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A operação Soldi Sporchi (dinheiro sujo) da Polícia Civil de São Paulo prendeu 12 pessoas na última quarta-feira (3), na região metropolitana da capital e em cidades do interior paulista. Além de dez homens e duas mulheres, foram apreendidos veículos, armas, munições e cerca de R$ 400 mil em dinheiro. De acordo com a corporação, os detidos estão envolvidos em uma quadrilha que usava mais de 60 empresas do segmento de saúde para lavar dinheiro oriundo de roubos e do tráfico de drogas.

A investigação teve origem em novembro de 2019. A polícia iniciou o cerco ao grupo após a apreensão de um arsenal, em Guarulhos, região metropolitana de São Paulo. Segundo os agentes, além das clínicas médicas e odontológicas, a quadrilha atuava em algumas prefeituras municipais da Grande SP na prestação de serviços essenciais, como a coleta de lixo, e na terceirização no trabalho de limpeza em hospitais.

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Além dos detidos durante o cumprimento das ordens judiciais, a Polícia Civil também apreendeu 11 automóveis, um jet sky, três armas e dois carregadores, munições,  joias, mais de 900 relógios, R$ 392,2 mil em dinheiro, valores em moedas de outros países e documentos relacionados a movimentação financeira. Somado aos itens, foram recolhidos materiais eletrônicos que podem servir para a sequência das investigações, como 32 celulares, 23 pen drives, 11 notebooks, três computadores, cinco iPad's, três tablets, um Mac Book, uma máquina leitora de cartões, sete CPUs, quatro HDs externos, três CD's, cinco chips telefônicos, cartões de memória e uma central de monitoramento por meio de câmeras.

Todos os detidos devem responder pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Foto: Universidade Brasil

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A Justiça Federal de Sales, em São Paulo, determinou que o Ministério da Educação (MEC) nomeie, em até cinco dias, os novos reitores da Universidade Brasil, localizada no município de Fernandópolis (SP). A decisão acatou um pedido do Ministério Público Federal, que investiga fraudes ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para o curso de medicina da instituição. 

A intervenção já havia sido determinada em setembro de 2019, mas a determinação não foi cumprida pelo MEC. Assim a Justiça Federal acolheu o pedido do MPF reiterando a intervenção dentro de um prazo de cinco dias, com determinação de notificar pessoalmente o ministro da Educação, Abraham Weintraub. Em caso de descumprimento da determinação, será cobrada multa diária de R$ 50 mil e, até que a ordem seja cumprida, a universidade está autorizada a nomear outro reitor para não interromper seu funcionamento. 

A organização criminosa era chefiada pelos donos da universidade, José Fernando Pinto da Costa e seu filho Sthefano Bruno Pinto da Costa, respectivamente reitor e CEO da universidade, que cobravam até R$ 120 mil por aluno para garantir a matrícula sem processo seletivo e com financiamento, mesmo sem atender às regras de adesão. Ambos foram afastados por ordem judicial. 

Com o afastamento, a instituição passou para o comando de Adib Abdouni, nomeado pela esposa do antigo reitor. De acordo com a recente decisão judicial, ele usou indevidamente sua função para atender a interesses particulares de pessoas denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF). Adib também é investigado por suspeita de ameaçar uma testemunha do processo e tentar obstruir as investigações. 

Há, ainda, outros problemas na atual administração da instituição de acordo com o juiz responsável pelo caso, como o descumprimento de ordens judiciais contra a instituição. Além disso, um funcionário afastado e proibido de acessar os sistemas de informação da universidade, Amauri Piratininga Silva, ex-diretor do campus de Fernandópolis, denunciado pelo MPF, ainda assinar contratos como representante da Universidade Brasil.

“Embora tenha havido decisão judicial de afastamento do antigo reitor de suas funções, entendeu-se que não seria o caso de interferir diretamente na nova administração. O resultado? A mantenedora da Universidade Brasil (e aqui, salvo melhor juízo, incluem-se decisões administrativas da esposa do antigo reitor, afastado) continua com uma gestão que está a apresentar sérios problemas, e cujo titular está sendo acusado pela Polícia Federal e MPF de práticas ilícitas do ponto de vista criminal, havendo inclusive pedido fundamentado de prisão em seu desfavor”, reforçou o juiz.

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O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, nesta terça-feira (10), por organização criminosa e lavagem de dinheiro, quatro desembargadores do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), entre eles o presidente da Corte, Gesivaldo Britto, que desde o mês passado encontra-se afastado de suas funções por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

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Os desembargadores e outras 11 pessoas, incluindo três juízes, foram denunciadas no âmbito da Operação Faroeste, que apura um esquema milionário de venda de sentenças para legitimar a grilagem de terras no oeste da Bahia. Segundo a denúncia, foram lavados mais de R$ 517 milhões, com o pagamento de altas somas em espécie.

Em troca do dinheiro, “há registro de decisões em apelações, agravo de instrumento, embargos à execução, mandados de segurança, recursos administrativos e até edição de portarias”, disse a Procuradoria-Geral da República (PGR) em nota.

Além de Britto, os desembargadores Maria da Graça Osório Pimentel, José Olegário Monção Caldas e Maria do Socorro Barreto Santiago, bem como os juízes Marivalda Almeida Moutinho e Sérgio Humberto de Quadros Sampaio, também estão afastados de suas funções, por ordem do ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), e são alvo da denúncia. Ainda em suas funções, o juiz Márcio Reinaldo Miranda Braga também foi implicado.

Esquema

A peça de acusação descreve que o esquema, que teria funcionado entre 2013 e 2019, incluiu a transformação de um borracheiro num dos maiores latifundiários da Bahia, com um patrimônio de 366 mil hectares de terras e cifras que superam R$ 1 bilhão, em valores atualizados. Um hectare equivale, aproximadamente, a um campo de futebol.

Advogados seriam os responsáveis por intermediar a negociação entre os magistrados e o idealizador do esquema, identificado como Adaílton Maturino dos Santos, que se apresentava na sociedade baiana como cônsul de Guiné-Bissau. Sua esposa, Geciane Maturino, também foi denunciada.

Além de prisão, a PGR pediu a perda dos cargos públicos dos envolvidos e a imposição de multas de mais de R$ 580 milhões.

A Agência Brasil tenta contato com a defesa dos citados.

 

 

 

A Polícia Federal está nas ruas do Tocantins, nesta quarta-feira (6), para combater uma organização criminosa suspeita de manter um "sofisticado esquema para a prática constante e reiterada de atos de corrupção, peculato, fraudes em licitações, desvios de recursos e lavagem de capitais", além de atos de intimidação "contra profissionais da imprensa".

Aproximadamente 50 policiais cumprem dez mandados de busca e apreensão, um mandado de prisão preventiva e dois mandados de prisão temporária em Palmas. Todos os mandados foram expedidos pela 4ª Vara Federal no Tocantins.

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As informações estão disponíveis no site da assessoria de comunicação da PF.

As investigações apontaram "esquemas criminosos ligados a pessoas influentes no meio político do Tocantins" que teriam "aparelhado o Estado" com cargos comissionados estratégicos "para desviar recursos públicos".

Além da obtenção de novas provas, a PF espera interromper as ações criminosas, identificar e recuperar ativos frutos dos desvios, além de resguardar a aplicação da lei penal, a segurança de possíveis testemunhas e o livre trabalho da imprensa.

A Operação foi batizada "Replicantes", tendo em vista que a organização criminosa movimentou dezenas de milhões de reais por meio de uma empresa gráfica.

A Polícia Federal em Pernambuco está desarticulando uma organização criminosa que tem como chefe um funcionário do Banco do Nordeste que atuava com a coliderança de terceiros na cooptação de laranjas, utilizando empresas de "fachada" e documentos falsos para instruir operações de créditos obtidas junto ao banco. O prejuízo inicial estimado causado pela Organização Criminosa é de mais de R$ 8 milhões.

Ainda de acordo com a PF, maior parte do dinheiro roubado vinha do Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Nordeste. Esta ação integra a segunda fase da Operação Impunitas e foi deflagrada na manhã desta terça-feira (24), tendo como missão o cumprimento de dois mandados de busca e apreensão.

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Dez mandados de busca e apreensão também foram cumpridos pela polícia. A primeira fase da Operação Impunitas foi deflagrada no dia 11 de junho deste ano, sendo cumpridos na época quatro mandados de busca e apreensão e sequestro de bens. Depois desta ação a Polícia Federal aponta que foi possível obter indícios da prática de crimes de obstrução à Justiça e lavagem de dinheiro.   

O juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, decidiu hoje (24), absolver o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva da acusação de organização criminosa e lavagem de dinheiro em um dos processos que apuram o suposto favorecimento da Odebrecht em contratos em Angola (África). O sobrinho do ex-presidente Taiguara Rodrigues dos Santos também foi absolvido de parte das acusações.

Na decisão, o magistrado entendeu que parte das acusações já foram feitas em outra denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF), que também envolve contratos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o governo de Angola. Vallisney também entendeu que não foram apresentadas provas de que o ex-presidente teria vínculo com um contrato da Obebrecht Angola e a empresa Exergia, uma das acusações que constava na denúncia.

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"Diante dessa litispendência parcial, deve ser absolvido sumariamente o acusado Luiz Inácio Lula da Silva do delito de participação em organização criminosa", decidiu o juiz.

A defesa de Lula sustenta que o ex-presidente "jamais solicitou ou recebeu qualquer vantagem indevida antes, durante ou após exercer o cargo de presidente da República".

 

O Conselho Estadual de Direitos Humanos da Paraíba (CEDH-PB) emitiu uma nota pública repudiando a postura dos policiais da Paraíba e de Pernambuco na ação que resultou em oito mortos na cidade de Barra de São Miguel-PB no dia 2 de julho. A operação procurava suspeitos de envolvimento na morte de um policial militar ocorrida no dia anterior em Santa Cruz do Capibaribe, Agreste de Pernambuco.

Os corpos das vítimas foram transportados em caçambas de picapes, permitindo que a população visualizasse e fizesse registro. Os policiais aparecem sendo aplaudidos em vídeos que circulam nas redes sociais.

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Para o Conselho, o tratamento dado transformou o ocorrido em um "espetáculo macabro de manipulação e exibição de cadáveres, em total desacordo com as regras de conduta da atividade policial, excedeu todas as raias da legalidade".

De acordo com o CEDH-PB, a cena do confronto exigia preservação, para fins do trabalho necessário da perícia criminal, e afastamento do público, para evitar a divulgação e exploração de cenas mórbidas de morte e mutilação.

O texto acrescenta: "Cena de crime não é lugar para discurso público sobre a criminalidade ou busca de apoio popular, diante dos cadáveres tombados. Tal ato resvala na demagogia. Cenas de gelar o sangue, tais como cadáveres sendo despidos (com que finalidade? humilhação post-mortem?), carreata com cadáveres jogados na caçamba de caminhonete, corpos empilhados um sobre o outro como troféus em uma guerra tribal, cadáveres sendo alvejados por disparos inúteis foram amplamente divulgadas nas redes sociais dos Estados de Pernambuco e Paraíba, mediante filmagens de populares e até mesmo possivelmente de policiais, sendo certo que tais vídeos não poderiam ter sido produzidos sem o consentimento e a tolerância dos agentes policiais participantes da operação, cujos comandantes, aparentemente, procuraram atrair o público daquela urbe interiorana para o espetáculo macabro, ao invés de afastá-lo, como seria seu dever".

Na visão do conselho, o cenário causa descrédito da atividade policial e o que se viu foi um "grotesco ato de vingança selvagem". O órgão também lamenta a morte do policial militar.

As secretarias responsáveis pela segurança pública de Pernambuco e da Paraíba foram cobradas a investigar rigorosamente os fatos e punir os responsáveis.

O caso

O soldado André José Silva foi morto durante troca de tiros com os criminosos no dia 1º de julho em Santa Cruz do Capibaribe. O sargento Moacir Moreira da Silva também ficou ferido. No dia do ocorrido, a Secretaria de Defesa Social (SDS) lamentou a morte do soldado nas contas oficiais. A Polícia Federal de Pernambuco também emitiu uma nota de pesar.

Os mortos na Paraíba foram identificados como Marcela Virgínia Silva do Nascimento, 32 anos; José Pedro Agostinho da Silva, 30; Manoel José de Lima, 37; Adson Berigue de Lima, 29; José Adson de Lima; idade não informada; Reniere Alves de Souza; 32; Wedy Souza Vieira, 22; e um adolescente de 17 anos. Andson Berigue de Lima era vereador em Betânia, município do Sertão pernambucano. A Polícia Militar de Pernambuco afirma que o grupo foi baleado após atirar contra a equipe policial.

A Polícia Federal (PF) prendeu pai e filho acusados de integrar grupo criminoso especializado em golpes financeiros com utilização de identidades e Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) falsos em Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba. Manoel Antonio da Costa Neto, 47 anos, e Breno Marcílio Gonçalves da Costa, 27, foram presos em Parnamirim-RN na última quarta-feira (3), mas a PF só divulgou o caso nesta terça (9).

A prisão da dupla é decorrente de uma apreensão ocorrida em outubro de 2018. Na ocasião, um adolescente usando documento falso de maior de idade foi preso em flagrante em Goiana, na Região Metropolitana do Recife. Ele foi liberado em audiência de custódia após posterior confirmação de que era menor de idade. Na continuidade, a PF conseguiu identificar envolvidos na organização criminosa que teriam aliciado o menor, obtendo mandados de prisão preventiva da 25ª Vara Federal em Goiana.

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Manoel e Breno foram presos em um condomínio de luxo de Parnamirim. Com os dois, a polícia apreendeu dois carros, sendo um deles importado, além de documentos comprobatórios das fraudes.

A ação foi realizada em conjunto com a Receita Federal do Brasil. A organização estaria envolvida com a falsificação de documentos cartorários e cédulas de identidade com o intuito de obter CPFs falsos na Receita Federal.

Os detidos foram levados à audiência de custódia e tiveram a prisão preventiva confirmada. Eles respondem por falsificação de documentos públicos, inserção de dados falsos em sistemas da Receita Federal e organização criminosa. A PF tem mais 15 dias para concluir o inquérito, mas ainda analisa os objetos apreendidos no intuito de identificar outros criminosos e localizar mais integrantes da quadrilha.

 

Responsável por autorizar a prisão do ex-governador do Paraná Beto Richa, o juiz da 9ª Vara Criminal de Curitiba Fernando Bardelli Silva Fischer determinou que o político seja levado para o Complexo Médico Penal do Paraná, onde já estão outros presos provisórios que respondem à acusação de envolvimento com os crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, fraude à licitação e obstrução de investigações. Esta é a terceira prisão de Richa desde setembro de 2018. Em janeiro deste ano, ele chegou a ficar detido no mesmo complexo penal, localizado em Pinhais, região metropolitana de Curitiba.

A determinação vale também para o ex-secretário de Cerimonial e Relações Internacionais do governo de Richa, Ezequias Moreira, e o empresário Jorge Atherino, detidos hoje (19) junto com Richa no âmbito da Operação Quadro Negro. Caso não seja possível abrigar aos três no Complexo Médico, eles deverão ser transferidos para a Casa de Custódia de Piraquara.

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A Operação Quadro Negro apura a suspeita de desvios de recursos destinados à construção e reformas de escolas públicas estaduais entre os anos de 2012 e 2015. A ação é do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná, autor dos pedidos de prisão preventiva e de busca e apreensão.

Modus Operandi

“Uma organização criminosa, que contava com a participação de agentes públicos e privados, atuou na Secretaria da Educação estadual, praticando crimes de corrupção e de fraudes às licitações cujo objeto era a construção e reforma de escolas públicas estaduais”, diz o Ministério Público do Paraná. Além disso, para acobertar as supostas práticas delituosas, o grupo teria cometido outros ilícitos, como obstrução de investigações e lavagem de dinheiro. A suspeita é que parte dos recursos públicos desviados tenha irrigado campanhas eleitorais de Richa e aliados.

Ainda de acordo com os promotores de Justiça, a “organização criminosa” era comandada pelo então governador Beto Richa, responsável por “implantar um sistema endógeno de corrupção visando ao recebimento de propina por meio do favorecimento de empresas privadas que aderiram ao esquema criminoso” e “principal beneficiado com o esquema de recebimento de propinas advindas das empresas privadas responsáveis pela execução das obras nas escolas públicas estaduais”.

Ao atender o pedido dos promotores, o juiz afirma haver provas da materialidade dos delitos de organização criminosa, corrupção passiva, fraude à licitação e obstrução das investigações, “consubstanciada nos elementos de prova e elementos indiciários que instruem tanto este pedido quanto os autos das ações penais correlatas”, como os depoimentos à Justiça de outros investigados que narraram “a preparação e a execução do esquema criminoso de forma detalhada”.

Busca e apreensão

Na mesma decisão, o juiz também autorizou busca e apreensão de documentos e objetos que possam auxiliar nas investigações das denúncias. Os mandados foram cumpridos em cinco endereços ligados as Richa, Moreira e Atherino, nas cidades de Curitiba, Matinhos (PR) e em Porto Belo (SC).

Além disso, o juiz determinou a quebra do sigilo da operação tão logo os mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão fossem cumpridos. “A publicidade é a regra vigente no sistema processual penal brasileiro, justamente para garantir a transparência do procedimento e a função comunicativa das decisões, e não há nenhuma peculiaridade no presente caso que justifique a manutenção do sigilo em detrimento do interesse público.”

Outro lado

Em nota, a defesa de Richa informou que a nova prisão do ex-governador é infundada. “Tratam-se de fatos antigos sobre os quais todos os esclarecimentos necessários já foram feitos. Cumpre lembrar que as fraudes e desvios cometidos em obras de construção e reforma de colégios da rede pública de ensino foram descobertos e denunciados pela própria gestão do ex-governador Beto Richa”. A defesa sustenta que, por determinação de Richa, o governo estadual adotou todas as medidas cabíveis contra os autores dos crimes. “A defesa repudia o processo de perseguição ao ex-governador e a seus familiares; todavia, segue confiando nas instituições do Poder Judiciário.”

Procurada, a defesa de Jorge Atherino informou que ainda está se inteirando do teor da decisão judicial e que não vai se pronunciar por ora. A reportagem não obteve retorno do escritório dos advogados de Ezequias Moreira.

A Polícia Militar prendeu o empresário Laerte Codonho, dono da empresa de refrigerantes Dolly, nesta quinta-feira (10). Segundo informações da GloboNews, ele é investigado o crime de fraude fiscal, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

O empresário foi preso em sua casa, em Cotia, Grande São Paulo. Ele já havia sido condenado a seis anos e sete meses de prisão e pagamento de multa por sonegação de benefícios previdências. A sentença contra o empresário e outros quatro funcionários da empresa foi dada pela 3ª Vara Federal de São Bernardo do Campo-SP.

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De acordo com a GloboNews, o esquema criminoso teria gerado um desvio de R$ 4 bilhões. Um dos casos é de demissão de funcionários para posterior recontratação por outra companhia com o objetivo de fraudar o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Entre os anos de 1999 e 2001, a Ragi Refrigerantes, nome oficial da Dolly, teria pagado menos contribuições previdenciárias e sociais do que deveria. Os recursos não pagos eram destinados a programas que financiam o Incra, Senai, Sesi, Sebra e Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação (FNDE).

As investigações tiveram início após o INSS notar queda nos valores pagos pela empresa entre um ano e outro. Para o juiz federal responsável pela sentença, a Dolly simulou contratos. Fraudes também teriam ocorrido na emissão de notas fiscais, folhas de pagamento e recibo de prestação de serviço.

A defesa do empresário ainda não comentou a prisão. Na época da condenação, a defesa falou à Revista Veja que Codonho considerava a decisão absurda.

Dois policiais civis e um policial militar foram presos em flagrante na quarta-feira (4) com uma carga de 130 mil cigarros contrabandeados do Paraguai. Eles são acusados de revender a mercadoria ao invés de encaminhar o material para a delegacia.

A prisão ocorreu nas proximidades do Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa), no bairro do Curado, Zona Oeste do Recife. O proprietário da mercadoria também foi detido.

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Segundo o chefe da Polícia Civil, Joselito Kehrle, a participação de policiais em desvio de cargas estava sendo investigada desde dezembro de 2017. "Que isso sirva de exemplo, que seja pedagógico. Não vamos aceitar condutas como essa de desvio e cometimento de crimes", afirmou Joselito.

Um dos policiais civis estava afastado desde 2015 por estar respondendo a um processo criminal. O segundo policial civil estava na ativa. Já o policial militar estava afastado por licença médica.

"Diante de uma situação de desvio de conduta, ele [policial militar] será submetido a procedimento administrativo em paralelo ao que se passar na área criminal", resumiu o major Luiz Brito. O PM estava há nove anos na corporação e era lotado no 16º Batalhão, que atua no centro da capital.

Os crimes pelos quais os presos vão responder são peculato, contrabando e organização criminosa armada. Presos em flagrante, os policiais vão passar por audiência de custódia nesta quinta-feira (5), podendo ter a prisão preventiva decretada.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) elogiou, nesta quinta-feira, a decisão do Supremo Tribunal Federal de determinar a prisão do ex-assessor do presidente Michel Temer José Yunes e disse que agora "falta só Temer", a quem classificou como "chefe de organização criminosa".

Além de Yunes, outros amigos próximos do presidente foram alvos de prisão temporária, por causa de investigação sobre a edição do Decreto dos Portos. Os mandados de prisão são do ministro Luís Roberto Barroso, do STF, mas foram pedidos pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

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"Parabéns ao Ministro Barroso, que não cedeu às ameaças de impeachment do pitbull de Temer, Carlos Marun, e mandou boa parte dos comparsas do presidente ao xilindró, na investigação dos Portos. Falta só Temer, o chefe da organização criminosa, que, por hora, prefere delirar com a fantasia da reeleição e com o conforto da impunidade presidencial", disse por meio de nota.

"Barroso só dá bons exemplos do STF que a cidadania brasileira deseja: rigoroso e célere, mas sempre justo, sem fazer distinções quanto ao poder econômico e envergadura política do réu. Barroso acaba com o mito de um STF lento e ineficiente: mostra que o que falta a facções do Tribunal é a boa vontade em fazer seu papel e cumprir a Lei e a Constituição que deveriam proteger", complementou.

Além de Yunes, foram presos o presidente da empresa Rodrimar, Antonio Celso Grecco, o ex-ministro de Agricultura Wagner Rossi e o coronel da reserva da PM João Batista de Lima Filho, o coronel Lima. Milton Ortolan, auxiliar de Wagner Rossi, também foi preso. As ordens de prisão são temporárias - por cinco dias.

O presidente Michel Temer é um dos alvos da investigação e está sob suspeita de beneficiar a empresa Rodrimar na edição do decreto voltado ao setor portuário. Em fevereiro, Barroso esticou o inquérito por 60 dias. O Decreto dos Portos foi pivô de um diálogo no dia 4 de maio entre Temer e seu então assessor Rodrigo Rocha Loures, alvo do grampo da Polícia Federal e que ficou conhecimento como "homem da mala".

A interceptação ocorreu em meio ao processo de delação premiada de executivos do Grupo JBS, entre eles Joesley Batista. José Yunes é amigo de Temer há mais de 50 anos. O empresário foi assessor do emedebista na Presidência.

A Polícia Civil de Pernambuco desencadeou na manhã desta quinta-feira (28) a operação denominada Castelo do Mar, em alusão ao Forte do Cabo de Santo Agostinho, cidade da Região Metropolitana onde aconteceram os crimes dessa investigação. A ação visa prender integrantes de uma organização criminosa que atuaram em homicídios, tráfico de drogas, associação para o tráfico, comércio ilegal de arma de fogo e roubos.

A operação comprovou que a organização se envolveu em cerca de 27 homicídios no município. O Chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Joselito Kehrle do Amaral afirma que o grupo também atuava com recorrência nos assaltos dentro do Cabo.

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Foram expedidos 14 mandados de prisão preventiva e nove de busca e apreensão domiciliar. As investigações tiveram início há nove meses e foram efetuadas pelo delegado da 10ª Delegacia Seccional (Desec). "Durante as buscas foram apreendidos fardamentos da Polícia Militar, que eram usados durante os assaltos e homicídios. O objetivo central da organização era o tráfico de drogas, sobretudo nas regiões de Gaibu, Ponte dos Carvalhos e no centro da cidade do Cabo", afirma Joselito.

O Chefe da Civil informa que as mortes cometidas pelos suspeitos se davam por conta da disputa territorial pela venda de drogas, mas, segundo averiguado pelas investigações, os homicídios também ocorriam na hora da divisão dos bens roubados, entre os próprios integrantes da organização criminosa.

Dos 14 mandados de prisão, 13 foram efetuados. "Todos estão prestando depoimentos e está sendo oferecido a delação premiada a cada um deles. Possivelmente com a participação também da população, conseguiremos elucidar outros homicídios", pondera Joselito do Amaral. 

Com essa operação, a polícia espera uma redução nos números de homicídios, tráficos de drogas e roubos no Cabo e região. Há ainda uma pessoa foragida que, segundo afirmações da Civil, ainda hoje poderá ser presa.

Com três ex-governadores presos, investigações de escândalos de corrupção em andamento e uma crise financeira intensa, o Rio de Janeiro tem hoje uma das conjunturas políticas mais delicadas do país, além do combate ao crime organizado. Em entrevista recente ao LeiaJá, durante passagem pelo Recife no fim de semana, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) disse que a maior organização criminosa do estado não está entre as facções instaladas nas favelas, mas “é o governo”. Segundo ele, os grupos que foram liderados por Sérgio Cabral (PMDB) e Anthony Garotinho (PR) trouxeram consequências para a população fluminense.  

“O Rio de Janeiro tem três ex-governadores, o presidente da Assembleia Legislativa [Alerj] e o líder de governo presos. É um negócio inacreditável. Você tem o Ministério Público Federal dizendo que o PMDB do Rio de Janeiro era uma organização criminosa. Estão presos por evasão de riquezas, propina, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e organização criminosa. Qual era a organização criminosa que juntava Cabral, Picciani, Paulo Melo? O governo. A maior organização criminosa nos últimos anos não foi uma facção, foi o governo”, observou Freixo, que é líder da oposição na Alerj. 

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“Isso tem consequências muito reais na vida das pessoas e provocou na população uma capacidade muito grande de falar de política. Ando nas ruas e há uma opinião pública popular muito forte, o pessoal fala de política, sabe quem foi o deputado que votou, por exemplo, a favor da soltura do presidente Jorge Picciani. Isso pode gerar alguma coisa positiva”, complementou.

Os deputados Jorge Picciani, Paulo Melo e Edson Albertassi [líder do governo na Casa], todos do PMDB, foram presos na Operação Cadeia Velha, um desdobramento da Lava Jato, no último dia 16. Depois disso, um grupo de parlamentares, incluindo Freixo, entraram com o pedido de cassação do mandato dos peemedebistas. Indagado se acreditava na aprovação das solicitações, depois do início de uma maior discussão popular sobre o quadro político, ele disse que era imprevisível. 

“Um protege o outro do futuro. É muito difícil esta previsão, apesar de ter uma opinião pública muito forte”, salientou, lembrando que antes da operação Cadeia Velha estourar, houve uma indicação de Edson Albertassi para assumir uma vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE), mas a considerada “manobra protetiva” foi negado pela Justiça. 

“Quando eu olhei aqui falei, epa, que movimento é esse? Aí fui para o Plenário, costumo dizer que atirei no que vi e acertei em muita coisa do que não vi, fiz uma fala muito dura contra esta indicação do líder do governo para o TCE e o fiz a base que eu sabia, quando acabei de fazer esta fala comecei a ser procurado por setores do próprio Poder Judiciário. Na verdade, certamente houve o vazamento da operação Lava Jato e alguém queria deslocar a investigação. Entrei com um recurso na Justiça para que ele não fosse nomeado e ganhei. Dias depois foi preso”, pontuou Marcelo Freixo.

Picciani, Melo, Albertassi foram presos por suspeitas de terem recebido propinas de empresas de ônibus e de lavar o dinheiro. No último dia 17, a Alerj reverteu a decisão judicial e votou a favor da soltura dos três. Entretanto, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) entendeu, no último dia 21, que a Casa Legislativa não teria o poder de decidir pela soltura e determinou o retorno dos três à prisão, bem como o bloqueio de R$ 270 milhões, em dinheiro e bens, equivalentes ao que teriam recebido para favorecer as empresas em contratos públicos.

Os três parlamentares, que entraram com pedido de licença até fevereiro, recorreram então ao STJ, cujo relator negou nesta terça-feira (28) a liminar pela soltura. A Alerj está sendo presidida interinamente pelo vice-presidente da Casa, Wagner Montes (PRB).

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A Medida Provisória (MP) 782/2017, que atualizou a organização administrativa do Poder Executivo, foi aprovada pelo Senado e segue para a sanção do presidente Michel Temer (PMDB). O texto, que recebeu duras críticas dos parlamentares, dá status de ministério à Secretaria-Geral da Presidência da República, hoje ocupada por Moreira Franco (PMDB), e cria o Ministério dos Direitos Humanos. 

Como sofreu alterações no Congresso, a medida será enviada para sanção presidencial na forma do PLV 30/2017, cujo relator foi o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA). O projeto de lei de conversão inclui a Secretaria Especial da Aquicultura e da Pesca dentre os órgãos que integram a Presidência da República. A secretaria, por enquanto, é vinculada ao Ministério da Agricultura. Para o relator, as mudanças promovidas dão “uma nova concepção de gestão para a administração pública federal” e aperfeiçoa a estrutura do Poder Executivo.

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Moreira Franco

Os senadores que se opuseram à aprovação lembraram que, desde que editada, em 31 de maio, a MP 782/2017 tem dividido opiniões. A medida confere status de ministro a Moreira Franco, atual chefe da Secretaria-Geral da Presidência e um dos investigados pela Operação Lava Jato — a mudança assegura a ele direito a foro privilegiado. Outra medida provisória sobre o assunto (MP 768/2017) foi revogada pelo governo em 31 de maio, dois dias antes do fim do prazo de vigência.

Alegando inconstitucionalidade, três partidos políticos (PT, PSOL e Rede) e o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ingressaram no Supremo Tribunal Federal (STF) com ações diretas de inconstitucionalidade (ADI) contra a MP 782. Segundo os autores, a matéria fere dispositivo constitucional que proíbe a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou tenha perdido a vigência por vencimento de prazo. A ação ainda não foi julgada pelo Supremo.

Moreira Franco é citado na denúncia do ex-PGR Rodrigo Janot, que envolve também o presidente da República, Michel Temer (PMDB), e o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Eles são acusados de participar de um suposto esquema de corrupção. O Palácio do Planalto nega as acusações.

O novo status de ministro a Moreira Franco foi criticado por diversos senadores, entre eles Lindbergh Farias (PT-RJ), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Renan Calheiros (PMDB-AL), Otto Alencar (PSD-BA), Reguffe (sem partido-DF), Kátia Abreu (PMDB-TO), Alvaro Dias (Pode-PR), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Ricardo Ferraço (PSDB-ES), entre outros. 

Renan Calheiros afirmou que a MP 782 é “uma medida provisória que assegura foro especial para o secretário-geral da Presidência da República”. "Nas circunstâncias em que nós temos um senador afastado e preso na sua casa todas as noites, nós vamos correr aqui para garantir um foro para um ministro do outro Poder? Ou seja, fazendo o que nós recusamos fazer ontem com um senador da República? Nós não podíamos deliberar sobre a questão do mandato, para que se respeitasse a Constituição, mas esta Casa pode votar atropeladamente uma medida provisória para garantir o foro especial ao senhor Moreira Franco. Isso é o fim!", disparou.

Alvaro Dias disse que a edição de uma MP apenas para dar status de ministro a uma pessoa configura “ausência de escrúpulos”, além de ser “um escárnio” com a população.

"É mais uma ação do governo que afronta a inteligência nacional. Não é uma reforma administrativa, é a criação de um instrumento para proteger um amigo do presidente da República. Que tempos estamos vivendo, tempo do escárnio, do acinte, de uma desavergonhada ação de um governo antiético. Essa Casa não pode subscrever uma ação dessa natureza. É nosso dever votar contra essa medida provisória da vergonha", declarou.

Em contrapartida, o líder em exercício do governo no Senado, o senador Fernando Bezerra Coelho (PMDB-PE) defendeu a aprovação da medida provisória e negou que a MP tivesse o objetivo de proteger Moreira Franco. O senador salientou que o próprio STF já deu parecer favorável à nomeação ao não reconhecer a acusação de desvio de finalidade.

Ministérios

O texto aprovado dispõe sobre a organização básica dos órgãos da Presidência e dos ministérios. Além da Secretaria-Geral e da Secretaria da Pesca, também integram a Presidência da República a Casa Civil, a Secretaria de Governo, o Gabinete Pessoal do Presidente e o Gabinete de Segurança Institucional.

São dez os órgãos de assessoramento imediato do presidente, entre eles o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, a Câmara de Comércio Exterior, a Advogacia-Geral da União e o Conselho Nacional de Política Energética. Já os órgãos de consulta do presidente são dois: o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional. O texto aprovado elenca as competências, atribuições e estrutura básica de cada um desses órgãos e conselhos.

Em seguida, enumeram-se os 22 ministérios, suas competências, estrutura básica (órgãos e secretarias) e atribuições: Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Cidades; Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações; Cultura; Defesa; Desenvolvimento Social; Direitos Humanos; Educação; Esporte; Fazenda; Indústria, Comércio Exterior e Serviços; Integração Nacional; Justiça e Segurança Pública; Meio Ambiente; Minas e Energia; Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; Trabalho; Transportes, Portos e Aviação Civil; Turismo; Relações Exteriores; Transparência e Controladoria-Geral da União; Saúde.

O art. 22 do PLV elenca os membros do Executivo que têm status de Ministro de Estado e, por conseguinte, foro especial por prerrogativa de função, também conhecido como foro privilegiado: todos os titulares dos ministérios; os chefes da Casa Civil, da Secretaria de Governo, do Gabinete de Segurança Institucional e da Secretaria-Geral, além do Advogado-Geral da União e do presidente do Banco Central.

O texto que segue para sanção também faz algumas alterações na lei do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), a cargo da própria Secretaria-Geral da Presidência.

*Com as Agências Senado e Câmara  

Um levantamento feito pelo Datafolha aponta que a maioria dos entrevistados defende a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o prosseguimento da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB). A pesquisa foi divulgada nesta segunda-feira (2) pelo jornal Folha de São Paulo. De acordo com os dados, 54% dos que responderam ao instituto avaliam que os fatos revelados pela Lava Jato são suficientes para embasar a prisão do ex-presidente.

Lula, inclusive, já foi condenado pela primeira instância a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Em contrapartida, dos inquiridos pelo Datafolha, 40% afirmaram que não veem motivos para a detenção do petista e 5% não opinaram.

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Já sobre a segunda denúncia contra Michel Temer por obstrução de justiça e organização criminosa, que aguarda a análise da Câmara dos Deputados, 89% dos entrevistados disseram que os parlamentares devem autorizar sim o andamento do processo. O pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) deve ser votado neste mês pela Casa. Neste caso, apenas 7% dos que responderam ao Datafolha se colocaram contrários à medida e 4% não opinaram.

O instituto ouviu 2.772 pessoas em 194 cidades do país, nos dias 27 e 28 de setembro. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Diante da nova denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) que está em análise na Câmara dos Deputados, a deputada federal Luciana Santos (PCdoB) questionou, em entrevista ao LeiaJá, os fundamentos que foram usados como base para o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Segundo ela, se a deposição era para combater a corrupção, Temer não deveria estar mais no comando do país. O peemedebista agora é acusado de obstrução de justiça e organização criminosa. 

“Quem olha para trás e observa que uma presidenta foi afastada por crime de responsabilidade com a acusação de pedaladas fiscais, quando se compara isso [com as denúncias contra Temer] fica chocante. Agora a denúncia é da própria Procuradoria [Geral da República], não veio de outra instituição não. Baseadas em provas cabais. Isso só revela que o impeachment de Dilma nunca teve o combate a corrupção como base, foi só pretexto. Se fosse para combater a corrupção Temer não poderia estar na Presidência”. declarou. 

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Sob a ótica da parlamentar, que também é presidente nacional do PCdoB - partido que defendeu ferrenhamente a ex-presidente na época no processo de impeachment, o que se vê hoje no país é um “retrato da ruptura democrática”, com a instabilidade entre as instituições e o desmonte do Estado. Para a deputada pernambucana, a segunda denúncia contra o presidente deve ser arquivada pela Câmara e a saída para a atual crise só será efetuada com as eleições de 2018. 

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Reforma política

A deputada acredita que a semana será de intensas articulações no Congresso Nacional para a aprovação da reforma política. O assunto que segundo ela deve ter um maior esforço é a criação do fundo público para o financiamento de campanhas. Para Luciana, a solução é a redução dos custos de campanha.

“Precisa se reduzir os custos de campanha, são inaceitáveis. Temos que criar mecanismos, já se tentou várias alternativas, mas o dinheiro de propaganda de TV e alguns outros custos permanecem muito altos. Criar um sistema de campanha eleitoral que reduza custos”, ressaltou. “Que se faça um convencimento de ideias, do corpo a corpo, em que se prevaleça as ideias. Nas últimas campanhas o que pesa é quem é mais marketeiro”, acrescentou. 

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Na manhã desta terça-feira (14), a Polícia Federal anunciou o cumprimento de oito mandados de prisão, de um total de 15, durante a Operação Estufa. A ação realizou a desarticulação de uma organização criminosa de tráfico de drogas. O grupo agia em estados como Pernambuco, Paraíba, Bahia e Rio Grande do Norte. Ao longo das investigações, iniciadas no ano passado, 21 pessoas foram presas.

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De acordo com a PF, a organização atuava como atacadista, adquiria grande quantidade da droga através dos produtores e realizava a distribuição ocultando o material em caminhões de frete de cargas lícitas. No destino, os fardos eram separados e entregues aos distribuidores locais, em Pernambuco e estados vizinhos.

A PF já adiantou que os destinatários das drogas são traficantes que dominam os principais pontos de venda na Região Metropolitana do Recife (RMR), em especial no município de Paulista. A polícia informou que detentos também estão envolvidos, além de traficantes de outros estados da Região Nordeste. 

Foram apreendidas mais de duas toneladas de maconha, 20 Kg pasta base de cocaína, três pistolas, quatro revólveres, crack, sete veículos, duas carretas de transporte de combustíveis e mais de R$ 40 mil em dinheiro.

Os 90 policiais federais montaram a ação em Pernambuco, Paraíba e Alagoas. Eles também contaram com o apoio operacional de 11 Policiais Militares do Batalhão de Polícia Especializada do Interior (BEPI). Ao todo, a tarefa é cumprir 15 mandados de prisão preventiva: Torre (02), Igarassú (01) Maranguape II (01), Condado (01), Maranguape Zero (01), Cordeiro (02) Areias (01), Olinda (03), COTEL (01), Conde/PB (01), João Pessoa (01). 

Além disso, 21 mandados de busca e apreensão: Torre (01), Boa Viagem (01), Igarassú (02) Curado V (01), Jardim Paulista (01), Maranguape II (01), Maranguape Zero (01), Condado (01), Cordeiro (01) Areias (01), Casa Caiada (03), Jardim Atlântico (01) Barro (01), Prazeres (01), Boa Vista (01), UR 11(01), Paulista (01), Conde/PB (01). E também cinco mandados de condução coercitiva: Torre (01), Igarassú (01), Barro (01), Jardim Atlântico (01), Ibura (01).

Eles serão responsabilizados pelos crimes de tráfico e associação, cujas penas são de cinco a 30 anos de reclusão; lavagem de dinheiro, com penas de três a dez anos de reclusão; organização criminosa, de três a oito anos de reclusão. A PF adianta que, caso sejam condenados, as penas somadas podem ultrapassam os 45 anos de reclusão. Os presos serão encaminhados à sede da PF para interrogatório e, em seguida, levados ao  Instituto de Medicina Legal (IML) para a realização de exames e levados ao Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (COTEL), onde ficarão à disposição da Justiça.

A Polícia Civil de Pernambuco deflagrou, nesta sexta-feira (17), uma operação para identificar e prender pessoas suspeitas de integrarem uma associação criminosa com atuação na prefeitura de Panelas, no Agreste. De acordo com informações divulgadas pela polícia, esta é a 3° Operação de Repressão Qualificada, denominada Profissão Perigo, voltada para investigar esquemas de desvio de verbas nas administrações municipais.  

Estão sendo cumpridos quatro mandados de prisão temporária e oito de busca e apreensão domiciliar, expedidos pelo juiz da Vara Única da Comarca na cidade.

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A investigação teve origem com a denúncia de desvio de verbas publicas feita pela Prefeitura de Panelas e foi efetuada pela Delegacia de Crimes Contra a Administração e Serviços Públicos - DECASP, sob o comando da delegada Patrícia Domingos. Na execução do trabalho operacional, participaram 50 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães. 

O prefeito da Ilha de Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife (RMR), Paulo Batista (PTB) é apontado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) como o responsável por liderar um esquema de corrupção e desvio de verba instalado na administração da cidade. A suspeita foi apresentada pelo órgão, nesta quinta-feira (6), durante uma coletiva para detalhar a Operação Itakatu, deflagrada em conjunto com a Polícia Civil para investigar fraudes em licitações na coleta de lixo no município. 

Familiares do petebista, empresários e laranjas também fazem parte da organização criminosa que atuava desde o primeiro dia útil do mandato dele, 2 de janeiro de 2013, até agora. Os contratos firmados com as quatro empresas envolvidas – AP Construções LTDA, a HA Cunha, a OGA Construtora Imobiliária e a V2 Ambiental – eram superfaturados e tinham “ligação direta” com a família do prefeito.

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"Não existe possibilidade de este esquema ter sido instalado sem o conhecimento do prefeito. A chefia dele é um indício firme que fatalmente será comprovado durante as investigações", ressaltou o promotor de justiça e membro do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Frederico Magalhães. O montante desviado, segundo o identificado até o momento pela investigação, corresponde a R$ 11 milhões.

De acordo com o promotor, as fraudes eram operadas pela "dispensa emergencial da licitação que justificaria a não concorrência para contratar diretamente estas empresas, dispensa de licitação e a partir de empréstimos de comodatos realizados pelo prefeito". 

A denúncia que subsidiou o início das investigações partiu do Ministério Público de Contas (MPCO), vinculado ao Tribunal de Contas do Estado (TCE).  No início do ano, a Câmara de Vereadores de Itamaracá também pontuou as irregularidades e chegou a cassar o mandato de Paulo Tavares, mas a Justiça devolveu e anulou o processo legislativo. 

“Em maio deste ano, encaminhamos um relatório para o Ministério Público e agora deflagraram a operação. São situações de claros conflitos de interesses. O envolvimento da família do prefeito que não estava apenas no aluguel de veículos de grande porte [caminhões e tratores], de muitos veículos, para a utilização da prefeitura, mas o irmão do prefeito era o secretário de infraestrutura, pasta responsável pelos contratos, montados no primeiro dia da gestão sem que fosse feita a concorrência. É um episódio totalmente inusitado”, observou o procurador-geral do MPCO, Cristiano Pimentel. 

Durante a Operação Itakatu, foram executados mandados de busca e apreensão além de conduções coercitivas, entre elas a do prefeito. Nos locais foram apreendidas planilhas, equipamentos eletrônicos e outras documentações. Agora o Gaeco vai analisar todo o material recolhido e o depoimento das 10 pessoas ouvidas nessa quarta (5). São investigados crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa, fraude em licitação e falsidade ideológica.

As empresas envolvidas

O MPPE apontou as empresas AP Construções LTDA, a HA Cunha, a OGA Construtora Imobiliária e a V2 Ambiental como envolvidas na organização criminosa. Entre as quatro, a única que realmente existia para a coleta de lixo é a V2. Entretanto, Frederico Magalhães detalhou o que chamou a atenção dos investigadores. “Em pouco mais de quatro anos a empresa passou de um funcionário para ter uma estrutura gigantesca”, frisou.

Já a HA Cunha, responsável pela atual coleta do lixo em Itamaracá, “alterou a razão social para incluir coleta de lixo dois dias antes de fechar contrato” com a prefeitura. As outras, de acordo com os órgãos, funcionavam em locais inadequados.

“Não eram empresas especializadas em coleta de lixo. Foram constituídas para o benefício da prefeitura. Eram, na verdade, empresas 'de faz tudo' na cidade, que acabaram entrando no serviço de recolhimento de resíduos”, declarou Pimentel. "Muitas delas não tinham condição nenhuma de operar. Elas foram criadas, exclusivamente, para desviar dinheiro público", acrescentou Magalhães. 

Fiscalização na transição do governo

O prefeito Paulo Batista tentou a reeleição no último domingo (2), mas não foi eleito. Ele recebeu 43,22% dos votos válidos e perdeu a corrida para Tato (PSB) que conquistou 50%. O MPCO vai fiscalizar a transição da gestão para o próximo Chefe do Executivo Municipal. 

“Nós lançamos um manual de transição e vamos fiscalizar ativamente este processo para que o povo não seja prejudicado. Temos preocupação de como esta cidade será entregue ao próximo gestor em janeiro”, ponderou Cristiano Pimentel. 

Outro lado

O advogado da V2, Gustavo Aguiar, acompanhou a coletiva, negou todas as acusações e disse que está cooperando com as investigações. “A empresa trabalha corretamente, é prospera, integra e tem todos os seus contratos públicos bem assessorados. Somos a única empresa que está cooperando com o Ministério Público”, declarou. Segundo ele, a Prefeitura de Itamaracá tem uma divida com a V2 Ambiental. “Existe notificação na justiça de cobrança deste valor”, acrescentou.

O Portal LeiaJá entrou em contato com a assessoria de imprensa da prefeitura, mão não conquistou êxito. 

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