foram desocupados e o bairro que crescia começou a regredir e se resumir em abandono - se transformando numa “cidade fantasma”.

Comerciante, filha de uma das primeiras moradoras do Conjunto Muribeca, Eulina Felix, 60 anos, hoje residindo no Ibura, Zona Sul do Recife, lamenta a situação em que vive o seu bairro de infância. “A gente tem até medo de ficar por aqui. Nos feriados, por exemplo, a gente não abre o comércio porque não confiamos mais na segurança”, salienta.

Dona de uma loja de costura em Muribeca, Eulina sente na pele a diminuição de pessoas ao seu redor e, consequentemente, do trabalho. “As pessoas foram embora. Vamos trabalhar pra quem? A gente vive aqui pedindo a Deus uma solução para esse bairro. Ficamos triste porque somos pessoas iguais a todo mundo, e porque nossa cidade está assim? Estamos abandonados”, reclama.

Exercendo o papel como uma das líderes comunitárias da região, Rosa Maria da Silva, mesmo não tendo morado no Conjunto Muribeca, lamenta pela situação. “É algo muito difícil porque tem gente que chegou em Muribeca com filho pequeno, constituíram família e uma história aqui dentro, quando de repente se viram nesse beco sem saída”.

O sentimento de resistência e esperança de que conseguirão sair vitoriosos dessa batalha judicial é demonstrado por cada morador. Mas o que parece imperar em muitos desses é o sentimento do medo de morrer antes de ter um teto para chamar de seu novamente.

“Eu saí do Rio de Janeiro e escolhi esse lugar para viver até a morte.  De repente, já na velhice, me encontro com uma mão na frente e outra atrás, saindo do que era meu, para morar no que é dos outros” relata Maria José dos Santos, 60 anos. A dona de casa recorda a forma de abordagem da Defesa Civil, na época. “Fomos tratados como bichos e invasores. Muita gente aqui dentro passou mal, morreu e quem ainda vive está com a saúde ruim por conta de tudo o que aconteceu”.

Maria José foi uma das pessoas que resistiram inicialmente a ordem de despejo e, segundo afirma, só saiu após muita insistência de seu marido e do filho que não queriam mais passar pelas humilhações. Lembra que, na época, se juntou com outros moradores e foram até a justiça para conversar sobre a situação.

“A juíza nos recebeu e disse que ninguém iria mais sair e que o problema seria resolvido", o que não aconteceu. Depois de um tempo foi a vez de um engenheiro ir até o apartamento da Maria José, pedindo novamente para que a moradora e seus familiares saíssem do imóvel para que pudesse ser feito uma nova perícia. "Depois disso eu recebi a ordem de despejo e tive que deixar o apartamento contra a minha vontade”, afirma.

Maria, Rosa e Eulina são pessoas que estão com a idade avançada, assim como dona Ruth Almeida, que diz já ter perdido a esperança de voltar para a “nova Muribeca” e luta para que pelo menos consiga receber a indenização da moradia que tem direito. “Eu não tenho mais idade para esperar que eles façam as novas moradias. Estou com 75 anos e quero antes de morrer conseguir comprar minha casa e descansar em paz, não aguento mais essa situação”.

Há 13 anos que os moradores lesados esperam pela reconstrução do Habitacional Muribeca e/ou pagamento do seguro para que possam adquirir um novo lar. Toda essa dificuldade deixou a marca da incerteza de um futuro seguro para os velhos e novos, pais e filhos de Muribeca. Assim como teme Dona Ruth, dezenas de pessoas morreram sem reaver suas moradias.

Não é por falta de divulgação da realidade dos que, um dia, tiveram Muribeca plenamente como o seu lar, que o problema foi por completo solucionado. Filmes e poesias já foram feitos no (e para o) bairro, ultrapassando até as fronteiras do Brasil. No entanto, parece que tanta visibilidade da situação calamitosa que vive os antigos e resistentes moradores do bairro não tem feito com que todos os órgãos envolvidos consigam entrar num consenso e resolver a problemática.

O imbróglio judicial do Habitacional Muribeca corre hoje na 5ª Vara da Justiça Federal em Pernambuco. São ao todo cinco processos e nenhuma perspectiva de quando tudo será solucionado.  

Em 2012, a Presidenta Dilma Rousseff, em visita à Pernambuco para a promoção do Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC2), havia afirmado, juntamente com o Governador Eduardo Campos, que a resolução do problema de Muribeca deveria ser prioritário para a Caixa, que naquele momento não deveria discutir o “mérito” do problema e, sim, tentar auxiliar as pessoas que moravam nos apartamentos condenados. Mas nada foi feito.

Com a desabitação dos prédios, os moradores conseguiram perante a justiça a garantia do pagamento do auxílio moradia no valor de R$ 920, pagos pela Caixa Econômica Federal (CEF), que assumiu o conjunto com o fim do Banco Nacional de Habitação. Em resposta ao LeiaJá, a Caixa afirma que “já se posicionou no referido processo e está aguardando a decisão judicial".

Especulação Imobiliária

Luiz Cláudio, integrante do movimento Somos Todos Muribeca, acredita que o que está acontecendo com o bairro seja parte de uma especulação imobiliária. “Nós aqui estamos a cinco minutos da BR que dá acesso a Suape (Cabo de Santo Agostinho), acesso a praia, ao shopping. A gente está sofrendo o poder dessa especulação que tenta fazer um êxodo na comunidade e o poder público não faz o que deveria fazer”.

Lula, como é conhecido dentro da comunidade, informa que em boa parte do processo os moradores foram julgados, sentenciados e condenados sem participar das ações. “O Somos Todos Muribeca tentou colocar um advogado popular para acompanhar todo o processo como conselheiro do caso, mas a justiça não permitiu”, conta Lula.

Ele afirma que até pouco tempo a comunidade só sabia dos fatos quando tudo já estava determinado, e sem a participação popular. “Uma coisa importante que devemos pontuar aqui é que para além das moradias não existe projeto algum para os comerciantes da área. Toda a comunidade precisa de um comércio e aqui não se está fazendo nada para isso. Nós já entramos em contato com a prefeitura, mostramos algumas áreas que poderia ser construída uma alameda de comércio para atender a comunidade e eles dizem que não podem (fazer)”, diz.

Quem continua em Muribeca, resiste pela esperança de encontrar essa comunidade mais uma vez sendo habitada e desfrutada por aqueles que um dia derramaram o suor do rosto para conseguir realizar o sonho da casa própria.

Manifestantes que começaram um protesto em frente a Secretaria de Administração do Estado de Pernambuco (SAD-PE), na Avenida Antônio de Góes, Zona Sul do Recife, por volta das 9h desta terça-feira (28), continuam mobilizados e seguem para a Superintendência do Patrimônio da União em Pernambuco (SPU-PE) para cobrar da entidade a terraplanagem de um terreno que fica no bairro de Nova Descoberta, na Zona Norte. Os manifestantes integram o Movimento de Luta e Resistência pelo Teto (MLRT).  

Segundo informações do Jean Carlos, Coordenador do Movimento, a Secretaria de Administração do Estado não colocou em seu sistema a solicitação de nova licitação que iria contemplar o terreno, o que já havia sido prometido pela entidade, conforme o coordenado do MLRT. Por isso, o movimento seguiu em protesto até a sede da SAD, para discutir algumas questões com a secretária da pasta, Marília Lins. No entanto, segundo Jean, o movimento não foi atendido. "Ela mandou uma nota falsiê (sic), dizendo que tudo já foi resolvido. Mas a nota não tinha nem assinatura. Uma falta de respeito", exclamou o coordenador do movimento. 

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A Câmara Municipal de São Paulo aprovou um projeto de lei que autoriza a liberação de recursos para a construção de moradias populares na Zona Sul da capital. A votação teve 50 votos favoráveis e nenhum contrário. O texto seguirá para sanção do prefeito Bruno Covas (PSDB).

A proposta integra a Operação Urbana Água Espraiada, criada há 17 anos e que já concluiu obras como a Ponte Estaiada e a avenida Roberto Marinho. O texto aprovado propõe que 30% do valor arrecadado com a venda de títulos na bolsa de valores – que permitem que construtoras levantem edifícios acima da altura permitida em Santo Amaro e Itaim Bibi – deve ser destinado à construção de habitações populares.

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De acordo com movimentos de moradia popular, existem mais de 1.700 famílias na fila e a aprovação do projeto de lei foi comemorada pelas pessoas que moravam em áreas desapropriadas pela Operação Urbana Água Espraiada. A Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento informou que a previsão é de que as moradias sejam entregues no início de 2019.

Cerca de 400 famílias que residiam na área da Cidade Satélite (Cumbica) e outras 90 famílias que estavam recebendo auxílio-moradia, foram transferidas para os conjuntos habitacionais no Residencial São Judas, que possuem infraestrutura completa, com pavimentação, rede de água e de esgoto, energia e gás encanado. Os apartamentos têm 44 metros quadrados de área e contam com dois quartos, sala, cozinha, banheiro e lavanderia. 

 “Isso é uma bênção, pegamos a chave do apartamento e vamos mudar hoje (24). Estou feliz demais e ansiosa, é tudo muito novo, conhecer a região, conhecer o pessoal, novas amizades. Lá é tudo organizado, tem hora para entrar e sair, ninguém vai pegar o meu filho, o porteiro não deixará ele sair, vou ficar despreocupada. Daqui pra frente só coisas boas, não tem como ficar triste numa situação dessa”, disse a operadora de telemarketing, Carla Renata, moradora do local.

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As mudanças, que tiveram início neste mês, foram de pessoas que viviam na avenida Santana da Boa Vista, rua Nova Olinda, rua Paracambi,  rua Oliveiros,  avenida Serra Branca com avenida Guinle, rua Cristalino com rua Corumbá de Goiás e rua Cecilia Roizen, entre outras dos bairros de Cumbica e Recreio São Jorge.

A aposentada Maria de Lourdes Sousa Santos, de 66 anos, também se mostrou satisfeita: “Vai acabar aquela história de não ter água e não ter luz, agora a gente paga e tem. Uma coisa boa também é que nossos amigos que moravam aqui vão todos para um lugar só. Parece até uma irmandade, todo mundo unido, se um adoece o outro está lá pra ajudar. A amizade é demais”, explicou.

Quem controla o calendário de mudanças é a Secretaria de Habitação da cidade. Todas as famílias que irão para o Conjunto Habitacional foram contemplados com o "Minha Casa, Minha Vida".

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