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Diferente dos protestos passados contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Recife, neste sábado (24), o distanciamento social não foi mantido entre os manifestantes. Após ser destaque nacional por promover uma passeata em fila indiana pela Avenida Conde da Boa Vista, na área Central, a tentativa de atender à regra de distância mínima de 1,5 metro só foi respeitada no início do percurso.

Com menos voluntários para fornecer álcool 70% aos presentes, a equipe de reportagem do LeiaJá não verificou a habitual distribuição de máscaras tipo PFF2 vista em outros atos.

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Questionado sobre os protocolos que seriam adotados no protesto pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), o presidente Paulo Rocha garantiu que as regras seriam as mesmas. 

Nos atos que antecederam o #24J, as lideranças sindicais costumavam reiterar a necessidade de manter espaços seguros para a segurança dos manifestantes. Nesses eventos, a recomendação por distanciamento era exaustivamente repetida dos carros de som.

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Em Pernambuco, 18.548 histórias foram abreviadas e 583.969 foram infectadas pelo vírus. Distanciamento, higiene das mãos e o uso do item de proteção são as principais formas de evitar a Covid-19.

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Se o receio de contrair Covid-19 privava o público idoso das manifestações de rua pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro, o medo do vírus em aglomerações foi reparado com a segurança de completar o ciclo de imunização. No Centro do Recife, o ato #24J deste sábado (24), reuniu mais representantes da faixa etária, que suportaram a passeata pela Avenida Conde da Boa Vista para garantir seu direito de manifestação.

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“É um exemplo para as outras gerações”, ressaltou a aposentada Diná Gasparini, de 75 anos. Em seu terceiro ato contra o Governo Federal na capital, nem o trajeto de aproximadamente 2,3 km, nem a temperatura em torno de 27 °C, foram capazes de lhe segurar em casa.

“Eu acho que não é mais questão de segurança. É questão de obrigatoriedade de nós estarmos na rua. Tomou as duas doses, tem que vir para a rua”, convoca a aposentada.

A servidora pública Maria Lima conta que até perdeu as contas de quantas manifestações pela destituição de Bolsonaro já participou. “É pra gente mostrar que tá tudo errado e que tem botar esse genocida pra fora. Não tem outro meio”, disparou.

Assim como Diná, apesar das duas doses aplicadas, ela manteve a máscara de proteção e as possíveis recomendações sanitárias em um ato que reuniu milhares de pessoas. “Tô mais segura por conta da vacina. Depois da vacina, eu ainda tive Covid, mas sem nenhum sintoma”, garantiu.

Conforme dados apresentados pelo ‘Vacinômetro’ da Prefeitura do Recife, até o momento, 1.156.052 doses já foram aplicadas no município, porém, apenas 365.570 pessoas concluiu o esquema vacinal.

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Neste sábado (24), mais manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) prometem pressionar pela abertura do processo de impeachment e cobrar por agilidade no Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19. Em Pernambuco, além do Recife, outras 13 cidades confirmaram a participação no #24J, segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT).

A entidade sindical aponta que cerca de 300 municípios em todo Brasil e no exterior vão protestar contra a atual gestão federal. Dentre as reivindicações estão a volta do Auxílio Emergencial de R$ 600, vacina para todos, reforma tributária justa, a luta por alimentação digna, e contra as privatizações e a Reforma Administrativa.

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"Vamos nos mobilizar neste sábado pelo Fora Bolsonaro e contra os blefes golpistas dos militares. Devemos gritar que Arthur Lira é um engavetador. Exigir esclarecimentos do general Braga Neto sobre as ameaças às eleições. Que os golpistas vistam pijama o mais breve possível", acrescentou o presidente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile.

Pernambuco

Em Pernambuco, a tradicional concentração na Praça do Derby, área Central da capital, ocorre às 10h e vai seguir em direção à Avenida Guararapes a partir das 11h. Outros municípios do Agreste, Sertão e da Zona da Mata também vão às ruas pela destituição de Bolsonaro.

Confira o cronograma:

. Arcoverde – às 9h, na Praça da Bandeira

. Bezerros – às 9h, no Anfiteatro atrás da Igreja da Matriz

. Caruaru – às 9h, em frente à sede do INSS

. Garanhuns – às 9h, na Fonte Luminosa

. Goiana – às 7h, na Igreja dos Pretos Velhos

. Igarassu - às 15h, na Pracinha Saramandaia

. Palmares – às 9h, na Praça Paulo Paranhos

. Petrolândia – às 7h30, no Polo e SRT

. Petrolina – às 9h, na Praça da Catedral

. Santa Cruz do Capibaribe - às 14h30, no Coreto da Av. Padre Zulzinho (Centro)

. São José do Egito – às 8h, Ato unificado Sertão do Pajeú na Feira Livre Central

. Serra Talhada – às 10h, no Pátio da Feira

.  Vitória de Santo Antão – às 9h30, em frente ao Banco do Brasil

O Sindicato Municipal dos Profissionais de Ensino da Rede Oficial do Recife (Simpere) realiza, na manhã desta sexta-feira (9), no pátio da Prefeitura do Recife, um ato simbólico em defesa da manutenção das atividades remotas.

De acordo com o sindicato, o ato simbólico exige uma reunião com o prefeito João Campos para contestar o retorno das aulas presenciais que apenas deveria acontecer com ampla vacinação, ou seja, com mais de 60% da população imunizada, assim como todos os profissionais de educação devidamente vacinados com todas as doses.

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"Não é a toa que a gente vê na imprensa nota de pesar dos professores das escolas particulares e, imediatamente, é substituído por outro como se fosse um objeto. Então, estamos aqui para exigir da Prefeitura do Recife a reunião com o prefeito para discutir a segurança sanitária, de verdade, das comunidades, dos estudantes, dos professores, dos trabalhadores de Educação e dos servidores também, que não são um objeto que podem morrer e ser substituído no outro dia", disse Carlos Elias, um dos diretores do Simpere.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é uma das entidades populares presente no protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deste sábado (3), no Recife. Agentes populares de saúde do movimento se responsabilizaram pelo estabelecimento das medidas básicas de proteção contra a Covid-19. Foram distribuídas máscaras e álcool gel, além do distanciamento social de um metro e meio.

A iniciativa é conjunta ao projeto Mãos Solidárias, ao projeto Periferia Viva, à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e à Fiocruz.

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O ato teve concentração na Praça do Derby, às 9h. Às 10h, fileiras de manifestantes se dirigiram à Avenida Conde da Boa Vista, por onde o protesto deve seguir até às imediações da Praça do Diário.

Entidades estudantis, políticas e movimentos sociais se reúnem na terceira mobilização contra o governo federal este ano, acompanhando a convenção nacional. As novas reivindicações em pauta são a cobrança de desfecho para o caso Covaxin e para as denúncias de pagamento de propina associadas à compra de vacinas contra a Covid-19 no Brasil. Os participantes também pedem o impeachment do presidente Jair Bolsonaro, volta do auxílio emergencial de R$ 600 e mais vacinas.

A cidade de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, também será palco de um ato contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) neste sábado (3). A manifestação, marcada para às 9h na Praça da Catedral, é organizada por movimentos sociais, partidos políticos, associações e organizações de estudantes. No Recife, a manifestação terá concentração na Praça do Derby, também a partir das 9h.

Segundo os organizadores, a expectativa, com o ato, "é fortalecer a mobilização em torno do impeachment do presidente em razão da má condução que o governo federal vem dando à pandemia". Nessa quinta (1°), o Brasil atingiu a marca de 518 mil mortos pela Covid-19. 

Ainda de acordo com a organização, a passeata passará pela Avenida Souza Filho, Avenida Guararapes e Orla, onde será finalizado, às margens do rio São Francisco. No comunicado, há um pedido para que os manifestantes usem máscara N95/PFF2, álcool gel e mantenham o distanciamento social. 

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Um dia após a segunda onda de manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro em todo o Brasil, na noite desse domingo (20), o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) sugeriu que os opositores do pai são vagabundos, destroem patrimônio e têm relação com drogas.

Em sua conta no Twitter, ele publicou a foto de uma multidão em Brasília com camisas e bandeiras do Brasil, e indicou: "nunca foi tão fácil escolher".

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O parlamentar atacou os manifestantes que protestaram contra o Governo Federal por agilidade na campanha nacional de imunização para retomada definitiva das atividades comerciais. "Sem maconha, sem vandalismo, sem vagabundo destruindo patrimônio, sem nudez", comparou o parlamentar.

No dia em que o Brasil acumulou mais de 501 mil mortes pela Covid-19, Flávio ainda aproveitou para defender a reeleição de Jair e incentivou uma campanha virtual com a hashtag #bolsonaro2022.

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Com concentração iniciada às 9h deste sábado (19), na Praça do Derby, o ato 'Fora Bolsonaro' percorreu as ruas do Centro do Recife e encerrou as manifestações às 12h na Ponte Duarte Coelho. Os presentes pediram pela saída do presidente da República do poder, vacina de toda a população contra a Covid-19 e aumento do valor do auxílio emergencial para R$ 600.

Diferente do que aconteceu no mesmo ato realizado no dia 29 de maio, desta vez os manifestantes não foram surpreendidos pela Polícia Militar de Pernambuco com balas de borracha ou bombas de efeito moral. 

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A PM, inclusive, já havia recebido recomendações da Secretaria de Defesa Social (SDS-PE) de como deveria se portar desta vez - o que foi seguido. Devido a pandemia da Covid-19, os organizadores proporcionaram equipes de biossegurança para a higienização das mãos dos presentes, além da distribuição de máscaras e a organização do distanciamento social - que não foi seguido pela multidão presente.

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Em cima do carro de som, antes de encerrar a manifestação, os organizadores agradeceram a presença das pessoas e afirmaram que o ato deste sábado foi maior do que o realizado no dia 29 de maio. 

Integraram oficialmente o ato as Frentes Povo sem Medo e Brasil Popular, Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares, integrantes do PT e do PSOL, Central Única dos Trabalhadores, União Nacional dos Estudantes e a União dos Estudantes de Pernambuco. 

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Mesmo com equipes de biossegurança responsáveis pela realização dos protocolos de segurança contra a Covid-19, o distanciamento social não foi colocado em prática e a aglomeração acabou sendo inevitável tendo em vista o número de pessoas que integrou o ato 'Fora Bolsonaro' na área central do Recife.

Os organizadores bem que tentaram: distribuíram máscaras de proteção, álcool em gel e pediam a todo tempo para que os manifestantes seguissem o ato em fila indiana, mas isso não foi colocado em prática

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O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), havia expedido recomendação aos organizadores do ato que evitassem qualquer tentativa de aglomeração devido às normas sanitárias da Secretaria de Saúde de Pernambuco, para evitar a proliferação da Covid-19.

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Após as ações arbitrárias da Polícia Militar de Pernambuco no último protesto 'Fora Bolsonaro' realizado no dia 29 de maio, o protesto deste sábado (19), teve poucos policiais fiscalizando a manifestação.

A reportagem do LeiaJá observou que apenas oito viaturas da PM foram dispostas durante todo o percurso do protesto que começou na praça do Derby e segue até a ponte Duarte Coelho, na área central do Recife.

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É um cenário bem diferente do visto no dia 29, quando dezenas de policias receberam a ordem para dispersar os manifestantes com uso de balas de borracha e bombas de efeito moral. A última manifestação terminou com duas pessoas gravemente feridas após serem atingidas com uma bala de borracha no olho.

Na quarta-feira (16), a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE) publicou no Boletim Geral e no seu site como os policiais devem agir no protesto. Entre as recomendações, a SDS aponta que os agentes precisam considerar que, no eventual emprego de técnicas de detenção ou dispersão de manifestantes e demais pessoas, a PMPE deve evitar a utilização de métodos que provoquem sofrimento desnecessário.

"Não se tolerando o uso abusivo ou arbitrário da força e o emprego inadequado de armas e instrumentos de menor potencial ofensivo, especialmente o elastômero, vulgarmente conhecido como 'bala de borracha", pontuou a Secretaria.

O ato 'Fora Bolsonaro', programado para o próximo sábado (19), na área central do Recife, tem provocado ações do Governo do Estado antes mesmo de sua realização. Orientação da Secretaria de Defesa Social (SDS-PE) crava que a Polícia Militar precisará ser mais pacífica, trabalhando dentro da legalidade, diferente das atitudes arbitrárias registradas na manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), realizada no dia 29 de maio.

Nesta quarta-feira (16), a SDS-PE publicou no Boletim Geral e no seu site como os policiais devem agir no protesto. Entre as recomendações, a SDS aponta que os agentes precisam considerar que, no eventual emprego de técnicas de detenção ou dispersão de manifestantes e demais pessoas, a PMPE deve evitar a utilização de métodos que provoquem sofrimento desnecessário. "Não se tolerando o uso abusivo ou arbitrário da força e o emprego inadequado de armas e instrumentos de menor potencial ofensivo, especialmente o elastômero, vulgarmente conhecido como 'bala de borracha", pontua a Secretaria.

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A SDS está atendendo a recomendação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), publicada no Diário Oficial de 11 de junho de 2021.  Cabe à Corregedoria Geral da SDS, por sua vez, expedir provimento recomendatório ao policiamento a ser empregado e garantir que haja um Grupo Tático para Assuntos Correicionais acompanhando todo o ato, desde a concentração ao término, analisando o desempenho dos policiais militares

O 7º promotor de Justiça de Defesa da Cidadania, Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da Capital, Westei Conde Martin Júnior, lembrou da recente intervenção da PMPE na última manifestação “Fora Bolsonaro”, que gerou resultados violentos, provocando cegueira monocular em dois transeuntes e possíveis lesões corporais em outros manifestantes. As denúncias de agressão geraram um inquérito civil no MPPE para investigar possíveis violações de direitos humanos, materializadas em atuação ilegal e arbitrária, cometidas pela Polícia Militar.

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No Twitter, o Aliança por Pernambuco, que se descreve como um movimento de direita no Estado, está convocando a população para a primeira 'motociata' em solo pernambucano. O ato apoia o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

A ação está prevista para o próximo domingo (20), com concentração no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, às 10h.  "Tem o objetivo de chamar a atenção para a liberdade que um Estado de Direito seguro garante a uma nação, onde os direitos fundamentais do cidadão, como o de ir e vir, direito ao trabalho e à saúde, sejam respeitados", informa o movimento, ao descrever o objetivo da iniciativa.

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A 'motociata' deverá ser realizada um dia depois da manifestação da esquerda em várias cidades do Brasil, inclusive no Recife, contra o presidente Bolsonaro, pela vacina e pela ampliação do Auxílio Emergencial para R$ 600.

O coronel Vanildo Maranhão, ex-comandante da Polícia Militar de Pernambuco, foi transferido para a reserva remunerada. O ato assinado pelo governador Paulo Câmara (PSB) foi publicado no Diário Oficial de terça-feira (15), mas tem efeito retroativo a 2 de junho.

A aposentadoria de Maranhão ocorre após ele ter sido exonerado em consequência da ação do Batalhão de Choque durante protesto de 29 de maio no Recife. A desastrosa ação policial resultou em duas pessoas com a perda de visão de um dos olhos após serem atingidas por bala de borracha. 

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O ato ocorria de forma pacífica, mas a Polícia Militar interveio com uso de balas de borracha, bombas e spray de pimentas. Além dos dois homens que perderam parte da visão, a vereadora Liana Cirne (PT) foi agredida com spray de pimenta. 

Um documento interno da Polícia Militar indica que foi Vanildo Maranhão quem deu a ordem para que os manifestantes fossem dispersados. Ele não se manifestou sobre o episódio.

Conforme dados do Portal da Transparência de Pernambuco, Vanildo Maranhão recebeu uma remuneração de R$ 31.211,30 em maio. A parcela fixa da remuneração é de R$ 23.238,00.

Para tentar evitar uma nova ação arbitrária da Polícia Militar de Pernambuco na manifestação 'Fora Bolsonaro', prevista para acontecer no dia 19 de junho no Recife e em outras cidades do país, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) fez recomendações à Secretaria de Defesa Social (SDS).

O MPPE pediu que a secretaria determine ao Comando Geral da Polícia Militar de Pernambuco que o policiamento dos atos aconteça dentro da legalidade. Cabe a SDS garantir que haja um Grupo Tático para Assuntos Correicionais acompanhando todo o ato, desde a concentração ao término.

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O Ministério Público de Pernambuco avalia que as manifestações programadas para o dia 19 de junho tendem a ser de grande proporção em todo o Brasil, especialmente nas capitais. 

"Assim, a PM deve evitar o emprego inadequado de armas, tanto letais quanto não letais, durante o ato. Também é necessário o uso adequado dos cadarços de identificação, em local visível no uniforme operacional e nos coletes balísticos por parte de todo o efetivo policial designado a acompanhar as passeatas", recomenda o órgão. 

O promotor de Defesa da Cidadania, Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da Capital, Westei Conde y Martins Júnior, assevera que o dever de preservação da ordem pública imposto à PMPE, notadamente no exercício da fiscalização do cumprimento de eventuais medidas sanitárias restritivas impostas pelo Governo do Estado, não elide a necessidade de observância dos direitos das pessoas".

O promotor frisa que na eventual necessidade de dispersão ou detenção dos manifestantes e demais pessoas, a polícia deve evitar a utilização de métodos que provoquem sofrimento desnecessário. "Não se tolerando o uso abusivo ou arbitrário da força e o emprego inadequado de armas e de instrumentos de menor potencial ofensivo, especialmente o elastômero, vulgarmente conhecido por bala de borracha”, advertiu Westei 

Ação dia 29 de maio

No dia 29 de maio aconteceu, em várias cidades do país, uma manifestação contra o governo Bolsonaro. A manifestação, considerada pacífica, acabou com ações truculentas da PM de Pernambuco que atirou contra os protestantes, baleando duas pessoas - que não integravam o ato - no olho. Além disso, a vereadora do Recife, Liana Cirne (PT), também foi agredida por um policial com spray de pimenta nos olhos. O Governo de Pernambuco está investigando o caso e acompanhando as vítimas. 

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Após a operação truculenta que deixou dois homens com a visão comprometida, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou que a Polícia Militar (PM) evite novos excessos, sobretudo o emprego de armas letais e não letais, no próximo ato contra o presidente Jair Bolsonaro marcado para o sábado (19).

Na orientação, o promotor Westei Conde y Martin Júnior ressalta os "nefastos resultados" causados pela PM na tentativa de dispersar a manifestação pacífica do último dia 29. Ele classificou a atuação dos agentes de segurança pública como "ilegal e arbitrária".

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Vale destacar que a vereadora e líder da bancada do PT na Câmara do Recife, Liana Cirne, foi ataca com spray de pimenta no rosto e deixada desacordada na Ponte Princesa Isabel por policiais do Batalhão de Choque.

Outra indicação do MPPE para o próximo ato foi que os policiais utilizem a identidade funcional "em local visível no uniforme operacional e nos coletes balísticos por parte de todo efetivo".

O promotor lembra que o dever da Polícia é preservar a ordem pública, mas não pode omitir direitos pessoais, como o direito à vida, à liberdade, à integridade física e psicológica, bem como à liberdade de expressão, manifestação do pensamento e de reunião pacífica em locais abertos.

O governador Paulo Câmara recebeu, na tarde desta terça-feira (8), uma comissão de deputados estaduais para discutir a ação policial no protesto do dia 29 de maio, no Centro do Recife. Ele informou aos parlamentares as providências adotadas até agora e o compromisso da gestão em trabalhar para evitar ações semelhantes no futuro.

“Desde o primeiro momento, nossa disposição nesse caso é de transparência em todas as decisões, e de rigor no acompanhamento das investigações. Também informamos os deputados sobre as medidas de amparo às vítimas e o compromisso em rever protocolos para aprimorar, a cada dia, as ações da Polícia e de qualquer agente do Estado”, afirmou Paulo Câmara.

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Isaltino Nascimento, líder do governo na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), classificou o encontro como mais uma evidência do compromisso da gestão estadual em tratar esse caso com seriedade e transparência. “Tivemos uma conversa esclarecedora, com a presença dos colegas representantes do Legislativo, onde nos foi apresentada a condução séria do Estado a esse assunto, com todo o rigor que exige”, disse o parlamentar.

Além do líder do governo, participaram do encontro o presidente da Alepe, Eriberto Medeiros; o líder da oposição, Antônio Coelho; e os deputados Waldemar Borges (presidente da Comissão de Constituição, Legislação e Justiça), Teresa Leitão (representante da Comissão de Educação e Cultura), Jô Cavalcanti, das Juntas, (presidente da Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular), e Fabrizio Ferraz (presidente da Comissão de Segurança Pública e Defesa Social).

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-> PM joga spray de pimenta na vereadora Liana Cirne (PT)

Nesta segunda-feira (07), o vereador Dilson Batista (Avante) protocolou uma representação na Câmara dos Vereadores do Recife contra a vereadora Liana Cirne (PT). Batista acusa a petista de quebra de decoro parlamentar e de cometer práticas incompatíveis com o seu mandato.

As acusações referem-se à participação de Liana nas manifestações do dia 29 de maio, contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), no Centro do Recife. O requerimento de Dilson Batista aponta que Liana participou do protesto contrariando o decreto do Governo de Pernambuco, que proíbe a promoção de aglomerações no Estado.

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O vereador destaca que a petista, ao exibir a sua carteira funcional para a viatura da Polícia Militar, cometeu abuso de autoridade. 

"Todo abuso de autoridade deve ser combatido. Também é papel do vereador fiscalizar os excessos cometidos pelos seus colegas de parlamento, além disso, a Polícia Militar de Pernambuco, que se destaca nacionalmente no cumprimento da sua missão, precisa ser respeitada”, explicou o vereador Dilson Batista.

No manifesto do dia 29 de maio, Liana foi atacada por um policial militar com spray de pimenta no rosto ao tentar evitar que a PM continuasse as ações truculentas contra os manifestantes que protestavam de forma pacífica.

Os próximos protestos de rua contra o governo Jair Bolsonaro (sem partido) foram marcados para o próximo 19 de junho. Segundo a articulação Povo na Rua, a assembleia que definiu a nova data contou com a participação de mais de sete mil pessoas.

A principal pauta das manifestações é o impeachment de Bolsonaro. Os participantes criticam o descaso na pandemia e o atraso para a vacinação. 

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"Nós vamos seguir nas ruas para poder interromper esse governo da morte", diz Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e da Frente Povo Sem Medo. Ele ressalta que os manifestantes devem seguir os protocolos sanitários, com uso de máscaras e mantendo distanciamento social.

O Partido dos Trabalhadores (PT) também divulgou a nova data de mobilização nas redes sociais. "No dia 19 de junho, vamos intensificar a nossa mobilização e tomar as ruas do país", diz a publicação. 

A articulação Fora Bolsonaro, que tem encabeçado os protestos, conta com partidos de esquerda, entidades estudantis, centrais sindicais, movimentos sociais e coletivos.

Os protestos mais recentes foram realizados no último sábado (29). No Recife, a manifestação seguia pacífica até a atuação da Polícia Militar (PM). O Batalhão de Choque usou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Duas pessoas que não participavam do ato perderam a visão de um dos olhos. Com a repercussão negativa, o comandante da Polícia Militar de Pernambuco pediu exoneração do cargo.

A ação de policiais militares de Pernambuco reprimindo manifestantes pacíficos contrários ao presidente Jair Bolsonaro reabriu a discussão sobre a influência da radicalização política nas PMs e uma tendência observada por especialistas em segurança pública e oficiais consultados pelo Estadão: a atuação dos chamados "lobos solitários" nas corporações do País. Desde janeiro de 2020, ganharam repercussão nacional ao menos 15 casos em que policiais foram acusados de agir de forma político-partidária contra opositores do governo.

A ação de radicais da extrema-direita é uma das principais preocupações das cúpulas da segurança pública de vários Estados. Nesta terça-feira (1º), o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), aceitou o pedido de exoneração do comandante da Polícia Militar, Vanildo Maranhão. Ele será substituído pelo coronel José Roberto Santana, que ocupava o cargo de diretor de Planejamento Operacional da PM.

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No sábado passado, dois homens foram feridos gravemente por tiros de balas de borracha disparados por policiais Tropa de Choque. Uma das vítimas sofreu perda do globo ocular esquerdo. O governo afastou o comandante da operação e outros policiais e pediu investigação da Corregedoria-Geral da Secretaria de Defesa Social. A Polícia Civil instaurou inquérito e o Ministério Público também abriu procedimento para acompanhar a apuração.

A ação da PM nos atos contra o presidente Bolsonaro em Recife abriu uma crise no governo Paulo Câmara, que passou a ser pressionado por adversários na esquerda e ao mesmo tempo criticado por ativistas de extrema-direita. Câmara recebeu anteontem a vereadora Liane Cirne, do PT, que foi atacada com gás de pimenta por policiais.

O governador e representantes do Estado têm evitado a imprensa e manifestações públicas nos últimos dias. Interlocutores de Câmara atribuem a ação violenta da PM a um "bolsão" de militares bolsonaristas que agiria da na base da corporação, especialmente na Tropa de Choque.

Ao Estadão, o delegado Breno Maia afirmou que não vai se posicionar antes de finalizar as investigações. "Estamos fazendo a ouvidoria de todo o mundo, e ainda tem manifestante registrando BO. O fato é muito recente", afirmou.

Além de Pernambuco, há preocupação com ações envolvendo policiais em outros Estados, como o Ceará e a Bahia, ambos comandados pelo PT. Já foram registradas, no entanto, ações contra opositores ainda em Estados governados por aliados de Bolsonaro. Soldados, sargentos e tenentes agiram para impedir manifestações contra o presidente em Goiás, no Rio e em Minas.

Pesquisa

Um dos que se preocupam com as ação de PMs é o diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima. Segundo dados de pesquisa do Fórum, são 120 mil os policiais radicalizados no Brasil, que apoiam ideias como fechamento do Congresso ou a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal, a maioria dos quais é PM - há cerca de 700 mil policiais militares, civis e federais no País.

Para ele, as ações coletivas contra os governos, como a do motim de policiais no Ceará, em janeiro de 2020, deixaram de estar no horizonte em razão da PEC Emergencial, que congelou os salário. Mas isso não significa um distanciamento dos policiais do universo bolsonarista. "Bolsonaro emula o pensamento médio dos policiais em questões, por exemplo, sobre como lidar com bandidos."

Um marco nas ações contra manifestantes contrários ao governo, segundo Lima, foi a ação da PM mineira no carnaval de 2019, proibindo ato contra Bolsonaro feito pelo bloco de carnaval Tchanzinho Zona Norte. Integrantes do bloco foram ameaçados por um capitão da PM quando começaram a puxar um coro contra o presidente.

Em janeiro de 2020, em São Vicente (SP), um estudante foi detido por PMs porque tentava protestar contra o presidente, exibindo um exemplar da Constituição Federal. O argumento era que ele representava uma ameaça. Após depor em uma delegacia, o rapaz foi liberado.

Na segunda-feira, o secretário estadual do PT de Goiás, Arquidones Bites Leão, foi preso por PMs em Goiânia, por ter se recusado a retirar uma faixa do capô do carro com a frase "Fora Bolsonaro Genocida". Leão, que também é professor da rede pública estadual, invocou seu direito de se manifestar, mas o policial disse que iria enquadrá-lo na Lei de Segurança Nacional. O policial, identificado como Tenente Albuquerque, não usava máscara no momento da abordagem. Ele foi afastado das funções.

Casos como o de Goiás reacenderam a discussão sobre problemas no treinamento policial e nos mecanismos de controle internos para lidar com os "lobos solitários". "Não temos ainda, a exemplo dos Estados Unidos, a capacidade de formar um tipo de agente público no País que desenvolve o distanciamento de suas emoções quando entra no uniforme", disse o professor Leandro Piquet, do Instituto de Relações Internacionais da USP. Para o coronel Glauco Carvalho, que comandou a PM na capital paulista, "alguns PMs adeptos do bolsonarismo, pensando em defender o líder, praticam atos que expressam suas ideias, em vez dos postulados das corporações". /

Acusações

A ação da Polícia Militar nos atos contra o presidente Jair Bolsonaro, promovidos no fim de semana no Recife, provocou troca de acusações entre representantes da esquerda no Estado.

A deputada Marília Arraes (PT-PE), que faz oposição à gestão do governador Paulo Câmara (PSB), não o poupou, nem às suas decisões e palavras, de duras críticas. "As explicações dele são sem nexo. A Rádio-Patrulha e o Choque não vão para a rua por acaso. Ou é descontrole da Polícia Militar ou estão dando um golpe", disse a deputada petista.

A vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos, que é do PCdoB, rebateu as declarações da petista. "Não se pode atribuir a um governo de esquerda e com postura democrática a atitude condenável de um segmento da corporação", disse Luciana ao Estadão.

Mesmo em meio a todo o imbróglio envolvendo as ações da Polícia Militar de Pernambuco contra os manifestantes que protestavam, pacificamente, contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no último sábado (29), o perfil oficial da PMPE no Instagram exaltou o Batalhão de Choque, e apagou em seguida.

Foi postado no perfil da PM imagens de um paredão de policiais protegidos por uma formação de escudos. Com o título Batalhão de Choque: a vanguarda da PMPE, o texto associava o batalhão ao Exército. 

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"É considerado uma tropa de elite da Polícia Militar. São especializados para atuar no controle e dispersão de multidões, além de praças desportivas e estabelecimentos prisionais", publicou. Segundo o site Marco Zero, a publicação ficou 29 minutos no ar e recebeu 2.600 curtidas.

O LeiaJá tentou contato com a assessoria da Polícia Militar de Pernambuco, para saber o motivo da publicação ter sido retirada do ar, mas não recebeu resposta até a publicação dessa matéria.

Ação

Um cinturão formado por policiais do batalhão de Choque passou a disparar bombas de efeito moral, spray de pimenta e balas de borracha contra os manifestantes. A mobilização estava na altura da Ponte Duarte Coelho, que liga a avenida Conde da Boa Vista ao bairro de Santo Antônio. A manifestação era pacífica, quando a ação da polícia teve início. 

Dois homens foram atingidos nos olhos e perderam a visão de um olho, cada. A ação está sendo investigada e os policiais envolvidos foram afastados de suas funções até que tudo seja esclarecido.

 

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