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Na manhã desta segunda-feira (31), mais de 1.000 policiais federais cumprem 623 mandados - entre prisão e apreensão - para investigar o crime de lavagem de dinheiro praticado por organizações criminosas em todo território nacional. Parte dos lucros adquiridos com o tráfico de drogas era repassado para integrantes que estão reclusos em presídios federais.

As informações obtidas pela Polícia Federal (PF) apontaram a existência do "Setor do Progresso", que lavava o dinheiro da facção e o distribuía em inúmeras contas, dentre elas a do “Setor de Ajuda". Este era responsável por recompensar e pagar as contas de, pelo menos 210 integrantes, que estão atrás das grades.

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Eles recebiam os valores mensais por terem ocupado cargos importantes na organização ou executado missões determinadas pelos líderes, como execuções de servidores públicos. Para manter o esquema e enganar as autoridades, os depósitos eram feitos em contas de pessoas que não faziam parte da facção, que repassavam a "ajuda" aos criminosos.

A 2ª Vara de Tóxicos de Belo Horizonte, Minas Gerais, bloqueou R$ 252 milhões, e expediu 422 mandados de prisão preventiva e 201 mandados de busca e apreensão, em 19 Estados e no Distrito Federal. Em Pernambuco são cumpridos oito mandados de prisão, sendo dois no Presídio de Itaquitinga, na Mata Norte, e os demais nas cidades de Olinda, Recife e Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife.

Os presos são investigados por participar da organização, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro, cujas penas podem atingir até 28 anos de prisão. O objetivo da operação Caixa Forte é descapitalizar o grupo e prender lideranças para enfraquecer o comércio ilegal de entorpecentes no país.

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo, foi denunciado pela força-tarefa da Lava Jato, por corrupção e lavagem de dinheiro. Em uma operação realizada na manhã desta terça-feira (25), o ministro teve cerca de R$ 4 milhões em bens bloqueados.

Segundo o Ministério Público Federal, Vital do Rêgo recebeu propina diretamente do presidente da OAS, Léo Pinheiro, para interferir no Inquérito da Petrobras, instaurada no Congresso Nacional em 2014, onde o ministro atuou como Presidente da Comissão Parlamentar.

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Na investigação, o MPF apurou que cerca de R$ 3 milhões foram pagos em propina, através de contratos fictícios com empresas sediadas na Paraíba e com doações ao MDB, sendo recebidos por intermediários diretamente ligados a Vital, entre eles um servidor público do TCU.

A operação da Lava Jato que está em sua 73° fase, denominada de “Ombro a Ombro”, foi realizada a partir da delação premiada de Léo Pinheiro e cumpriram 15 mandados de busca e apreensão, executados nas cidades de Cabedelo, Campina Grande e João Pessoa, na Paraíba, e também em Brasília.

Até o momento, o ministro não se posicionou sobre a investigação.

Apontado como líder de uma organização criminosa que chegou a desviar milhões de reais doados por fiéis, o padre Robson de Oliveira Pereira, de 46 anos, está sendo investigado por possíveis crimes de apropriação indébita, lavagem de dinheiro, organização criminosa, sonegação fiscal e falsidade ideológica.

Os crimes estariam sendo praticados pelos dirigentes das três associações ligadas à Igreja Católica em Trindade, cidade do Goiás. Foram bloqueados judicialmente R$ 60 milhões em bens imóveis e valores em contas bancárias dos envolvidos. 

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Segundo o promotor de Justiça Sebastião Marcos Martins, que coordena a operação Vendilhões, está sendo analisada uma movimentação financeira equivalente a R$ 1,7 bilhão. A fraude do grupo não atinge o montante na íntegra, mas a partir da documentação apreendida será possível definir o valor que foi desviado.

O Ministério Público do Goiás aponta que teriam sido beneficiados com os desvios o padre Robson, que preside a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), Associação Filhos do Pai Eterno e Perpétuo Socorro, Associação Filhos do Pai Eterno e Perpétuo Socorro e uma rede de empresas e pessoas que foi criada para a realização das possíveis fraudes.

A investigação que resultou na Operação Vendilhões teve início em 2019, a partir da condenação de um grupo criminoso que praticou extorsão contra padre Robson. Na ocasião, cinco pessoas exigiram mais de R$ 2 milhões para que não fossem divulgadas imagens e mensagens eletrônicas com informações pessoais, amorosas e profissionais que prejudicassem a imagem do religioso.

O processo foi enviado ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), para apurar a origem do dinheiro utilizado para pagamento de parte do valor ao grupo criminoso.

Na análise da movimentação financeira das Afipes, o Gaeco descobriu uma grande teia de movimentações financeiras, envolvendo a compra e venda de imóveis – casas, apartamentos e fazendas – em Goiás e outros Estados, além de transferências de valores entre contas bancárias. De acordo com o promotor de Justiça, as três associações recebiam dinheiro separadamente, proveniente de doações de fiéis, e transferiam os valores com a utilização de contas bancárias de terceiros. As associações passaram a ser administradas como verdadeiras empresas, explicou.

Com o objetivo de desarticular uma organização que mantinha um esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, nesta quinta-feira (20), a Polícia Civil cumpre 25 mandados de prisão e 25 de busca em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR).

As investigações que culminaram na operação Laranja de Pano, segundo a Polícia Civil, iniciaram em 2019. Os mandados serão executados por 165 agentes e 28 auditores fiscais, informa as autoridades.

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Ainda segundo a Polícia Civil de Pernambuco, as investigações são assessoradas pela Diretoria de Inteligência, em trabalho conjunto com a Secretaria da Fazenda do Estado. Mais detalhes a respeito da operação serão divulgados posteriormente.

O 'doleiro dos doleiros' Dario Messer, que recentemente fechou acordo de delação com a Lava Jato e vai devolver R$1 bilhão às autoridades, foi condenado a 13 anos e quatro meses de prisão em regime fechado por lavagem de dinheiro no processo aberto a partir de provas obtidas na Operação Marakata.

A sentença foi proferida nesta segunda-feira (17), pelo juiz Alexandre Libonati, da 2ª Vara Federal Criminal do Rio, que negou ao doleiro a prerrogativa de recorrer da decisão em liberdade. O magistrado determinou que o mandado de prisão seja expedido após a pandemia da Covid-19.

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O juiz considerou procedente a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra o doleiro, em 2018, por participação em um esquema de tráfico de pedras preciosas no mercado negro relevado pela 'Marakata', desdobramento da Operação Lava Jato no Rio.

"As exportações oficiais, registradas de forma subfaturada, geravam depósitos identificados; ao passo que eventuais negócios clandestinos, ou as diferenças entre o valor real e subfaturado das pedras, geravam depósitos não identificados, oriundos de contas no exterior controladas pelos colaboradores", escreveu o juiz. "Dario Messer atuava como sócio oculto e investidor do negócio operado no Uruguai e que servia à realização de operações de câmbio à margem da lei e, especificamente, à lavagem de recursos oriundos de delitos praticados pela O.S. Ledo (empresa de comércio de pedras)".

Segundo as investigações, a O. S. Ledo usou os 'serviços' de Messer para enviar US$ 44 milhões ao exterior, entre 2011 e 2017, obtidos com a exportação, através de notas fiscais e invoices falsos, de pedras de garimpos na Bahia para empresários indianos.

Em sua delação, o próprio doleiro confessou que comandou a mesa de câmbio paralelo operada pelos doleiros Vinicius Claret e Cláudio Barboza no Uruguai e usada para lavar o dinheiro.

Messer ainda é réu em outras duas ações penais, decorrentes das operações Patrón, sobre o esquema de lavagem de dinheiro que facilitou a fuga do operador ao Paraguai, e Câmbio, Desligo, que prendeu doleiros acusados de lavarem dinheiro para o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, e para comparsas do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, em uma rede que, segundo os investigadores, operava em mais de 50 países. Ambas tramitam na 7ª Vara Federal Criminal do Rio.

 O empresário Cristiano Correia Souza e Silva, que vendeu uma de suas lojas para o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), prestou esclarecimentos para o Ministério Público sobre a investigação da rachadinha. Cristiano afirma que foi ameaçado ao tentar denunciar que Flávio fraudava as notas fiscais. A loja, localizada em um shopping na Barra da Tijuca, foi vendida a Flávio em 2015 e é alvo de uma investigação de lavagem de dinheiro. 

Segundo o Jornal Nacional, que teve acesso ao depoimento do empresário, para o Ministério Público, Cristiano contou que tomou ciência da situação no Natal de 2016, através de clientes da loja, que o informaram que a loja de Flávio estava vendendo os produtos abaixo da tabela de preço, um item que deveria custar R$100 era vendido para os clientes por R$ 80. 

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De acordo com o empresário, a prática adotada por Flávio é uma violação contratual e que relatou a matriz, que posteriormente fez uma investigação e constatou a venda com o preço cheio na emissão da nota, no entanto o cliente pagava um valor menor. 

Cristiano também informou que uma consultora da Kopenhagen filmou uma venda menor com o próprio telefone no estabelecimento. A empresa de chocolate confirmou para o jornal a veracidade da denúncia e afirmou que advertiu e multou a loja pelo uso do preço fora de tabela.

Segundo o Ministério Público, Flávio e a esposa Fernanda Bolsonaro investiram mais de R$ 1 milhão na compra da loja, valor que não seria compatível a renda do casal. Mesmo não aparecendo como dona do estabelecimento, os investigadores descobriram que cerca de R$ 350 mil para o negócio, saiu da conta de Fernanda. 

Nos documentos do negócio, Flávio Bolsonaro tem uma outra sócia, Alexandre Ferreira Dias Santini, que para o Ministério Público é usada como laranja do casal. Em um documento acessado pelo JN, Santini é acusada de intimidar a esposa de Cristiano.  

As ameaças ao empresário chegaram através de email e também foram enviadas à sua esposa, após a denúncia feita por ele chegar a um grupo de franqueados da Kopenhagen. Segundo Cristiano, em depoimento, sua esposa recebeu uma nova ameaça em 23 de dezembro de 2016, através de um aplicativo de conversas, ela recebeu uma imagem de pessoas sendo enforcadas. 

O empresário também informou ao Ministério Público, que após a mensagem registraram um boletim de ocorrência, mas que não seguiram adiante por medo. 

 Para o Jornal Nacional, o senador Flávio Bolsonaro apenas disse que os promotores do Rio querem atacar a sua imagem e que espera que a Procuradoria-Geral de Justiça do Rio investigue a conduta dos promotores por violarem o sigilo profissional em um processo que deveria correr em segurar o de Justiça.

Fora do Ministério da Justiça depois de pedir demissão, Sergio Moro foi contratado para dar aulas sobre combate à corrupção, lavagem de dinheiro e Estado de direito. A disciplina ministrada pelo ex-juiz será voltada para estudantes de pós-graduação, com duração prevista de 20 horas. 

Há alguns meses, circulava a informação de que Moro havia sido chamado para lecionar no Centro Universitário de Brasília (Uniceub), mas só agora a contratação foi confirmada. Segundo o Correio Braziliense, por enquanto as aulas devem ocorrer a distância e apenas nas terças-feiras, com as primeiras aulas agendadas para começar em setembro.

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Após ser provocado por Jair Bolsonaro (sem partido) na live dessa quinta-feira (6), o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), usou as redes sociais para rebater a fala do presidente. Chamado de "outro cara", o petista acusou a família do presidente de lavagem de dinheiro.

Em defesa da ampliação do retorno das atividades econômicas, Bolsonaro voltou a menosprezar a Covid-19 e questionou, “imagina se aquele outro cara tivesse ganho. Você acha que ele ia tá apoiando essa política de fecha tudo, fique em casa, multa quem tá na rua, ou estaria fazendo uma política semelhante a nossa?”.

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Pouco tempo após a crítica velada do presidente, o principal concorrente dele das eleições de 2018 foi ao Twitter exercer o direito de resposta e atacou. "Deixa eu te explicar @jairbolsonaro: enquanto sua família desviava e lavava dinheiro público, o outro cara abria as portas da universidade para jovens de todas as classes sociais", publicou.

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Quando o Banco Central (BC) anunciou a nova cédula de R$ 200 na última quarta-feira (29), muitos começaram a especular os impactos que poderia causar na economia do país, se esse seria o sinal de uma possível inflação ou se serviria apenas para facilitar a lavagem de dinheiro.

"A moeda não representa apenas um meio de troca entre bens ou serviços, representa reserva de valor, o papel-moeda de R$ 200 aumentará para cidadãos e empresas essa reserva de valor", explica o economista e professor da Universidade Guarulhos (UNG), Carlos Darienzo. Ou seja, o lançamento de uma cédula não é capaz de atingir as transações econômicas, financeiras e jurídicas entre o Estado, empresa e pessoas de maneira negativa.

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"Contudo, estou de acordo com os críticos que defendem que o Banco Central deveria priorizar o aumento da emissão de cédulas e moedas já existentes para facilitar as transações financeiras cotidianas no comércio", aponta o economista. Darienzo destaca que, durante a pandemia do coronavírus (Covid-19), as famílias não optaram pelo entesouramento, que seria guardar o dinheiro em casa ao invés de deixar nos bancos. Diante da crise, a renda foi destinada a cestas básicas, alimentos e remédios.

Por meio deste entendimento, é possível afirmar que o lançamento da nova nota de R$ 200 não trará impacto para economia. "Trata-se de uma decisão do Banco Central do Brasil para dinamizar as transações econômicas de bens e serviços", afirma Darienzo.

Apesar de muitos estarem preocupados com uma possível inflação, o lançamento de uma nova cédula não é capaz de causar o aumento geral e constante do preço dos produtos. "Durante a vigência do cruzeiro, fatores estruturais da economia é que geraram inflação descontrolada, por exemplo, excesso de gastos públicos, escassez de oferta de bens e serviços, além das constantes desvalorizações cambiais [cruzeiro versus cólar]", relembra o economista.

Outra questão levantada pela crítica é se esse novo lançamento contribuiria para a lavagem de dinheiro, praticada muitas vezes por políticos. A introdução da nova cédula, segundo o economista, não é capaz de favorecer essa prática, pois o dinheiro em espécie não é a única forma de ocultar patrimônio. "O combate eficiente à lavagem de dinheiro dá-se pela integração das políticas de ações dos governos nacionais e da integração entre as nações para esse fim, no âmbito de acordos internacionais", conclui.

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O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) apresentou uma denúncia, nesta quinta-feira (23), contra o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), por falsidade ideológica eleitoral, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os crimes, segundo o MP, teriam ocorrido a partir do recebimento de mais de R$ 10 milhões em doações da Odebrecht em 2010 e 2014. 

O valor não foi contabilizado, de acordo com a denúncia, na prestação de contas de Alckmin e, além de financiar ilicitamente as campanhas, também serviu para reforçar a influência da empresa na gestão. 

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Segundo informações de G1, o documento também observa que os pagamentos foram feitos pelo setor de operações estruturadas da Odebrecht por meios ilegais. Alckmin aparecia com o codinome “Belém” nas mensagens trocadas entre os que participaram o esquema. 

Além do ex-governador tucano, foram denunciados Marcos Antônio Monteiro, tesoureiro da campanha dele de 2014; Sebastião Eduardo Alves, funcionário de Marcos Antônio Monteiro; Alvaro José Gallies Novis, doleiro; e os funcionários da Odebrecht: Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Luiz Antônio Bueno Júnior, Arnaldo Cumplido de Souza e Silva, Maria Lúcia Guimarães Tavares, Fernando Migliaccio da Silva e Luiz Eduardo da Rocha Soares.

Ricardo Nunes, fundador e ex-principal acionista da rede varejista Ricardo Eletro, foi preso na manhã desta quarta-feira (8), em São Paulo, em uma operação de combate à sonegação fiscal e lavagem de dinheiro, em Minas Gerais. A investigação é resultado de uma parceria entre o Ministério Público de Minas Gerais, a Receita Estadual e a Polícia Civil.

Na operação, também foram presos a filha de Ricardo, Laura Nunes, e o irmão dele, Rodrigo Nunes, na região metropolitana de Belo Horizonte. Ainda há um mandado de prisão para o superintendente da rede varejista, Daniel Magalhães, em Santo André, São Paulo.

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De acordo com as investigações, cerca de R$ 400 milhões em impostos foram sonegados, durante mais de cinco anos. A operação foi denominada de “Direto com o dono”, e cumpre ainda nesta manhã mais 14 mandados de busca e apreensão.

Segundo informações do MPMG, a Ricardo Eletro embutia nos produtos o preço correspondente aos impostos, como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviço (ICMS), mas não repassava os valores.

A investigação ganhou força no ano passado, após a aprovação do Superior Tribunal Federal (STF) definir como crime a apropriação do ICMS. Segundo o MPMG, o crescimento de patrimônio do empresário justamente no período de sonegação, ao qual é referida a investigação, se configura também como lavagem de dinheiro.

Em determinação da Justiça, os bens e imóveis de Ricardo Nunes, avaliados em R$ 60 milhões, foram sequestrados, a fim de ressarcir o Estado pelo dano causado durante os últimos cinco anos. O patrimônio registrado em nome da mãe, das filhas e do irmão do empresário também tiveram crescimento acelerado no mesmo período.

A Ricardo Eletro soma uma dívida de cerca de R$ 3 milhões e está em recuperação judicial. A rede já fechou várias unidades em todo o país.

O senador José Serra (PSDB) tornou-se o novo alvo da Operação Lava Jato nesta sexta-feira (3). Ele e a filha Verônica Allende Serra foram denunciados por suspeita de lavagem de dinheiro das obras do Rodoanel Sul, em São Paulo. Oito mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Os procuradores do Ministério Público Federal (MPF) acreditam que o ex-governador de São Paulo "valeu-se de seu cargo e de sua influência política para receber, da Odebrecht, pagamentos indevidos em troca de benefícios relacionados às obras do Rodoanel Sul".

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A denúncia ainda aponta que o empresário e amigo do tucano, José Amaro Pinto Ramos, e Verônica Serra ocultaram as identidades para criar empresas no exterior, nas quais recebiam as propinas da Odebrecht destinadas ao então governador. "Milhões de reais foram pagos pela empreiteira por meio de uma sofisticada rede de offshores no exterior, para que o real beneficiário dos valores não fosse detectado pelos órgãos de controle", diz o comunicado.

A nota acrescenta que, "neste contexto, realizaram numerosas transferências para dissimular a origem dos valores, e os mantiveram em uma conta de offshore controlada, de maneira oculta, por Verônica Serra até o final de 2014, quando foram transferidos para outra conta de titularidade oculta, na Suíça". A denúncia destaca que a Justiça Federal autorizou o bloqueio de aproximadamente R$ 40 milhões da conta.

Entre 2006 e 2007, a empreiteira teria desembolsado cerca de R$ 4,5 milhões para a campanha eleitoral do psdebista e, posteriormente, mais R$ 23,3 milhões para liberação de créditos junto à Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A) pelas obras no Rodoanel Sul. "Por muitos anos, a Odebrecht relacionou-se com José Serra por meio de Pedro Augusto Ribeiro Novis, executivo da Braskem".

Em delação, Novis afirmou que Serra pediu R$ 4,5 milhões em 2006 para a offshore Circle Technical Company, que estaria no nome de José Amaro Pinto Ramos.

A 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba aceitou denúncia oferecida pela força-tarefa Lava Jato do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-gerente do Banco do Brasil José Aparecido Augusto Eiras e os doleiros Raul Henrique Srour e Carlos Arturo Mallorquin Junior, pelos crimes de organização criminosa, corrupção, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituição financeira. Os crimes foram cometidos pelo menos entre 2011 e 2014 e resultou na lavagem de mais de R$ 9 milhões. 

As investigações revelaram que Eiras, então gerente do Banco do Brasil, integrou, juntamente com Raul Srour e Carlos Arturo, organização criminosa destinada ao cometimento de diversos crimes, entre os quais a lavagem de dinheiro. Dentro de tal esquema criminoso, José Eiras valia-se da condição de gerente-geral de agência do Banco do Brasil para permitir a abertura e movimentação de contas bancárias em nome de empresas de fachada controladas por Srour e Arturo, assegurando que as operações de lavagem de ativos realizadas em tais contas não fossem notificadas ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). 

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Apurou-se ainda que, em contrapartida à atuação ilícita na instituição financeira, Eiras recebeu, pelo menos, R$ 551.334,00, conforme comprovado por transferências bancárias e anotações secretas dos operadores financeiros identificadas no curso das investigações (com expressa referência a pagamentos efetuados ao gerente).

Lavagem de dinheiro - Segundo a denúncia oferecida pela Força-Tarefa Lava Jato, além de auxiliar os doleiros na abertura e movimentação das contas bancárias, Eiras também contribuiu para a realização de operações de lavagem de dinheiro por meio da empresa CRG Serviços de Assessoria de Crédito de Cobrança, constituída em nome de seus familiares.

Também foi comprovado no curso das investigações que Eiras, na condição de gerente, firmou pelo Banco do Brasil termo de compromisso atípico por meio do qual a empresa Districash (uma das empresas controladas por Srour) se comprometia a fazer depósitos em espécie em determinadas agências do Banco e a efetuar compras periódicas e regulares de títulos de capitalização. A empresa CRG subscreveu o termo como garantidora da empresa Districash. Conforme consignado na auditoria interna do Banco do Brasil, por meio desse termo de compromisso, a Districash utilizava envelopes amarelos padronizados de uso exclusivo do banco, sendo que muitos desses envelopes, ainda lacrados, eram repassados no mesmo dia a outras empresas ligadas a diferentes grupos informais, sem que o numerário fosse conferido, conduta essa que viola frontalmente as regras de prevenção e combate à lavagem de dinheiro.

Da assessoria do MPF

A operação Soldi Sporchi (dinheiro sujo) da Polícia Civil de São Paulo prendeu 12 pessoas na última quarta-feira (3), na região metropolitana da capital e em cidades do interior paulista. Além de dez homens e duas mulheres, foram apreendidos veículos, armas, munições e cerca de R$ 400 mil em dinheiro. De acordo com a corporação, os detidos estão envolvidos em uma quadrilha que usava mais de 60 empresas do segmento de saúde para lavar dinheiro oriundo de roubos e do tráfico de drogas.

A investigação teve origem em novembro de 2019. A polícia iniciou o cerco ao grupo após a apreensão de um arsenal, em Guarulhos, região metropolitana de São Paulo. Segundo os agentes, além das clínicas médicas e odontológicas, a quadrilha atuava em algumas prefeituras municipais da Grande SP na prestação de serviços essenciais, como a coleta de lixo, e na terceirização no trabalho de limpeza em hospitais.

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Além dos detidos durante o cumprimento das ordens judiciais, a Polícia Civil também apreendeu 11 automóveis, um jet sky, três armas e dois carregadores, munições,  joias, mais de 900 relógios, R$ 392,2 mil em dinheiro, valores em moedas de outros países e documentos relacionados a movimentação financeira. Somado aos itens, foram recolhidos materiais eletrônicos que podem servir para a sequência das investigações, como 32 celulares, 23 pen drives, 11 notebooks, três computadores, cinco iPad's, três tablets, um Mac Book, uma máquina leitora de cartões, sete CPUs, quatro HDs externos, três CD's, cinco chips telefônicos, cartões de memória e uma central de monitoramento por meio de câmeras.

Todos os detidos devem responder pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Na manhã desta sexta-feira (8), a Polícia Federal cumpre dois mandados de prisão temporária referentes a uma organização criminosa que desviou recursos da obra de requalificação da BR-101. Com o contrato de execução acima de R$ 190 milhões, o grupo utilizou asfalto e materiais de baixa qualidade, que resultaram na pouca durabilidade do piso da rodovia.

Além dos desvios, o grupo também é suspeito de corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro dos recursos do Departamento de Estradas e Rodagens (DER) e da extinta Secretaria de Transportes do Estado de Pernambuco. Outros nove mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos nas cidades de Recife e Gravatá, em Pernambuco, e em Brasília, no Distrito Federal. Também foi decretado o sequestro de imóveis situados nos municípios pernambucanos.

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A primeira fase da operação já havia revelado evidências de desvios ao analisar transações de aproximadamente R$ 4,2 milhões feitos entre a empresa contratada e firmas fantasmas. A PF constatou que ex-servidores do DER, responsáveis pela fiscalização e liberação de recursos da obra, tiveram um ganho patrimonial incompatível com suas receitas dos últimos anos. Um deles chegou a comprar embarcações, veículos de luxo, apartamentos e fez viagens ao exterior. Todos esses bens eram registrados em nome de terceiros.

As autoridades ainda apontam que a antiga Secretaria de Transporte do Estado foi condescendente com os crimes e pode ter recebido vantagens por pessoas ligadas à pasta. Caso confirmadas as acusações, as penas somadas podem atingir 42 anos de prisão. A PF informa que os investigados serão encaminhados ao Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu Lima, Grande Recife.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) divulgou na sexta-feira (7) que denunciou, na segunda-feira (3), o ex-procurador-geral de Justiça do Rio, Cláudio Lopes pelo crime de lavagem de dinheiro. Além de Lopes, foram denunciados Ana Beatriz Crespo Lopes e Carlos Jardim Borges.

A denúncia foi ajuizada pelo substituto legal do Procurador-Geral de Justiça perante o Órgão Especial do Tribunal de Justiça. Segundo a denúncia da ação penal, os acusados teriam comprado bens móveis e imóveis com recursos financeiros recebidos por Cláudio Lopes em razão dos crimes de corrupção anteriormente denunciados, mediante dissimulação da origem ilícita dos recursos. O ex-procurador-geral já foi denunciado à Justiça pelos crimes de corrupção, quebra de sigilo funcional e organização criminosa. Os processos envolvendo o ex-procurador-geral encontram-se sob sigilo.

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Cláudio Lopes também responde a procedimento disciplinar no âmbito da Corregedoria-Geral do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, que também tramita sob sigilo.

Formação de quadrilha

Em outubro de 2018, o procurador-geral de Justiça em exercício, Ricardo Ribeiro Martins, denunciou quatro envolvidos em esquema comandado pelo ex-governador Sérgio Cabral, entre eles o ex-procurador-geral de Justiça Clúdio Lopes. Além de Cabral e Lopes, foram denunciados Wilson Carlos, então secretário de Governo, e Sérgio de Castro Oliveira, conhecido como Serjão.

Os quatro foram denunciados por formação de quadrilha, corrupção passiva e ativa e quebra de sigilo funcional, crimes cometidos entre o final de 2008 e dezembro de 2012. O processo encontra-se sob sigilo. Cláudio Lopes é acusado de recebimento de mesada do grupo do ex-governador Sérgio Cabral, enquanto ocupava o cargo entre 2009 e 2012. As acusações foram feitas em delação de Carlos Miranda, um dos principais operadores do esquema de propinas de Cabral.

Prisão

Um mês depois de denunciado pelo MP, Cláudio Lopes foi preso em casa, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio. A decisão foi tomada pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça, formado pelos 25 desembargadores mais antigos.

 

Uma ação da Polícia Federal (PF) cumpriu 21 mandados de busca e apreensão na manhã desta terça-feira (4) em cidades dos estados de São Paulo, Goiás, Santa Catarina, além do Distrito Federal. A denominada Operação Chorume é a sétima parte da Operação Descarte e faz parte da averiguação de fraudes praticadas pelo Consórcio Soma, que prestava serviço de limpeza urbana na cidade de São Paulo. A estimativa é de que o dinheiro lavado pela quadrilha pode alcançar R$ 400 milhões.

De acordo com a investigação, o conjunto de empresas teria disponibilizado matéria-prima com notas fiscais falsas de companhias que não existem. Durante o levantamento das informações, a Receita Federal do Brasil (RFB) identificou três grupos que atuavam na operação criminosa. Operadores, clientes e doleiros tinham papéis específicos na prática. Um escritório de advocacia em São Paulo emitia as notas e entregava o dinheiro para a companhia. Os clientes da sociedade de advogados indicavam contas bancárias dos estabelecimentos-fantasma para as quais deveriam ser realizadas transferências de valores. Na sequência, devolviam o dinheiro em espécie, com a cobrança de uma taxa de 2 a 3% do montante.

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Ainda durante a averiguação, a PF descobriu que a quadrilha tentou subornar funcionários da RFB para impedir a comunicação de evidências fraudulentas ao Ministério Público em 2017 pagando R$ 3 milhões. Um ex-servidor do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) se passou por uma autoridade influente na RFB e recebeu R$ 1,5 milhão do consórcio para comprovar o crime de corrupção passiva dos envolvidos.

Os investigados devem responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, violação de sigilo funcional, formação de organização criminosa e corrupção ativa e passiva.

O presidente Jair Bolsonaro evitou, nesta segunda-feira (3), falar sobre a conclusão, pela Polícia Federal, de que não há indícios de que o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) tenha cometido os crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica em uma das investigações que o envolvem. Questionado pela imprensa ao chegar em evento em São Paulo, ele se limitou a dizer: "pergunta para a Polícia Federal, não me meto em questões do Judiciário". Flávio estava presente na comitiva de Bolsonaro.

O presidente da República levou uma farta comitiva para o evento de inauguração da pedra fundamental do Colégio Militar de São Paulo. Além de Flávio, outro filho do presidente, Eduardo Bolsonaro, também compareceu.

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Jair Bolsonaro estava acompanhado dos responsáveis pelas pastas do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e da Educação, Abraham Weintraub. Ambos foram duramente criticados pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, na semana passada. A nova secretária de Cultura, Regina Duarte, também acompanhou o presidente.

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro João Otávio de Noronha, decidiu nesta sexta-feira (24) suspender a tramitação de uma ação penal aberta contra o ex-presidente Michel Temer pelo suposto crime de lavagem de dinheiro. A medida é válida até que a Quinta Turma do tribunal julgue o caso definitivamente.

Ao recorrer ao STJ para suspender a ação, que está em tramitação na Justiça de São Paulo, a defesa de Temer sustentou que o processo deve ser julgado pela Justiça Federal em Brasília, onde outra ação contra o ex-presidente está em tramitação. O caso envolve o suposto pagamento de R$ 1,6 milhão em espécie para custear a reforma da casa de filha de Temer, Maristela.

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Na liminar, o presidente do STJ entendeu que "há certa relação de dependência" entre as ações e a defesa pode ter prejuízos se as ações continuarem em andamento de forma separada.

"Havendo certa relação de dependência entre os delitos apurados em um e outro Juízo, é muito provável que a defesa encontre dificuldades para articular seus argumentos e provas, além do (forte) risco de haver decisões opostas e até mesmo contraditórias", decidiu o presidente.

Com o fim do período de recesso nos tribunais superiores, no dia 1º de fevereiro, o caso será remetido para o relator, ministro Ribeiro Dantas, um dos integrantes da Quinta Turma do STJ.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Paulo Okamoto, que é presidente do Instituto Lula, o ex-ministro Antônio Palocci e Marcelo Odebrecht foram indiciados nesta última terça-feira (24), pela Polícia Federal por conta das doações feitas pela empresa Odebrecht ao Instituto do ex-presidente petista. Os recursos foram transferidos sob rubrica de "doações", mas eram abatidas por uma espécie de conta corrente informal, de acordo com a PF.

A polícia indicia Lula pelo repasse de R$ 4 milhões feitos pela Odebrecht entre dezembro de 2013 e março de 2014. Segundo publicação do O Globo, os valores foram repassados para o Instituto Lula de forma oficial, sob a alegação de serem consideradas doações feitas pela empreiteira. No entanto, a Polícia Federal acredita que os milhões vieram de uma conta informal de propinas que o ex-ministro Antônio Palocci mantinha com a Odebrecht - em favor do PT.

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Lula, Paulo Okamotto e Antônio Palocci estão sendo indiciados por corrupção passiva e lavagem de dinheiro - já marcelo Odebrecht foi indiciado por corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

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