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Nesta segunda (13), o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completa 30 anos. No entanto, as políticas em defesa da juventude ainda esbarram no contexto violento ao qual os menores da periferia estão inseridos. Passivos de um amplo conjunto de limitantes, a criminalidade os seduz com a promessa de emancipação econômica, porém o envolvimento os aprisiona em um ciclo vicioso de apreensões e rouba as aspirações de um futuro em liberdade. Com o poder de mudar de direção, jovens decidiram se reunir em uma rede de apoio para evitar o encarceramento da população menor de idade de Olinda.

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Com 762 jovens - entre 12 e 21 anos - atendidos atualmente pela Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), a Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ) informa que Pernambuco registrou a queda de 46,7% na quantidade de menores infratores inseridos no sistema e de 63% na taxa de ocupação, em comparação à última década. No mesmo período, foram construídas seis unidades, que ampliaram a oferta de vagas em 49,5%, passando de 810 para 1.211, em 23 unidades.

O levantamento da Secretaria de Defesa Social (SDS) também compara o número de homicídios envolvendo menores na década, que sofreu um leve aumento. Para o órgão, os números são positivos e foram conquistados por programas como o Atenção Redobrada, Juventude Presente, e as 103 Casas das Juventudes, que ampliam o debate sobre as políticas voltadas à faixa etária em todo estado. O aporte de 44,9% no orçamento da Funase nos últimos 10 anos também influenciou na melhoria do sistema, que prevê o gasto R$ 166,4 milhões para este ano.

Acompanhe os índices da criminalidade envolvendo jovens em Pernambuco:

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Já os internos ou egressos da Funase apoiam-se nas iniciativas Novas Oportunidades e Vida Aprendiz para deixar o crime e assumir postos de trabalho. Os cursos de capacitação ofertados aos menores surtiu efeito na taxa de reincidência. Em 2016, 61,8% dos que já haviam cumprido medida socioeducativa foram apreendidos novamente, enquanto em 2019, a SDS aponta que 44% voltaram ao sistema. 

Mesmo com a atuação de Organizações não governamentais (ONGs), que lutam contra a violação do ECA, apresentar novos horizontes aos jovens em situação vulnerável passa por fatores além da ressocialização. “Eu via casos de crianças que poderiam ser adotadas por famílias dignas e o sistema engolir esse processo, e a criança era obrigada a voltar para uma família que era abusiva, que colocou o filho na prostituição [...] Está faltando uma política pública séria e investimento”, denuncia a diretora do Espaço Criança ARH, Núbia Mesquita.

Empoderar-se é um ato de mudança

Rede com adolescentes de 12 a 21 anos debatem políticas voltadas à juventude de Olinda/cortesia

Com a missão de se opor à inserção de menores na criminalidade e exercer o art. 4 do ECA, que diz respeito a participação de crianças e adolescentes nas políticas sociais, em 2019, o estudante de pedagogia Lucas da Silva juntou-se com outros jovens para idealizar a rede MobilizAÇÃO Jovem de Olinda. Integrado ao Coletivo Mulher Vida (CMV) desde os 14 anos, ele acredita que o empoderamento é capaz de transformar o destino de um adolescente, que passa a identificar seu papel social e começa a reivindicar seus direitos. “Eles levam isso para os espaços onde estão e realizam projetos nas escolas”, destaca.

A rede é composta por cerca de 40 jovens, entre 12 e 21 anos, que reúnem-se mensalmente para uma experiência coletiva educativa, marcada por rodas de debate e dinâmicas que proporcionam o entendimento sobre a garantia dos direitos preconizados. “Cada encontro a gente tenta ser o máximo de dinâmico, e que seja um local de acolhimento onde eles se sintam bem para voltar. A ideia é que seja um lugar que você esteja permanentemente”, pontua.

Apesar de ter pouco mais de um ano de atividade, a MobilizAÇÃO Jovem de Olinda incorporou dois integrantes no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Olinda (COMDACO), que fiscaliza a execução das determinações do ECA em contato com os conselhos tutelares.

Quando a gente cresce, vislumbra as lembranças da infância pelas lentes da maturidade e percebe que as experiências da menoridade nos moldaram e incutiram valores, que hoje, determinam nossas atitudes. Ainda que pareça uma simples relação de salvaguardar o crescimento da árvore para a prosperidade da colheita, na prática, muitas sementes são plantadas em locais degradantes e com pouca luz. Com a responsabilidade de garantir as condições ideais para um futuro frondoso, há 30 anos, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) era sancionado e ampliava o debate sobre a importância da criança no recorte social.

A lei 8.069, de 13 de julho de 1990, preconiza os direitos fundamentais e apoio jurídico para o pleno desenvolvimento dos pequenos, e partilha a manutenção de tais garantias entre a família, comunidade, sociedade e o estado. Embora promova políticas de fiscalização e assistência, a gestão pública não alcança toda demanda de jovens em vulnerabilidade e, nesse contexto, a dignidade acaba sendo preservada pela atuação da sociedade civil, através de organizações não governamentais (ONGs).

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No Grande Recife, dois projetos foram fundados um ano após a criação do ECA e, ao longo de quase três décadas, conseguiram ampliar a perspectiva de milhares de jovens desamparados. Por meio da “política de cultura de paz”, a cientista social Adriana Duarte, coordena o Coletivo Mulher Vida (CMV) com a proposta de formar atores sociais e “ressignificar as dores provocadas pela violência” nos ciclos familiares de áreas carentes de Olinda. Já no Recife, o Espaço Criança A.R.H. se mistura à história de Núbia Mesquita, que herdou o projeto da mãe e recebe crianças e adolescentes de comunidades do centro com a metodologia da Educação por Princípios.

Protagonistas da própria história

Além de prover uma jornada ampliada de educação em um ambiente saudável de socialização com outras crianças, as organizações fornecem refeições e cuidados com a saúde. Outra preocupação é estimular as potencialidades de cada uma delas, permitindo-as desfrutar da infância entre brincadeiras e atividades lúdicas. Toda essa dedicação concede leveza ao processo de autodescobrimento dos menores, que conseguem suprir a realidade violenta a qual estão expostas e passam a perceber-se como protagonistas.

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Embora o avanço das políticas voltadas aos direitos das crianças e dos adolescentes seja motivo de comemoração, há a consciência de que falta o incentivo para que mais ações criem barreiras entre os menores e a criminalidade, e devolver aos jovens apreendidos a chance de um novo futuro. “Além da própria estrutura, faltam políticas públicas sérias e acreditar que esse menor pode ser de fato ressocializado. Porque existe todo um preconceito e uma descrença. Tem que mudar muita coisa”, ressalta Núbia. Para Adriana, a pauta deveria ter mais atenção das administrações locais e do Governo Federal para que os sonhos não se esmoreçam no percurso à vida adulta.

No Brasil de 1990, uma em cada cinco crianças e adolescentes estava fora da escola, e uma em cada dez, entre 10 e 18 anos, não estava alfabetizada. A cada mil bebês nascidos vivos no país naquele ano, quase 50 não chegavam a completar um ano, e quase 8 milhões de crianças e adolescentes de até 15 anos eram submetidas ao trabalho infantil.

Para pesquisadores e defensores dos direitos dessa população, o país deu um passo importante para mudar esse cenário naquele ano, quando foi publicado o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que completa 30 anos nesta segunda-feira (13).

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Passadas três décadas, o percentual de crianças e adolescentes fora da escola caiu de 20% para 4,2%, a mortalidade infantil chegou a 12,4 por mil, e o trabalho infantil deixou de ser uma realidade para 5,7 milhões de crianças e adolescentes.

O estatuto considerado parte desses avanços é fruto de um tempo em que a concepção sobre os direitos das crianças e adolescentes mudou no país e no mundo. O coordenador do Programa de Cidadania dos Adolescentes do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Mario Volpi, conta que o Brasil participou ativamente das discussões internacionais que culminaram, em 1989, na Convenção Sobre os Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas (ONU), assinada por 196 países.

Mesmo antes de esse acordo ter sido ratificado no Brasil, em 1990, os conceitos debatidos na ONU contribuíram para a inclusão do Artigo 227 na Constituição Federal de 1988. A partir dele, tornou-se "dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão".

Aprovado dois anos depois da Constituição, o ECA parte do Artigo 227 e consolida todo o debate que o antecedeu, declarando crianças e adolescentes sujeitos de direito, aos quais devem ser garantidas a proteção integral e as oportunidades de desenvolvimento em condições de liberdade e de dignidade.

"Foi um processo muito complementar. Em 1988, a Constituição. Em 1989, a Convenção sobre os Direitos da Criança da ONU. E, em 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente. Existe um alinhamento conceitual bastante coerente nesses três documentos jurídicos que estabeleceram essa mudança bastante radical na forma como a infância passa a ser vista pelo país", explica Volpi. "O ECA é considerado uma das melhores leis nacionais que traduzem a Convenção sobre os Direitos da Criança, e foi usado como referência para a maioria dos países latino americanos, uma referência histórica".

A mudança conceitual destacada pelo coordenador do Unicef se dá em relação ao Código de Menores, de 1979. Volpi explica que o texto anterior, revogado pelo ECA, estava inteiramente concentrado na repressão a crianças e adolescentes em situações irregulares, como crianças órfãs, pobres, em situação de rua ou em conflito com a lei.

"Existia uma visão de que, para toda a situação de irregularidade nas pessoas menores de idade, deveria haver uma ação repressiva do Estado para proteger a sociedade", resgata Volpi. "Criou-se essa divisão entre as pessoas com menos de 18 anos conhecidas como crianças e adolescentes, porque estavam em situação de normalidade, e as que eram chamadas de menores, que era como se referiam a uma criança pobre, desvalida. Ninguém dizia que tinha em casa dois menores, dizia que tinha duas crianças ou dois filhos. Mas, quando se referiam às famílias das crianças mais pobres, diziam que a família tinha dois menores".

Medidas socioeducativas

Ao substituir o Código de Menores na legislação brasileira, o Estatuto da Criança e do Adolescente mudou a Doutrina da Situação Irregular para a Doutrina da Proteção Integral, que distribui a toda a sociedade a responsabilidade por assegurar os direitos das crianças e adolescentes com prioridade absoluta, citando explicitamente que esse é um "dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público".

A mudança produziu transformações, mas não apagou a mentalidade enraizada no Código de Menores. "Não fizemos ainda uma total mudança das práticas sociais. A lei veio trazendo novas visões, mas a prática social demora muito mais para mudar do que a lei. Nesses 30 anos, houve um grande trabalho de divulgação da lei, de conhecimento, de aplicação, de mudanças positivas, mas existe uma parcela da sociedade que resiste em entender esse conceito de infância como um sujeito de direito", avalia Volpi, que usa como exemplo o sistema de medidas socioeducativas para crianças e adolescentes em conflito com a lei, apesar de ponderar que há boas experiências no país.

"O país não fez ainda um investimento significativo para transformar o que era esse sistema penal de crianças e adolescentes em um sistema educativo", afirma ele, que lembra que o objetivo das medidas socioeducativas é afastar das práticas criminais os cerca de 26 mil adolescentes que cumprem medidas socioeducativas atualmente no país, e que, para isso, precisam melhorar sua escolaridade, capacitação profissional e seu modo de se relacionar e respeitar outras pessoas. "O sistema socioeducativo está muito focado em punir os adolescentes pelo ato cometido, mas essa é só uma dimensão".

Para o coordenador da Infância e Juventude da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, Rodrigo Azambuja, o ECA sofreu duas crises, ao longo de seus 30 anos: uma de implementação de suas políticas por parte dos governos e outra de interpretação de suas regras por parte dos juristas e da Justiça, de modo a sonegar direitos.

Azambuja também é coordenador da Comissão Especializada de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente do Conselho Nacional dos Defensores Públicos-Gerais (Condege) e contesta a ideia de que as medidas socioeducativas são insuficientes porque têm menor duração temporal.

"Nas questões policiais, o ECA muitas vezes é visto como sinômimo de impunidade. Mas as pessoas que falam isso são adultas, e não se lembram de como o tempo é relativo e passa de maneira diferente para as crianças e adolescentes. Se você se imaginar com 12, 13 ou 14 anos, longe da sua mãe e preso, o quão infernal isso poderia ser? Esses meninos são bem responsabilizados, mas isso adequado à realidade e idade deles".

Apesar das dificuldades, o ECA também serviu de instrumento para reivindicar direitos para esses adolescentes, lembra ele, citando a decisão do Supremo Tribunal Federal que obrigou, no ano passado, o estado do Rio de Janeiro a soltar adolescentes apreendidos em unidades superlotadas, até que se atingisse a lotação máxima de 119% da capacidade de internos. Azambuja também cita que, durante a pandemia de covid-19, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro cobrou que o governo do estado garantisse educação à distância aos adolescentes apreendidos e videochamadas com as famílias.

"As unidades deveriam se assemelhar a escolas, mas ainda vemos esses espaços como pequenas prisões, com todos os malefícios que isso gera, como uma subcultura criminal, incutindo neles o ideal de que são perigosos, prisioneiros, e moldando a personalidade deles de acordo com essa ideia, o que contraria toda a lógica do Estatuto da Criança e do Adolescente", analisa o defensor.

Um pedreiro, de 31 anos, foi preso em flagrante com conteúdo pornográfico infantil, na manhã dessa terça-feira (3), no município de Timbaúba, Zona da Mata Norte de Pernambuco. Desde 2019, ele era usuário da deepweb e já vinha sendo investigado pela Polícia Federal.

Na casa do suspeito foram apreendidos dois discos rígidos e um celular. A perícia preliminar confirmou o armazenamento do conteúdo impróprio, o que resultou na prisão por ferir o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A pena prevista é de um a quatro anos de reclusão.

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O pedreiro pagou fiança no valor de quatro salários mínimos - equivalente a R$ 4.180 - e vai responder ao processo em liberdade. Ele confessou que há um ano começou a baixar o material pornográfico após se aperfeiçoar no acesso da deepweb, que trata-se de uma internet fechada, de difícil rastreamento, onde usuários praticam crimes como tráfico de armas e de drogas.

As provas da primeira fase do Exame Unificado de Ordem XXXI da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foram aplicadas neste domingo (9) para os estudantes e bacharéis em direito que desejam exercer a advocacia. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é uma das disciplinas cobradas pelo exame e, segundo a professora Luciana Garret, foi um pouco mais fácil que a anterior.

Segundo Luciana, a prova não teve questões passíveis de contestação nem anulação e trouxe temas como medidas socioeducativas que foram "tranquilas e bem interessantes". Havia também questões sobre atos infracionais que foram apontadas por ela como uma surpresa positiva. Pensão alimentícia também foi um tema citado pela docente, destacando uma questão que abordou a possibilidade de um tio pagar a pensão de uma criança.

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Questionada sobre assuntos dos quais sentiu falta, a professora pontuou o tema adoção. Luciana explicou que o assunto apareceu por um viés mais administrativo, tratando da obrigação de funcionários de hospitais informarem à autoridade competente quando uma mulher que deu à luz tem o desejo de entregar a criança e encaminhar a mãe a uma vara de infância e juventude. Para ela, faltou abordar uma questão diretamente ligada à inserção de crianças em novas famílias, sendo essa uma aposta de questão para o próximo exame. 

Um professor que pediu uma redação sobre sexo anal para crianças de 10 a 12 anos e encheu o quadro de expressões obscenas durante a aula foi indiciado pela Polícia Civil do Distrito Federal. Wendel Santana tem 25 anos e ensinava língua portuguesa no Centro de Ensino Fundamental (CEF) 104 Norte, em Brasília, de onde foi demitido depois que a aula com temas sexuais foi divulgada na internet. 

O indiciamento do professor se deu por submeter crianças a constrangimento ou vexame, conduta prevista pelo Artigo 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), com pena de seis meses a dois anos de prisão. O caso ficará sob a responsabilidade do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que analisará o inquérito da Polícia Civil e decidirá pela denúncia, arquivamento do caso ou solicitação de mais informações da investigação. 

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Um homem, de 54 anos, foi preso em flagrante por envolvimento com pornografia infantil. Na última sexta-feira (22), a Polícia Federal (PF) realizou buscas e, além de encontrar o conteúdo sexual, apreendeu duas armas de fogo em uma residência no município de Buíque, região Agreste de Pernambuco. As investigações iniciaram após autoridades canadenses constatarem que uma conta brasileira compartilhava imagens e vídeos de crianças em um aplicativo de mensagens. 

Em posse das informações enviadas do Canadá, dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos e as autoridades confirmaram que o suspeito mantinha material pornográfico envolvendo menores. Na residência, foram apreendidos dois celulares, um notebook, um revólver e 13 munições de calibre 38, uma espingarda, 11 munições de 63,5 mm, uma máquina fotográfica digital e dois cartões de memória.

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Após a perícia preliminar dos eletroeletrônicos, o conteúdo impróprio foi detectado e o homem preso por ferir o artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que trata do armazenamento e compartilhamento de pornografia envolvendo menores. Para tal crime, está prevista a pena de um a quatro anos de reclusão. Devido a posse do armamento, o suspeito também pode receber a pena de um a três anos, além do pagamento de multa.

"Ao analisar o aparelho celular dele, nós encontramos várias fotos e vários vídeo com pornografia infantil, incluindo homens tendo relações sexuais com crianças e adolescentes", explicou Giovani Santoro.

Durante interrogatório, ele confessou que participa de três grupos internacionais de compartilhamento de sexo explícito envolvendo apenas crianças e que as fotos em seu celular foram baixadas da internet. Em relação às armas, revelou que adquiriu em uma feira no município vizinho de Arcoverde e em Buíque, e não conseguiria identificar os vendedores.

Após a audiência de custódia, ele pagou a fiança no valor de R$ 5 mil e foi liberado. O acusado responderá ao processo em liberdade. O nome do suspeito não foi divulgado para que a população "não faça justiça com as próprias mãos", finalizou o representante da PF.

Após infringir o Estatuto da Crianças e do Adolescente (ECA) ao publicar a foto da filha, de 10 anos, segurando uma arma, o polêmico deputado estadual do Espírito Santo capitão Assumção parece ter se arrependido da postagem. Antes de excluir o registro, nessa sexta-feira (25), ele rebateu críticas de internautas.

A imagem da criança armada com uma pistola recebeu a seguinte legenda: "ensinando as nossas filhas o verdadeiro empoderamento! NUNCA SERÁ FEMINAZI!", seguida de emojis de faca e crânio.

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Ao ser advertido em um comentário com o artigo 242 da lei nº 8.069 do ECA, Assumção retrucou: "me prende". Segundo a decisão de 1990, "vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma, munição ou explosivo" prevê a pena de três a seis anos de reclusão.

Em nota de repúdio, o Sindicato dos Advogados do Espírito Santo esclareceu: "empoderamento nunca terá relação com violência". A entidade solicitou que o Ministério Público e as autoridades responsáveis pelo cumprimento do ECA "tomem as medidas necessárias".

Fã ativo de Jair Bolsonaro e autodenominado "pró-vida", o deputado -aparentemente- sente prazer em se envolver em polêmicas. No mês passado, ele ofereceu R$ 10 mil a quem matasse um suspeito de feminicídio, durante um discurso na Assembleia Legislativa do Estado.

Confira



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Neste domingo (20), foram aplicadas provas da primeira fase do da XXX edição do Exame de Ordem Unificado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Para a professora de direito civil e Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) Luciana Garret, esta edição foi mais fácil e “sem maiores mistérios”. 

“Não surgiu nada de novo. A FGV [banca que elabora a prova da OAB] não tem muita previsibilidade, mas segue uma certa lógica. A última prova foi um pouco mais complicada, tanto em civil quanto e em ECA, comparada a esta edição do exame”, garantiu Luciana.

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Segundo a professora, tanto a prova de civil quanto a do ECA “seguiram a linha comum, não tiveram nada de extraordinário” e não houve, em sua avaliação, nenhuma questão polêmica ou novidade no conteúdo das provas. 

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As eleições para conselheiros tutelares acontecem em todo o país neste domingo (6). Todos os cidadãos com títulos eleitorais válidos podem ir às urnas escolher os representantes da cidade que vão integrar a instituição voltada para a efetiva execução do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Apesar de não ter, entre os eleitores, o mesmo apelo das eleições oficiais que acontecem a cada dois anos, o pleito tem se tornado cada vez mais politizado. 

No Recife, por exemplo, são 94 candidatos para 40 vagas e é possível ver nas campanhas a ligação dos postulantes com vereadores, outras lideranças políticas e até mesmo partidos. Os santinhos do candidato Wilson Júnior, por exemplo, que circulam nas redes sociais vem acompanhado da foto do vereador Davi Muniz. 

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Também candidato a conselheiro Tutelar, Juvamar Lima Correia, tem na sua campanha o vereador Romerinho Jatobá (Pros) que, inclusive, nas suas redes sociais apresenta Mazinho, como é conhecido, por “seu candidato” ao Conselho no Recife. Outro postulante a uma das 40 vagas, Thiago Carvalho também teve a ajuda de políticos na sua campanha; o vereador Ivan Moraes (PSOL) e a ex-candidata a governadora de Pernambuco, Dani Portela (PSOL), gravaram vídeos pedindo votos para ele. 

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Segundo a presidente do Conselho Municipal da Defesa e Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente do Recife (Comdica), Ana Farias, a contaminação política no processo de escolha dos conselheiros não é irregular, mas inconveniente. 

“Não existe irregularidade, existe a inconveniência. Porque quando o Conselho Tutelar foi criado, a ideia era que as pessoas pudessem escolher seus representantes sem a influencia dessas lideranças [os vereadores]. Seria a escolha da comunidade. Não é irregular, mas inconveniente. A eleição para conselheiro tutelar terminou se partidarizando, que não é o caso porque o nosso partido é  da defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes. Apenas esse deve ser nosso norte”, salientou Ana Farias. 

O quadro com exemplos da participação ativa de vereadores nas campanhas de conselheiros não é restrito ao Recife, outras cidades da Região Metropolitana, como Olinda, São Lourenço da Mata e Jaboatão dos Guararapes têm registros explícitos disso. Os apoios, como já dito, não configuram qualquer irregularidade e muitos parlamentares aproveitam a disputa para também tentar aferir suas bases, uma vez que a eleição para conselheiro acontece um ano antes do pleito de 2020, quando serão eleitos vereadores, prefeitos e vice-prefeitos. 

A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados aprovou o confisco de bens e valores utilizados na prática de crimes sexuais contra crianças ou adolescentes. A pena também será aplicada para crime de tráfico de crianças e adolescentes.

O objetivo é permitir o pagamento de indenizações às vítimas e às suas famílias. A proposta prevê ainda a destinação do restante dos bens para o Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente.

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O Projeto de Lei 1882/19, do deputado José Medeiros (Pode-MT), altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90). Determina que o confisco poderá ser ordenado no curso da investigação e que será cassada a licença de estabelecimento cujo proprietário, gerente ou responsável seja condenado por autorizar a exploração ou tráfico de crianças e adolescentes.

O texto aprovado também estabelece pena de reclusão de 4 a 10 anos e multa a quem facilita práticas de crimes sexuais contra crianças e adolescente ou impede ou dificulta que a criança ou o adolescente as abandone.

Confisco de bens

O relator, deputado Luis Miranda (DEM-DF), avalia que a proposta amplia o rol de condutas que pode levar ao confisco de bens e inova ao estabelecer que parte dos recursos seja destinado à indenização das vítimas e famílias.

“Considerando que há no Brasil a atuação de diversas organizações criminosas, altamente estruturadas e organizadas, é necessário o estabelecimento de políticas criminais que coloquem à disposição do Estado instrumentos e infraestrutura adequados para a repressão e prevenção de crimes”, argumentou.

Tramitação

A proposta ainda será analisada pelas comissões de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania antes de ser votada pelo Plenário.

*Da Agência Câmara Notícias

 

Em um julgamento com recados ao presidente Jair Bolsonaro e à bancada conservadora do Congresso, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira, 8, rejeitar por unanimidade os pedidos formulados pelo PSL para suspender dispositivos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em vigor desde 1990. O partido de Bolsonaro questionava o atendimento da criança infratora por conselho tutelar e contestava a possibilidade de internação de jovens só quando houver grave ameaça ou violência ou quando infrações graves forem reiteradas.

Outro dispositivo do ECA contestado pelo PSL é o que proíbe a detenção de crianças e adolescentes para averiguação, ou por motivo de perambulação. A ação chegou ao Supremo em março de 2005, quando Bolsonaro ainda não integrava o PSL, mas membros da Corte ouvidos reservadamente afirmaram que o julgamento também serviu para dar recados e o tribunal firmar sua posição em defesa das crianças e dos adolescentes.

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Durante a campanha eleitoral do ano passado, Bolsonaro afirmou que o ECA "tem de ser rasgado e jogado na latrina". "É um estímulo à vagabundagem e à malandragem infantil", afirmou o então candidato à Presidência da República. Bolsonaro e deputados conservadores também já se manifestaram a favor da redução da maioridade penal.

O relator da ação no STF, ministro Gilmar Mendes, apontou no julgamento para o risco de "verdadeiro cheque em branco para que detenções arbitrárias, restrições indevidas à liberdade dos menores e violências de todo tipo pudessem ser livremente praticadas, o que não pode ser admitido". "Uma maior restrição às liberdades civis e a expansão indevida do aparato policial são características típicas de políticas e regimes autoritários", observou Gilmar.

"Nesse sentido, cabe ao STF, enquanto guardião dos direitos e liberdades fundamentais, coibir condutas que, em última análise, enfraquecem as regras do regime democrático e do Estado de Direito", completou Gilmar.

"Assombração errada"

Na avaliação do ministro Luís Roberto Barroso, não é recrudescer com leis mais duras que contribuirá para resolver o problema da criminalidade. "Tem de ser a escola a suprir essa demanda das crianças. Não há solução fácil para um problema dramático como esse onde as variáveis são múltiplas", disse Barroso.

"Quem achar que o problema da educação no Brasil é escola sem partido (movimento que combate uma suposta doutrinação de professores em sala de aula), ideologia de gênero ou saber se 64 foi golpe ou não, está assustando com a assombração errada. Os problemas da educação no Brasil são a não alfabetização da criança na idade certa, a evasão escolar no ensino médio, o déficit de aprendizado - a criança termina o ensino fundamental e o adolescente termina o ensino médio e não aprenderam o mínimo que precisariam saber - e a pouca atratividade da carreira de professor do ensino básico", completou Barroso.

Ao concordar com os colegas, a ministra Rosa Weber afirmou que o ECA "há de ser visto com olhos de gratidão, porque vocalizou a proteção integral à criança e ao adolescente".

O decano do STF, ministro Celso de Mello, por sua vez, criticou os pedidos formulados pelo PSL na ação. "A mim me parece que o PSL, partido que hoje está no poder, formulou (na ação), segundo penso, uma postulação, ela própria, manifestamente inconstitucional, porque as normas legais fundadas no ECA são normas plenamente compatíveis com o que se tem no estatuto fundamental da República", comentou Celso, que se aposenta em novembro do ano que vem.

Ex-secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo e ex-ministro da Justiça do governo Michel Temer, o ministro Alexandre de Moraes defendeu a manutenção dos dispositivos do ECA contestados pelo PSL. "O que se pretende é criminalizar as condutas daqueles que pela Constituição e pelo ECA são sujeitos de direito; o que se pretende é penalizar as crianças e os adolescentes pela ausência de efetiva proteção integral que deveria ser realizada pelo Estado, pelo país e pela sociedade. Se falham todos esses, vamos então criminalizar as condutas das crianças e adolescentes que vagam pelas praças, internando todas?", questionou.

"É uma política de higienização terrível que, ao invés de buscar, como outras normas do ECA e do Direito Civil já pretendem, a integral proteção, criminalizam", disse Moraes.

Porte de armas

Na última quarta-feira, 7, o STF discutiu outro tema sensível ao governo Bolsonaro - o porte de armas para agentes socioeducativos.

Nesse caso, a discussão sobre uma lei de Santa Catarina que autoriza o porte de armas para agentes de segurança socioeducativos dividiu ministros na sessão de quarta-feira. Com cinco votos para derrubar o aval para o porte de armas desses profissionais e três para manter a autorização prevista na legislação catarinense, a discussão foi interrompida por um pedido de vista (mais tempo para análise) do ministro Gilmar Mendes.

Para declarar a inconstitucionalidade de uma norma estadual, são necessários seis votos. Cinco ministros se posicionaram nesta quarta contra a permissão do porte de armas para os agentes de segurança socioeducativos de Santa Catarina: Edson Fachin, Rosa Weber, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio.

"O porte de armas é um assunto da mais alta importância, que deve ser disciplinado de forma centralizada pela União. Hoje há uma tendência no sentido de ampliar cada vez mais o rol de pessoas que podem portar armas, caminhoneiros, taxistas, isso me parece altamente contraproducente e, segundo as estatísticas nacionais e internacionais, só tende a aumentar a taxa de homicídios e acidentes com armas de fogo", afirmou Lewandowski naquela ocasião.

A discussão no Supremo sobre o porte de armas girou em torno de uma ação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que alegou que o porte de arma de fogo é uma "questão nacional", cabendo à União legislar sobre a matéria, e não os Estados. A ação foi apresentada pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em julho de 2015. Não há previsão de quando o caso voltará a ser discutido pelo plenário.

A partir de agora, crianças ou adolescentes menores de 16 anos não poderão viajar para fora de sua comarca (município) desacompanhados dos pais, dos responsáveis ou sem a expressa autorização judicial. Antes dessa alteração no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), tais exigências valiam apenas para as crianças.

A alteração foi sancionada pelo Presidente Jair Bolsonaro (PSL) no dia 16 de março. A autorização não será exigida para os menores de 16 anos transitarem pela Região Metropolitana de seus municípios.

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Para além dessa modificação, também foi publicado no Diário Oficial da União a lei que institui a Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas e a criação do Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas. O que poderá auxiliar as famílias que têm algum parente desaparecido.

De acordo com último levantamento feito pela Polícia Civil de Pernambuco, em todo ano de 2017 cerca de 125 crianças e adolescentes desapareceram nos municípios do Estado. Diversas Organizações Não Governamentais, como a ONG Mães da Sé, pediam por um sistema público que funcionasse para ajudar a encontrar essas pessoas.

Na época, em entrevista ao LeiaJá, a militante e fundadora da Mães da Sé, Vanise Experidiã, salientou que no Brasil não tinha um registro de quantas crianças estavam desaparecidas, já que não havia uma unificação de informações. "Cada estado trabalha com uma estatística, que no fim das contas não acabam 'casando' nacionalmente", revelou Vanise à reportagem.

Agora, o presidente da república sancionou que o órgão federal será responsável pela consolidação das informações em nível nacional, definindo diretrizes da investigação de pessoas desaparecidas e pela coordenação das ações de cooperação operacional entre os órgãos de segurança pública - assim como será do dever das autoridades estaduais cooperarem da mesma forma em seus territórios.

O Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas será composto por banco de informações públicas, de livre acesso por meio da internet, com informações acerca das características físicas das pessoas desaparecidas, fotos e outras informações úteis para sua identificação sempre que não houver risco para a vida da pessoa desaparecida.

Também com o banco de informações sigilosas, destinado aos órgãos de segurança pública, com registros padronizados de cada ocorrência e com o número do boletim de ocorrência, que deverá ser o mesmo do inquérito policial, bem como informações acerca das características físicas das pessoas desaparecidas, fotos, contatos dos familiares ou responsáveis pela inclusão dos dados da pessoa desaparecida no cadastro e qualquer outra informação relevante para sua pronta localização.

Outras determinações e alterações por meio da Lei número 13.812, de 16 de março de 2019 podem ser acessadas no site do Planalto.

O presidente da Associação de Clubes Europeus (ECA, na sigla em inglês), Andrea Agnelli, disse nesta terça-feira que a Uefa está preparando uma terceira competição entre times do continente a partir de 2021.

O dirigente, que também é o mandatário da Juventus, comentou que a nova competição deve envolver equipes de menor expressão. "Foi dado sinal verde para criação de uma terceira competição europeia", disse Agnelli durante assembleia da Eca que aconteceu nesta terça-feira em Split, na Croácia.

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A frase foi reproduzida pelo Twitter da entidade. No entanto, os dirigentes da Uefa ainda discutem se haverá de fato uma terceira competição. Isso porque há uma outra ideia de expandir a Liga Europa, acrescentando mais 16 equipes, com uma fase de grupos com um total de 64 clubes.

A preferência de Agnelli e dos membros da ECA é criar um outro torneio com 32 times em paralelo à Liga Europa. De uma forma ou de outra, o objetivo é dar espaço para equipes menores. O mandatário da Juventus informou que caso haja uma dessas mudanças um total de 96 equipes estará envolvida em disputas continentais - hoje 64 equipes estão envolvidas na Liga dos Campeões e na Liga Europa.

A terceira competição europeia, para existir, depende ainda de aprovação do Comitê Executivo da Uefa. Agnelli também é um dos conselheiros da entidade máxima europeia e deve influenciar na decisão. A próxima reunião do grupo será dia 27, em Nyon, na Suíça.

A Prefeitura de Guarulhos, em parceria com a Escola 360, promove a palestra “O ECA e a Escola”, para que os profissionais da Educação obtenham orientações jurídicas quanto à proteção integral e a vulnerabilidade da criança e do adolescente dentro das escolas e dos CEUs. O evento acontece na Secretaria de Educação, Cultura, Esportes e Lazer (SECEL), no bairro do Macedo, nesta segunda-feira (25), das 8h30 às 13h.

O encontro contará com a presença dos gestores e profissionais das redes municipal e estadual de Ensino, coordenadores das unidades dos CEUs e também do Conselho Tutelar, além dos participantes do Projeto Guarulhos Cidade que Protege.

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Para se inscrever, o interessado deve entrar em contato com a Divisão Escola 360 pelos telefones (11) 2475-7319 e 2475-7379, e tratar com Magda, Valéria ou Kilza.

Serviço:

Palestra “O ECA e a Escola”

Data: segunda-feira, dia 25 de junho

Horário: das 8h30 às 13h

Local: Auditório térreo da SECEL

Endereço: Rua Claudino Barbosa, 313 – Macedo

O relatório final da Comissão Especial que examina propostas de alterações no Estatuto da Criança e do Adolescente foi apresentado em outubro do ano passado. É um texto alternativo a um projeto de lei do Senado (PL 7197/2002) e a outras cinquenta e duas propostas que também sugerem mudanças no ECA. O relatório está pronto para ser votado e já há um requerimento no plenário da Câmara para que os trabalhos da Comissão Especial se estendam por mais 10 sessões.

O ponto mais polêmico do parecer do relator, deputado Aliel Machado (Rede-PR), é o que endurece as medidas socioeducativas aos menores infratores. A proposta é que quando os crimes cometidos pelos adolescentes resultarem em morte, o período de internação vá aumentando gradativamente, de acordo com a idade, até no máximo dez anos. Atualmente, o menor só pode ficar internado em uma instituição por até três anos.

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O presidente da Comissão, deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), ressalta que o relatório é fruto de um ano de debates, para os quais foram convidadas entidades como o Ministério Público e a Ordem dos Advogados do Brasil. Ele lamenta que as medidas socioeducativas para os menores sejam leves diante da gravidade de algumas infrações.

“Hoje, o menor comete um crime grave contra a vida. A família leva o seu ente querido para o cemitério, perde aquele ente querido e o menor, dali a um ano, dois anos, está passando na frente da casa (da família da vítima). Então há uma sensação de impunidade muito grande. Nós precisamos equilibrar essa relação”, disse Mattos.

Ressocialização

O representante do Conselho Estadual dos Direitos Humanos de São Paulo, Ariel de Castro Alves, informa que, atualmente, 23 mil jovens infratores cumprem medidas socioeducativas em todo o país e 90 mil estão em liberdade assistida, prestando serviços à comunidade. Ele lembra que a Constituição Federal estabelece a excepcionalidade e a brevidade das medidas socioeducativas. E defende que se reforce mais a ressocialização dos menores infratores do que a punição.

“Enquanto uma criança na escola custa R$ 600 por mês pro Estado, um adolescente aqui na Fundação Casa, de São Paulo, custa em torno de R$ 10 mil por mês. E um jovem no sistema penitenciário de adultos custa em torno de R$ 2.500 a R$ 3 mil por mês pro Estado. Então nós precisamos de mais investimentos na prevenção, inclusive na própria educação, pra que não tenhamos que depois gastar com a repressão”, observou Alves.

Tanto o presidente da Comissão Especial quanto o representante do Conselho dos Direitos Humanos do Estado de São Paulo se posicionaram contra a redução da maioridade penal para 16 anos. Uma proposta de Emenda à Constituição neste sentido (PEC 33/2012) está sendo examinada pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

Da 'Agência Câmara Notícias

A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça assegurou que um casal que convive em união homoafetiva há 12 anos permanecesse com a guarda de um bebê de dez meses. Em decisão unânime, o colegiado concluiu que os companheiros reúnem as condições necessárias para cuidar da criança até que seja finalizado o processo regular de adoção e que um eventual encaminhamento do bebê a abrigo poderia lhe trazer prejuízos físicos e psicológicos.

O casal ingressou com pedido formal de adoção, porém o juiz de primeira instância determinou a busca e apreensão do bebê para que fosse acolhido em abrigo. O magistrado entendeu que os companheiros não se enquadravam nos requisitos de exceção à adoção regular previstos pelo artigo 50 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), como tutela ou guarda da criança há mais de três anos ou formulação do pedido de adoção por parente.

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A decisão foi confirmada pelo Tribunal de Justiça do Ceará, que concluiu que ainda não havia sido formado vínculo afetivo entre o casal e a criança. Além disso, entendeu que havia dúvidas sobre a origem do menor e as circunstâncias do seu abandono.

Habeas corpus

O relator do pedido de habeas corpus, ministro Villas Bôas Cueva, apontou que, segundo os autos, “o menor foi recebido em ambiente familiar amoroso e acolhedor, quando então recém-nascido, não havendo riscos físicos ou psíquicos neste período, quando se solidificaram laços afetivos, até mesmo porque é cediço que desde muito pequenas as crianças já reconhecem as pessoas com as quais convivem diariamente”.

De acordo com o processo, em 2016, os companheiros encontraram em frente à casa da mãe de um deles uma caixa de papelão na qual estava o recém-nascido, de apenas 17 dias. Após acolherem a criança, eles procuraram a Polícia Civil para reportar o ocorrido e contrataram um investigador particular, que localizou a mãe biológica da criança.

Segundo a genitora, ela teria escolhido o casal para cuidar de seu filho por não possuir condições financeiras de criar a criança.

Lar estruturado

Ao analisar o habeas corpus, o ministro Villas Bôas Cueva ressaltou haver nos autos relatório da equipe de adoção do Juizado da Infância e Juventude que aponta que o casal mantém lar estruturado e tem o desejo genuíno de receber a criança de forma definitiva.

Além disso, as instâncias ordinárias, ao determinarem o abrigamento institucional, não apontaram qualquer das hipóteses de violação de direitos da criança previstas pelo artigo 98 do ECA, como abuso ou omissão dos responsáveis pelo menor.  

“Admitir-se a busca e apreensão de criança, transferindo-a a uma instituição social como o abrigo, sem necessidade alguma, até que se decida em juízo sobre a validade do ato jurídico da adoção, em prejuízo do bem-estar físico e psíquico do infante, com risco de danos irreparáveis à formação de sua personalidade, exatamente na fase em que se encontra mais vulnerável, não encontra amparo em nenhum princípio ou regra de nosso ordenamento”, concluiu o ministro ao votar para que o bebê fosse mantido com o casal. 

Com informações do site do STJ

A Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei (PL) que agiliza o procedimento de adoção de crianças e adolescentes. A proposta do deputado Augusto Coutinho (SD-PE) modifica o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e permite a concessão de benefícios aos adotantes semelhantes aos que a lei garante aos pais biológicos.

O texto da proposta garante estabilidade no emprego e licença-maternidade para quem adotar criança ou adolescente ou obtiver sua guarda provisória. Pela legislação atual, a licença-maternidade só é garantida para a adoção de crianças. Para os casos de adoção de bebês, também foi estendido o direto aos dois descansos especiais que são concedidos a quem amamenta crianças de até seis meses de idade.

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“O processo hoje no Brasil é muito vagaroso e isso faz com que, muitas vezes, a criança cresça e se perca o interesse da família de adotar. Essas crianças acabam em abrigos”, afirmou o autor do PL. Outro ponto que o projeto vai regulamentar é o apadrinhamento. A partir de agora será reconhecido por lei o direito de participar direta ou indiretamente do desenvolvimento dos menores que estão na fila para adoção ou vivem em famílias substitutas provisoriamente, inclusive de pessoas jurídicas.

Empresas ou pessoas poderão contribuir em qualquer aspecto, seja moral, social, cognitivo, educacional ou financeiro, desde que não estejam inscritos em nenhum tipo de programa de adoção.

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) e a rede de proteção à criança e adolescente lançaram, na manhã dessa última quinta-feira (13), a campanha ‘27 anos de conquistas do Estatuto da Criança e do Adolescente: por nenhum direito a menos'.

A abertura da campanha aconteceu na Escola Municipal Santa Ângela, no bairro do Cristo Redentor, em João pessoa. Já o lançamento da campanha ocorreu no auditório da sede da Procuradoria Geral de Justiça em João Pessoa, realizado pelo Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Defesa da Criança e do Adolescente do Ministério Público da Paraíba, pela Rede Margaridas Pró-Crianças e Adolescentes (Remar), pelo Poder Judiciário, Prefeitura e Conselho Municipal da Criança e do Adolescente de João Pessoa e pelas Redes Municipais de Proteção Integral à Criança e ao Adolescente.

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No evento, representantes de diversos órgãos destacaram o momento político nacional, que coloca em risco a efetivação dos direitos de crianças e adolescentes devido aos cortes em áreas sociais que já têm prejudicado as políticas públicas voltadas à causa, a exemplo do Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAM) e de programas de combate ao trabalho infantil.

“Enquanto existir crianças com direitos violados, crianças vítimas de violência sexual, crianças abandonadas, temos que lutar. Precisamos de todos para garantir que o Estatuto da Criança e do Adolescente seja efetivado, o que é um trabalho muito difícil. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é como nossos filhos. Temos que insistir, temos que cobrar e fazer o nosso papel. É um dever de todos. Ao longo desse percusso tivemos erros e acertos. Devemos e podemos fazer mais; temos que fazer mais”, disse a promotora de Justiça e coordenadora do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Defesa da Criança e do Adolescente do MPPB, Soraya Escorel.

Já o juiz da 1ª Vara da Infância e Juventude da Capital e coordenador da Infância e Juventude do Judiciário Estadual, Adailton Lacet Porto, lembrou dos avanços legais do Código de Menores obtidos pelo Eca. “Não podemos deixar de parabenizar, em termos de legislação infantojuvenil, o Brasil avançou significativamente”, completou.

O evento teve a participação de representantes de cinco redes de proteção integral à criança e ao adolescente da grande João Pessoa, representantes da Casa Pequeno Davi, de Secretarias da Educação e da Fundação Desenvolvimento da Criança e do Adolescente (Fundac).

Outros eventos estão programados para acontecer em homenagem os 27 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente, veja a programação:

- Terça-feira, dia 18: A  Prefeitura de João Pessoa vai promover na Lagoa, a partir das 13h, divulgação dos serviços e ações sobre o Estatuto.

- Quarta-feira, dia 19: Será promovido, a partir das 8h no auditório da reitoria da UFPB, o seminário estadual sobre convivência familiar e comunitária.

- Sexta-feira, dia 21: Vai acontecer também no Parque da Lagoa a 9ª Ação Nacional 'Criança não é de Rua', um evento que acontece simultaneamente em todas as capitais do país para lembrar a chacina da Candelária, ocorrida no dia 23 de julho de 1993.

- Segunda-feira, dia 24: Será promovida uma mobilização sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente com as redes intermunicipais da Região Metropolitana de João Pessoa, nos períodos da manhã e tarde no Ponto de Cem Réis, na capital paraibana.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completa 27 anos nesta quinta-feira (13). Trata-se do ordenamento jurídico que regulamenta os direitos das crianças e dos adolescentes inspirada pelas diretrizes fornecidas na Constituição Federal de 1968. O texto passou por alterações para se tornar mais eficiente.

O ECA não estacionou. "Nesse período, conseguimos fazer muitos aprimoramentos importantes no Estatuto, que ainda é uma legislação avançada e eficiente, mas que até hoje não é totalmente implementada", avalia a secretária nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Claudia Vidigal.

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Em maio deste ano foram sancionadas duas leis que alteram a redação do ECA, para regulamentar e tornar mais rígidas a investigação e punição de crimes contra a dignidade sexual da criança e do adolescente.

A Lei nº 13.440 estipula perda obrigatória de bens e valores para aqueles envolvidos em crimes de exploração sexual e prostituição. A pena também inclui reclusão de quatro a dez anos e multa. Já a Lei 13.441, que também altera o ECA, regulamenta a infiltração de agentes de polícia na internet, com o fim de investigar crimes contra a dignidade sexual.

Ainda este ano, no mês de abril, foi sancionada a Lei nº 13.431, que estabelece um sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência. O projeto cria o depoimento especial, que assegura à criança e ao adolescente vítimas de violência o direito de serem ouvidos em local apropriado e acolhedor, com infraestrutura e espaços físicos que garantam privacidade e impedem o contato com o acusado.

A legislação descreve diferentes formas de violência, como física, psicológica, sexual e institucional. Define como serão feitos o atendimento e o encaminhamento das denúncias, além de detalhar os procedimentos de escuta especializada e de depoimentos de crianças e adolescentes, durante as investigações.

Outras modificações importantes do ECA, de acordo com Cláudia Vidigal, são a Lei Menino Bernardo, que estabeleceu o direito da criança e do adolescente de serem educados sem o uso de castigos físicos; o Marco Legal da Primeira Infância, que desenvolve uma série de programas, serviços e iniciativas voltados à promoção do desenvolvimento integral das crianças desde o nascimento até os seis anos de idade; a Lei da Escuta Especializada e do Depoimento Especial da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência; e a lei que instituiu o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), tem como objetivo executar penas alternativas para adolescentes que pratiquem ato infracional.

Para mais informações sobre o ECA acesse: http://www.adolescencia.org.br/site-pt-br/eca

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