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Em sua live dessa quinta-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a apontar que houve irregularidades nos financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) nos governos do PT, mas não apresentou provas e admitiu que os empréstimos foram feitos dentro da lei.

Bolsonaro fala sobre o assunto desde a campanha de 2018, quando prometeu uma auditoria no banco para constatar o suposto esquema das gestões passadas. Ele disse que ia expor os relatórios da estatal e comprovar os desvios na live dessa quinta (28), mas não cumpriu.

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Sem provas para basear sua denúncia, ele culpou o Congresso - o qual fazia parte no período - por liberar Projetos de Lei e Medidas Provisórias que permitiram as transações aos países estrangeiros. 

Após eleito, o chefe do Executivo gastou R$ 48 milhões do BNDES para a revisão de contratos. Porém, os indícios das irregularidades ainda não foram encontrados.

Ao lado do presidente do BNDES, Gustavo Montezano, Bolsonaro assumiu que as regras de repasse nos últimos 20 anos eram legais. 

“Tudo foi legal. Não houve caixa-preta. Caixa-preta era aquele período, onde não podia se divulgar nada, inclusive os contratos com outros países por decisão judicial", confirmou.

Sem sustentar as acusações, restou a Bolsonaro atacar o ex-presidente Lula (PT).

“Vai acontecer o que aconteceu no passado. Não vai ser diferente. O que a gente tem informações aqui – eu não tenho provas – é que está tudo pronto para o futuro possível governo do Lula. Muitos desses atores do passado vão retornar. E vão voltar fazendo a mesma coisa ou até pior. Acho até que, se voltarem, vão voltar para nunca mais sair daqui [do poder]”, considerou.

Ele ainda citou o empréstimo do BNDES para a construção do Porto de Mariel, em Cuba. Segundo Bolsonaro, Lula teria aceito receber o pagamento em charutos. 

Na verdade, a negociação estipulou que se Cuba não conseguisse pagar o empréstimo teria que repassar ao Brasil os ganhos com as vendas de charutos.

Até setembro de 2018, Cuba pagou R$ 293 milhões da dívida, de acordo com a Folha de S. Paulo. Depois deixou de pagar e o banco acionou o seguro do Fundo de Garantia à Exportação (FGE) para cobrir a inadimplência.

Numa queda de braço com o Ministério da Economia, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) descumpriu o acordo fechado no início de 2021 que previa a devolução de R$ 100 bilhões dos empréstimos feitos pelo Tesouro ao banco estatal.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, contava com a devolução desses R$ 100 bilhões na sua estratégia para reduzir a dívida pública em 2021, depois dos gastos maiores com a estratégia de combate da pandemia da covid-19, a partir de março de 2020.

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Nas projeções para a dívida bruta, a equipe econômica contava com o cumprimento do cronograma de devolução de R$ 100 bilhões em 2021 e de mais R$ 54 bilhões em 2022. Para 2021, o governo projetava uma dívida de 80,6% do Produto Interno Bruto (PIB), com queda para 79,5% no ano seguinte. Esse cenário agora terá de ser alterado.

O BNDES fez esta semana o último pagamento do ano, no valor de R$ 3,5 bilhões, totalizando R$ 62, 6 bilhões de devolução antecipada em 2021. Outros R$ 4,6 bilhões foram pagos referentes às parcelas ordinárias.

 

ENTENDA O CASO

Os empréstimos do Tesouro ao BNDES marcaram a política econômica dos governos Lula e Dilma Rousseff e serviram para bancar o financiamento de empresas com juros mais baratos e taxas subsidiadas.

Após o Tribunal de Contas da União determinar a irregularidade das operações, há quase cinco anos, foi fechado um cronograma de devoluções, após certa resistência do BNDES, que chegou a ser cobrado pelo Ministério Público junto ao TCU no que se refere à realização dos pagamentos.

Em março deste ano, no entanto, o próprio banco de fomento havia confirmado que devolveria antecipadamente os valores em proposta encaminhada ao Tribunal de Contas da União (TCU).

O plenário do TCU considerou irregulares os contratos de empréstimos firmados entre a União e os bancos públicos realizados por meio da emissão direta de título do Tesouro, seja para a realização de políticas públicas setoriais ou para aumento de capital da instituição financeira.

O objetivo da devolução é viabilizar a redução do saldo da dívida pública mobiliária federal e do montante projetado de subsídios creditícios. Mas a operação sempre foi alvo de resistência do banco, que contava com parte dos títulos repassados pelo Tesouro no seu caixa para reforçar o seu lucro.

Questionado pelo Estadão, o banco alegou que o plano de devolução tinha dois cronogramas de antecipação distintos: um de compromisso firme, no qual as antecipações deveriam observar o ritmo do retorno dos recursos empregados em operações de crédito, e outro chamado de "melhores esforços", cuja efetiva execução está sujeita ao atendimento de "certas condições" precedentes que terminaram por não se realizar.

No comunicado, o BNDES não explicou que condições seriam essas. Mas reconheceu que o cronograma de melhores esforços é uma forma de acelerar a liquidação antecipada que está sujeita a determinados condicionantes que não levem "à perda financeira do banco".

PREJUÍZO

Como os empréstimos do Tesouro posteriormente considerados irregulares pelo TCU foram feitos em condições mais favoráveis, esse tipo de cronograma, na prática, abre brecha para que a antecipação não ocorra porque o banco sempre alegará que terá perdas com o repasse ao Tesouro.

A articulação do banco de usar esse tipo brecha gerou atrito com o Ministério da Economia, especialmente em um momento em que o compromisso do governo com a austeridade fiscal está sendo questionada pelo mercado.

De acordo com o banco de fomento, o saldo dos passivos considerados irregulares soma R$ 98 bilhões. O banco informou que a velocidade da liquidação dependerá do atendimento de condicionantes que levem a perdas.

Procurado pelo Estadão, o Ministério da Economia informou que o cronograma só estará cumprido no encerramento das devoluções.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nessa terça-feira (14), o prefeito João Campos (PSB) esteve em Brasília e assinou contrato com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para que empresas privadas administrem seis parques do Recife. Após a fase de análise, o edital de licitação deve ser lançado nos primeiros meses de 2022.

Os parques Dona Lindu, Jaqueira, Macaxeira, Santana, Caiara e Capibaribe serão avaliados por uma consultoria contratada pelo banco nos próximos 30 dias. O acordo prevê que o BNDES pague R$ 2,46 milhões pelo estudo, que deve ser concluído em até oito meses.

Prefeito diz que polêmica é desnecessária

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O próprio João Campos assumiu que a proposta gerou polêmica, mas defende a gestão dos dispositivos pela iniciativa privada por mais 'modernização' e para evitar gastos da Prefeitura com manutenção, limpeza, poda e iluminação.

"Todos os parques terão suas entradas gratuitas, não será cobrado de maneira nenhuma para entrar em algum deles", garantiu.

Ao invés de vender os seis dispositivos para empresas, o prefeito quer ceder a gestão através de contratos temporários. 

"Às vezes se criam polêmicas desnecessárias, em que as pessoas veem por cima o assunto e terminam fazendo um juízo de valor diferente do que é. Primeiro, a gente tem que diferenciar o que é Parceria Público-Privada (PPP) de Concessão. Nas concessões você não onera o Poder Público.  Então, a gente está estudando um modelo de concessão para seis parques municipais que não vai gerar nenhum custo para o município”, explicou.

Recife servirá como teste para o BNDES

Recife será um teste para o novo modelo de atuação do BNDES que, se der certo, será levado a outros municípios do país. “O Recife será um projeto-piloto para a atuação do BNDES na estruturação da concessão de parques municipais, com um grande potencial de difusão para todo o País”, disse Fábio Abrahão, diretor de Concessões e Privatizações do BNDES.

Os estudos programados pela parceria vão avaliar a viabilidade econômico-financeira, questões de Engenharia e criar o arcabouço jurídico para entregar os espaços à futura empresa concessionária. Todo processo será acompanhado Secretaria Executiva de Parcerias Estratégicas (SEPE) e a empresa deve ressarcir o BNDES pelos custos do levantamento.

Antes de lançar o edital que vai definir a futura administradora, o projeto será disponibilizado para consulta pública por 30 dias e segue para aprovação do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Só então a licitação será aberta, com perspectiva de fechar o contrato com a vencedora nos primeiros meses de 2023.

O plano do governo Bolsonaro de renovar o parque de usinas térmicas a carvão mineral, uma das fontes mais poluentes da matriz energética, prevê a injeção de R$ 20 bilhões nessas operações nos próximos dez anos. A questão é saber de onde sairá o dinheiro para financiar um negócio que encolhe em todo o mundo devido à urgência na redução de emissões de gases de efeito estufa. O BNDES, principal banco estatal de financiamento do setor, está fora dessa aposta, diz que só apoia energia limpa e que, até segunda ordem, não pretende colocar nenhum centavo naquele que é um dos principais programas energéticos do governo federal.

O Ministério de Minas e Energia (MME) afirma que a decisão do banco a respeito dos planos de renovação do parque de usinas térmicas a carvão, que anunciou em agosto, teria relação com a definição de "prioridades" de investimento, devido à "restrição de recursos" financeiros do banco. O Estadão questionou o banco sobre os planos do MME. O BNDES deixa claro que não se trata de falta de recursos, e sim da forma como encara o assunto.

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O BNDES rechaçou qualquer possibilidade de financiar as operações, sob o argumento de que "tem uma visão estratégica que leva em consideração o desenvolvimento sustentável e de longo prazo do País e do mundo". No setor de energia, disse o banco, "tal visão está necessariamente alinhada com os esforços para construir uma matriz energética diversificada e limpa".

A última usina a carvão mineral financiada pelo BNDES recebeu recursos em 2015. No ano seguinte, o banco resolveu vetar repasses para esse tipo de projeto. Neste ano, o posicionamento foi formalmente definido pela diretoria do banco, para apostar em projetos menos poluentes. Nos últimos cinco anos, o BNDES firmou contratos de R$ 27 bilhões em financiamentos a projetos com fontes hídricas, solares, eólicas e de biomassa. Outros 12 projetos de térmicas a gás receberam R$ 7,7 bilhões no período.

Sem o repasse do BNDES, a renovação ou a ampliação do parque de usinas a carvão ficará mais difícil. Hoje, 100% dessa estrutura está limitada a sete usinas (uma no Paraná, duas no Rio Grande do Sul e quatro em Santa Catarina). Juntas, somam uma capacidade instalada de 1.572 megawatts médios, energia que abastece boa parte do consumo da região Sudeste.

A concentração dos projetos na região não é casual: 99,97% do carvão mineral do Brasil está no Sul, sendo 89,27% no Rio Grande do Sul, 10,38% em Santa Catarina e 0,32% no Paraná. O desafio é saber como o Brasil cumprirá suas metas de redução do aquecimento global - causado pelas emissões de gases de efeito estufa - se pretende renovar e investir no parque atual. Por outro lado, impõem-se medidas sociais e econômicas para amparar milhares de famílias que vivem da cadeia do carvão mineral, que movimenta cerca de R$ 1 bilhão por ano.

"O que deve ser feito, no caso dos trabalhadores do Sul, é uma transição justa, atendendo à demanda de energia e substituindo os empregos perdidos", diz Ricardo Baitelo, coordenador de projetos do Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema). "Um exemplo de fonte capaz de apoiar o desenvolvimento econômico e social é a energia solar. Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina são, respectivamente, o terceiro, o quinto e o nono no ranking de geração distribuída no Brasil, e essa atividade pode ser amplificada com políticas públicas e linhas de financiamento."

Poluição em dobro

O setor mineral e as usinas térmicas sustentam a tese de que têm investido em novas tecnologias nos últimos anos, o que ajudou a reduzir o impacto ambiental desses projetos. Os dados, porém, quando comparados aos de demais fontes, dão uma ideia mais clara do que está em jogo.

Considere-se um volume de energia necessário para abastecer uma cidade do Sudeste com 1 milhão de habitantes. Se toda essa energia fosse gerada por uma usina a gás natural, seriam lançados no ar 1,3 milhão de toneladas de CO2 por ano. Se essa mesma energia saísse de uma térmica a carvão, seria o dobro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quinta-feira (5), que recebeu o relatório do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com todas as operações realizadas pelos governos do PT e vai encaminhá-lo para a Controladoria-Geral da União (CGU). Segundo disse ele à Rádio 93 FM - RJ, o montante soma R$ 30 bilhões.

"Não houve nenhum controle desses empréstimos, que beneficiaram Cuba, Venezuela, dentre outros", declarou o chefe do Executivo. Em críticas aos governos petistas, Bolsonaro acusou a ex-presidente Dilma Rousseff de despachar no Palácio ouvindo inteligências da Venezuela e de Cuba. "Não tem qualquer controle", pontuou.

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Ao afirmar que a liberdade e direitos dos cidadãos brasileiros estão ameaçados pelo PT, Bolsonaro disse que recebeu informações de Roraima, vizinha da Venezuela, que mostram fuga venezuelanos da fome

Novo ataque a Barroso

"Se a esquerda voltar ao poder e acreditarmos no presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, nosso futuro estará comprometido", declarou o chefe do Executivo, que acusa o ministro de ser a favor da urna eletrônica para favorecer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. "Lula promoveu o maior esquema de corrupção do mundo está elegível", disse, acrescentando que existe um "plano para me tornar inelegível".

A afirmação ocorre também após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acolher, na quarta-feira (4), a notícia-crime apresentada pelo TSE e mandar abrir investigação para apurar a possível prática de 11 crimes pelo presidente. Como mostrou o Estadão/Broadcast, o desfecho das investigações pode tornar Bolsonaro inelegível, caso ele seja responsabilizado criminalmente, além de levar à impugnação de eventual registro de sua candidatura a um segundo mandato.

Seguindo nas críticas contra Barroso, Bolsonaro declarou que as bandeiras defendidas pelo ministro são aborto e liberação drogas. "É um homem sem religião", afirmou, e sugeriu que ele seja vice-presidente de Lula nas eleições de 2022.

A empresa que intermediou a compra superfaturada de doses da Covaxin pelo Ministério da Saúde cresceu 6.000% nos três anos de governo Bolsonaro. O filho do presidente, o senador Flávio (Patriota-RJ), é apontado como o facilitador para que a Precisa Medicamentos alcançasse novos investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Antes da gestão Bolsonaro, a Precisa havia negociado apenas R$ 27,4 milhões para a entrega de preservativos femininos, quando o ministro da Saúde era o deputado Ricardo Barros (PP-PR). Ele é apontado como o articulador da negociação de 20 milhões de doses da Coxavin superfaturadas em 1.000 %.

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Com a saída de Michel Temer (MDB), a empresa estreitou a relação com o Governo Federal e deu um salto em seus contratos públicos. A Precisa fechou e intermediou acordos de R$ 1,67 bilhão, além de obter acesso a ministérios, ao BNDES e à embaixada do Brasil na índia, indica a Fórum.

A revista Veja já havia revelado que Flávio Bolsonaro organizou um encontro entre o empresário por trás da Precisa, Francisco Maximiano, e o presidente do BNDES Gustavo Montezano. O senador chegou a admitir que tinha “amigos em comum” o dono da farmacêutica.

Dois projetos de desenvolvimento tecnológico e inovação do Centro Henrique Penna (CHP), parte do Complexo Tecnológico de Vacinas (CTV) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), receberam R$ 48,4 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em recursos não reembolsáveis, por meio do Fundo Técnico e Científico do banco (Funtec).

Segundo informou nesta sexta-feira (11) o banco, o apoio concedido pelo BNDES permitiu que a Fiocruz tivesse a infraestrutura necessária para a rápida incorporação da produção 100% nacional do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) da vacina AstraZeneca, contra a Covid-19, cujo contrato de transferência tecnológica foi assinado em 1º de junho. De acordo com o BNDES, os investimentos reduzem a dependência externa de tecnologia e favorecem a produção, no país, de medicamentos biotecnológicos.

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As instalações construídas receberam recentemente, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a verificação da Condição Técnico Operacional (CTO) e o certificado de Boas Práticas de Fabricação (cBPF) para a produção do IFA.

Protótipos 

A segunda operação, contratada em 2014 e com previsão de conclusão em julho próximo, destinou R$ 18,3 milhões para equipar a planta de protótipos. A plataforma de processamento final da planta será utilizada para o acréscimo de capacidade produtiva de vacina contra covid-19, fruto da parceria da Fiocruz com a empresa britânica AstraZeneca.

Autonomia 

O diretor de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Maurício Zuma, considera que o financiamento recebido do Funtec foi fundamental para a operacionalização, desenvolvimento e absorção de tecnologia por Bio-Manguinhos, assegurando autonomia ao Brasil para a produção de biofármacos e kits de diagnóstico da covid-19. “Graças a esse investimento, Bio-Manguinhos foi capaz de dar respostas rápidas nesse momento da pandemia, inicialmente com o escalonamento da produção do kit molecular para a covid-19 e, agora, com o início da produção do IFA nacional para a vacina", celebrou Zuma.

Já o superintendente da Área de Gestão Pública e Socioambiental do BNDES, Julio Leite, ressaltou que o apoio não reembolsável do BNDES à saúde teve sempre a preocupação de enfrentar desafios tecnológicos e lacunas de infraestrutura para o desenvolvimento de medicamentos e produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo, segundo enfatizou, é “aumentar o acesso da população a produtos nacionais mais inovadores”. A planta de protótipos do CHP é a primeira planta biotecnológica da iniciativa pública do país, salientou o BNDES.

 

O subprocurador-geral do Ministério Público, Lucas Furtado, pediu que o Tribunal de Contas da União (TCU) investigue o repasse de R$ 153 milhões feito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para uma fábrica de hidroxicloroquina, em 2020. Embora defendida pelo presidente Jair Bolsonaro como composto do 'kit Covid', as autoridades mundiais de saúde negam a eficácia do medicamento e alertam para seus efeitos letais.

O recurso federal foi enviado à Apsen Farmacêutica, com sede em São Paulo, para a produção do medicamento indicado pelo Ministério da Saúde como integrante do 'tratamento precoce', junto com ivermectina e azitromicina, na recuperação da Covid-19.

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De acordo com a denúncia, ao longo de 2020, a Apsen recebeu sete vezes mais do que todos os repasses feitos pelo BNDES em 2019.

No documento enviado para a presidente da Corte de Contas, Ana Arraes, o subprocurador-geral questiona o motivo da maior fabricante de hidroxicloroquina do país "receber tamanho empréstimo quando é do conhecimento que essa empresa é líder de produção de um remédio cuja eficácia no combate à pandemia da Covid-19 está sendo reiteradamente combatida".

Lucas Furtado ainda classifica que é "completamente imoral que o BNDES se utilize de recursos públicos em empréstimos com finalidades inúteis".  O pedido de investigação junto ao Ministério Público foi feito pelo ex-ministro da Saúde, o senador Humberto Costa (PT-PE).

Por Diego Junqueira, do Repórter Brasil

A Apsen Farmacêutica, principal fabricante de hidroxicloroquina do Brasil, assinou dois contratos de empréstimo com o BNDES em 2020, no total de R$ 153 milhões, para investir em atividades de pesquisa e ampliar sua capacidade produtiva. O valor é sete vezes maior do que o crédito liberado para a empresa nos 16 anos anteriores somados.

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O primeiro acordo, assinado em fevereiro de 2020, prevê financiamento de até R$ 94,8 milhões para o “plano de investimentos em inovação” da companhia. Desse montante, o banco desembolsou R$ 20 milhões em março do ano passado.

Já o segundo financiamento, de R$ 58,9 milhões, foi assinado em junho para “ampliar a capacidade produtiva e de embalagem no complexo industrial da Apsen, em São Paulo”. Os recursos aprovados neste acordo ainda não foram liberados pelo BNDES. As informações constam no site da instituição, que usa recursos públicos para oferecer empréstimos com juros abaixo dos praticados pelo mercado.

O presidente da Apsen, Renato Spallicci, é antigo apoiador do presidente Jair Bolsonaro e, na pandemia, ganhou o ex-capitão como “garoto-propaganda”.

Bolsonaro, que defende o medicamento para tratar a covid-19, mesmo com a ineficácia comprovada, exibiu a caixinha de hidroxicloroquina da empresa em diversas ocasiões: na posse do general Eduardo Pazuello como ministro da Saúde, em aglomerações em Brasília, em um encontro virtual dos líderes do G-20 e até para a ema do Palácio do Alvorada.

As vendas de hidroxicloroquina – que é eficaz contra malária e doenças reumáticas, segundo a bula –, ajudaram a Apsen a alcançar faturamento recorde no ano passado, próximo de R$ 1 bilhão. Alta de 18% em relação ao ano anterior, dos quais 2,7% se devem ao remédio, como afirmou à Repórter Brasil. A farmacêutica produz outros medicamentos cujas vendas aumentaram em 2020 em função da pandemia, como vitamina D e antidepressivos.

A Apsen é a líder do mercado nacional de hidroxicloroquina – e maior beneficiada pela comercialização recorde do produto em 2020. Sua medicação está no mercado há 19 anos e respondeu por 78% das vendas no ano passado, segundo a farmacêutica.

A empresa afirmou que não usou o financiamento público na fabricação do remédio, mas que pediu os empréstimos para investir em projetos de “expansão da empresa e linhas de produtos”. A Apsen disse que os investimentos já estavam previstos antes da pandemia, informação confirmada pelo BNDES. Os pedidos foram feitos em 2019, mas os contratos assinados em 2020 – e a maior parte dos recursos ainda não foi desembolsada pelo banco.

A empresa admite, contudo, que a crise de saúde acelerou os investimentos. “O foco da Apsen em 2020 foi entender a conjuntura econômica e rever o tempo em que os investimentos seriam executados. Alguns projetos do nosso planejamento estratégico foram antecipados e outros, postergados”, disse a empresa à Repórter Brasil.

Segundo João Paulo Pieroni, chefe do Departamento do Complexo Industrial e de Serviços de Saúde do BNDES, os projetos apoiados não focaram em apenas um medicamento, mas na expansão geral da empresa no longo prazo. “O apoio do banco já estava previsto e não teve qualquer relação [com a produção de hidroxicloroquina]. A empresa pode até ter aproveitado esse momento comercialmente, mas, do ponto de vista do financiamento do banco, não teve efeito”.

Recorde de vendas

A hidroxicloroquina bateu recorde de vendas em 2020 após se tornar o carro-chefe do governo brasileiro para enfrentar a covid-19. Só em farmácias foram comercializadas 2 milhões de unidades (com pico em dezembro) – alta de 117% no ano em comparação a 2019, segundo o Conselho Federal de Farmácia.

Além de distribuir cloroquina no SUS, o Ministério da Saúde incentivou a automedicação, por meio de um aplicativo e em campanha publicitária, e adotou um protocolo clínico, batizado de “tratamento precoce”, que recomenda a droga no estágio inicial da doença.

Estudos científicos comprovaram que a cloroquina e a hidroxicloroquina são ineficazes contra o novo coronavírus e podem causar danos à saúde dos pacientes. Sociedades médicas recomendam seu uso apenas para os tratamentos indicados na bula – o que não inclui a covid-19.

Apesar disso, o governo federal lançou incentivos para respaldar a produção no país. Além de ampliar a fabricação pelo Laboratório do Exército e de usar os estoques da Fiocruz que seriam destinados ao programa de malária, o Executivo zerou o imposto de importação sobre a cloroquina, ainda em março de 2020. O Itamaraty também intermediou negociações entre a Apsen e o governo da Índia, em abril, para destravar a liberação de matéria-prima, conforme revelou a agência de dados Fiquem Sabendo.

Por e-mail, a empresa disse que Spallicci não tem relação pessoal com o presidente e que eles nunca se encontraram “presencialmente ou virtualmente”. A relação com o governo federal se dá via Ministério da Saúde, Itamaraty e Anvisa, diz a Apsen.

Questionada sobre a aprovação recorde de empréstimos em 2020, a farmacêutica disse que demandou financiamentos para investir em pesquisa de novos produtos e na área industrial, “com o objetivo de preparar as áreas produtivas para suportar o plano de lançamentos dos próximos anos”. A empresa quer dobrar o faturamento em cinco anos.

Apesar de estudos comprovarem a ineficácia da cloroquina para o tratamento da covid-19, a Apsen não se posicionou contra o uso do medicamento, como fez recentemente a americana Merck em relação à ivermectina. O único comunicado oficial no site da farmacêutica brasileira, publicado em abril passado, trata a hidroxicloroquina como possível “cura” para a doença.

Questionada pela Repórter Brasil, a empresa disse que seu trabalho é pautado em ciência. “Atualmente, com base nas últimas evidências científicas, a Apsen recomenda a utilização da hidroxicloroquina apenas nas indicações previstas em bulas, as quais são aprovadas pela Anvisa.”

R$ 925 milhões a farmacêuticas

Outra fabricante de hidroxicloroquina que recebeu empréstimos do BNDES em 2020 foi a EMS. A companhia recebeu R$ 23 milhões do banco público em maio para investir em duas frentes: na implantação de uma fábrica de medicamentos oncológicos (R$ 7 milhões) e na ampliação de sua linha industrial (R$ 16 milhões). O apoio total pode chegar a R$ 123 milhões.

A farmacêutica é a que mais vende remédios no Brasil e tem no portfólio outras medicações cujas vendas cresceram em 2020, como o vermífugo ivermectina, além de antibióticos e antidepressivos. A ivermectina foi o medicamento sem eficácia para covid-19 que mais cresceu em vendas no ano passado: foram comercializados 53,8 milhões de comprimidos, contra 8,1 milhões em 2019, alta de 557%, segundo o conselho de Farmácia.

Procurada, a EMS não quis se manifestar.

Na avaliação de Nelson Mussolini, presidente-executivo do Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo), os investimentos apoiados pelo BNDES não têm relação com a pandemia porque miram um horizonte de 10 a 15 anos. “Esses planos de investimento certamente foram desenvolvidos em 2018 e 2019, porque o setor já esperava um crescimento em 2020 e 2021”, diz ele, que calcula alta de 10,5% no faturamento do setor em 2020.

O BNDES é um dos principais financiadores da indústria farmacêutica no Brasil. Nos últimos 15 anos (2006 a 2020) o banco financiou o setor com R$ 6 bilhões. Entre os apoios está a construção do Centro Henrique Penna, na Fiocruz, que está produzindo a vacina de Oxford para covid-19. O banco avalia atualmente o possível apoio ao desenvolvimento de uma vacina brasileira.

No total, o BNDES liberou R$ 550 milhões para o setor em 2020, maior valor desde 2010. Em 2019, antes da pandemia e no primeiro ano do governo Bolsonaro, as farmacêuticas receberam o menor investimento desde 2001: foram aplicados R$ 87,5 milhões em 2019, ante R$ 370 milhões em 2018.

O aumento de casos de Covid-19 em Manaus (AM) fez o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) retomar a captação de doações ao programa "Matchfunding Salvando Vidas", para doações acima de R$ 100 mil por pessoas jurídicas.

A cada real doado, o BNDES dobra o valor a ser entregue aos beneficiários. O programa tem a parceria das organizações Sitawi, CMB e Bionexo. Na primeira doação, na última sexta-feira (22), a Eletronorte viabilizou a entrega de 100 cilindros de oxigênio para quatro hospitais públicos de Manaus.

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De acordo com as regras do Salvando Vidas, os recursos são destinados à compra de equipamentos de proteção individual (EPIs) e hospitalares. Esses equipamentos são doados a instituições de saúde filantrópicas ou públicas que estejam atuando no combate à pandemia.

Nessa terça-feira (5), o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL), assinou o maior contrato de Parceria Público-Privada (PPP) de Pernambuco para instalar lâmpadas de LED em todo município. Ele esteve na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em Brasília, onde encontrou-se com o presidente da entidade, Gustavo Montezano.

O acordo estipula o investimento de R$ 140 milhões destinados à iluminação pública até o fim de 2022. O banco tem até 90 dias para analisar o projeto e, em abril deste ano, será aberto o processo de licitação. “Jaboatão se tornará referência em tecnologia com sustentabilidade”, garantiu o prefeito.

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“Essa parceria com o BNDES é de grande importância, não só na questão do menor consumo de energia e na geração de economia. Com as praças, ruas e avenidas mais iluminadas, estamos contribuindo com a segurança das pessoas, garantindo bem-estar à população”, afirmou Anderson, que ressaltou o baixo custo de manutenção, visto que a durabilidade do LED equivale a 50 mil horas de uso, e o estímulo ao lazer noturno.

Dos 45 mil pontos de iluminação da cidade, segundo a gestão, nove mil já são em LED e outros seis mil serão requalificados ainda neste ano, com recursos do próprio município. 

A economia com a troca da rede de iluminação deve ser remanejada para áreas consideradas prioritárias como Educação, Saúde e Transporte.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou nesta quinta-feira (3) que problemas de saneamento em áreas urbanas, como a gestão de resíduos sólidos e o tratamento de esgoto, são a maior questão ambiental do Brasil. O ministro participou nesta manhã de uma live promovida pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre os desafios trazidos pelo Marco Legal do Saneamento, aprovado neste ano, para a gestão dos resíduos sólidos.

"A agenda ambiental urbana, saneamento e resíduos, constitui o maior problema ambiental brasileiro pra esses 80% da sociedade, em média no território nacional, que vive nas regiões urbanas mediante uma má gestão tanto do resíduo quanto ausência ou ineficiência dos sistemas de tratamento de esgoto e saneamento", disse o ministro, que considerou a situação urgente e um "vergonhoso atraso".

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"Essa é a principal questão ambiental brasileira. As pessoas, principalmente as mais pobres, estão vivendo em regiões nas cidades, mesmo em cidades pequenas, em meio a lixões."

As soluções para esses problemas, na visão do ministro, precisam ser flexíveis para se adequarem às diferenças que se apresentam nas regiões brasileiras, com municípios de diferentes tamanhos populacionais e territoriais.

"Temos que ter, para esses projetos, uma flexibilidade muito grande, quer seja na estruturação jurídica dessa visão de consórcio que é muito boa, mas, em alguns casos, não aplicável. E ter a consciência que em alguns lugares a tecnologia de larga escala é possível, e aí o projeto contempla isso. E, em outros, temos que ter soluções que contemplem essas micro demandas".

Salles explicou que mesmo a formação de consórcios para a licitação dos serviços de saneamento pode não ser viável quando as cidades em questão são distantes ou formadas por pequenas vilas separadas entre si, como no caso de municípios da Amazônia.

"Ali, a solução consorciada é inviável completamente, seja por serem locais muito pequenos ou porque estão muito distantes e sem conexão. Muitos deles só se comunicam por meio dos rios", disse ele, que defendeu que  financiamentos com condições privilegiadas para esses casos, por meio dos R$ 570 milhões repassados do Fundo Nacional de Mudanças do Clima (FNMC) ao BNDES.

"Entendo que esse recurso do fundo, transferido por nós ao BNDES, tem que entrar nessas lacunas onde o mercado, por essas razões todas, não terá interesse ou não terá condições de entrar. A gente entra com os recursos no BNDES arrumando essas dificuldades, seja em saneamento e seja em resíduos sólidos".

A live com a participação do ministro contou com comentários do presidente da Associação Brasileira de Empresas Tratamento de Resíduos e Efluentes, Luiz Gonzaga. Ao tratar dos desafios, Gonzaga defendeu a cobrança do serviço de coleta de resíduos, prevista no Marco Legal do Saneamento.

"Não estamos falando de criação de impostos, estamos falando na remuneração de um serviço que é feito, seja pela iniciativa pública ou privada r que precisa ser reembolsado", disse o ministro. Ele adiantou que a associação pretende lançar um guia para ajudar prefeitos na transição para as novas regras previstas pelo marco legal.

 

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) quer chegar ao fim de 2021 com "dezenas" de parques ou unidades de conservação prontos para serem concedidos à iniciativa privada, com foco na exploração do turismo. A ideia é aproveitar as belezas naturais do País para, segundo o banco, ao mesmo tempo fomentar negócios turísticos e incentivar a preservação. Para o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, as concessões de parques naturais são uma forma de aproveitar o potencial ambiental do País.

Questionado sobre o avanço dos critérios ASG (ambientais, sociais e de governança) nas tomadas de decisão de investidores financeiros mundo afora, o executivo disse que o movimento é "uma baita oportunidade para o Brasil". "É muito comum vermos a discussão (ambiental) sob a ótica do copo meio vazio, da pressão (internacional) e do estresse, mas o outro lado é muito mais valioso. Até que enfim o mundo está precificando, valorando e querendo remunerar ativos verdes", afirmou Montezano.

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O superintendente de Governo e Relacionamento Institucional do BNDES, Pedro Bruno Barros de Souza, lembrou que o avanço da agenda ASG no meio financeiro e empresarial elevará investimentos de "impacto" social e ambiental, mas, ao mesmo tempo, as companhias poderão ter dificuldades em encontrar projetos para "alocar" esses recursos - as concessões de unidades de conservação poderão funcionar nesse sentido, atraindo não só operadores do turismo, mas também investidores financeiros em busco de retorno "reputacional" para suas marcas.

O BNDES já vinha estudando modelos de concessão de parques naturais, como revelou no fim de agosto o Estadão/Broadcast, e agora conseguiu mapear em torno de 100 unidades, entre federais e estaduais, com potencial de serem concedidas. O próximo passo, até o fim deste ano ou início do próximo, é firmar acordos com a União e governos estaduais para colocar modelar os projetos de concessão - daí a estimativa de Montezano, de chegar ao fim de 2021 com "dezenas" de projetos prontos para serem licitados. Algumas conversas com os Estados estão avançadas.

As licitações começarão pelos parques nacionais do Iguaçu (PR), de Jericoacora (CE) e dos Lençóis Maranhenses (MA), incluídos no Programa Nacional de Desestatização (PND) em dezembro de 2019, cujas concessões já estão sendo desenhadas pelo BNDES.

As cerca de 100 unidades foram mapeadas levando em conta parques que já possuem plano de manejo e estão com a situação fundiária regularizada e, ao mesmo tempo, estão localizados num raio de duas horas de viagem de algum aeroporto. Um deles é o Parque Estadual do Jalapão (TO).

Potencial

Montezano vê grande potencial de negócios nesse modelo de concessões, lembrando que, apesar dos recursos naturais abundantes, o turismo ainda é considerado pouco desenvolvido no País. Apenas os parques naturais federais dos Estados Unidos receberam 327,5 milhões de visitantes em 2019, segundo dados do Serviço de Parques Nacionais americano citados pelo superintendente Souza, enquanto os parques nacionais do Brasil recebem em torno de 15 milhões de visitantes ao ano.

A experiência atual com concessões de parques naturais ou unidades de conservação é pequena - são 18, entre federais, estaduais e municipais. O Parque Nacional do Iguaçu, onde ficam as famosas cataratas na fronteira entre Brasil e Argentina, é a experiência mais antiga. A concessão da unidade está para acabar e o projeto modelado pelo BNDES servirá para sua renovação.

Segundo Montezano e Souza, os modelos em gestação no BNDES buscarão a simplicidade. Os planos de manejo, sempre com a preservação como premissa, servirão para evitar a exploração excessiva. A fiscalização de infrações e crimes ambientais seguirá a cargo dos órgãos públicos federal e estaduais - ainda que com apoio logístico da concessionária. Os modelos de negócios ficarão a cargo das propostas por parte dos operadores interessados - empresas do ramo hoteleiro e turístico - que poderão prever receitas não apenas com tarifas, mas também com negócios associados, como hotéis, restaurantes, lojas, entre outros serviços turísticos.

Semana verde

O plano do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para os parques nacionais ou unidades de conservação prevê, num primeiro momento, a exploração do turismo, mas, no futuro, atividades complementares como exploração sustentável de madeira, frutas, castanhas, entre outros, e até mesmo a conservação florestal em si, viabilizada pela venda de créditos de carbono, poderão ser incluídas, afirmou o presidente do banco de fomento, Gustavo Montezano.

Segundo o executivo, para aproveitar o avanço global da agenda ASG, o BNDES quer atuar como articulador, conectando o setor público ao privado, incluindo a área financeira. Da segunda-feira (19) à sexta, 23, o banco organizará eventos on-line diários durante a Semana BNDES Verde. Para Montezano, é preciso elevar o debate nacional sobre "finanças verdes".

"O Brasil tem combinação de mercado financeiro superdesenvolvido, com uma força da lei executável, na comparação com outros países emergentes, o que resulta num ambiente de criação de ativos financeiros muito forte. De outro lado, talvez tenhamos o maior patrimônio verde do mundo. Na combinação dessas coisas, temos todos os ingredientes para liderar a agenda global de criação do novo ramo de finanças verdes." 

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estuda a prorrogação da suspensão temporária das cobranças dos pagamentos de dívidas, uma das primeiras medidas anunciadas para mitigar a crise causada pela covid-19, ainda no fim de março. A suspensão das cobranças - conhecida no setor financeiro como "standstill" - foi concedida por seis meses, portanto, o prazo termina daqui a uma semana, no fim do mês. A ideia é prorrogar a suspensão apenas para os setores econômicos mais atingidos pela crise, como as operadoras privadas de aeroportos, disse uma fonte que acompanha as discussões e pediu para não se identificar.

No fim do mês passado, em balanço sobre as medidas adotadas desde março, o BNDES informou que, com o "standstill", deixou de cobrar R$ 12,4 bilhões do setor privado. Foram beneficiadas 28,5 mil médias, pequenas e microempresas e 492 grandes empresas. O banco de fomento deixou de receber outros R$ 3,9 bilhões em dívidas devidas por Estados e municípios. Procurado, o BNDES não comentou sobre a possibilidade de prorrogação.

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As operadoras privadas de aeroportos são candidatas naturais a serem contempladas com a medida porque o transporte aéreo foi uma das atividades mais castigadas pela pandemia. Em palestra num seminário transmitido pela internet no mês passado, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, já havia dito que o banco estava discutindo uma "segunda pernada" na suspensão de pagamentos para setores que precisam de "tratamentos secundários", e citou especificamente os aeroportos.

Setor a setor

Segundo a fonte ouvida pelo Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a avaliação do BNDES será setor a setor. Uma prorrogação ampla e irrestrita da suspensão, como adotada no fim de março, é considerada "pouco provável". Além das operadoras privadas de aeroportos, as concessionárias de transporte público, cuja demanda de passageiros também tombou em meio à pandemia, são candidatas a ganhar mais prazo na suspensão dos pagamentos.

Nem mesmo para as empresas de menor porte deverá haver prorrogação irrestrita. A avaliação interna do BNDES é que não necessariamente essa seria a melhor forma de continuar dando um alívio para os pequenos negócios. Outras medidas adotadas pelo governo na área de crédito, como o Pronampe, operado pelo Banco do Brasil (BB), e o Peac, operado pelo BNDES, trouxeram opções de empréstimos com juros menores do que os cobrados em financiamentos antigos.

"É melhor tomar crédito novo ou postergar o crédito cujas taxas são lá de trás?", questionou a fonte ouvida.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo de Pernambuco contratou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para fazer estudos para estruturar um projeto de concessão à iniciativa privada de 272 quilômetros de estradas estaduais, informou a instituição de fomento. O BNDES e o governo estadual assinaram o contrato na última sexta-feira, 24.

O projeto inclui trechos de quatro rodovias (PE-045, PE-050, PE-060 e PE-090), que passam por 30 municípios pernambucanos. Estudos preliminares do governo estadual estimaram a necessidade de investimentos de R$ 850 milhões ao longo do prazo de concessão nos trechos.

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"A expectativa é que o processo possa facilitar o escoamento de cargas de importantes polos logísticos e industriais na região metropolitana de Recife e no interior, como é o caso do complexo de Suape e do polo industrial de Vitória de Santo Antão; fortalecer o turismo no litoral sul, gerando emprego e renda; e estimular o desenvolvimento de cidades do agreste pernambucano que têm se destacado nacionalmente na produção de roupas, como Toritama", diz a nota divulgada pela BNDES.

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu à Corte que apure o gasto de publicidade do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Banco do Nordeste (BNB) em canais de Youtube mantidos por bolsonaristas investigados no Supremo Tribunal Federal (STF). A representação foi enviada pelo subprocurador Lucas Furtado, que também cobrou em abril investigações contra suposta ingerência do governo Bolsonaro na gestão de publicidade do Banco do Brasil.

A presença de anúncios do BNDES e do BNB foi detectada por reportagem do jornal O Globo, que identificou por Lei de Acesso à Informação pagamentos de publicidade a canais de investigados nos inquéritos das 'fake news' e dos atos antidemocráticos - alguns perfis, inclusive, eram de deputados federais aliados ao Planalto, como Carla Zambelli (PSL-SP) e Bia Kicis (PSL-DF).

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"A meu ver, portanto, cabe ao TCU empreender a mesma ação de controle que vem sendo desenvolvida em face do Banco do Brasil, tendo em vista se tratar do mesmo tipo de irregularidade que estaria sendo praticada no âmbito de outras duas instituições financeiras públicas: o BNDES e o BNB", afirmou Lucas Furtado, que pede a suspensão liminar de todas as peças anunciadas nos em sites, blogs, portais e redes sociais divulgadores de fake news e de mensagens antidemocráticas.

Os bancos alegam que os anúncios foram definidos por publicidade programática - ou seja, os órgãos apenas informaram qual público-alvo queriam alcançar com a peça e o sistema do Google Ads inseriu os anúncios nos canais mencionados.

O uso de canais de Youtube por deputados tem sido uma maneira que os parlamentares encontram para lucrar com a verba de gabinete. Reportagem do Estadão publicada neste mês revelou que membros da base e da oposição transformaram a divulgação de atividades da Câmara em negócio privado, recorrendo a empresas contratadas com dinheiro da cota parlamentar para gerir canais monetizados no Youtube, que dão retorno financeiro.

Banco do Brasil

Lucas Furtado foi o autor da representação que levou o TCU a suspender anúncios no site Jornal da Cidade Online, acusado de difundir fake news. O veículo foi alvo de ao menos oito verificações do Estadão Verifica por publicar conteúdos falsos ou enganosos. À época, a investigação mirou se o secretário de comunicação, Fábio Wajngarten, teria interferido na gestão do órgão.

No caso do Banco do Brasil, os anúncios foram detectados pelo perfil Sleeping Giants Brasil, que fiscaliza a presença de peças publicitárias em sites considerados de 'fake news'. Inicialmente, o Banco do Brasil respondeu que iria suspender os anúncios na plataforma, mas voltou atrás após críticas de aliados do governo. Wajngarten afirmou nas redes sociais, à época, que iria 'contorna a situação'. Os detalhes dessa decisão do BB não foram divulgados.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançará, nesta segunda-feira (20), um Plano de Estímulo à Aposentadoria 2020 (PEA BNDES 2020). Segundo o BNDES, o plano tem potencial de atender, aproximadamente, 10% do seu quadro atual de empregados, de 2.623 profissionais.

Poderão aderir os empregados do quadro próprio que tenham menos de 75 anos e já estejam aposentados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ou  reunido, até 30 de junho deste ano, as condições necessárias para se aposentar pelo INSS.

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De acordo com o banco, os desligamentos se darão na modalidade de Demissão Consensual prevista na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que oferece 50% do aviso prévio indenizatório e 20% sobre o saldo para fins rescisórios do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Além disso, o banco oferecerá ao empregado que aderir um incentivo financeiro correspondente a 0,6 salários para cada 30 dias que faltarem para a obtenção do benefício integral de complementação de aposentadoria pela Fundação de Assistência e Previdência Social do BNDES.

Os empregados que forem desligados por conta da adesão ao PEA continuarão vinculados ao Plano de Assistência e Saúde (PAS), assim como seus dependentes.

Economia estimada 

Em um cenário no qual todos os empregados elegíveis venham a aderir ao plano, o BNDES estima que seja feita uma economia nominal anual de aproximadamente R$ 190 milhões, que poderá alcançar até R$ 950 milhões em 5 anos.

“Antes do efetivo desligamento, o empregado participará também de um ciclo de transmissão do conhecimento, organizado pela Área de Gestão de Pessoas e Cultura Organizacional do Banco, para compartilhamento de experiências e treinamento do corpo funcional nas atividades específicas desenvolvidas”, diz em nota o BNDES.

*Com informações do BNDES

A carteira de projetos que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está estruturando no setor de saneamento básico soma mais R$ 45 bilhões em investimentos. São processos de concessão de água e esgoto de cinco Estados e um município: Alagoas, Acre, Amapá, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Porto Alegre. No total, os projetos devem alcançar 157 cidades e beneficiar uma população de 20 milhões de pessoas.

Todos os projetos devem ir a leilão até o segundo trimestre do ano que vem e preveem a universalização dos serviços de água e esgoto nessas regiões. O projeto mais expressivo é o da Cedae, que fará a concessão da distribuição de água e esgoto. Só nesse caso, o volume de investimento para universalização dos serviços será de R$ 32,5 bilhões, com expectativa de geração de 45 mil empregos, afirma o diretor de Infraestrutura, Concessões e PPPs do BNDES, Fábio Abrahão. "Isso é maior que o pico da indústria naval no Rio de Janeiro."

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Segundo ele, com o novo marco regulatório do setor de saneamento, que será votado nesta quarta-feira, 24, no Senado Federal, o processo de elaboração dos projetos pelo BNDES deverá ser simplificado. "Hoje boa parte da nossa tarefa vem antes da modelagem. É o trabalho de convencimento de que o projeto é importante. Com as novas regras, esse processo fica mais acelerado", avalia o executivo.

Desde 2017, quando o banco intensificou a estruturação de projetos do setor, vários Estados mostraram interesse. Inicialmente, o programa atraiu 15 Estados. Mas, como esse não é um processo simples e envolve questões políticas, aos poucos vários deles foram desistindo. A esperança é que, com o novo modelo aprovado, o número de interessados volte a crescer.

Atualmente, dos projetos que o banco está estruturando, o Amapá é o que apresenta o pior índice de coleta de esgoto. A cobertura é de apenas 7% da população, segundo dados do BNDES. O Rio Grande do Sul também está bem atrasado nesse serviço. Apenas 12% da população tem cobertura de esgoto. O objetivo do modelo desenhado pelo BNDES é universalizar esses serviços dos dois Estados até 2040.

Abrahão explica que o modelo de negócio escolhido para cada caso depende da situação local. Dos cinco projetos em estruturação no banco, quatro são de concessões e um de Parceria Público-Privada (PPP). A privatização será facilitada com o novo marco regulatório, mas continuará dependendo muito da situação da estatal e da disposições dos governos de adotar o processo, afirma o executivo do BNDES.

Na avaliação dele, o marco regulatório cria opções para mudar o cenário do saneamento no Brasil, onde 100 milhões de pessoas não têm coleta de esgoto e 35 milhões não têm água potável em casa. "Vai ficar difícil para o político que não quiser fazer essas melhorias. Eles serão mais cobrados pela população, que exigirá investimentos no setor."

Além de estruturador de projeto do setor, o BNDES vai atuar como financiador dos investidores. Mas Abrahão acredita que a questão financiamento não será um problema daqui para a frente. Os bancos privados e o mercado de capitais também devem entrar com força nesse segmento, diz o executivo.

O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou, nessa sexta-feira (5), o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade) a 10 anos e dois meses de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa. Um dos líderes do Centrão, ele foi acusado de desviar dinheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O também presidente do Solidariedade foi denunciado em 2012 pelo suposto crime contra o Sistema Financeiro Nacional. De dezembro de 2007 a abril de 2008, Paulinho conseguiu liberar do fundo R$ 124 milhões para o município de Praia Grande, no Litoral de São Paulo, e R$ 165 milhões para a rede de Lojas Marisa S/A.

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“Elementos de prova colhidos nos autos da investigação revelaram indícios de que o Deputado Federal Paulo Pereira da Silva participava das ações do grupo consistentes no desvio dos recursos do BNDES e se beneficiava da partilha da ‘comissão’ cobrada aos beneficiários dos financiamentos”, aponta parte do processo no STF, que configurou o crime na Lei do Colarinho Branco.

Os ministros Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Rosa Weber votaram pela condenação de Paulinho. Já Marco Aurélio Mello e Alexandre Moraes apoiaram o deputado e tentaram absolvê-lo.

A defesa vai entrar com recurso contra a decisão da primeira turma e informou que apresentou mais de 1,2 mil e-mails, auditorias e depoimentos para levantar a tese de que o deputado foi vítima de tráfico de influência. “A defesa entende que há equívoco na interpretação dos votos vencedores porquanto existe prova caudalosa da efetiva prestação de serviço, o que significa a ausência do crime financeiro”, conclui o advogado Marcelo Leal.

Empresas dos setores automotivo e de varejo não alimentício podem não contar com linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no pacote de socorro que está sendo desenhado para apoiar os segmentos mais atingidos pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), apurou o Estadão/Broadcast com duas fontes. As negociações estão ocorrendo diretamente entre os bancos privados, que serão os financiadores da ajuda, e as respectivas empresas em acordos bilaterais.

Tais conversas passaram a contar ainda com a participação da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). A entidade, que representa os bancos no Brasil, enviou essa semana uma carta pública de intenções ao setor de varejo e outra direcionada à Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), de acordo com uma fonte, na condição de anonimato.

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No documento enviado para varejistas, a Febraban ressalta o apoio do BNDES ao setor, mas somente às empresas com capital aberto. "No caso de determinadas empresas de varejo listadas na B3, os bancos estão avaliando a possibilidade de estruturação de operações com o apoio específico do BNDES", afirma a entidade.

Em relação às demais, a federação diz que os bancos já têm disponibilizadas linhas para reforço de caixa em meio à pandemia e que seguem abertos para negociar caso a caso. Novos empréstimos dependem, de acordo com a entidade, da avaliação de cada instituição financeira.

A saída encontrada para apoiar os segmentos de varejo não alimentício e automotivo difere da oferecida às empresas aéreas e de energia. A mudança para conversas bilaterais entre empresas e bancos ocorre após não se chegar a um entendimento para uma ajuda setorial. Como não foi possível desenhar uma ajuda única e tanto o setor de auto quanto de varejo têm uma cadeia bastante diversificada, a alternativa é que cada empresa negocie com os bancos.

Tratativas

As montadoras Fiat Chrysler e General Motors (GM), por exemplo, já começaram as tratativas diretas com os bancos, conforme revelou o Estadão/ Broadcast. Essa lista deve aumentar nas próximas semanas com o reflexo da pandemia nas vendas do setor e, consequentemente, na situação financeiras das empresas.

O BNDES permanece no debate com os setores, mas apenas como coordenador das conversas ao lado dos bancos privados. O Itaú Unibanco ficou responsável pela indústria automotiva e o Santander Brasil pelo varejo não alimentício, que inclui ainda bares e restaurantes. "Tanto o segmento automotivo quanto o de varejo não terão linha do BNDES. Serão linhas convencionais dos bancos e que são negociadas em acordo entre as duas partes", confirma o vice-presidente de um grande banco, na condição de anonimato.

Em paralelo, os bancos desenham ajuda aos setores aéreo e de energia, que devem ser os primeiros a serem socorridos. As empresas de aviação receberam ofício com as condições e a ajuda pode ficar entre R$ 4 bilhões e R$ 6 bilhões. Também é esperada uma evolução na ajuda às companhias de energia esta semana. Outros segmentos que contam com grupos de trabalho são os sucroenergético, turismo, hotelaria e o de saúde.

Procurado, o BNDES não comentou até o fechamento desta edição.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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