O período de preparação para as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não é fácil para muitos estudantes. Na maioria das vezes, os feras precisam enfrentar o nervosismo, a ansiedade e tantos outros dilemas na hora da seleção. Entretendo, a participação dos pais pode contribuir e muito na aprovação do candidato, a começar do incentivo para se inscrever no Exame. A orientação é do psicólogo e orientador educacional do Colégio de Boa Viagem, Flávio Leão.
De acordo com o orientador, a partir do momento em que você consegue estabelecer uma relação entre pais e filhos, seja ela de apoio, companheirismo ou incentivo, isso fortalece a confiança do candidato em ser aprovado em qualquer vestibular. "Quando os pais ou responsáveis por aquele jovem estão presentes nesse processo de preparação, mostrando ao filho que ele vai conseguir, isso estimula a aprovação", diz Flávio.
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"Quanto mais apoiar e acreditar, mais chance esse estudante pode ter. O lado afetivo fortalece a situação e faz com que até mesmo o próprio candidato acredite nele, pois há pessoas acreditando que ele pode conquistar uma vaga. Eles já têm o preparo cognitivo, por meio do aprendizado e estudo, mas alinhando isso ao lado afetivo, isso potencializa. Faz com que o aluno se sinta mais forte e preparado para enfrentar o desafio", reforça o psicólogo.
Um exemplo de apoio é a família das irmãs gêmeas Nina e Isabel Xará. As duas estudantes do terceiro ano do ensino médio do CBV estão se preparando para enfrentar as provas do Enem nos dois primeiros domingos de novembro e conversaram com o LeiaJá sobre a participação dos seus pais nesse processo.
"Ter os nossos pais por perto com certeza é uma ajuda enorme. A participação deles na nossa preparação me estimula demais. Às vezes eu realmente preciso de um incentivo, porque têm momentos que você está muito cansada da rotina. Então, é importante ter eles por perto porque reforçam minha atenção para os estudos", explica Isabel Xará que quer tentar uma vaga no curso de arquitetura da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Assim como a sua irmã, Nina Xará tem se preparado desde o primeiro ano do ensino médio. "A gente estuda em casa, faz cursinho, participa de aulões, mas sempre com eles por perto. Em tudo que a gente faz, eles estão lá nos apoiando", conta Nina ,que pretende cursar cinema na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Para os pais, essa participação é muito pessoal e depende muito de como eles lidam com os filhos. No entanto, Marcia Xará e Tito França acreditam que é uma responsabilidade de ambos. "Todo esse processo de preparação nós acompanhamos de perto, participamos de tudo e incentivamos. Depende muito de cada pessoa, mas essa presença não deve ser só nesses momentos. Tudo é uma construção e acreditamos que seja uma responsabilidade também", afirma a mãe das gêmeas.
Ainda segundo ela, esse esforço não deve ser só para o Enem, mas é um trabalho para a vida inteira. "Eu sempre ensinei a elas que elas precisam tomar rédea da vida delas, ter responsabilidade, ser protagonista das suas escolhas. Então, eu acho que é mais um trabalho longo de uma preparação contínua", desabafa Marcia.
Tito, o pai de Isabel e Nina, fala que a relação dele e Marcia para com as meninas é muito mais de aconselhamento. "A gente tenta despertar nelas tudo aquilo que o mundo vai exigir delas, que consequentemente entra em uma carreira profissional, mas não impomos nada. Mostramos que é necessário ter uma carreira, seguir algo que você gosta e que elas precisam se preparar para isso. Eu só tento ensinar a elas o que espera por elas lá na frente", comenta o designer gráfico.
Os pais também enfatizam que esse incentivo não pode ser apenas no último ano do ensino médio. Para Tito, isso tem que ser trabalhado desde o início do processo. "Não é aquela coisa assim: chegou no terceiro ano, agora participe da vida do seu filho. Não dá para dizer isso. Tem que ser algo trabalhado, plantado, cultivado ao longo do tempo. A gente só colhe o que planta, então se você cuidar bem da sua florzinha ela vai dar frutos. Mas tem que ser o tempo todo. Não dá para botar água só no verão, só depois que passar cinco dias no sol, não dá para dizer isso", aconselha.
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Pressão pode atrapalhar nos estudos
Se não é fácil para os estudantes, para os pais, frequentemente a sensação de impotência em relação ao desempenho dos filhos também não é nada tranquilizadora. Diferentemente da participação da família de Isabel e Nina, alguns pais, no mais puro intuito de contribuir, acabam prejudicando os estudos dos vestibulandos.
Segundo o psicólogo Flávio, a pressão forte dos pais sobre os alunos pode afetar no desenvolvimento cognitivo dos jovens. "O pai termina interferindo em todo esse processo porque o filho se sente pressionado, tem que dar um resultado e, que muitas vezes, por essa pressão, essa cobrança termina bloqueando, não conseguindo conduzir a sua preparação de uma forma satisfatória. Na vida tudo tem limite. Eu acho que quando extrapolamos isso, tudo desanda", afirma Flávio.
O orientador aconselha que quando essa cobrança excessiva é percebida, os professores e educadores próximos aos estudantes precisam mostrar à família do aluno ou até mesmo ao aluno, já que muitas vezes acontece o caminho inverso, quando o próprio estudante se cobra. "Muitas vezes os pais nem cobram, mas o filho se cobra demais. Tem que haver equilíbrio. Nem ter uma cobrança muito grande, nem um desleixo muito grande por ambas as partes", explica o psicólogo.
Flávio ainda diz que a grande preocupação deve ser com os transtornos que essa pressão pode causar. "Às vezes a pressão é tão grande que você pode até entrar em um processo de pânico. Pode se desesperar, pois a coisa está tão pesada, tão forte, que você entra nesse estado".
Saídas para os conflitos
"Uma saída que eu vejo é procurar uma ajuda através de um orientador educacional. Só assim, o pai ou responsável vai ter condições de ter esse retorno através de um profissional capacitado. Buscando assim outros caminhos que contribuam para o processo de relação", comenta o orientador.
Para o psicólogo do CBV, os pais devem estar sempre próximos aos seus filhos, sentir suas necessidades e apoiar em tudo que for necessário para que o candidato tenha uma boa prova. Sempre incentivando o estudante a cumprir as tarefas. "O aluno tem que saber que ele se preparou, que ele tem condições de se sair bem, que ele estudou e tem que acreditar. A partir do momento que você acredita, você tem condições de alcançar seus objetivos", finaliza Flávio.
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