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A Lei de Assistência Técnica (Lei 11.888/2008), que assegura a famílias com renda de até três salários mínimos a assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social, trouxe uma nova perspectiva para famílias carentes, mas é uma lei pouco utilizada no Brasil. Por desconhecimento ou falta de interesse do poder público, esse tipo de assistência é uma realidade em poucas cidades brasileiras. Para discutir esse assunto o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) realiza em Belém, nesta sexta-feira (09/09), o II Seminário Nacional de Assistência Técnica, evento promovido pela Comissão de Política Profissional do CAU/BR, aberto a todos os interessados. Na pauta, a Lei de Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social (ATHIS), as principais experiências de Assistência Técnica em Arquitetura e Urbanismo que estão acontecendo em todo o Brasil e como alguns projetos pioneiros patrocinados pelo CAU/BR podem transformar a paisagem urbana nas cidades brasileiras.

“O CAU foi criado em 2010 e começou um trabalho de valorização profissional que agora aborda a habitação de interesse social”, disse o conselheiro federal do CAU/PA e membro da Comissão de Política Profissional do CAU/BR, Wellington Veloso. A prestação de assistência técnica em Arquitetura e Urbanismo em construções de habitação social não é importante apenas para as famílias que vão viver nessas edificações, mas para toda a cidade. “Precisamos aproveitar a legislação existente para tratar com qualidade essas áreas mais carentes de nossas cidades”, afirmou o presidente do CAU/BR, Haroldo Pinheiro. “Queremos alertar os gestores públicos para a importância de se ter arquitetos e urbanistas atuando nessa área”. Haverá palestras de arquitetos e urbanistas que trabalham com ações de governo, ensino em universidades e que trabalham diretamente com a população, orientando sobre a melhor forma de construir sua residência.

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O presidente do CAU/BR, Haroldo Pinheiro, estará presente no evento para apresentar as ações do Conselho no sentido de ampliar a oferta da assistência técnica no País. De Brasília, Gilson Paranhos apresenta o trabalho pioneiro da Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal (CODHAB-DF), que já abriu 10 postos de assistência técnica nas comunidades próximas a Brasília e realiza semanalmente ações comunitárias para criação de espaços públicos. De São Paulo, as arquitetas Fabricia Zulin e Renata Coradin vão falar sobre a construção de 94 unidades habitacionais para as famílias do Projeto Canhema II, em Diadema (o trabalho das arquitetas foi financiado por meio de um edital de patrocínio do CAU/BR). Para falar da formação dos profissionais para enfrentar os desafios da habitação social, o evento recebe a professora Ângela Souza, da Universidade Federal da Bahia (UFBA). 

A Companhia de Habitação do Estado do Pará (Cohab-PA) falará sobre o programa Cheque-Reforma, que além de financiar os materiais de construção, fornece assessoria técnica de arquitetos e urbanistas para as famílias beneficiadas. Os professores José Raiol e Anna Cristina Meirelles, da Faci, do Pará, vão trazer relatos do projeto Mãos na Massa, que leva os estudantes de Arquitetura às comunidades carentes de Belém.

Pesquisa inédita realizada em 2015 pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) e pelo Instituto Datafolha mostra que a maioria das reformas ou construções particulares no Brasil é feita sem a assistência de um profissional especializado, em desrespeito às leis e normas vigentes no País. Segundo a pesquisa, realizada com 2.419 pessoas em todo o Brasil, 54% da população economicamente ativa já construíram ou reformaram imóvel residencial ou comercial. Desse grupo, 85,40% fizeram o serviço por conta própria ou com pedreiros e mestres de obras, amigos e parentes. Apenas 14,60% contrataram arquitetos ou engenheiros.

Os orçamentos do CAU/BR e dos CAU/UF deverão prever, em 2017, alocação de no mínimo 2% do total das receitas de arrecadação (anuidades, RRT e taxas e multas), deduzidos os valores destinados ao Fundo de Apoio e ao Centro de Serviços Compartilhados, para ações estratégicas de Assistência Técnica em Habitações de Interesse Social (ATHIS). A decisão faz parte das “Diretrizes para elaboração do Plano de Ação e Orçamento do CAU 2017”, aprovadas na 56ª. Plenária Ordinária realizada dias 21 e 22/07/16 em Brasília. “A decisão do Plenário objetiva alavancar o espaço de trabalho do arquiteto junto à população mais carente na realização de projetos e obras”, afirma Haroldo Pinheiro, presidente do CAU/BR.

PROGRAMAÇÃO - II SEMINÁRIO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA EM ARQUITETURA E URBANISMO

07h30 – CREDENCIAMENTO

08h30 – ABERTURA

09h - PALESTRA “Contextualização da ATHIS, Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social, no Brasil”.

Gilson Paranhos, Presidente da Companhia de Desenvolvimento e Habitação do Distrito Federal - CODHAB/DF

09h40 - PALESTRA “ATHIS em Áreas de Expansão Urbana Espontânea”

Arquiteta e Urbanista Mariana Estevão, do projeto Soluções Urbanas/RJ

10h20 - PALESTRA “A Formação do Arquiteto e Urbanista e a Assistência Técnica de Interesse Social”.

Profa. Dra. em Arquitetura e Urbanismo Ângela Gordilho Souza, da Universidade Federal da Bahia – UFBA.

11h – DEBATE

14h - PALESTRA “ATHIS: Do Conjunto Habitacional à Unidade Unifamiliar”

Profa. Ma. em Arquitetura e Urbanismo Fabrícia Zulin e Profa. Ma. em Arquitetura e Urbanismo Renata Coradin, do projeto CANHEMA II – Diadema/SP

14h40 - PALESTRA “ATHIS e os Projetos de Habitação Rural”.

João Cláudio Klautau, Secretário Municipal de Habitação de Belém – SEHAB

15h10 - PALESTRA “Projeto Cheque Moradia do Estado do Pará”.

Ana Célia Oliveira, Diretora de Habitação - COHAB/PA (Companhia de Habitação do Estado do Pará).

15h50 - PALESTRA “ATHIS na Academia - Projeto Mão na Massa”.

Prof. Me. em Arquitetura e Urbanismo José de Andrade Raiol e Profa.Dra. em Arquitetura e Urbanismo Anna Cristina Meirelles, da Faculdade IDEAL – FACI/PA.

16h30 – DEBATE

17h30 - PALESTRA “ATHIS no Brasil e o Conselho de Arquitetura e Urbanismo”.

Haroldo Pinheiro, Presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil – CAU/BR

Local: Hotel CROWNE PLAZA - Av. Nazaré, 375.

Data: 09 de setembro.

Horário: a partir de 8h30.

Com informações da assessoria do CAU/BR.


Ex-moradores da Vila do Tetra, no bairro de Caixa D’água, em Olinda, Região Metropolitana do Recife (RMR), realizam um protesto na sede da prefeitura da cidade, na manhã desta quinta-feira (25). Eles cobram moradia e alegam que o auxílio que recebem não é suficiente.

Segundo um dos manifestantes, há oito anos eles foram retirados do local onde viviam. “Não estamos aguentando mais. Estamos desempregados e ninguém quer deixar a gente morar sem dinheiro para pagar aluguel, e o que recebemos de auxílio não dá para nada”, criticou. O grupo promete encerrar o ato apenas após conversar com o prefeito.

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Por meio de nota, a Prefeitura de Olinda informou que desde 2013 o processo licitatório do habitacional do Tetra, com 1200 unidades habitacionais, está aprovado pela Caixa Econômica Federal. Mas, devido a cortes e redução de custos, o Ministério das Cidades sinalizou a redução no número de moradias para 500 unidades e a gestão municipal aguarda deliberações do governo federal para início da obra. Confira a nota na íntegra.

"A Prefeitura Municipal de Olinda informa que tem se empenhado na causa dos moradores da Vila do Tetra. Desde novembro de 2013 o processo licitatório do habitacional do Tetra, com 1200 unidades habitacionais, está aprovado pela Caixa Econômica Federal.

Devido a cortes e redução de custos, o Ministério das Cidades sinalizou a redução no número de moradias na Vila do Tetra para 500 UH e a PMO aguarda deliberações do governo federal para início da obra.

A PMO informa ainda que, há cerca de três meses, a Vila do Tetra foi ocupada. Assim, a PMO já entrou com pedido de reintegração de posse da área e aguarda deliberações judiciais. A ocupação irregular também tem impedido o início da obra da Avenida Beira Rio Beberibe, que já deveria estar em curso, segundo cronograma do PAC".

Com informações de Rebeca Ângelis

Movimentos de luta pela moradia fazem um ato no centro do Recife nesta quarta-feira (6). Os grupos pretendem entregar um documento ao Governo do Estado com sugestões de ações na área de políticas públicas habitacionais.

Participam da manifestação diversos grupos de luta por moradia como Movimento de Luta e Resistência pelo Teto (MLRT), Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) e Organização e Luta por Moradia Digna (OLMD). “O Governo não tem feito as coisas do jeito que a gente esperava. Cabe aos movimentos não só criticar, mas mostrar o que pode ser feito”, explica o coordenador do MLRT Jean Carlos.

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Entre os pontos levantados pelo ato estão o déficit habitacional, reintegrações de posse e políticas habitacionais. Os manifestantes estão concentrados em frente à Câmara dos Vereadores e ainda nesta manhã devem seguir ao Palácio do Governo para entregar a pauta de reivindicações. 

O ministro da Cidades, Bruno Araújo, disse que o governo estuda a criação de um programa habitacional e de saneamento que, por meio de parcerias público-privadas (PPPs), beneficiará parcelas da população que atualmente não são atendidas pelo Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Em entrevista à Agência Brasil, o ministro reiterou que o Programa Minha Casa, Minha Vida vai continuar "firme e forte", negando que será suspenso.

“[Ainda] Não estamos anunciando um novo programa, mas equipes técnicas estão sendo formadas no ministério para estudar medidas de captação do capital privado em habitações e saneamento. Quando esse desenho de programa estiver pronto e tiver autorização da Presidência da República vamos, em um outro momento, apresentar esse modelo de programa que, apesar de nada ter a ver [diretamente] com o Minha Casa, Minha Vida, poderá funcionar como linha de reforço auxiliar dele, tendo-o como linha mãe”, antecipou à Agência Brasil o ministro.

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Segundo Bruno Araújo, esse reforço para a construção e entrega de mais unidades habitacionais, com perfil diferenciado do programa original, seria feito por meio de PPPs. “A iniciativa privada seria chamada para receber terrenos e construir unidades para a população. E ela [a iniciativa privada] exploraria serviços comerciais vinculados às unidades. Esse é apenas um exemplo de formas para trazer recursos da iniciativa privada a fim de prover mais alternativas de habitação e saneamento para a população”, disse.

Mas neste momento, disse o ministro, o mais importante é que o programa está preservado. “Da minha parte, não há hipótese nenhuma de suspensão do Minha Casa, Minha Vida, a não ser que venha por meio de alguma autorização de instituição superior que encontre fundamentos para isso. Mas não vejo essa possibilidade nem no TCU [Tribunal de Contas da União] nem em nenhum outro órgão. Até porque o programa faz bem à sociedade brasileira, à produção do emprego e à autoestima do cidadão que sonha com sua propriedade”.

Primeiras impressões

Após as primeiras impressões que teve em relação ao ministério, Araújo disse que o desafio será grande. “Encontrei um quadro de colapso das contas públicas e um volume de obras em andamento e prometidas ao Brasil que eram incompatíveis com os recursos e com o poder da sociedade em pagar essas contas”, disse o ministro. “A falta de planejamento impossibilitaria a sociedade de cumprir, no tempo que gostaria, essas obras. Agora vamos ter de apostar no crescimento da economia para ter base de recursos a fim de dar segmento às ações. Enquanto isso, vamos buscar, com gestão, qualidade e redução de custos, ajudar a viabilizar recursos”.

Para compensar a falta de recursos e aperfeiçoar o programa, Araújo pretende melhorar as normas técnicas e “retirar as amarras burocráticas que vão parar no preço do imóvel”. As metas, acrescentou o ministro, só serão apresentadas após a equipe técnica concluir as análises. De acordo com Bruno Araújo, a expectativa é que um diagnóstico seja apresentado até o final do mês ou no início de junho.

“Temos muitas unidades prontas precisando ser ocupadas, inclusive por usuários que já estão pagando as prestações. Vamos levar esse volume e esses dados ao presidente para fazer encaminhamentos o mais rápido possível e permitir que esses brasileiros com imóvel pronto não fiquem do lado de fora contemplando algo que já é seu. Vamos rapidamente buscar uma solução para isso”.

Construção Civil

Na avaliação do ministro, além de diminuir o déficit habitacional do país, o Minha Casa, Minha Vida poderá também ajudar o governo a diminuir o desemprego e a reativar a economia. “Faço uma aposta de que, no caso específico do Minha Casa, Minha Vida, além do forte componente social de entregar unidades habitacionais para o brasileiro que sonha com seu imóvel, será uma forma mais rápida de injetar emprego na economia, de estancar esse processo de aumento do desemprego, e de fornecer acesso ao mercado de trabalho de forma muito rápida”, disse. “Essa é a defesa que farei junto à equipe econômica, para garantir, ao programa, recursos do Orçamento da União, compatibilizados com o FGTS”.

Os motoristas que precisam seguir pela Avenida Presidente Kennedy, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), tiveram dificuldades na manhã desta quarta-feira (20). A via, que corta do bairro de Peixinhos, foi bloqueada por um protesto.

A mobilização foi realizada por moradores da região, que cobravam a construção de moradias na área. O grupo colocou fogo em madeiras, pneus e entulhos para impedir a passagem dos veículos pelo local.

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A central do Corpo de Bombeiros (CBMPE) foi acionada e enviou uma equipe para a avenida. Os soldados apagaram o fogo e desobstruíram a via. O ato também foi acompanhado por uma viatura da Polícia Militar.

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Quem tenta seguir pela Avenida Norte na manhã desta segunda-feira (4) está enfrentando transtornos. Um protesto interdita a via, no cruzamento com a Avenida João de Barros, na Zona Norte do Recife.

O ato, organizado por integrantes de movimentos, incluindo a Ocupação Solange Souza – MRC, cobra moradia. Com uma faixa eles questionam: cadê a solução para a habitação? Depois de realizar uma caminhada, os manifestantes atearam foto em entulho para bloquear a via.

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A central do Corpo de Bombeiros (CBMPE) foi acionada e enviou uma equipe ao local para apagar o fogo e liberar a via. Viaturas da Companhia de Trânsito e Transporte Urbanos e da Polícia Militar também acompanham a mobilização.

O grupo Habitação, que desacelerou de 0,78% na terceira leitura de janeiro para 0,39% na última quadrissemana do mês, foi o que mais contribuiu para o recuo da inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), divulgado nesta terça-feira, 1, pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O indicador geral caiu 0,34 ponto porcentual, de 1,10% na terceira quadrissemana de fevereiro para 0,76% no fechamento do mês. Em janeiro, o IPC-S havia ficado em 1,78%.

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Os itens com as maiores influências de baixa na margem foram tarifa de eletricidade residencial (de -0,90% para -2,44%), tomate (de -5,49% para -14,76%), carne moída (de -0,91% para -2,67%), linguiça (de -1,69% para -2,02%) e batata-inglesa (de 1,08% para -1,47%).

Já os cinco itens com as maiores influências de alta foram tarifa de ônibus urbano (apesar da desaceleração, de 3,13% para 1,50%), etanol (que repetiu a taxa de variação de 4,39%), taxa de água e esgoto residencial (de 1,92% para 2,53%), cigarros (de 2,40% para 3,28%) e plano e seguro de saúde (de 1,03% para 1,04%).

Dentre as seis classes de despesas que registraram acréscimo em suas taxas de variação, a FGV destacou o comportamento dos itens tarifa de eletricidade residencial (que aprofundou a deflação, de -0,90% para -2,44%), no grupo Habitação; hortaliças e legumes (de 3,75% para -0,31%), em Alimentação; cursos formais (de 2,12% para 0,00%), em Educação, Leitura e Recreação; tarifa de ônibus urbano (de 3,13% para 1,50%), em Transportes; roupas (de 0,03% para -0,11%) em Vestuário; e artigos de higiene e cuidado pessoal (de 1,13% para 1,00%), em Saúde e Cuidados Pessoais.

Vigas de madeira formam o esqueleto da estrutura – geralmente as vigas são de tamanhos diferentes, precisando do apoio de tijolos para o nivelamento. Em seguida, há um envelopamento pouco cuidadoso com pedaços de madeira dos mais diversos tamanhos. A coberta é de telhas de fibrocimento, as populares telhas Brasilit. Uma porta na entrada, uma privada na quina do único cômodo. Em questão de minutos, toda essa construção pode virar cinzas, como puderam presenciar os moradores da comunidade Via Mangue, na Vila Santa Luzia, no bairro da Torre, Zona Norte do Recife, no dia 3 de fevereiro deste ano.

A Defesa Civil ainda está fazendo cruzamento de informações para confirmar quantos barracos foram destruídos no incêndio. No dia do fato, o secretário-executivo da Defesa Civil, Cássio Sinomar, disse que “muito mais de 50 barracos foram atingidos”. A fundadora do Centro de Ensino Popular de Assistência Social de Pernambuco Santa Paula Frassinetti (Cepas), Elza Nira da Silva, acreditava que as chamas destruíram aproximadamente 200 barracos.

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A comunidade Via Mangue é extensa – 550 famílias, segundo Elza Nira -, e o fogo destruiu apenas um trecho. Aonde o fogo não chegou, apesar de todos os riscos, famílias continuam vivendo nos barracos, com mesmas condições de moradia das pessoas que viram suas casas desaparecerem em minutos.

“Eu tenho medo de que tenha um novo incêndio, mas não tenho para onde ir. A gente tem medo que alguém chegue aqui e toque fogo, mas a gente tem que ir arriscar”, diz o autônomo Edvaldo José de Oliveira Neto, 31 anos, que hoje tem como vista um terreno de cinzas. “Já passava pela cabeça que podia pegar fogo aqui”, complementa. Mesmo que sua casa tenha sobrevivido, Edvaldo teve a geladeira e o fogão furtados na confusão.

O medo constante está presente também no discurso do morador Willian da Silva, 48. “Quem mora em comunidade já vive 24 horas na tensão de um incêndio”, comenta. Mais uma vez, apesar do medo, ele resiste. A casa de Willian, ao contrário das demais, era de alvenaria e conseguiu ficar de pé. Neste momento, sua moradia se destaca no centro de um local formado de restos incinerados da comunidade.

Antes das chamas do dia 3 de fevereiro, a comunidade Via Mangue já havia escapado de outras possíveis varrições. “O primeiro princípio de incêndio que eu lembro foi em junho do ano passado. Pegou fogo nuns dois barracos, o pessoal parece que estava bêbado, mas deu para a gente apagar. Mas por quê? Por causa da época que era chuvosa. E a segunda vez, eu estava trazendo material para casa, e no começo da favela, lá na frente, começou a dar um curto por cima dos telhados, pegou fogo, mas conseguimos apagar”, recorda Willian da Silva. 

A vendedora Ana Paula, 37, também perdeu a casa. No dia seguinte, ela já havia construído outra no mesmo ponto. “Peguei R$ 200 emprestado com meu irmão, comprei R$ 100 de madeira e R$ 100 das telhas. No outro dia, minha filha conseguiu uma porta”, relata. Ana diz não ter mais medo. “Eu acho que se o pessoal vir morar aqui de volta vão ter mais cuidado, porque viram o fogo que deu”, opina.

Para o morador Rosalvo Ney, 34, companheiro de Ana Paula, do jeito que a situação está, com poucas casas isoladas,  não há perigo. “O único barraco que tem aqui é o meu, o dele [Willian da Silva] e uns mais distantes. Se o fogaréu atingisse não ia prejudicar nem ele e nem eu, então a gente não está com aquele medo que a gente tinha”, explica.

A Polícia Militar e a Prefeitura do Recife têm aparecido na comunidade e impedido a construção de novas estruturas. O promotor de Justiça do Meio Ambiente da Capital, Ricardo Coelho, também recomendou que o município remova as construções irregulares às margens do Rio Capibaribe, mas que também inclua os moradores em programas sociais de habitação e assistência social. “A administração municipal deve atuar imediatamente a fim de evitar que os moradores voltem a construir casas nos locais atingidos pelo incêndio, garantindo a proteção dos direitos fundamentos da dignidade da pessoa humana e do meio ambiente equilibrado”, disse o promotor na recomendação. 

De acordo com os moradores da comunidade, estruturas que estavam sendo levantadas ou que estavam sem ninguém foram derrubadas. A Willian da Silva, teriam dito que não havia o que fazer já que sua casa estava de pé. Já Ana Paula implorou para não perder o barraco. “Eu disse ‘se forem passar o trator, eu me deito aqui e vocês passam por cima de mim”, aí eles disseram que não iam derrubar barraco com gente dentro”, lembra Ana Paula.

Para o major Edson Marconi, do Corpo de Bombeiros, viver em uma comunidade como a Via Mangue é estar rodeado de perigos de incêndio. “Há uma desorganização inicial na construção dos imóveis, não obedecendo uma distribuição geográfica lógica por ruas e quadras com afastamento entre imóveis. Esses locais são labirintos. O ar não circula de forma adequada e o fogo se expande”, salienta. 

Entre os riscos que o major destaca estão os materiais utilizados nas construções de barracos, como papelões e plásticos, altamente combustíveis; gambiarras, que geralmente são feitas com fios de pequeno calibre, que podem superaquecer; utilização de forno à lenha ou sistema de botijão de gás com mangueira ou registro fora do prazo de validade. “Há uma cultura religiosa muito grande nesses locais mais humildes e há a colocação de velas no pé do santo. Essas velas podem cair e iniciar um princípio de incêndio”, ressalta Marconi.

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Déficit habitacional – A Comunidade Via Mangue também já teve outro nome. Em 2008, parte da Comunidade Abençoada por Deus foi transferida para o Conjunto Habitacional Abençoada por Deus, no bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife. Naquela época, segundo a Secretaria de Habitação do Recife, viviam na comunidade 849 famílias, tendo sido transferidas 428 para o conjunto habitacional e 421 sendo inscritas no programa de auxílio-moradia. 

A Secretaria de Habitação contabiliza um déficit habitacional de aproximadamente 60 mil moradias na capital pernambucana. A expectativa é que 1206 unidades – 11 conjuntos habitacionais – sejam entregues até o final da gestão do prefeito Geraldo Julio (PSB), que termina no fim deste ano.  Até o momento, em mais de três anos de gestão, o prefeito entregou 594 unidades, distribuídas em sete habitacionais: Santo Antônio, no Arruda (128 unidades); Felicidade, em Água Fria (40 unidades), Beberibe 1, em Porto da Madeira (27 unidades), Conjunto R4, em Dois Unidos (oito unidades), Conjunto R17, em Porto da Madeira (35 unidades) e Pilar, no Recife Antigo (36 unidades). Ou seja, em seu último ano de mandato, Geraldo precisará entregar mais casas do que a quantidade entregue nos três anos anteriores.

Atualmente, as famílias que disseram ter sido atingidas pelo incêndio estão na casa de parentes e amigos ou em dois abrigos da Prefeitura do Recife. De acordo com a Secretaria de Habitação, ficou acertada a realização de um cadastramento social na área. Para isso, está sendo feito um cruzamento de dados entre o cadastro feito após o incêndio pela Defesa Civil e um outro já existente, realizado pela Autarquia de Saneamento do Recife (Sanear). O levantamento estaria sendo acompanhado por lideranças dos moradores e deve ser concluído em breve.  

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) sempre esteve associado a investimentos públicos injetados em projetos prioritários de infraestrutura, principalmente em áreas como transporte, energia e saneamento. Uma avaliação sobre o histórico de sua execução financeira, no entanto, revela que o programa lançado em 2007 sempre foi, na realidade, uma iniciativa inflada pelos financiamentos da casa própria tomados pelo cidadão.

De 2007 a 2014, os aportes feitos pelo PAC 1 e 2 somaram R$ 1,490 trilhão, conforme informações do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) compiladas pela organização Contas Abertas, a pedido do Estado. Desse total, revelam os dados oficiais, mais de R$ 502 bilhões, o equivalente a 34% do total, são oriundos de empréstimos habitacionais tomados por cidadãos em bancos públicos, para compra e reforma da casa própria. Outros R$ 78 bilhões estão ligados a empréstimos subsidiados do programa Minha Casa Minha Vida. Isso significa que quase 40% de tudo o que foi computado pelo PAC como investimento em infraestrutura durante oito anos não passa, na realidade, de dinheiro do cidadão usado para comprar seu teto.

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O peso do financiamento habitacional fica ainda mais aparente se consideradas apenas as "ações concluídas" entre 2007 e 2014. Do total de R$ 1,119 trilhão desembolsado no período para essas ações, 52% se enquadram na categoria de financiamento habitacional, enquanto os projetos de transporte, por exemplo, que englobam investimentos em rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e aeroportos, representaram apenas 11% do total, com R$ 124,3 bilhões aplicados.

"Os resultados do PAC são inflados pelo financiamento habitacional. Em 2007, quando o programa foi divulgado, a previsão desses empréstimos era chegar a R$ 74,5 bilhões. No último balanço completo divulgado, em outubro de 2014, o governo afirma que financiou R$ 502,2 bilhões até aquela data", diz o secretário-geral da Contas Abertas, Gil Castello Branco. "Os grandes financiadores do PAC são os cidadãos, que tomam empréstimos e vão pagá-los com juros."

Estatais

Descontados os desembolsos ligados à moradia, quem mais financia os projetos do PAC são as estatais, que em oito anos do programa investiram R$ 434,2 bilhões, ou 29% do total aplicado. A injeção direta feita pelos cofres públicos, ou seja, o dinheiro que sai do Orçamento Geral da União, representou 10% do que foi aportado.

Até novembro de 2015, o volume de investimentos feito no âmbito do PAC acumulava queda de 40% em relação ao ano passado. Na última semana de dezembro, porém, o governo decidiu dar fim a uma pedalada que envolvia o FGTS usado no financiamento habitacional e acertou as contas com a Caixa Econômica Federal, com um aporte de R$ 10,5 bilhões. Com esse desembolso, a queda de investimentos ficou em 25% em relação ao ano anterior.

Em 2014, a movimentação financeira do PAC atingiu R$ 62,912 bilhões, em preços corrigidos pela inflação, ante os R$ 47,254 bilhões atingidos em 2015. Questionado sobre o desempenho do PAC em 2015, o Ministério do Planejamento informou que o resultado, "apesar do quadro de ajustes da economia, mostra que o programa está em andamento e com desempenho bastante expressivo".

Perguntado sobre a razão de tratar os empréstimos habitacionais feitos pelo cidadão como investimento do PAC, o Planejamento declarou que "os investimentos do financiamento habitacional SBPE (imóveis novos) compõem o PAC desde o início em função de seus impactos anticíclicos" na economia como um todo. Sobre o plano de lançar o PAC 3, o ministério informou apenas que "o PAC é um processo contínuo de planejamento e execução de empreendimentos de infraestrutura em todo o País" e que, "nesse sentido, as obras constantes do programa continuam em execução e novas ações prioritárias estão sendo incluídas desde 2015".

A respeito das mudanças no balanço divulgado sobre a execução do programa, que deixou de detalhar o andamento de diversas obras e passou a omitir o prazo de conclusão e andamento dos projetos, o Planejamento disse que "houve uma mudança no modelo de apresentação do balanço do PAC para inovar e tornar sua leitura mais agradável" e que as informações detalhadas continuam à disposição "no site do programa, no portal Dados Abertos e nas cartilhas estaduais". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A primeira etapa da desocupação da comunidade 21 de Abril, no bairro da Várzea, zona oeste foi iniciada na manhã desta segunda-feira (22). Cerca de 70 unidades habitacionais serão demolidas para dar lugar a uma nova estrutura que irá abrigar cerca de 1.760 moradores. 

De acordo com a secretaria estadual de habitação, a área de 28.197 m² será cercada para a construção de novas moradias, contratadas através do Programa Minha Casa, Minha Vida. 

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A área já desocupada pelos moradores será a primeira a ser demolida. Essas pessoas estão abrigadas na Rua Torres Homem e recebendo auxílio moradia de R$ 200. Ao todo são cerca de 275 famílias nesta situação. 

A autoridade também informou que, em comum acordo com a Associação de Moradores da comunidade, as famílias que já estão recebendo o auxílio, mas ainda não se retiraram da comunidade, possuem o prazo de cinco dias úteis, a partir de hoje (22) para saírem do local.     

O juro médio total cobrado no cartão de crédito subiu 2,3 pontos porcentuais de março para abril, conforme informou nesta quarta-feira, 27, o Banco Central. Com a alta na margem, a taxa passou de 79,1% ao ano em março para 81,4% ao ano no mês passado.

O juro do rotativo é a taxa mais elevada desse segmento e também a mais alta entre todas as avaliadas pelo BC, batendo até mesmo a do cheque especial.

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Atingiu a marca de 347,5% ao ano em abril ante 345,8% de março, uma alta de 1,7 ponto porcentual na margem. No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro aumentou 3,1 pontos de março para abril, passando de 111,5% ao ano para 114,6% ao ano.

Habitação

De acordo com o BC, as operações de crédito direcionado para habitação no segmento pessoa física cresceram 1,9% em abril ante março, totalizando R$ 460,400 bilhões. No quadrimestre, a expansão foi de 6,7% e, em 12 meses até abril, de 26,3%.

Segundo a instituição, R$ 64,048 bilhões se referem a empréstimos a taxas de mercado e R$ 396,352 bilhões a taxas reguladas. O BC deixou de incorporar nestes dados as operações com crédito livre, por serem residuais.

As operações a taxas de mercado apresentaram crescimento de 5,1% no mês, de 8,5% no quadrimestre e de 26,1% em 12 meses até abril. Já os financiamentos a taxas reguladas avançaram 1,4% ante o mês anterior, 6,4% no quadrimestre e 26,3% em 12 meses até abril.

Veículos

Já o estoque de operações de crédito livre para compra de veículos por pessoa física recuou 1,1% de março para abril. Com isso, o total de recursos para aquisição de automóveis por esse grupo de clientes ficou em R$ 177,662 bilhões no mês passado - em março o volume foi de R$ 179,570 bilhões. De janeiro a abril deste ano, a queda nesse tipo de crédito é de 3,5% e, em 12 meses até o mês passado, de 6,0%.

As concessões acumuladas em abril para financiamento de veículos para pessoa física somaram R$ 6,537 bilhões, o que representa uma baixa de 10,7% em relação ao mês anterior (R$ 7,321 bilhões). No quadrimestre, a queda desse segmento foi de 7,6% e, em 12 meses, de 1,3%.

Setores

De acordo com o BC, houve queda do estoque de crédito em abril nos três setores de atividade: agropecuária, indústria e serviços. Desde janeiro, o BC passou a divulgar estas informações.

O crédito para o setor de serviços ficou em R$ 812,150 bilhões em abril e teve uma queda de 0,2% na comparação com março. Dentro desse setor, o segmento de transportes puxou a baixa, com retração de 2% no período e ficou em R$ 158,022 bilhões no mês passado. Em comércio, houve alta de 0,3%, com o montante de recursos chegando a R$ 298,006 bilhões. Na administração pública, houve alta de 0,3% para R$ 104,605 bilhões. A categoria "outros" ficou estável em R$ 251,517 bilhões.

Para a indústria, o crédito recuou 0,3% em abril, na margem, para R$ 743,621 bilhões. O segmento que mais foi prejudicado foi o da extrativa, com queda de 2,1%, com um total de R$ 38,467 bilhões. A indústria de transformação recuou 0,5% para R$ 448,411 bilhões. Já os serviços industriais de utilidade pública (SIUP) registraram aumento do crédito de 0,7% no mês passado, para R$ 144,594 bilhões. No caso da construção, houve uma queda de 0,5% em abril, para R$ 112,150 bilhões.

Para o setor agropecuário, o crédito minguou 1,1 % em abril ante março e ficou em R$ 23,951 bilhões. Além dos três setores, o Banco Central registrou queda de 7,3% em abril no estoque de crédito para pessoa jurídica com sede no exterior e créditos não classificados para R$ 34,604 bilhões.

Um protesto tomou conta dos arredores da Prefeitura do Recife na manhã desta quinta-feira (14). Cerca de 400 pessoas de várias comunidades da cidade reivindicam melhorias habitacionais. A manifestação acontece de forma pacífica.

A comunidade das Irmãs Franciscanas, localizada na Rua da Saudade, em Santo Amaro, reivindica um conjunto habitacional para que as 70 famílias pertencentes ao grupo possam morar. “Onde vivemos há muito lixo, escorpião e ratos. Não é local para uma pessoa viver”, disse Daniele Melo, moradora da comunidade.

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A coordenadora estadual do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), Elizabeth Araújo, é contra a utilização do espaço público para fins privados e que deveria haver uma atenção especial para as comunidades. “Centenas de famílias vivem de ocupações irregulares e falta política séria de habitação no Estado. Há um déficit de 70 mil moradias em Pernambuco”, disse.

Também na manifestação, estão representantes da comunidade Rolga Benário, no bairro do Jiquiá, Zona Oeste do Recife. Os moradores tiveram ordem de despejo decretada para esta quinta-feira (14), mas conseguiram um acordo com o Governo do Estado para a permanência por mais 15 dias. 

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Segundo o coordenador geral da Organização e Luta dos Movimentos Populares de Pernambuco (OLMP), o ato está na pauta da jornada de lutas pelas comunidades porque a prefeitura não tem política específica para isso. “O prefeito não tem habitação popular como prioridade da gestão. A situação é caótica. A Comunidade do Plástico não está recebendo o pagamento do auxílio moradia nem a promessa da pecúnia de R$ 1.500”, afirmou.

Os representantes das comunidades Irmãs Franciscanas, Rolga Benário e Comunidade Vila Sul estão realizando uma reunião como secretário de Governo da Prefeitura do Recife, Sileno Guedes, para passarem a demanda das reivindicações. 

Com informações de Jorge Cosme

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) encerrou abril com redução atingindo variação de 0,61%, representando 0,10 ponto percentual abaixo do registrado na última pesquisa do mês (0,71%). Desde o começo do ano, a taxa acumulada foi 4,79% e, em 12 meses, 8,41%.

A apuração feita pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV) refere-se à coleta de preços relativa ao período de 1º a 30 de abril comparado aos verificados de 1º a 31 de março.

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No grupo educação, leitura e recreação, o índice atingiu 0,14%, metade do registrado na última pesquisa. Essa queda reflete, principalmente, os ingressos para shows musicais (de 3% para -2,05%). E, em alimentação, os preços foram corrigidos em média 0,86%, com variação de 0,08 ponto percentual abaixo da terceira prévia de abril (0,94%). Entre os itens alimentícios que mais contribuíram para esse resultado estão as frutas (de 3,22% para 0,96%).Três dos oito grupos pesquisados apresentaram decréscimos com destaque para habitação que passou de 1,21% para 0,57%. Nesta classe de despesa houve a influência, principalmente, da acomodação de preço da tarifa de energia elétrica (de 4,61% para 0,59%).

Nos demais grupos, ocorreram avanços e o maior deles foi verificado no setor saúde e cuidados pessoais que passou de 0,97% para 1,37%. Entre os principais motivos está o aumento de preços dos medicamentos (de 2,03% para 3,49%). No grupo vestuário, os reajustes foram intensificados passando de 0,28% para 0,76%.

Em transportes, a taxa subiu de 0,03% para 0,05% sob influência da tarifa de ônibus urbano (de 0,13% para 0,27%). No grupo despesas diversas, o índice aumentou de 0,52% para 0,61% e em comunicação, de 0,01% para 0,07%.

Os cinco itens que mais pressionaram o orçamento das famílias foram: refeições fora de casa (0,98%); tomate (19,39%); leite do tipo longa vida (5,4%); aluguel residencial (0,74%) e seguro saúde (0,69%).

No mês, os itens que mais contribuíram para reduzir o ritmo inflacionário foram: batata-inglesa (-12,38%); gasolina (-0,75%); massas preparadas e congeladas (-4,33%); tangerina (mexerica) (-9,04%) e show musical (-2,05%).

A principal contribuição para a aceleração registrada no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) apurado para composição do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) veio do grupo Habitação. De fevereiro para março, o IPC acelerou de alta de 1,14% para 1,42%. No mesmo período, Habitação saiu de 1,19% para 2,93%, puxado pelo comportamento do item tarifa de eletricidade residencial, (de 3,68% para 16,84%).

Segundo a FGV, também foi registrado acréscimo nas taxas de variação de outras duas classes de despesas. O grupo Alimentação passou de 0,92% para 1,10% entre fevereiro e março, com contribuição do item laticínios (de -1,47% para 0,47%). Já o grupo Saúde e Cuidados Pessoais registrou alta de 0,72% ante elevação de 0,39%, com contribuição do item artigos de higiene e cuidado pessoal (de -0,66% para 1,40%).

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As maiores influências de alta do IPC de março são tarifa de eletricidade residencial (de 3,68% para 16,84%), gasolina (de 4,25% para 5,13%), condomínio residencial (de 1,50% para 3,32%), refeições em bares e restaurantes (apesar da desaceleração, de 1,31% para 0,87%) e aluguel residencial (com menor ritmo de alta, de 1,05% para 0,95%).

Por outro lado, a lista de maiores pressões de baixa no período é composta por batata-inglesa (de 0,55% para -5,73%), tarifa de telefone residencial (de 0,02% para -0,75%), camisa masculina (de -0,04% para -1,62%), frango em pedaços (de -0,28% para -1,59%) e tarifa de táxi (de 0,87% para -1,01%).

Construção

O Índice Nacional de Custo da Construção - Mercado (INCC-M) desacelerou de 0,50% em fevereiro para 0,36% em março. O grupo Materiais, Equipamentos e Serviços registrou variação positiva de 0,41% em março, após o avanço de 0,77% apurado na leitura do mês anterior. Já o índice relativo a Mão de Obra, por sua vez, teve alta de 0,31%, após avançar 0,26% em fevereiro.

Entre as maiores influências de baixa do indicador estão cimento portland comum (de 0,09% para -0,70%), condutores elétricos (de 0,16% para -1,28%), vergalhões e arames de aço ao carbono (de 0,25% para -0,07%), tubos e conexões de PVC (de 0,25% para -0,09%) e eletroduto de PVC (de 2,34% para -0,29%).

Por outro lado, a FGV entre os itens com maiores influências de alta do INCC-M de março estão ajudante especializado (de 0,15% para 0,40%), elevador (de 0,39% para 0,89%), servente (de 0,41% para 0,28%), esquadrias de alumínio (de 2,21% para 1,40%) e pedreiro (de 0,25% para 0,34%).

O grupo Habitação, que avançou de 1,75% na primeira quadrissemana de março para 2,58% na segunda leitura do mês, foi o que mais contribuiu para a aceleração do Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), divulgado nesta segunda-feira, 16, pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador geral subiu 0,23 ponto porcentual, de 1,26% para 1,49% entre os dois períodos.

Dentre as quatro classes de despesas que registraram acréscimo em suas taxas de variação de preços, a FGV destacou o comportamento dos itens tarifa de eletricidade residencial (de 7,20% para 13,29%), no grupo Habitação; show musical (de -0,93% para 3,55%), em Educação, Leitura e Recreação; laticínios (de -0,98% para 0,13%), no grupo Alimentação; e artigos de higiene e cuidado pessoal (de 0,81% para 1,45%), em Saúde e Cuidados Pessoais.

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De forma isolada, os itens com as maiores influências de alta foram tarifa de eletricidade residencial (de 7,20% para 13,29%), gasolina (mesmo desacelerando, de 7,60% para 6,48%), condomínio residencial (de 2,56% para 3,51%), refeições em bares e restaurantes (apesar da diminuição do ritmo de alta, de 1,15% para 0,94%) e aluguel residencial (com a redução da inflação, de 1,05% para 0,99%).

Já os cinco itens com as maiores influências de baixa foram batata-inglesa (de -4,21% para -5,19%), frango em pedaços (de -1,98% para -2,00%), tarifa de telefone residencial (de 0,00% para -0,56%), hotel (de -0,28% para -1,36%) e camisa masculina (de -0,71% para -1,13%).

Iniciando as articulações para garantir a reeleição em 2016, o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), vai ampliar a participação dos partidos aliados no governo municipal. O primeiro a ganhar mais espaço será o PR, com a possibilidade de assumir mais uma secretaria: a de Saneamento. A pasta deverá passar para o comando do deputado estadual Alberto Feitosa (PR).

O partido já comanda a Secretaria de Habitação que teve um novo titular anunciado nessa quinta-feira (29). O advogado Carlos Fernando Ferreira foi nomeado para assumir a pasta, antes gerida pelo também republicano Romerito Jatobá. Ele deixa a gestão municipal para reassumir uma cadeira na Câmara dos Vereadores do Recife. 

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O novo secretário é uma indicação do presidente estadual do PT, o deputado federal Anderson Ferreira, e para abranger todas as instâncias da legenda, Geraldo fez o convite para Alberto Feitosa também integrar o Executivo Municipal. Nos bastidores, conta-se que Feitosa já teria aceitado o novo cargo, no entanto o republicano negou ter recebido o convite. 

O grupo Habitação, que avançou 0,63% na segunda quadrissemana de novembro, foi um dos que mais contribuíram para a alta do Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), divulgado nesta segunda-feira (17) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador geral subiu 0,01 ponto porcentual, passando de 0,49% para 0,50% entre os dois períodos.

Dentre as quatro classes de despesas que registraram acréscimo em suas taxas de variação de preços, a FGV destacou o comportamento dos itens tarifa de eletricidade residencial, (de 0,44% para 1,53%), no grupo Habitação; gasolina (0,04% para 0,45%), em Transportes; passagem aérea (-4,54% para 8,95%), no grupo Educação, leitura e recreação; e mensalidade para internet (0,58% para 0,96%), em Comunicação.

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De forma isolada, os itens com as maiores influências positivas no IPC-S da segunda quadrissemana foram tarifa de eletricidade residencial (de 0,44% para 1,53%); batata-inglesa (de 11,09% para 28,91%); aluguel residencial (de 0,73% para 0,79%); refeições em bares e restaurantes (apesar da desaceleração de 0,46% para 0,40%); plano e seguro de saúde (mesmo tendo desacelerado de 0,70% para 0,69%).

Também de forma isolada, os cinco itens com as maiores influências de baixa nesse período foram Leite tipo longa vida (de -2,17% para -3,82%); cebola (de -17,55% para -15,51%); manga (de -20,92% para -17,66%); banana-prata (de -4,37% para -3,25%); e automóvel usado (de -0,50% para -0,43%).

A compra de imóveis na Região Metropolitana do Recife (RMR) está estagnada. Em setembro, o número de casas e apartamentos à venda na capital foi de 7.078 imóveis, redução de 68 unidades em comparação ao mês anterior, quando 7.146 imóveis foram ofertados. Os dados fazem parte da pesquisa Índice de Velocidade de Vendas (IVV), divulgada pela Federação de Indústrias de Pernambuco (Fiepe). 

Em porcentagem, o número de vendas corresponde a 6,3% - mesmo resultado dos últimos dois meses, de acordo com o levantamento. “Não ocorreu variação entre o IVV de setembro e o de agosto, pois o índice foi de 6,3% para os dois meses. Logo, trocando em miúdos não ocorreu variação da variação, mas as vendas avançaram em 6,3% e mantiveram o mesmo patamar do ano anterior”, disse o gerente da Fiepe, Thobias Silva.

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Ainda de acordo com a pesquisa, entre os meses de janeiro e setembro do ano passado foram vendidos 5.341 apartamentos. Em 2014, no entanto, o número é de apenas 4.427 imóveis. A queda, segundo o estudo, pode estar atrelada ao boom imobiliário, no qual muitos compradores já garantiram seus imóveis. 

Apesar da estagnação, o número de lançamentos aumentou em setembro. Durante os 30 dias do mês passado foram lançados 518 novas unidades na Região Metropolitana do Recife (RMR), enquanto em agosto houve 450 lançamentos. 

Ainda no mês de setembro, foram vendidas 567 unidades residenciais – o que corresponde 0,7% a mais que o mês anterior, quando foram vendidas 563 unidades. Dessas, 44,3% aconteceram na região sudoeste do Recife, que abrange os bairros do Curado e Tejipió, ambos na zona oeste do Recife.

Entre os bairros mais procurados pelos pernambucanos, continua Boa Viagem, seguido por Candeias. No terceiro lugar do ranking está São Lourenço da Mata. 

 

O governo federal fará em 2015 um reajuste no valor limite dos imóveis que podem ser enquadrados no programa Minha Casa, Minha Vida, segundo afirmou a secretária nacional da habitação, Inês Magalhães. "Para a meta de contratação de 2015 os valores serão revistos, como fazemos periodicamente", disse, após participar de seminário sobre o programa habitacional realizado nesta segunda-feira (13), em São Paulo.

A secretária explicou que o ajuste ainda não tem um porcentual definido nem uma data para entrar em vigor. Ela acrescentou que, ao não fixar um prazo específico para o ajuste, o governo federal busca evitar que empresários adiem o início de empreendimentos imobiliários para aguardar os novos valores, o que geraria interrupção na contratação de novos projetos que são de interesse da população de menor poder aquisitivo.

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"Perseguimos a não indexação da economia, e os ajustes nos valores serão dados a partir de uma análise dos custos", disse. A secretária frisou que o monitoramento nos custos é feito constantemente e que não tem notícia de projetos que foram suspensos por falta de viabilidade econômica.

Inês reafirmou a meta de contratação de três milhões de unidades na terceira etapa do Minha Casa, Minha Vida, entre 2015 e 2018, conforme já anunciado pela presidente Dilma Rousseff (PT). Desse montante, 350 mil ocorrerão já no primeiro semestre do ano que vem, sob as mesmas condições vigentes hoje, para evitar interrupção na contratação na passagem da segunda para a terceira fase do programa. Questionada, a secretária não confirmou nem descartou a aplicação dos ajustes já nas primeiras contratações.

A última mudança no limite de preços do Minha Casa, Minha Vida ocorreu em 2012. Na ocasião, o teto das unidades em São Paulo, Rio e Brasília subiu de R$ 170 mil para R$ 190 mil. Nas demais cidades, esse limite varia de R$ 90 mil a R$ 170 mil, dependendo do número de habitantes. Empresários da construção reclamam frequentemente da defasagem nos preços e na falta de previsibilidade sobre ajustes futuros. Em paralelo, consideraram positivo o acordo recente com o governo federal para estender o programa sob as condições atuais, com mais 350 mil contratações, evitando paralisações.

A equalização do déficit habitacional no País demandará investimentos de R$ 760 bilhões ao longo de dez anos, de acordo com estudo divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em seminário sobre o Minha Casa, Minha Vida, realizado pelo Sinduscon-SP.

O levantamento considera que até 2024 o País terá 16,8 milhões de novas famílias, sendo 10 milhões com renda familiar de até três salários mínimos - ou seja, com menor ou nenhuma condição de adquirir uma casa por conta própria, sem subsídio. Com um déficit estimado de 5 milhões de moradias no fim de 2014, o desafio total será proporcionar habitações para cerca de 22 milhões de famílias na próxima década.

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Se o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida atender ao menos 51% das famílias, isso representará a necessidade de construção de 11,2 milhões de habitações populares, o equivalente a 1,1 milhão por ano. Considerando uma atualização do valor médio das habitações para R$ 68,1 mil nos próximos dez anos, o levantamento da FGV calcula a necessidade de investimentos de R$ 760 bilhões, o equivalente a R$ 76 bilhões por ano.

A coordenadora do estudo, Ana Maria Castelo, ressalta que a viabilização desses investimentos só será possível se houver melhoria das operações entre construtoras, bancos e os órgãos públicos envolvidos. A pesquisadora defendeu ainda que o Minha Casa, Minha Vida seja transformado em um programa permanente, independente do partido que estiver no governo. "Uma das maiores dificuldades dos investimentos diz respeito à perenidade do programa. O aporte de R$ 760 bilhões só será possível se o programa contar com metas plurianuais e volume de investimento que permitam às empresas ter visibilidade sobre o andamento dos seus negócios", explicou.

De acordo com levantamento da FGV, o déficit habitacional caiu 8% entre 2009 e 2013, impulsionado pelo apoio às famílias por meio do Minha Casa, Minha Vida. Com isso, a falta de moradias caiu de 5,7 milhões para 5,2 milhões.

Criado em 2009 durante o governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e mantido durante o governo da presidente Dilma Rousseff, o Minha Casa, Minha Vida contou com metas definidas apenas para o período dentro dos mandatos. Na primeira fase, foram alocados R$ 34 bilhões no programa. Na segunda, serão R$ 125,7 bilhões, segundo dados compilados pela FGV. A meta de contratação e o volume de investimentos para o período entre 2015 e 2018, porém, seguem indefinidos.

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