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A Polícia Federal informou nesta segunda-feira (22) que ainda não recebeu o gravador usado pelo executivo Joesley Batista, da JBS, para gravar a conversa com o presidente Michel Temer na noite de 7 de março no Palácio do Jaburu. Os peritos criminais federais que vão analisar o áudio reputam "fundamental" examinar o equipamento que o empresário usou.

Os peritos atuam no Instituto Nacional de Criminalística, órgão central de perícias da Polícia Federal. A PF pediu à Procuradoria-Geral da República que providencie a entrega do gravador. Os áudios dos diálogos de Joelesy e de outros executivos da JBS com os alvos da Operação Patmos já estão na PF - além de Temer, gravado por Joesley, são investigados o senador Aécio Neves (PSDB/MG) e o deputado Rocha Loures (PMDB/PR), aliado do presidente.

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Temer, alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal por suspeita de corrupção passiva, obstrução da investigação e participação em organização criminosa, alega que a gravação de sua conversa com Joesley foi editada e manipulada. Seu defensor, o criminalista Antônio Claudio Mariz de Oliveira, pediu a suspensão do inquérito até que a perícia federal seja realizada. O Plenário do STF vai decidir na quarta-feira.

A PF já recebeu os quesitos apresentados pela Procuradoria-Geral da República e pela defesa do presidente para elaboração do laudo pericial. Mas os peritos insistem que é "fundamental" o gravador utilizado por Joesley.

"Em análise técnica preliminar, o Instituto Nacional de Criminalística apontou que é fundamental ter acesso ao equipamento que realizou as gravações originais. Por esse motivo, a PF oficiou à Procuradoria, solicitando o aparelho", destacou a PF, em nota divulgada neste domingo, 21.

A PF assinalou que "não há prazo inicial estipulado para conclusão dos trabalhos periciais, especialmente diante da necessidade apontada de perícia também no equipamento".

Desde que firmou acordo de delação premiada com a Procuradoria, Joesley se mudou com a família para Nova York - sua saída do País, sem tornozeleira eletrônica, faz parte do pacto.

Investigadores avaliam que este é o acordo mais "generoso" da Lava Jato. Joesley e seu irmão, Wesley, vão pagar R$ 110 milhões cada um. O grupo tenta acordo de leniência, mas oferece um valor pouco superior a R$ 1 bilhão - a Procuradoria exige mais de R$ 11 bilhões.

O Supremo Tribunal Federal (STF) vai analisar em plenário, na quarta-feira (24), o pedido da defesa do presidente Michel Temer para suspender o inquérito contra o peemedebista. Com isso, os 11 ministros da Corte irão decidir sobre a continuidade ou paralisação do inquérito.

O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte, também encaminhou para a Polícia Federal os autos do inquérito para perícia no áudio gravado pelo delator Joesley Batista em conversa com Temer. Nesse sábado (21), em pronunciamento no Palácio do Planalto, Temer alegou que a gravação foi "manipulada e adulterada".

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Em nota, a J&F, holding que controla a JBS, reafirmou ontem que Joesley entregou à Procuradoria-Geral da República a gravação da conversa com o presidente sem cortes. O texto diz que os delatores têm como sustentar a idoneidade do material. "Não há chance alguma de ter havido qualquer edição do material original, porque ele jamais foi exposto a qualquer tipo de intervenção", diz a nota.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a Fachin a continuidade do inquérito contra Temer, mas não se opôs à realização de perícia no áudio. Janot aponta que a gravação é "harmônica e consentânea" com o relato dos delatores do grupo J&F.

"Não obstante, embora certo de que o áudio não contém qualquer mácula que comprometa a essência do diálogo, o procurador-geral da República não se opõe à perícia no áudio que contém conversa entre Michel Temer e Joesley Batista no dia 7 de março de 2017, no Palácio do Jaburu", escreveu Janot. Ele destaca na manifestação ao STF que a perícia deve ser realizada sem suspensão do inquérito, que serve, segundo Janot, "justamente para a apuração dos fatos e para a produção de evidências, dentre elas perícias técnicas".

Procuradores que negociaram as delação premiada informaram ontem que não fizeram perícia no material. Peritos consultados pelo Estado não foram conclusivos. Foram encontradas no áudio 14 "fragmentações" - pequenos cortes de edição, segundo o perito extrajudicial e judicial Marcelo Carneiro de Souza. Para ele, porém, um laudo mais conclusivo só seria possível após avaliar o gravador e fazer um confronto entre as vozes de Temer e Joesley.

Conversa

A conversa entre Joesley e Temer ocorreu no início de março, no Palácio do Jaburu. No encontro, o empresário narra ao presidente da República medidas que têm adotado para contornar as investigações que recaem sobre ele e a JBS, entre elas o pagamento de uma mesada a um procurador da República para obter informações privilegiadas.

Joesley também pergunta ao presidente quem é o interlocutor do peemedebista e recebe de Temer a indicação do nome do deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que também teve conversa gravada em que negocia propina.

O presidente também ouve de Joesley sobre Eduardo Cunha. Após falar de acertos com o peemedebista, o empresário diz que está em bom relacionamento com Cunha. O presidente responde: "Tem que manter isso, viu?"

O cantor Belchior morreu de causa naturais, durante o sono e ouvindo música clássica. A informação foi repassada nesse domingo (30) à Agência Brasil pela delegada plantonista da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), Raquel Schneider, que também acompanha a investigação da morte do cantor cearense de 70 anos.

O corpo do cantor foi encontrado por sua companheira, Edna Prometeu, na sala de estar da casa em que vivia no município de Santa Cruz do Sul (RS), na manhã de ontem.

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De acordo com a delegada, exames médicos iniciais revelam que a possível causa da morte de Belchior teria sido uma dissecção na aorta, quando há uma divisão na parede da artéria (composta por três camadas), levando o sangue a seguir um falso trajeto entre as camadas. Segundo ela, somente o laudo médico do Instituto Médico Legal (IML) poderá confirmar a hipótese.

Conforme Raquel, a companheira de Belchior informou que o músico estava escutando música clássica em uma sala nos fundos da casa, quando se queixou de sentir frio e de dor nas costas. Belchior teria pedido um cobertor e disse para Edna que permaneceria no sofá da sala.

Hipertensão arterial

Há relatos de que, nos casos de dissecção da aorta, em geral as pessoas relatam uma dor aguda iniciada no tórax e que se irradia em  direção à coluna, de cima para baixo. Apesar de não haver informações sobre a saúde do cantor, a hipertensão arterial é o fator mais comum nos casos de dissecção.

Autor de mais de 20 discos e um dos ícones da MPB, Belchior, natural de Sobral, no Norte do Ceará, é autor de sucessos como A Palo Seco, Medo de Avião, Apenas um Rapaz Latino-Americano e Como Nossos Pais. Suas composições marcaram décadas nas vozes de grandes artistas brasileiros e deixam um legado artístico e cultural para o Brasil e para mundo.

A delegada informou ainda que o corpo de Belchior foi transferido para Cachoeira do Sul (a cerca de 200 km de Porto Alegre), de onde seguiria para a cidade de Venâncio Aires. Só então seria encaminhado para Porto Alegre, de onde partiria para Fortaleza.

O corpo de Belchior segue direto para Sobral, no norte do Ceará, cidade natal do compositor, onde será velado até 10h da manhã no Teatro São João. Em seguida, o corpo segue para Fortaleza onde ocorre um no velório - desta vez no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, na Praia de Iracema - durante a tarde. O sepultamento vai ocorrer no cemitério Parque da Paz, no Bairro Serrinha.

Um velório foi interrompido de forma, no mínimo, surpreendente na cidade de Belém do Brejo do Cruz, sertão paraibano, no último sábado (22). Segundo o Jornal da Paraíba, familiares da mulher que estava sendo velada pediram e a polícia retirou o corpo do caixão em meio à cerimônia para realizar uma perícia. A suspeita é de que a mesma não tenha morrido de um infarto, como alegado pelo seu marido.

Rita Tavares da Silva teria passado mal na madrugada do sábado (22) e foi levada ao hospital já sem vida pelo esposo Francimilton Cardoso de Araújo, 48 anos, que providenciou o velório logo pela manhã.

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O corpo de Rita foi recolhido pelo Núcleo de Medicina e Odontologia de Patos (Numol), que realizou os procedimentos periciais e o liberou para sepultamento na manhã do domingo (23). 

Acusado pela família da mulher de ter causado a morte da mesma, Francimilton foi levado para a delegacia, foi ouvido e liberado em seguida. A polícia agora aguarda o laudo da perícia, que deve sair em 30 dias, para saber se as suspeitas tem algum fundamento. Por enquanto, o marido não está sendo tratado como suspeito.

As inscrições para o curso de Perícia Criminal com ênfase em Biologia Forense que será realizado no Recife no dia 4 de junho está com inscrições abertas até 24 de junho. A formação é voltada para profissionais e estudantes de Biomedicina, Biologia, Farmácia, Química, Medicina, Enfermagem, Direito e demais áreas que tenham interesse em procedimentos de Biologia Forense. 

As inscrições devem ser feitas através de um formulário disponível no site da organização do curso, que tem por objetivo evidenciar a aplicação de conhecimentos e métodos oriundos das Ciências Biológicas na perícia criminal.

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As aulas serão ministradas pelo Dr. Claudemir Rodrigues Dias Filho, que é Perito Criminal da Superintendência da Polícia Técnico-Científica desde 2006. Bacharel e licenciado em Ciências Biológicas e Mestre em Genética e Biologia Molecular pela Universidade de Campinas (Unicamp), professor da Academia de Polícia Civil do Estado de São Paulo, instrutor de treinamentos da Força Nacional e da SENASP/MJ, editor da Revista Brasileira de Criminalística e autor do livro “Introdução à Biologia Forense”.

O Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPC) divulgou edital de processo seletivo simplificado destinado à contratação temporária de funcionários no Estado do Pará. As vagas ofertadas são para o ano de 2017. A pré-inscrição pode ser realizada até sexta-feira (16), na unidade da cidade em que são ofertados postos. As vagas são paras as seguintes cidades: Belém, Altamira, Castanhal, Marabá, Santarém, Abaetetuba, Bragança, Itaituba, Paragominas e Tucuruí.

O processo seletivo oferta 97 vagas nas funções de Motorista, Auxiliar Operacional - Remoção, Auxiliar Operacional, Auxiliar Técnico de Perícias – Técnico em enfermagem, Auxiliar Técnico de Perícias– Técnico em Laboratório e Auxiliar Técnico de Perícias – Técnico em Informática. A lotação dos contratados será nas seguintes cidades: Belém, Altamira, Castanhal, Marabá, Santarém, Abaetetuba, Bragança, Itaituba, Paragominas e Tucuruí. Para mais informações acesse o site www.cpc.pa.gov.br

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A Polícia Federal analisa as gravações apresentadas pelo ex-ministro Marcelo Calero como prova de que foi pressionado por integrantes do governo Temer a tomar uma decisão que favorecia interesses pessoais do agora ex-ministro Geddel Vieira Lima.

Calero informou à Polícia Federal que gravou o presidente Michel Temer, os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel, além de outros servidores do Planalto. Ele entregou uma série de áudios que comprovariam suas acusações.

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Conforme investigadores, o equipamento utilizado não era profissional e a qualidade do áudio captado é ruim. Por essa razão, as gravações foram submetidas a um tratamento técnico. Segundo relatos, algumas conversas estão melhores e outras piores. Esse fato justifica a demora na análise do material.

Dessa forma, ainda não é possível dizer quais trechos do diálogo com o presidente Temer relatados por Calero em depoimento à PF foram captados pela gravação. A Polícia Federal só irá encaminhar as gravações para a Procuradoria-geral da República após verificar se o conteúdo confere com as informações prestadas pelo denunciante. São analisados se as conversas têm relação com os fatos narrados.

A PF não pode investigar políticos com prerrogativa de foro sem autorização do STF. Por isso, nessa etapa de análise a perícia não deve entrar no mérito de quem são as vozes. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma decisão da Justiça obriga o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) de Garanhuns, no Agreste, a realizar a avaliação de incapacidade dos beneficiários em até 45 dias. A medida beneficia moradores de 23 municípios pernambucanos.

A avaliação de incapacidade é realizada para a concessão dos benefícios de auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte a incapazes e benefício de prestação continuada às pessoas com deficiência. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), responsável pela ação civil pública para reduzir a demora das perícias, várias dessas avaliações ultrapassavam os seis meses para conclusão.

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A exigência da Justiça é que seja implantando o denominado Projeto PP – Modelo Simplificado de Reconhecimento do Direito à Prorrogação do Auxílio Doença. O projeto foi proposto pelo próprio INSS no decorrer do processo judicial, mas não estaria sendo colocado em prática.

De acordo com o MPF, o projeto prevê que uma parte dos benefícios por incapacidade não precisariam passar por perícia médica, com seu deferimento sendo feito pelo servidor administrativo após análise de documentos e atestados médicos. 

Nos casos de incapacidade, a Justiça obriga o INSS a realizar as perícias na mesma agência previdenciária onde foi feito o requerimento. Se a perícia não for realizada no prazo de 45 dias, o INSS fica obrigado a acatar o pedido de início ou dar continuidade ao benefício, diante da apresentação de laudo médico particular, emitido por profissional credenciado ao Sistema Único de Saúde (SUS).  Os casos indeferidos deverão ser devidado justificados pelo instituto, que também deverá cadastrar, em 90 dias, médicos do SUS para subsidiar a realização das perícias. 

Municípios abrangidos pela sentença – Águas Belas, Angelim, Bom Conselho, Brejão, Caetés, Calçado, Canhotinho, Capoeiras, Correntes, Garanhuns, Iati, Ibirajuba, Jucati, Jupi, Lagoa do Ouro, Lajedo, Palmeirina, Paranatama, Quipapá, Saloá, São Bento do Una, São João e Terezinha.

Com informações da assessoria

Em documento enviado ao Ministério Público, a Polícia Civil informa que, a menos de um mês da Olimpíada, a crise ameaça interromper investigações e perícias. Na tabela preparada em maio pela Subchefia Administrativa, a instituição aponta a falta de materiais básicos e equipamentos. Estoques de insumos estão zerados. Sem manutenção, aparelhos pararam. Conforme o MP, dois meses depois, a situação persiste. Oficialmente, a polícia fala em "carência" de materiais.

A penúria é consequência da crise nas finanças fluminenses. De acordo com cálculos da própria Polícia Civil, seriam necessários R$ 14.517.512 para sanar as dívidas com os fornecedores de serviços e renovar contratos. A tabela enviada ao Ministério Público lista a ausência de 18 itens indispensáveis à realização de exames pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli, da Polícia Civil. Análises de sangue e de esperma, por exemplo, não têm sido feitas. Para regularizar esses serviços, a instituição precisa de R$ 49.265,34.

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O documento relata que o aparelho CGMS Shimadzu, usado para a detecção de drogas em amostras, está parado por falta de manutenção. Já o laboratório de toxicologia consta como paralisado, por ausência de baterias e equipamentos de informática. O aparelho CGMS Agilent, para exames de identificação de drogas sintéticas, está fora de operação.

Evidência perdida

O Instituto de Pesquisas e Perícias em Genética Forense, da Polícia Civil, aponta que, por falta de manutenção da câmara fria, "já foram perdidas várias evidências e as novas também serão perdidas, pois não temos como mantê-las". Mais itens aparecem com apenas 10% do estoque ideal, como pincéis e aplicadores para serviços papiloscópicos.

O documento lista materiais básicos em falta, como seringas, luvas e máscaras. Por falta de luvas especiais de látex e malha, "em um futuro próximo" serão interrompidas "perícias de necropsia, local de crime, sangue e esperma em roupas, dentre outras que exijam proteção do perito e/ou tenham risco de contaminação cruzada, prejudicando a conclusão do laudo".

O luminol, produto químico que revela traços de sangue invisíveis a olho nu, de grande valor na elucidação de crimes, está em falta na Delegacia de Homicídios. Para comprá-lo, a Polícia Civil precisa de R$ 1,05 milhão. "O impacto causado pela falta desse material no curso das atividades da perícia criminal está diretamente ligado a localizar vestígios de sangue lavado, oculto, escondido em locais de crime, carros, objetos e roupas", informa o relatório.

As informações foram repassadas em 20 de maio ao Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Criminais (CAO Criminal), à coordenação do Grupo de Atuação Especial em Segurança Pública (Gaesp) e à Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI) do Ministério Público, que iniciaram campanha para arrecadar bens e insumos para a Polícia Civil (mais informações nesta página). Segundo a promotora Gláucia Santana, até hoje não foram feitos os pagamentos aos prestadores de serviço. "Todos devem saber que o quadro atual da polícia é muito delicado. E a expectativa depois da Olimpíada é piorar. Seria muito confortável para o Ministério Público entrar com uma ação civil pública para que o Estado cumpra seu papel. Mas sabemos que uma 'canetada' do juiz não significa que o dinheiro vai brotar."

A presidente da Associação de Peritos Oficiais do Rio de Janeiro, Denise Rivera, disse que o Carlos Éboli, o Instituto Médico-Legal (IML), o Instituto de Pesquisa em Perícia em Genética Forense e o Instituto de Identificação Félix Pacheco (IFP), além dos 18 postos regionais do setor de polícia técnico-científica, não têm condições mínimas de funcionamento.

"Muitos postos não têm câmaras frigoríficas para o armazenamento dos cadáveres, que ficam expostos às intempéries. Faltam reagentes e as condições são insalubres."

Carência

Procurada pelo Estado, a Polícia Civil informou, em nota oficial com base em consulta ao Departamento Geral de Polícia Técnico-Científica (DGPTC), que o Instituto Médico-Legal e o Instituto de Criminalística "estão com carência de alguns materiais e de manutenção de equipamentos". "A instituição tem envidado esforços com a Secretaria de Segurança e o governo do Estado para resolver a situação."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Comissão Especial do Impeachment fará na próxima terça-feira (5), a partir das 11h, duas audiências para ouvir os técnicos responsáveis pelas perícias realizadas sobre documentos do processo contra a presidente afastada Dilma Rousseff (PT). O laudo constatou a ação efetiva da petista na edição dos decretos de créditos suplementares em 2015 sem a autorização do Congresso Nacional, mas não encontrou participação dela na decisão da União de atrasar o pagamento do Plano Safra e dos contratos com bancos públicos, as chamadas as “pedaladas fiscais”.

A primeira audiência será com a junta pericial indicada pela comissão, que entregou seu laudo na última segunda-feira (27). Ela é composta por três servidores do Senado: Diego Prandino Alves e João Henrique Pederiva, consultores de Orçamentos, Fiscalização e Controle, e Fernando Álvaro Leão Rincon, diretor-adjunto da Secretaria de Finanças, Orçamento e Contabilidade.

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Na segunda vão falar dois peritos assistentes, cada um indicado por uma das partes do processo. A acusação indicou a economista Selene Péres Nunes, que foi uma das responsáveis pela elaboração da Lei de Responsabilidade Fiscal. A defesa indicou dois assistentes e deverá escolher qual deles participará da audiência: Rodrigo Octávio Orair, pesquisador do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), e Ricardo Lodi Ribeiro, jurista e professor universitário. O laudo dos peritos assistentes será entregue à comissão na véspera da audiência.

O prazo para que os peritos do Senado apresentem à Comissão do Impeachment os esclarecimentos solicitados pelos senadores sobre o seu laudo pericial encerrou nesta sexta-feira (1º). A defesa da presidente Dilma solicitou 12 esclarecimentos, e o relator do processo, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), pediu outros três. 

Cronograma

Na próxima quarta-feira (6), está marcado, às 11h, o depoimento de Dilma. A petista não é obrigada a comparecer a oitiva do colegiado, podendo mandar o seu advogado, José Eduardo Cardozo. A partir da quinta-feira (7) serão contados os 15 dias para alegação final da acusação e defesa. Depois disso, Anastasia terá o prazo de 28 de julho a 1º de agosto para elaborar seu parecer, a ser lido na comissão em 2 de agosto. No dia seguinte, a comissão fará a discussão do parecer que deve ser votado em 4 de agosto. 

No dia 5, será feita a leitura do parecer em Plenário, onde a matéria deverá ser discutida e votada no dia 9 de agosto. Se for aprovado, serão concedidas 48 horas para manifestações da acusação e defesa. Após esse período, haverá um prazo de dez dias para a marcação da data do julgamento definitivo.

*Com a Agência Senado

O laudo da perícia feita por técnicos do Senado, a pedido da defesa da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) no processo de impeachment, constatou a ação efetiva da petista na edição dos decretos de créditos suplementares em 2015 sem a autorização do Congresso Nacional. No entanto, a análise não encontrou participação efetiva de Dilma na decisão da União de atrasar o pagamento do Plano Safra e dos contratos da União com bancos públicos, as chamadas as “pedaladas fiscais”.

O relatório, entregue nesta segunda-feira (27), aponta também que os três decretos baixados por Dilma promoveram “alterações incompatíveis com a obtenção da meta de resultado primário”. No documento, que tem 223 páginas, a junta diz ter verificado que pelo menos uma programação de cada decreto foi executada orçamentária e financeiramente no exercício de 2015, "com consequências fiscais negativas sobre o resultado primário apurado". Neste caso, os peritos identificaram, no episódio, "ato comissivo" da presidente. 

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Além disso, eles concluíram também que o atraso dos pagamentos ao Banco do Brasil e ao Plano Safra “constituem operação de crédito, em afronta à Lei de Responsabilidade Fiscal”. Entretanto, eles negam que a petista “tenha contribuído direta ou imediatamente para que ocorressem os atrasos nos pagamentos".

Os atrasos, para eles, configuram operações de crédito e não prestação de serviços. “Todas as parcelas relativas ao exercício de 2015, com vencimento previsto para janeiro, fevereiro até novembro, foram pagas em atraso em meados de dezembro e esses atrasos geraram uma correção, uma atualização do principal no valor de R$ 450 milhões”, afirmou Diego Prandino Alves, que integra a junta pericial.

Com a apresentação do laudo, a defesa e acusação terão 24 horas para pedir esclarecimentos aos peritos. A junta tem até sexta-feira (2) para responder aos questionamentos. Até a próxima segunda-feira (4), os assistentes periciais das partes, ou seja, defesa e acusação, poderão entregar um contra-laudo divergindo ou concordando com as conclusões da junta. Na terça-feira (5), a comissão se reunirá em audiência pública para debater o documento.

*Com a Agência Senado

O advogado de defesa da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), José Eduardo Cardozo, pediu à Comissão Especial do Impeachment a retirada do consultor legislativo do Senado, Diego Pradino Alves, da coordenação da junta pericial que auxiliará o processo. Cardozo argumenta que ele tem “forte engajamento” contra a presidente afastada.

Prandino foi nomeado coordenador da junta, que ainda contará com outros dois servidores concursados do Senado. A pedido da defesa, a junta fará análise técnica de documentos envolvidos na denúncia de crime de responsabilidade contra a presidente Dilma.

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O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) leu mensagens postadas pelo consultor em uma rede social, expressando posicionamentos políticos, e relatou que essas mensagens foram apagadas no dia seguinte à nomeação da junta pericial. A defesa e os senadores da oposição pediram a impugnação de Prandino, mesmo reconhecendo suas qualificações profissionais.

O plenário da comissão decidiu contra o pedido da defesa. O presidente Raimundo Lira (PMDB-PB) informou que, em face da polêmica, aguarda nova manifestação do coordenador indicado em relação a sua própria suspeição.

*Com a Agência Senado

A base do presidente em exercício, Michel Temer, sofreu um revés na comissão do impeachment após a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, de aceitar recurso da defesa de Dilma Rousseff para a realização de uma perícia no processo. Novamente, o calendário deve ser prolongado. Desta vez, em até oito dias.

"Possivelmente teremos o trabalho de instrução entrando pela semana que vem. Aliás, quando apresentei como proposta o cronograma, alertei que a fase de instrução seria necessariamente mais flexível", disse o relator do processo, Antonio Anastasia (PSDB-MG).

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A fase mencionada pelo relator, que é dedicada a ouvir testemunhas e colher provas, estava prevista para ser encerrada sexta-feira. Agora, a instrução deve ser estendida até o dia 25, prazo para realização da perícia.

O procedimento será conduzido por técnicos do Senado. Os nomes foram indicados pelo presidente do colegiado, Raimundo Lira (PMDB-PB), e aprovados pelos demais senadores.

Senadores da base de Temer buscam, diariamente, correr com os prazos. Na última sessão, adotaram a estratégia de não fazer perguntas às testemunhas. A base aliada minimizou o fato de Lewandowski ter derrubado a decisão do colegiado de cancelar a perícia. Ontem, senadores defenderam que a perícia não deve prolongar o processo.

Testemunhas

Simone Tebet (PMDB-MS) argumenta que o que vai atrasar o cronograma é quantidade de testemunhas da defesa, não a perícia. Dilma Rousseff poderá trazer até 40 depoentes para falar em seu favor. Até o momento, apenas dois foram ouvidos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A comissão do impeachment rejeitou a realização de uma perícia nos decretos de créditos suplementares e pedaladas que configuram a acusação de crime de responsabilidade. A perícia já havia sido aceita pelo relator, Antonio Anastasia (PSDB-MG), e pelo presidente da comissão Raimundo Lira (PMDB-PB).

O pedido de perícia foi feito pela defesa da presidente afastada Dilma Rousseff, que queria uma avaliação externa da conduta fiscal da petista, além dos relatório do Tribunal de Contas da União (TCU). Lira argumentou que uma perícia internacional seria dispendiosa e sugeriu uma perícia interna, realizada por auditores do Senado Federal.

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A proposta foi acolhida pelo relator, o que causou uma reação dos senadores da base do presidente em exercício Michel Temer. Com a intenção de correr com o processo, os senadores da base de Temer ficaram receosos que a realização de perícia pudesse atrasar a tramitação do impeachment.

Ricardo Ferraço (PSDB-ES), que assumiu nesta quarta-feira, 8, a vaga na comissão após a saída do líder do governo, Aloysio Nunes (PSDB-SP), argumentou que "contratar uma perícia seria um desperdício".

Líder do Democratas, Ronaldo Caiado (DEM-GO), alegou que a perícia tem o objetivo de "procrastinar a comissão" e recorreu da decisão de Anastasia, pedindo que a questão fosse decidida pelo voto do plenário. Com maioria na comissão, a base de Temer rejeitou a realização da perícia. A defesa afirmou que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF).

A defesa da presidente afastada Dilma Rousseff fez um aditamento ao pedido de perícia externa no processo de impeachment, especificando fatos relacionados às pedaladas e edição de decretos de créditos suplementares. Na última semana, o relator Antonio Anastasia (PSDB-MG), alegou que era necessário delimitar a perícia e recusou o pedido inicial.

De acordo com a defesa, o objetivo da perícia é esclarecer que não há materialidade e nem lesividade na acusação contra Dilma Rousseff.

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Quanto aos decretos de créditos suplementares, a defesa pede que a perícia avalie qual o impacto da edição dos decretos para o atingimento da meta fiscal. A questão é detalhada em outros questionamentos, que pede avaliação sobre situações análogas, alerta de órgão técnico, etc. A defesa quer demonstrar que a edição dos decretos não prejudicou a meta fiscal, desmontando a tese de crime de responsabilidade.

Quanto à operação de crédito com o Banco do Brasil referente ao Plano Safra, conhecida como pedalada fiscal, a defesa questiona quem são as autoridades responsáveis pela gestão do Plano Safra e dos contratos com o Banco do Brasil. O objetivo é demonstrar que não há autoria da presidente afastada nos atos.

A defesa alega que o Tribunal de Contas da União (TCU), por ser um órgão auxiliar do Legislativo, sofre com pressões políticas e não é suficientemente isento. Por essa razão, a defesa pede uma perícia realizada por consultoria internacional.

O pedido da defesa ainda precisa ser analisado pela Comissão Especial do Impeachment, que irá aceitar ou rejeitar a perícia.

O consórcio Contemat/Concrejato deixou de calcular o efeito que as ondas marítimas teriam sobre a plataforma da Ciclovia Tim Maia, concluiu a perícia feita pela Polícia Civil. Sem levar em conta o impacto das ondas, o consórcio apoiou a plataforma sobre os pilares sem amarração. Em 21 de abril, atingida por uma ressaca, parte da plataforma desabou, matando dois homens.

A perícia está em fase final de elaboração e, até segunda-feira, deverá ser anexada ao inquérito instaurado pela 15.ª DP. De acordo com o perito Liu Tsun Yaei, o consórcio só previu o efeito das ondas sobre os pilares que sustentam as plataformas.

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Em nota, o consórcio afirmou que "a ancoragem da pista (ou qualquer solução equivalente) não constava nem no projeto básico nem no edital de licitação". O consórcio reafirmou ter executado integralmente "todos os requisitos técnicos fornecidos pela contratante".

Também em nota, a prefeitura afirmou que "o projeto básico é apenas conceitual e serve como referência para o desenvolvimento do projeto executivo". "No caso, a prefeitura contratou o consórcio justamente para desenvolver o projeto executivo e executar a obra."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dois laudos periciais da Polícia Federal, um de engenharia e outro contábil, listaram R$ 292,5 milhões em doações eleitorais e partidárias do grupo entre 2008 e 2014, pagamentos suspeitos feitos a empresas usadas para lavar dinheiro de operadores de propinas e repasses para offshores (empresas com sede fora do país) e os potenciais danos financeiros causados ao cofres públicos. Os documentos foram anexados nesta semana aos autos da Operação Lava Jato que apuram o envolvimento da empreiteira Andrade Gutierrez no esquema de cartel e corrupção na Petrobras.

"Tendo em vista que as investigações realizadas no âmbito da Operação Lava Jato indicam que foram utilizadas empresas de prestação de serviços (consultoria, advocacia, engenharia e correlatas) para viabilizar pagamentos indevidos a funcionários da Petrobras e a agentes públicos, e considerando que pagamentos realizados pela Construtora Andrade Gutierrez a empresas investigadas por lavagem de capitais ou a partidos políticos e a agentes públicos foram contabilizados, primordialmente, em contas contáveis de 'doações', 'aluguéis' e 'prestação de serviços por pessoa jurídica', 'procedeu-se à compilação dos principais pagamentos realizados através dessas rubricas contábeis", informa o laudo 10/2016, da PF, em Curitiba.

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Executivos da Andrade Gutierrez fecharam acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal em que decidiram contar o envolvimento no cartel, pagamentos de propina e ocultação de valores por meio de doações eleitorais e partidárias oficiais. Além de Petrobras, se comprometerem a fornecer detalhes sobre obras do setor energético, como a Usina Hidrelétrica de Belo Monte, e construções de estádios para a Copa.

Em apenas quatro maiores obras da estatal petrolífera em que participou, a PF apontou um prejuízo de pelo menos R$ 1,9 bilhão para os cofres públicos, por conta da majoração de preços e do cartel montado pelo chamado "Clube dos 16" - maiores empreiteiras do País. Os dados são do laudo 158/2016.

No quesito doações, o PT é o partido que aparece com maior volume de recursos recebidos, R$ 91 milhões - equivalente a 31%. O PSDB é o segundo com R$ 72 milhões (24%), seguido do PMDB, com R$ 63 milhões (21%). São dados lançados oficialmente pela Andrade Gutierrez.

O laudo 10/2016, que lista as doações, é de 25 de fevereiro e foi elaborado pelos peritos criminais federais Daniel Paiva Scarparo, Audrey Jones de Souza e Ivan Roberto Ferreira Pinto. Ele toma como base os dados oficiais lançados na contabilidade da empresa, a partir da quebra do sigilo feita pela Receita Federal.

Dos R$ 292,5 milhões doados pela Andrade Gutierrez, R$ 104 milhões circularam pela conta contábil "Overhead", que é considerada um caminho para pagamentos de valores para empresas usadas para lavagem de dinheiro da Petrobras.

Offshores

 

O laudo lista ainda pagamentos para empresas fora do país, as offshores. Constituídas legalmente, o interesse da Lava Jato são nas que possam ter sido usadas para ocultar propina e outros pagamentos irregulares.

Cartel

 

O laudo foi produzido com base em quebras de sigilos bancários de empresas que são investigadas "no âmbito da Operação Lava Jato pela prática de lavagem de capitais e/ou pelo recebimento dissimulado de recursos". Foram identificadas movimentações de 12 delas.

A Legend Engenheiros Associados, do operador de propinas Adir Assad, recebeu R$ 125 milhões, em 174 operações entre 2006 e 2012. Outra empresa ligada a ele, a S.P Terraplanagem Ltda recebeu outros R4 7,3 milhões.

Outro operador de propinas que recebeu valores da Andrade Gutierrez por empresas usadas para lavagem de dinheiro foi Fernando Antonio Soares, o Fernando Baiano - que virou delator da Lava Jato. A Technis Planejamento e Gestão em Negócios Ltda movimentou R$ 2,96 milhões em cinco transações entre 2007 e 2008.

A empresa de outro operador de propinas que virou delator aparece na lista, a Riomarine Oil e Gás Engenharia e Empreendimentos Ltda, de Mário Góes, que recebeu R$ 4,96 milhões, em 30 operações entre 2007 e 2009.

Com a palavra, a Andrade Gutierrez

A empreiteira Andrade Gutierrez, procurada por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não iria comentar o caso.

Os principais executivos da empresa estão colaborando com as investigações, após delação premiada ser homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A empresa negocia também acordo de leniência com o Ministério Público Federal.

A ausência dos deputados na sessão de votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), agendada para domingo (17), também será fiscalizada pelos parlamentares que encabeçam a aprovação do pedido. O deputado Mendonça Filho (DEM) apresentou uma questão de ordem para que seja disponibilizada uma perícia médica aos que justificarem a falta por motivo de doença.  

De acordo com o pernambucano, são fortes os rumores na Câmara de que deputados da base governista alegariam problemas de saúde para se ausentarem da votação. “Respeito o parlamentar que tem posição contrária ao processo de impeachment; ele que se justifique perante seus eleitores, mas não respeito o parlamentar que cria ou possa `criar´ uma doença para faltar ao seu dever num momento histórico para o país”, cravou.

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O democrata afirmou que o objetivo da questão de ordem é proteger os próprios parlamentares, visto que, quem estiver de fato doente terá o respaldo da perícia médica da Casa para faltar à sessão de domingo, sem que seja interpretado como uma manobra arquitetada pelo governo para impedir o avanço processo de impeachment.

 

O laudo pericial solicitado pelo juiz federal Vallisney de Souza para verificar a procedência do pedido de prisão domiciliar feito pela empresária Cristina Mautoni não encontrou elementos que justifiquem a pretensão da ré,  presa durante a Operação Zelotes da Polícia Federal. Cristina alega piora em seu quadro de saúde, após cirurgia vascular feita meses antes de ser presa. Ela diz sentir dores no quadril e nas costas – dores que, segundo ela, não melhoraram, apesar das sessões de fisioterapia.

Cristina e o marido, o lobista Mauro Marcondes, são sócios na empresa Marcondes e Mautoni Empreendimentos e Diplomacia Corporativa (M&M), suspeita de ter participado de um esquema irregular, no qual contrataram a empresa LFT Marketing Esportivo, de Luis Claudio Lula da Silva - filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em seu depoimento, a empresária não soube precisar qual serviço foi prestado pela LFT, a quem sua empresa pagou R$ 2,5 milhões.

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De acordo com o laudo divulgado nesta quarta-feira (17) pela 10ª Vara Federal, "não há qualquer evidência de alterações funcionais em membros inferiores em decorrência da cirurgia de varizes” feitas pela ré, e "o pequeno edema [que apresenta] é proveniente da insuficiência venosa", não havendo, portanto, relação com a dor alegada.

Durante os exames periciais, ao subir na maca, Cristina elevou a coxa direita em 90° para apoiar-se, antes de erguer a perna esquerda e girar o quadril. Naquele momento, chamou a atenção dos peritos o fato de que os pés "não mais mantiveram o desvio medial descrito no relatório médico anterior” – motivo pelo qual ela se mantinha, durante os exames,  em uma cadeira de rodas.

Os peritos informam, também, que "não há lesão neurológica, não há déficit motor ou neurológico, não há hipotonia e não há comprometimento de movimentos que justifiquem a queixa da periciada ou a sua suposta incapacidade".

O relatório cita que Cristina queixava-se de dor em um determinado local, quando manipulada por um assistente técnico. No entanto, ao ser tocada posteriormente no mesmo lugar, de uma forma diferente mas acionando as mesmas estruturas anatômicas, as queixas não se repetiam. O laudo apresentado hoje (17) pela Justiça Federal, em Brasília, servirá de base para que o juiz Vallisney de Souza tome sua decisão sobre acatar ou não o pedido da ré para que a prisão seja cumprida no próprio domicílio.


Em janeiro deste ano, a balconista Marize da Conceição Alves, de 40 anos, sofreu um grave acidente de carro. Em junho, um laudo mostrou que a colisão provocou uma fratura na coluna e que ela precisaria se afastar do trabalho. Quase seis meses depois, ela ainda não conseguiu agendar a perícia médica no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Há 100 dias em greve, médicos peritos do INSS cobram a efetivação em lei da carga horária de 30 horas, o fim da terceirização da perícia médica e reposição das perdas salariais de 27% divididos em dois anos. Dados do próprio instituto apontam que cerca de 1 milhão de perícias deixaram de ser realizadas desde o início da paralisação.

“Primeiro, o próprio INSS estava de greve. Quando consegui ir até uma agência, marcaram a perícia para dois meses depois. Aí, os médicos peritos pararam de trabalhar”, contou. “Essa greve me atrapalhou muito. Se eu não tivesse uma reserva financeira, eu passaria dificuldade. Já tem mais de quatro meses que estou sem receber meu salário.”

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A fotógrafa Elizineide da Silva Carvalho, de 41 anos, passa por um drama similar ao da balconista Marize. Em setembro deste ano, o marido dela foi diagnosticado com um tumor no cérebro. Desde então, ela tenta agendar uma data para a perícia médica, mas, por causa da greve dos médicos peritos, o procedimento foi marcado apenas janeiro de 2016.

“Assim que ele adoeceu, nós agendamos. Mas, devido à greve, tivemos que remarcar para janeiro. Somos fotógrafos e ele fazia boa parte do trabalho. Tive que pagar algumas pessoas pra realizar nosso trabalho, o que me acarretou uma despesa não prevista. Eu mesma não estou conseguindo trabalhar para ficar com ele e dependemos da ajuda das pessoas”, conta.

Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos, Francisco Eduardo Cardoso, garantiu que 30% dos médicos peritos de cada gerência estão trabalhando. A dificuldade, segundo ele, é que muitos profissionais estão sendo mantidos nos cargos que exerciam antes do início da greve e que não envolvem a realização de perícia. “O INSS precisa colocá-los para atender à perícia e isso não está acontecendo. O perito que atendia na procuradoria, por exemplo, não está sendo deslocado para a perícia e está sendo mantido na atividade quer fazia fora da greve. O INSS não está aproveitando esses 30% para beneficiar a população e não está obedecendo ao interesse público.”

INSS

Por meio de nota, o INSS informou que, entre setembro e novembro deste ano, 1.047.239 perícias foram marcadas em todo o país, mas o órgão calcula que cerca de 730 mil pedidos de concessão de benefícios como auxílio-doença e aposentadoria por invalidez estejam represados. Ainda segundo o instituto, o tempo médio de espera para o agendamento da perícia passou de 20 dias (antes do início da greve) para 63 dias.

“O INSS reconhece todas as dificuldades impostas à população pela não regularização do atendimento da perícia médica e espera que as negociações entre o Ministério do Planejamento e os servidores da carreira de perito médico previdenciário sejam concluídas com brevidade para a pronta retomada dos serviços”, informa o órgão na nota.

O comunicado destacou ainda que, para todo benefício concedido, o que vale é a data de entrada do requerimento. Isso significa que, se um segurado tinha uma perícia marcada para novembro, por exemplo, mas será atendido apenas em janeiro, se o benefício for aprovado, passa a valer, para efeitos financeiros, a data de entrada do requerimento e não a data em que ele foi concedido.

A proposta oferecida pelo governo à categoria consiste no reajuste geral dado ao funcionalismo público e a criação de um comitê de reestruturação da carreira, mas não trata da efetivação da jornada de 30 horas e do fim da discussão da terceirização das perícias. O pacote será votado amanhã (14) pela manhã durante assembleias realizadas em diversos estados.

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