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Entre as diversas mudanças que a pandemia de Covid-19 causou nas nossas vidas, a necessidade de ampliar o número de profissionais de saúde no mercado de trabalho foi decididamente uma das mais urgentes, uma vez que a demanda de doentes nos hospitais se tornou muito maior do que em tempos normais.

Com a chegada da pandemia, uma das formas encontradas pelo Governo Federal para solucionar o problema foi a edição de uma Medida Provisória, posteriormente regulamentada em portaria, permitindo antecipar a formatura de alunos de graduação matriculados no último semestre do curso com pelo menos 75% do período de internato concluído.   Desde que a medida entrou em vigor no dia 9 de abril, segundo dados do Ministério da Educação (MEC), mais de 90 instituições de ensino superior possibilitaram que seus estudantes optassem pela antecipação da formatura. 

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Ao todo, 5.352 médicos, 1210 enfermeiros, 490 fisioterapeutas e 387 farmacêuticos se formaram mais cedo para auxiliar no combate à Covid-19. O Estado com mais formaturas antecipadas é Minas Gerais, com 1.103, seguido de São Paulo (952) e Rio de Janeiro (659). No Nordeste, o Ceará é o campeão com 469 estudantes. No que diz respeito à rede de ensino, 5.111 são alunos de instituições privadas e 2.328 de universidades públicas. 

Nesta terça-feira, 11 de agosto, celebra-se o Dia do Estudante, que no ano de 2020 ganha uma nova conotação diante de todos os desafios impostos pela Covid-19 aos alunos em todos os níveis de ensino. Para marcar a data, o LeiaJá publica a série de reportagens especiais “Estudante, você também é herói”, trazendo vários aspectos da rotina dos alunos durante a pandemia. Neste texto, você conhecerá as histórias de duas heroínas que anteciparam suas formaturas no curso de medicina para ajudar a enfrentar uma contagiosa e potencialmente letal, aceitando junto com suas famílias todos os riscos envolvidos nessa decisão.

O peso da responsabilidade de uma vida na sua mão

Thayse Pinheiro de Sales Croccia, de 28 anos, estava cursando o 12º semestre de medicina na Universidade de Pernambuco (UPE) quando o Governo Federal divulgou a Medida Provisória e uma primeira Portaria (posteriormente tornada sem efeito) autorizando a antecipação da colação de grau para estudantes de cursos de saúde. Repleta de anseios sobre sua formatura, com os estágios do internato paralisado e temerosa com a possibilidade de atrasar a conclusão de seu curso, Thayse viu ali uma oportunidade de, enfim, se tornar médica e exercer a sua profissão em um momento em que o País realmente estava precisando.   

“Queria poder contribuir nesse momento de dificuldades, mas ao mesmo tempo havia um medo grande, já que o começo da vida médica é sempre desafiador e nesse contexto o desafio seria ainda maior, pois estaríamos lidando com uma doença até então desconhecida e a cada semana surgiam novos dados. Além disso, o temor de contaminar a família com uma doença potencialmente letal principalmente para os mais velhos, como nossos pais e avós, sempre nos acompanhava. Nesse contexto, o apoio dos meus pais, que apesar de temerosos com a situação deixaram claro que estariam comigo independente do que eu escolhesse, foi essencial, pois me deu segurança em meio a tantas incertezas”, conta ela.

Foto: Cortesia 

Antes da pandemia e de antecipar sua formatura, Thayse explica que sua rotina era muito intensa com os últimos momentos do internato de medicina no último semestre de curso. “Eu era estagiária, estava próxima do fim da faculdade, último período. Era uma rotina de estágio de segunda a sexta, já lidava com pacientes e todos os desafios incluídos”, diz a médica. 

A primeira experiência profissional de Thayse foi e ainda é no sistema público de saúde, dando plantões em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) exclusiva para pacientes com Covid-19. “Apesar do medo e ansiedade iniciais, eu pude aprender muito, já que os livros não ensinam a prática ainda mais nesse contexto novo. Pude ainda me sentir útil aplicando meus conhecimentos, retribuindo a formação que recebi em uma universidade do Estado e fazendo parte do SUS, que acolhe tantos brasileiros que de outra forma não teriam atendimento”, relata a jovem. 

Perguntada sobre como é o dia a dia de trabalho dentro de uma UTI COVID, onde chegam os pacientes mais graves e o risco de contaminação é o mais alto possível, Thayse relata que tudo é sempre muito intenso e as responsabilidades das decisões são muito mais pesadas do que nos estágios desenvolvidos durante o curso de medicina. “É sempre um choque sentir o peso da responsabilidade de uma vida na sua mão. Antes você treina, mas não sente o peso total em você porque a decisão final não cabe a você. Sem decisão, você não tem tanta responsabilidade. Nessa situação do coronavírus, a responsabilidade foi agravada por estarmos lidando com uma doença que não conhecíamos, que não tínhamos visto na faculdade, era nova para nós e para todos, na verdade. Estava provocando um caos em todos os aspectos na nossa sociedade. Além do medo da contaminação própria e da família, porque sair para trabalhar era não só assumir um risco, era sua família que estava com você também assumir, tanto que houve muitas pessoas que saíram de casa nesse período para proteger a família”, afirma ela.

“Eu achei e sinto que estou preparada”

Maria Eduarda Valadares Santos Lins, 25 anos, se formou pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) quando estava no 12º semestre de medicina. Atualmente, trabalha em postos de saúde e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Ela conta que, já no último semestre e tendo aulas a distância apenas de uma disciplina, sua turma começou a solicitar à Universidade que realizasse a antecipação. “Estávamos tendo EAD de aulas já vistas durante a faculdade e como já estávamos no final achamos que a melhor solução seria adiantar do que esperar. Não acho que interferiu no meu aprendizado de forma significativa”, conta.

Além de considerar que não haveria ônus na antecipação, Eduarda não estava satisfeita com a rotina de estudos a distância, uma vez que não gostou do formato. “Para mim foi péssimo! Achei ruim o formato de aula EAD. Alguns colegas também não estavam gostando. Mas outros gostaram de revisar os assuntos. Apesar de estar isolado em domicílio, era cansativo, até porque estávamos acostumados com o internato, onde temos contato direto com paciente e discussões presenciais. Na minha opinião, perde um pouco do aprendizado”, opina Eduarda. Questionada sobre o que lhe desagradava nas aulas remotas, a jovem listou motivos como “muita gente na sala, quando você falava outra pessoa também falava, as pessoas com câmera ligada distraiam sua atenção", entre outras questões. À

A transição de estudante para a vida profissional em meio a uma pandemia, segundo Maria Eduarda, foi difícil, pois ela faz parte do grupo de risco da doença. “Sou asmática de difícil controle e tive duas crises no início do ano, mas estava usando as medicações regularmente para não ter crises. Minha família pesou muito, mas comecei trabalhando em posto onde o risco de contaminação é menor por ser grupo de risco e recentemente estou dando plantão em emergência”, relata ela. 

Além disso, a médica explica que há outras questões além da saúde envolvidas, como o emocional e as novidades da vida de profissional formada. Apesar disso, Eduarda se sente confiante para encarar as novidades impostas pela vida profissional, mesmo em meio ao medo do desconhecido trazido pela pandemia de Covid-19. 

“Tem a insegurança e ainda mais nessa época de Covid, mas eu achei e sinto que estou preparada, pelo menos tenho conseguido lidar com a maioria das situações. Percebo como a importância do estudo continuado para relembrar das coisas e se atualizar e uso corretamente os EPIs para minha segurança e do paciente”, afirma.

Confira, abaixo, as demais matérias do especial “Estudante, você também é herói”. Nossos repórteres mostram as rotinas de alunos, da educação infantil à pós-graduação, durante a pandemia do novo coronavírus:

--> Pequenos 'grandes' estudantes e o ensino remoto

--> Isolamento social e a ansiedade na preparação para o Enem

--> A perseverança de Ana e o carinho pela pedagogia

--> Pós-graduação sofre os efeitos da Covid-19

--> O que o futuro reserva para os estudantes após a pandemia?

O Ministério da Educação (MEC) anunciou que pretende reduzir cerca de 18,2%, valor equivalente a mais ou menos R$ 1 bilhão, do orçamento para despesas discricionárias (não-obrigatórias, destinadas a investimentos e auxílios, por exemplo) de universidades e institutos federais em 2021. O motivo, segundo o ministério declarou por meio de nota ao LeiaJá, é uma redução no mesmo percentual, determinada pelo Ministério da Economia, nas despesas discricionárias do próprio MEC, o que significa uma perda de aproximadamente R$ 4,2 bilhões para a pasta. 

O valor reduzido terá um impacto mais significativo nas receitas que as universidades obtém do Tesouro Nacional. A arrecadação própria das universidades, no entanto, não sofreu cortes diretamente feitos pelo MEC. “Ressalta-se que as fontes próprias das universidades dependem do potencial arrecadador e da estimativa apresentada por cada universidade em separado. Dessa forma, não houve corte para as receitas próprias por parte do MEC”, afirmou o ministério. 

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Para defender a mudança no orçamento, o Ministério da Educação argumentou ainda que “em razão da crise econômica em consequência da pandemia do novo coronavírus, a Administração Pública terá que lidar com uma redução no orçamento para 2021, o que exigirá um esforço adicional na otimização dos recursos públicos e na priorização das despesas”. 

O MEC afirmou também que tem buscado minimizar os impactos da crise econômica através de medidas adotadas pela pasta, como a liberação de 100% dos recursos alocados diretamente nas universidades federais na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2020 e a liberação de aproximadamente R$ 450 milhões em recursos adicionais para as universidades voltados a projetos de redução de despesas. 

A proposta de redução orçamentária precisa constar na LOA 2021 e, para tanto, ser aprovada no Congresso Nacional. Segundo o ministério, o Projeto de Lei Orçamentária para 2021 deve ser apresentado ainda em 2020. 

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O Ministério da Educação (MEC) divulgou, nesta segunda-feira (10), por meio do Diário Oficial da União (DOU) uma Portaria que define quais estados da federação receberão recursos financeiros referentes à segunda parcela de 2020 do Programa de Fomento às Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral, pagos por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). 

Ao todo, 24 estados e o Distrito Federal foram considerados aptos pelo MEC (apenas Minas Gerais e Santa Catarina não estão na lista). O Ceará é o estado com o maior número de alunos matriculados, de acordo com o Censo Escolar 2019, base utilizada para determinar o investimento, e portanto o que recebe o maior aporte, de R$ 16.020.598 ao total, seguido por Pernambuco, com 21.876 estudantes e R$ 9.254.679. Confira a lista completa acessando a Portaria na íntegra

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O Ministério da Saúde lançou uma ferramenta para mapear e aprimorar a formação de profissionais da área da saúde no Brasil. O Sistema de Mapeamento em Educação na Saúde (SIMAPES) é um projeto inédito e vai permitir a coleta, análise e disponibilização de informações sobre educação na área em todo o país.

O sistema será interligado a cinco banco de dados: E-MEC (Sistema eletrônico de acompanhamento dos processos que regulam a educação superior no país), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), Contrato Organizativo de Ação Pública de Ensino-Saúde (COAPES) e o E-SUS Atenção Básica. Esses sistemas ajudarão a identificar as demandas e necessidades de cada região, além de possibilitar a observar das estruturas necessária para ampliar ou criar cursos na área da saúde em cada uma delas. 

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Com a nova ferramenta, também será possível investigar a relação entre a oferta de cursos de graduação, técnicos e a estrutura de serviços da saúde, especialmente quanto à oferta de campo de prática e de qualidade; averiguar as necessidades de formação e qualificação dos gestores e profissionais no âmbito do SUS; prover o Ministério da Saúde de informações para a tomada de decisões no âmbito da educação em Saúde.

Após ter anunciado a suspensão do prazo inicialmente previsto para a realização das inscrições do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) 2020.2, o Ministério da Educação (MEC) publicou o novo edital do programa no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (22). Agora, as inscrições começam na próxima terça-feira (28) e vão até o dia 31 de julho. 

Segundo o Ministério, a mudança nas datas se deu após a detecção de inconsistências no processamento da distribuição das vagas ofertadas pelas instituições de ensino superior. “Dessa maneira, o MEC assegurará a participação de todas as instituições que aderiram ao Fies, garantindo a lisura e a transparência do processo seletivo”, diz trecho de um texto oficial do MEC. 

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O Ministério da Educação (MEC) adiou as inscrições para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) 2020.2, que seleciona alunos para entrada no segundo semestre do ano. O prazo de inscrição, que seria aberto nesta terça-feira (21), ainda não tem nova data prevista. 

Até o momento, não foram prestados esclarecimentos acerca do motivo do adiamento, nem se haverá maiores mudanças no edital do Fies. Há apenas uma nota oficial do MEC comunicando o adiamento e afirmando que “em breve será divulgado novo cronograma” tanto no site oficial do Fies quanto nas redes sociais do ministério

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O presidente Jair Bolsonaro anunciou, no fim da tarde desta sexta-feira (10), a indicação do novo ministro da Educação. O cargo deverá ser assumido pelo professor Milton Ribeiro, divulgou Bolsonaro em sua conta oficial no Facebook.

No post do anúncio, o presidente da República deu informações que seriam atribuídas ao currículo do novo ministro. “Indiquei o Professor Milton Ribeiro para ser o titular do Ministério da Educação. Doutor em Educação pela USP, mestre em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e graduado em Direito e Teologia. Desde maio de 2019, é membro da Comissão de Ética da Presidência da República”, descreveu Bolsonaro.

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Ribeiro é pastor presbiteriano e membro da Comissão de Ética Pública, da Presidência da República. Em maio de 2019, ele foi nomeado para esse cargo, cujo mandato estava previsto até 2022.

Nas redes sociais, a divulgação de Bolsonaro rendeu inúmeros comentários. "Muita sorte ao Professor Milton Ribeiro; o abacaxi que terá que descascar é enorme.......esperamos que desempenha um ótimo trabalho", escreveu um seguidor. Outro opinou da seguinte forma: "Achei que seria alguém que teve uma história de vida com a educação, de todas as crianças e adolescentes do Brasil, afim de criar uma geração renovada".

Nesta quarta-feira (8), o Ministério da Educação (MEC) e o Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) anunciaram, durante coletiva de imprensa, que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 será realizado nos meses de janeiro e fevereiro. A decisão diverge do resultado da consulta feita junto aos participantes inscritos, que escolheram datas no mês de maio para a realização das provas.

Além dos alunos que vão fazer o processo seletivo, outra categoria muito importante nesse momento é a dos professores, profissionais responsáveis por auxiliar, orientar e transmitir os conteúdos aos estudantes do ensino básico ou cursinhos. Entre eles, a data da prova também dividiu opiniões. 

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A professora de redação e linguagens Fernanda Pessoa achou a escolha da data positiva diante das possibilidades que foram apresentadas anteriormente pelo MEC. Para ela, a realização das provas no mês de maio traria prejuízos para muitos estudantes em diversos aspectos. 

“A maioria dos estudantes votou em maio não pensando no todo, porque quando voto em maio eu não levo em conta que o resultado dessa prova só vai sair em julho e a maioria não passa. Como é que eu vou começar a me preparar para o próximo ano em agosto, já tendo no fim do ano o Enem de novo? (...) Como eu vou ter dois Enem’s muito próximos um do outro? Porque eu vou ter um Enem em maio e outro no fim do ano em novembro? Então isso daria margem para o MEC usar como justificativa não ter o Enem do ano que vem para economizar dinheiro. Eu não fui a favor de ser em maio, porque eu acho que não vai resolver o problema”, argumentou Fernanda. 

Questionada a respeito do fato de muitos alunos terem ficado aflitos com a proximidade entre o final do ano de 2020 e a data escolhida para prova, Fernanda afirmou que para ela seria possível, sim, haver um meio termo entre a escolha feita pelos alunos e o mês que o MEC elegeu. “Eu acho que o mês perfeito seria fevereiro”, afirmou a professora. 

Apesar disso e das críticas de parte dos alunos, na visão da professora, o fato de, enfim, haver uma data definida após o anúncio do adiamento ajuda os alunos a terem mais tranquilidade. “Eu acho que essa alteração de data dá uma tranquilidade, na verdade, mais emocional, mas a falta de base, a falta de uma educação básica de verdade, fundamental I, fundamental II, ensino médio, de uma educação de qualidade, é o que vai pesar no final das contas”, disse ela. 

Josinaldo Lins é professor de química e defendia um adiamento longo para as provas do Enem, por volta de 120 dias a partir da data original, devido aos riscos de saúde envolvidos e também por sua preocupação acerca dos impactos do ensino remoto. Ele ainda criticou a forma como o Ministério conduziu a questão ao abrir uma consulta, divulgar seu resultado mesmo com baixa adesão de votos e não respeitar a data escolhida no processo. 

“Em cada cinco estudantes, quatro não participaram da enquete. Isso deu margem ao MEC para desconsiderar o resultado da enquete. A maioria não pode se sentir prejudicada, nesse caso, porque nem chegou a ser atingida. Nada desse governo pode ser colocado como ‘estão perdidos, não sabem o que fazem’. Sabem sim, planejam tudo direitinho, mas para fazer o mal”, disse o professor. 

O processo de escolha das datas, para o professor Josinaldo, resultará no “Enem mais desigual da história”, uma vez que ele vê o processo de escolha das datas como “o resultado de uma combinação de erros, principalmente por parte do MEC, por estipular prazos sem levar em consideração a real possibilidade de que ainda estejamos às voltas com um ciclo pandêmico e todos os cuidados que este exige”. 

Isaac Melo, professor de linguagens e redação, vê o adiamento para o mês de janeiro com bons olhos por avaliar que o mês de maio, como votaram os estudantes na consulta do MEC, seria inviável para o calendário das universidades e escolas. 

“Dois meses de adiamento eu avalio como positivo, apesar de que essa data vai trazer divergências, questionamentos de pessoas sem acesso à internet, à educação, de escolas que não estão funcionando corretamente. Esses 60 dias obviamente não resolvem esse problema que tem raízes mais profundas, mas dá um tempo, dá espaço, dá um fôlego para que o aluno consiga estudar mais”, disse o professor.

Isaac também destacou as dificuldades de atender às necessidades de todos os diferentes perfis de alunos em um país do tamanho e com os níveis de desigualdade social do Brasil, especialmente em um momento em que esse problema foi maximizado pela pandemia de Covid-19. Ele também fez críticas à atitude do governo que colocou para votação uma data que causaria problemas aos calendários acadêmicos e age com negligência no que diz respeito à redução das desigualdades na educação durante a pandemia. 

“Eu lembro de um comentário que foi feito pelo ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, de dizer que não cabe ao Enem discutir desigualdades sociais. Me parece que há uma negligência do governo no sentido de tomar cuidado em como essa educação está chegando. O segundo ponto é uma crise muito forte na educação brasileira, uma crise maior. A grande diferença [do Enem] desse ano para o do ano passado é uma sequência de erros antes do Enem. Eu não sei te dizer por que o Inep colocou como uma das datas maio, se sabia ou deveria saber que maio é uma data que prejudicaria imensamente o calendário acadêmico das universidades brasileiras. Me parece uma crise no Ministério da Educação, um ministério que dada a sua importância está sem ministro. O Brasil em si está em crise”, afirmou Isaac.

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O líder do governo na Câmara dos Deputados, Major Vitor Hugo, está sendo apontado como nova opção de Jair Bolsonaro (sem partido) para ocupar o cargo de ministro da Educação, após a recusa do secretário de Educação do Paraná, Renato Feder.

Segundo o jornal 'O Estado de São Paulo', um candidato de São Paulo, cujo nome não foi divulgado, seria o favorito para o cargo, enquanto o líder do governo seria uma opção “reserva”. No último domingo (5), Bolsonaro e o major teriam conversado por telefone e nessa segunda-feira (6) almoçaram juntos, discutindo temas relacionados à educação.

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Currículo militar 

De acordo com informações prestadas por ele mesmo em seu currículo Lattes, plataforma oficial do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e também em seu perfil do LinkedIn, rede social voltada a questões profissionais, Vítor Hugo de Araújo Almeida diz ser bacharel em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras (1998), em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (2014) e Curso Superior de Política e Estratégia (2017) pela Escola Superior de Guerra.

Vitor Hugo alega também ser Especialista em Guerra Irregular (Curso de Forças Especiais, 2003) e em Ações de Comandos (2002) pelo Centro de Instrução de Operações Especiais do Exército Brasileiro e mestre em Operações Militares, pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (2006) do Exército Brasileiro. 

Há ainda menção à especialização em Direito Militar, pela Universidade Castelo Branco (RJ, 2009), e em História Militar, pela Universidade do Sul de Santa Catarina (SC, 2010). O Major Vitor Hugo também declarou ter tido experiência profissional como Observador Militar da Operação das Nações Unidas na Costa do Marfim (ONUCI) entre os anos de 2008 e 2009 e ter concluído o Maneuver Captains Career Course, no Maneuver Center of Excellence, Exército dos Estados Unidos da América (Fort Benning, Geórgia, EUA) em 2011. 

Seu currículo ainda afirma que o militar é advogado, consultor Legislativo concursado da Câmara dos Deputados, na área de Defesa Nacional e Segurança Pública; oficial superior das Forças Especiais e Estado-Maior do Exército Brasileiro, na reserva não remunerada e líder do governo na Câmara dos Deputados. Nenhuma das experiências profissionais, no entanto, são relativas à área da educação. 

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O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira, 7, que gostaria de decidir ainda hoje o novo ministro da Educação. Mesmo após anunciar diagnóstico de Covid-19, Bolsonaro afirmou que espera ter contato nesta tarde com um candidato de São Paulo e indicou que pode ser o escolhido. O presidente confirmou também que o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-SP), está cotado para o cargo e o chamou de "reserva" para vaga. A informação da sondagem foi antecipada pelo Estadão/Broadcast.

"Eu espero hoje ter mais um contato. É um candidato do Estado de São Paulo. Talvez seja ele. Temos como reserva até o Major Victor Hugo, que é líder do governo na Câmara", disse o presidente no Palácio da Alvorada, sem revelar o nome do novo candidato.

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Bolsonaro elogiou o líder do governo e destacou a confiança nele, mas ponderou que indicá-lo ao MEC geraria críticas por ter mais um militar no governo. "(Vitor Hugo) É 'zero um' de academia. É confiança em primeiro lugar. Não pode fugir disso aí. É uma pessoa que tem capacidade muito grande de organização. Em poucos dias, estudou o ministério e apontou os problemas. É uma pessoa excepcional, mas vão cair em cima dele por ser major do Exército. Pessoal acha que tem militar demais no governo. Mas, até brinquei com ele, é um excepcional reserva para essa situação. Caso seja ele, não vou dizer que o será, será um bom nome", disse o presidente.

Entre os cotados para ministro da Educação, estão o reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Anderson Correia, que chefiou a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), e Marcus Vinícius Rodrigues, que presidiu o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC). Os dois são próximos a militares e atuaram na gestão do ex-ministro Ricardo Vélez.

Também seguem cotados Sérgio Sant'Ana, ex-assessor de Weintraub, e Ilona Becskeházy, secretária de Educação Básica do MEC. Ela, porém, perdeu força na ala ideológica do governo, por ter atuado na campanha presidencial de Ciro Gomes (PDT). Há ainda o evangélico Benedito Guimarães Aguiar Neto, que foi reitor da Universidade Mackenzie e hoje é presidente da Capes. Na segunda-feira, Bolsonaro também recebeu o reitor da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), Aristides Cimadon.

"Tem excelentes currículos, mas quando vê o problema de perto, a gente mostra para eles, alguns declinam e outros pedem um tempo para pensar", disse Bolsonaro, se negando a dizer se há um preferido para o cargo. "Não posso falar. O mundo cai na cabeça do favorito. Todo mundo vai para cima dele até o que ele fez quando ele tinha 5 anos", destacou.

O Ministério da Educação está sem um titular desde a saída de Abraham Weintraub, anunciada no dia 18 de junho. Bolsonaro chegou a nomear o professor Carlos Alberto Decotelli, ex-presidente do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE). Cinco dia depois, no entanto, ele pediu demissão após informações falsas serem apontadas em seu currículo.

Na última quinta-feira, 2, Bolsonaro convidou para o MEC o secretário estadual de Educação do Paraná, Renato Feder, que havia aceitado. Entretanto, com a divulgação o convite, Feder passou a ser alvo de fritura de grupos ideológicos, evangélicos e até militares. No domingo, 5, o secretário usou as redes sociais para rebater as críticas e disse que declinou a proposta do presidente.

Nesta terça-feira, Bolsonaro falou que o MEC é um ministério bastante complexo e voltou a criticar a qualidade do ensino no País. "É um ministério bastante complexo. São 300 mil servidores. É um ministério que tem seus problemas ao longo dos anos. É um sinal de que a política do Paulo Freire não deu certo. É uma realidade. Tem muita coisa a ser mudada e ainda existe um certo aparelhamento. Ninguém quer chegar lá dando murro em ponta de faca. Mas uma grande realidade que devemos ter em nossas cabeças sobre a questão da Educação é que não está dando certo", disse.

O líder do governo na Câmara, deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), entrou na lista de cotados para assumir o Ministério da Educação (MEC). O parlamentar recebeu no domingo ligação do presidente Jair Bolsonaro para sondar a possibilidade. Na segunda-feira (6), os dois tiveram um almoço, fora da agenda, no Palácio do Planalto, em que discutiram a educação do País.

Entre os assuntos, falaram sobre educação básica e profissionalizante, temas que Bolsonaro quer atenção especial. O presidente não quer abrir mão das pautas ideológicas para o País, mas tem ressaltado que essa bandeira não precisa ser algo beligerante, como era tratado pelo ex-ministro Abraham Weintraub.

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Apesar de criticado pelos parlamentares, Vitor Hugo se mostra na Câmara um homem de confiança do governo e cumpridor de tarefas. Além disso, o deputado informa ter mestrado e é sempre elogiado por Bolsonaro, por ter sido o 1º colocado em sua turma na formação militar.

Major do Exército, Vitor Hugo é mestre em operações militares pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais e é formado em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras e em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade Nacional de Direito, da Universidade Federal do Rio, entre outros títulos. Bolsonaro disse a interlocutores que vai sentir a receptividade do nome de Vitor Hugo para o MEC entre os apoiadores.

Até agora, a resistência tem partido de dentro do governo. O fato de o deputado não ser general, a patente mais alta, tem gerado resistência da ala militar, que queria alguém mais velho. Vitor Hugo tem 43 anos.

O MEC está sem titular desde a saída de Weintraub, no último dia 18, após o governo ser pressionado a fazer um gesto de trégua ao Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-ministro chamou integrantes da Corte de "vagabundos" em reunião ministerial. Bolsonaro chegou a escolher o professor Carlos Alberto Decotelli para a pasta. O governo, porém, pediu que ele deixasse o cargo após questionamentos a seu currículo.

No domingo, o secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, avisou que não vai ser ministro após convite de Bolsonaro. Conforme o jornal O Estado de S. Paulo revelou, o presidente foi pressionado pela ala ideológica do governo e por militares para não colocar Feder no comando do MEC.

Encontro

Antes do almoço com Vitor Hugo, Bolsonaro recebeu pela manhã Aristides Cimadon, reitor da Universidade do Oeste de Santa Catarina. O encontro não foi registrado na agenda oficial, mas confirmado por fontes do Planalto e pessoas ligadas ao reitor.

Cimadon também entrou na lista de cotados no último final de semana, com apoio do senador Jorginho Mello (PL-SC), mas saiu do gabinete presidencial sem garantia de que será o escolhido. Outros candidatos que já haviam sido sondados antes da nomeação de Decotelli, voltaram a ser considerados.

Entre eles, Marcus Vinícius Rodrigues, que presidiu o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC) , e do reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Anderson Correia. Ele chefiou a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Os dois são próximos a militares e atuaram na gestão do ex-ministro Ricardo Vélez. Também seguem cotados Sérgio Sant'Ana, ex-assessor de Weintraub, e Ilona Becskeházy, secretária de Educação Básica do MEC. Ela, porém, perdeu força na ala ideológica do governo, por ter atuado na campanha presidencial de Ciro Gomes (PDT).

Há ainda o evangélico Benedito Guimarães Aguiar Neto, que foi reitor da Universidade Mackenzie e hoje é presidente da Capes.

O secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, que foi convidado pelo presidente da República Jair Messias Bolsonaro (sem partido) para ser ministro da Educação na anunciou, neste domingo (5), ter declinado o convite. O comunicado foi feito através do Twitter de Feder. 

“Recebi na noite da última quinta-feira uma ligação do presidente Jair Bolsonaro me convidando para ser ministro da Educação. Fiquei muito honrado com o convite, que coroa o bom trabalho feito por 90 mil profissionais da Educação do Paraná. Agradeço ao presidente Jair Bolsonaro, por quem tenho grande apreço, mas declino do convite recebido. Sigo com o projeto no Paraná, desejo sorte ao presidente e uma boa gestão no Ministério da Educação”, escreveu o secretário.

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Indicação ao cargo

Desde a exoneração de Abraham Weintraub, não houve posse de um novo titular no MEC. O primeiro nome indicado foi o de Carlos Alberto Decotelli, que pediu demissão por meio de carta cinco dias após ser escolhido pelo presidente, depois que seu currículo foi contestado inúmeras vezes. 

Renato Feder, que é secretário de Educação do estado do Paraná, foi convidado para ser ministro na última quinta-feira (2) e teve seu nome oficialmente anunciado na sexta (3). No entanto, seu nome enfrentou resistência.

Feder havia sido cotado ao cargo antes mesmo da escolha de Decotelli, mas foi preterido por Bolsonaro devido a uma doação de R$ 120 mil feita para a campanha de João Doria (PSDB), ex-aliado e desafeto do presidente, no ano de 2016 quando Feder era dono da empresa de tecnologia Multilaser.

Nas redes sociais, Feder também sofreu rejeição de apoiadores do presidente devido à doação feita a Doria no passado. Evangélicos como Silas Malafaia e deputados bolsonaristas como Bia Kicis (PSL-DF) também demonstraram descontentamento em relação ao nome de Feder, assim como alunos do guru do governo, o astrólogo Olavo de Carvalho.

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Após deixar o Ministério da Educação (MEC) sem ao menos ter tido uma cerimônia de posse, o professor Carlos Alberto Decotelli atualizou seu currículo, na última sexta-feira (3), na plataforma do Centro Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnologia (CNPq), e incluiu a informação de que foi ministro da pasta entre os dias 25 e 30 de junho deste ano.

A nomeação do ex-ministro até foi publicada no "Diário Oficial da União", porém, com menos de uma semana no cargo, ele pediu para sair porque informações do seu currículo foram contestadas.

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Uma das informações questionadas pelo reitor Franco Bartolacci, da Universidade Nacional de Rosário (Argentina), foi o título de doutor em Administração, que ainda consta no seu currículo, mesmo após a atualização. Além disso, Decotelli ainda está envolvido em outras polêmicas sobre sua formação acadêmica, acusado de plágio na tese de mestrado, por exemplo.

Neste sábado (4), o atual secretário da educação do Paraná, Renato Feder, tornou-se alvo de uma campanha no Twitter, através da hashtag ‘Feder Não Bolsonaro’.. Ele foi apontado como possível substituto de Abraham Weintraub no Ministério da Educação (MEC), segundo o jornal Estadão, no entanto a ocupação do cargo ainda não tem anúncio oficial.

A justificativa para a retaliação seria a doação de R$ 120 mil para a campanha de João Dória (PSD) para a Prefeitura de São Paulo, em 2016. Segundo o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi a sétima maior quantia entre os doadores daquele pleito.

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Outros internautas ainda ironizam por meio de memes, fazendo trocadilhos com o sobrenome do possível titular da pasta. “Até o sobrenome do cara é um sinal do que vai acontecer no MEC se ele assumir a pasta”, diz um rapaz. Até o momento, o MEC não realizou pronunciamento oficial sobre quem estará a frente da pasta. Se oficializado, Feder seria o quarto ministro da Educação da gestão.

Na tarde desta quinta-feira (2), o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Alexandre Lopes, realizou uma reunião para discutir temas ligados à definição das novas datas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) com membros do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e com o secretário de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), Wagner Vilas Boas. A maior preocupação de diversos gestores que fazem parte do Consed foi balancear os interesses dos alunos com a redução dos impactos da Covid-19. 

Seguindo o cronograma de debates para definição dos dias para aplicação das provas, nesta sexta-feira (3) Lopes se reunirá com membros de entidades representativas do ensino superior, como Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) e Associação Brasileira das Universidades Comunitárias (Abruc), entre outras entidades. 

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Nas conferências, são debatidos pontos como o desejo dos estudantes e o calendário acadêmico do próximo ano, que será afetado pela suspensão das aulas presenciais e também pelo adiamento do Exame, que seleciona estudantes para as universidades, servindo também de base para outros programas de acesso ao ensino, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Universidade Para Todos (Prouni). 

“A data do Enem interfere na vida do estudante de várias formas, tanto pelos aspectos de sua formação precedente, com o término da escolarização básica, quanto pela futura entrada na educação superior. Nós nos propusemos a ouvir a opinião dos inscritos e agora buscamos o diálogo com as redes de ensino e entidades ligadas às instituições de ensino superior, públicas e privadas, para construirmos juntos a melhor alternativa”, explica o presidente do Inep. 

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Durante uma coletiva de imprensa realizada pelo Ministério da Educação (MEC) na tarde desta quarta-feira (1º), concedida para tratar de questões sobre o retorno às aulas presenciais e apresentar um protocolo de biossegurança com orientações para a retomada das atividades, o secretário de Educação Superior do MEC, Wagner Vilas Boas de Souza, afirmou que não há uma determinação de data para reabertura das universidades e institutos federais. 

Segundo o secretário, o Ministério não estabelece datas agora e nem o fará no futuro, pois tal decisão deve partir das próprias instituições, uma vez que atinge diretamente a liberdade universitária, e também leva em consideração as particularidades regionais da pandemia da Covid-19.

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“Não consigo falar uma data de volta às aulas, eu, MEC, não tenho esse poder. Cada rede de ensino vai definir suas datas. Cada um vive suas dificuldades e potenciais, não tem como de forma centralizada definir uma data. Cada instituição de ensino e cada universidade”, disse Wagner Vilas Boas de Souza. 

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Na tarde desta quarta-feira (1º), o Ministério da Educação (MEC) realizou uma coletiva de imprensa na qual foram anunciadas ações para apoio ao retorno às aulas presenciais em universidades e institutos federais. Entre as medidas, estão a elaboração de um protocolo com normas de biossegurança e a aquisição de pacotes de internet para estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica terem acesso ao ensino remoto e híbrido (parte presencial, parte a distância). 

Internet móvel

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De acordo com o secretário Secretário Executivo do MEC, Antonio Paulo Vogel, o projeto do Ministério é dar apoio às universidades e institutos oferecendo pacotes de dados de internet móvel (3g e 4g) para acesso dos alunos a sites específicos para fins educativos. As limitações de navegação a sites considerados impróprios deverá ser definida pelas instituições de ensino. 

“O MEC defende o retorno às aulas e entendemos que Institutos Federais e universidades vão ter que compartilhar ensino presencial e a distância, porque o afastamento seletivo vai ter que continuar existindo, mas as atividades têm que continuar”, afirmou Vogel. 

A previsão é que o processo licitatório para definição da empresa que prestará o serviço seja feito na próxima semana, com implementação do serviço a partir de 20 de julho para um quantitativo de 400 mil a 1 milhão de alunos com renda familiar per capita de até 1,5 salários mínimos. 

A estimativa do alcance da iniciativa foi feita através de pesquisas junto às instituições de ensino e, segundo Wagner Vilas Boas de Souza, secretário de Educação Superior do ministério, “será muito mais barato do que o particular adquirir o plano ou se cada universidade ou instituto fosse adquirir [os planos de internet]”. Ele afirmou, ainda, que as universidades e institutos poderão utilizar recursos próprios para ampliar a oferta para um número maior de estudantes. 

A razão para que o enfrentamento à falta de acesso à internet por parte de estudantes de baixa renda tenha sido o fornecimento de pacotes de dados é que, segundo o secretário executivo, “mais de 90% dos alunos têm algum equipamento que acessa a internet, o maior gargalo não é o equipamento, é a internet”.

Ainda segundo Antonio Paulo Vogel, a maioria dos alunos contemplados, cerca de 40%, é da região Nordeste do país. O modelo no momento será implementado apenas para o ensino superior, mas com a possibilidade de que secretários de educação básica busquem adotar estratégias semelhantes.

Nelson Simões, diretor geral da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), defende a discussão de uma estratégia para conectividade nos domicílios dos estudantes, uma vez que a rede móvel tem limitações de alcance e cobertura fora de áreas urbanas. Questionado pelo LeiaJá sobre como será feita a prestação do serviço de conectividade e da parte remota do ensino híbrido a alunos que residem em áreas remotas e distantes dos centros urbanos, como zonas rurais, ele afirmou não ter “uma resposta técnica”, alegando, em seguida, que esses estudantes “possivelmente” terão que se deslocar para ter acesso à internet.

“Banda larga fixa ainda tem uma penetração bastante limitada às áreas urbanas. Nas áreas rurais é um pouco pior o cenário, a gente tem uma cobertura menor. São áreas que não têm acesso à telefonia e possivelmente isso vai implicar que as pessoas que vivem nessas áreas e já têm estratégias se desloquem a um centro mais urbano, a pontos que podem ser abertos de rede wi-fi”, declarou.

Protocolo de biossegurança 

O MEC também divulgou um protocolo de biossegurança com orientações gerais para o retorno às atividades de ensino presenciais. O documento, segundo o secretário de Educação Superior, Wagner Vilas Boas de Souza, foi elaborado em parceria com entidades de ensino superior e equipes de saúde e “não é uma regra engessada, é uma diretriz". "Trata de medidas protetivas pessoais e coletivas, atividades laborais, transporte coletivo, entre outros”, acrescentou.

O secretário esclarece, ainda, que apesar de ter sido elaborado e pensado para as universidades e institutos federais, o protocolo também pode servir para auxiliar universidades privadas e secretários de educação estaduais e municipais, no que couber, a formular diretrizes para o retorno na educação básica.

O secretário explica também que tanto universidades quanto institutos federais têm autonomia para definir o momento do retorno de suas atividades, baseados, entre outras situações, nas determinações das autoridades sanitárias de cada região do País. Assim, segundo ele, não há previsão de data para retorno das atividades e a decisão não será centralizada no ministério. 

“Não consigo falar uma data de volta às aulas, eu, MEC, não tenho esse poder. Cada rede de ensino vai definir suas datas. Cada um vive suas dificuldades e potenciais, não tem como de forma centralizada definir uma data. Cada instituição de ensino e cada universidade”, disse Wagner Vilas Boas de Souza. 

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A saída de Carlos Alberto Decotelli do Ministério da Educação (MEC), sem que ele tivesse ao menos sido empossado após a indicação de seu nome para comandar a pasta, gerou uma enxurrada de memes na internet. O agora ex-ministro só ficou no cargo durante cinco dias após ter sido indicado pelo presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (sem partido). 

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A indicação de Decotelli foi conturbada desde o início, quando o reitor da Universidade do Rosário, na Argentina, contestou o título de doutorado que ele alegou ter obtido pela instituição. Em seguida, seu pós-doutorado na Alemanha também foi questionado e indícios de plágio foram apontados em sua tese de mestrado. 

Nesta terça-feira (30), a Fundação Getúlio Vargas (FGV), onde ele alega ter sido professor, declarou que a informação também é improcedente. As informações falsas a respeito do currículo levaram ao adiamento da posse e, em seguida, ao pedido de demissão do ministro que saiu do governo antes de entrar de fato. 

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Após diversas polêmicas sobre a veracidade das informações prestadas no currículo levarem ao adiamento da posse do novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli estaria, segundo o canal de notícias CNN Brasil, preparando uma carta de demissão. 

Nomeado pelo presidente da República Jair Messias Bolsonaro (sem partido) cinco dias atrás, Decotelli já teve seu título de doutorado e o pós-doutorado questionados por universidades, além de ter sido acusado de plágio. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) afirmou também, nesta terça-feira (30), que o ministro não foi pesquisador ou professor da instituição, como afirmara. 

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O LeiaJá procurou o Ministério da Educação (MEC) para confirmar a informação sobre o suposto pedido de demissão do ministro, mas até a publicação desta matéria ainda não tivemos retorno acerca da solicitação. 

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A posse do novo ministro da educação Carlos Alberto Decotelli foi adiada pelo governo de Jair Bolsonaro depois de reveladas incoerências em seu currículo. A cerimônia estava marcada para esta terça-feira, 30, às 16 horas, mas segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, o Planalto já avisou que ela não ocorrerá nesta data. Depois das denúncias sobre seu doutorado e mestrado, o governo está repensando se vai manter Decotelli no cargo.

O próprio grupo militar que indicou o ex-professor está constrangido porque foi surpreendido pelos problemas acadêmicos e está avaliando a repercussão do caso. Ele também perdeu o apoio que tinha entre professores da Fundação Getulio Vargas (FGV). Enquanto isso, alas mais ideológicos estão fortemente tentando derrubá-lo antes mesmo de tomar posse.

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Sua nomeação foi publicado no Diário Oficial depois do nome anunciado. Durante o fim de semana, a crise aumentou e Decotelli chegou a divulgar uma carta mencionando que sua tese de doutorado não teve a defesa autorizada.

"Seria necessário, então, alterar a tese e submetê-la novamente à banca. Contudo, fruto de compromissos no Brasil e, principalmente, do esgotamento dos recursos financeiros pessoais, o ministro viu-se compelido a tomar a difícil decisão de regressar ao país sem o título de Doutor em Administração." Ele também afirmou que iria revisar o trabalho de mestrado na FGV.

Desde que foi anunciado como novo ministro da Educação, Decotelli passou a ter as informações de seu currículo questionadas.

Ao anunciar o sucessor de Abraham Weintraub na pasta, o presidente Jair Bolsonaro mencionou a formação do professor: "Decotelli é bacheral em Ciências Econômicas pela Uerj, Mestre pela FGV, Doutro pela Universidade de Rosário, Argentina, e Pós-doutor pela Universidade de Wuppertal, na Alemanha", escreveu nas redes sociais na quinta-feira, 25.

No dia seguinte, o título de doutor do novo ministro da Educação foi questionado por Franco Bartolacci, reitor da Universidade Nacional de Rosário, que disse que Decotelli não conclui o doutorado. "Cursou o doutorado, mas não o concluiu, pois lhe falta a aprovação da tese. Portanto, ele não é doutor pela Universidade Nacional de Rosário, como chegou a se afirmar."

O ministro inicialmente negou a declaração de Bartolacci e chegou a mostrar certificado de conclusão de disciplinas à reportagem. "É verdade. Pergunte lá para o reitor", disse Decotelli na sexta-feira ao Estadão. Questionado se havia defendido a tese, requisito para obter o título de doutor, o ministro não respondeu. No fim do dia, o novo titular do MEC atualizou o seu currículo na plataforma lattes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Ele passou a declarar que teve "créditos concluídos" no curso de doutorado, em 2009. No campo relacionado ao orientador, o ministro assinalou: "Sem defesa de tese".

No sábado, 27, a dissertação de mestrado do ministro também foi colocada sob suspeita após o economista Thomas Conti apontar, no Twitter, possíveis indícios de cópia no trabalho, de 2008. Ele citou trechos na dissertação idênticos a um relatório do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A FGV informou que vai investigar a suspeita de plágio.

O pós-doutorado na Alemanha também passou a ser debatido após a universidade fornecer informações diferentes das que constam no currículo do ministro.

"Tem um simbolismo muito grande ele ter sido desmentido por duas universidades estrangeiras e ainda tem problemas no mestrado", diz deputado estadual e secretário-geral da Frente Parlamentar Mista de Educação, Israel Batista (PV-DF).

Segundo ele, vários deputados da Frente consideraram esperar a situação do ministro para convidá-lo para uma conversa na Câmara. A comissão de Educação da Câmara também está reavaliando o convite para a participação do ministro, marcada para quinta-feira.

A disputa pelo comando do MEC mobilizou as alas ideológica, militar e civil do Planalto. Decotelli, que é oficial da reserva da Marinha, acabou sendo o escolhido por Bolsonaro como uma alternativa apaziguardora e técnica para a função. O objetivo era reparar o desgaste da imagem do ministério após a gestão de Abraham Weintraub.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo horas após ser confirmado como ministro, Decotelli reforçou o seu perfil técnico e disse que sua missão era favorecer o dialogo. "O presidente solicitou a máxima dedicação para fortalecer a gestão e a comunicação do MEC para favorecer o diálogo."

A reportagem questionou o motivo do cancelamento do evento e se a posse será remarcada, mas o Palácio do Planalto ainda não se manifestou.

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