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O aumento de 16% no gás de cozinha pela Petrobras para as distribuidoras vem dificultando a vida das pessoas que fazem parte das 91% das residências brasileiras que fazem o uso do gás de cozinha de botijão. Em 12 meses, o GLP subiu em cerca de 27% para os consumidores. Este último foi o sexto aumento em apenas um ano. 

No Recife, não poderia ser diferente. Em alguns bairros, o gás chega a R$ 120, como acontece nos Torrões, localizado na Zona Oeste da capital. 

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Em Boa Viagem, na Zona Sul, por exemplo, o botijão varia entre R$ 115 à vista e R$ 120 no cartão. Na Zona Norte, entre os bairros do Arruda e Campo Grande, o preço varia entre R$ 104,99 e R$ 110. Alguns locais não aceitam pagamento por cartão de crédito, só pix ou dinheiro, o que dificulta ainda mais a vida do recifense que não tem como pagar esse valor à vista. 

Na residência da dona de casa Tania Gonçalves, por exemplo, há cerca de cinco meses utilizam um fogão a lenha que foi comprado na internet, e é o que está ajudando a fazer o gás durar. "Antes, eu só passava cerca de um mês e 10 dias mais ou menos com o botijão, porque cozinho todos os dias. Agora, estou passando dois meses, porque umas duas vezes na semana nós usamos a lenha. Foi uma alternativa que vem dando certo”, disse.

Já a aposentada Cristina Pessoa disse que o botijão dura de dois a três meses. "Ainda não comprei depois do aumento porque ele está durando, graças a Deus. Esse aumento é um absurdo, não existe uma coisa dessas".

A ONG Sempre Viva, lançou ação em que equipamentos eletrônicos quebrados ou sem uso será destinados para o descarte de maneira correta. O ponto de coleta será na unidade Jaqueira do colégio CBV, na Rua Doutor José Maria, 1106, no bairro da Tamarineira, na Zona Norte do Recife. A população poderá entregar seus equipamentos dentro do horário de funcionamento da escola.

O ponto de coleta está recebendo itens como CPU, notebook, nobreak, estabilizadores, monitores, fontes, HD, cabos de força, eletrodoméstico, celulares, carregadores, tablets, impressoras, leitores de CD/DVD, HD externo, placas, lâmpadas led, entre outros tipos de equipamentos. O CBV Jaqueira fica na Rua Dr. José Maria, nº 1106, Tamarineira. 

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Esse material coletado ajudará na manutenção da Sempre Viva, tendo em vista que a organização é sustentada através de doações e voluntariado. Os resíduos eletrônicos serão destinados para a Saga Consultoria, empresa certificada de coleta, separação e descarte correto de resíduos sólidos, e a renda do repasse será revertida para as ações sociais da ONG.  

Moradores dos bairros da Bomba do Hemetério, Água Fria e Casa Amarela, na Zona Norte do Recife, reclamam das dificuldades diárias por conta da falta de água. Na rua Mercúrio, localizada no bairro de Água Fria, os moradores afirmam que estão há 14 dias sem saber o que é água encanada e precisam se virar como podem para conseguir o mínimo possível.

A cabeleireira Karolaine Barbosa, 24 anos, diz que na sua casa, localizada no Alto do Pascoal, onde moram cinco pessoas, foi preciso comprar garrafões de água mineral para conseguir cozinhar e tomar banho. “A situação fica mais complicada quando a gente tem crianças em casa. Eu mesma tenho duas filhas e tive que me virar para poder fazer o básico na minha residência”, conta.

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Carina Souza, 28 anos, moradora da Rua Mercúrio, até pensou que não seria tão atingida pela falta de água, já que conta com duas caixas de 2 mil litros. No entanto, ela também não imaginava que iria ficar tanto tempo sem água - fazendo com que a sua reserva acabasse e precisasse comprar água mineral e pagar por alguns baldes cheios que vinham de poço artesiano.

“Eu cheguei a pagar aqui até R$ 5 por um único balde de água. A situação ficou tão complicada que quando a gente ia tomar banho, tinha que pegar uma bacia e se banhar dentro dela para poder regar e colocar essa água, que ia pelo ralo, para dar descarga”, comenta.

Depois dos 14 dias sem água, nesta quarta-feira (12), a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) enviou para a comunidade um caminhão pipa para abastecer os moradores, que se tumultuaram em fila.

Fred Oliveira, 25 anos, foi um dos responsáveis por conseguir, junto com a Compesa, seis caminhões pipas que abasteceram diversas comunidades da Zona Norte da capital pernambucana.

“A gente passou mais de cinco dias ligando e insistindo para a Compesa mandar água pra população. Eu estou desde manhã cedo rodando junto com os caminhões para distribuir a água pro povo”, aponta.

Ao LeiaJá, a Compesa disse que o desabastecimento acontece há oito dias e é consequência de vazamentos localizados na Rua Aníbal Benévolo, no Alto Santa Terezinha, onde havia uma construção irregular em cima das tubulações.

No entanto, segundo a companhia, o fornecimento de água nos bairros afetados já foi retomado desde a última segunda-feira (10) e deve ser regularizado ao longo desta semana. 

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Confira a nota na íntegra

A Compesa informa que o fornecimento de água nos bairros citados foi retomado na última segunda-feira (10) e será regularizado ao longo desta semana, de acordo com o calendário vigente. 

O desabastecimento foi consequência de vazamentos localizados na Rua Aníbal Benévolo, Alto Santa Terezinha, sendo o primeiro ocorrido na terça-feira da semana passada em um trecho onde havia uma construção irregular em cima da tubulação. 

A situação impactou o fornecimento de água em diversas áreas da zona norte do Recife, incluindo os bairros de Água Fria e Bomba do Hemetério.

A Compesa adianta que será necessário o remanejamento de cerca de 400 metros dessa rede onde havia construções irregulares, que é interligada à estação elevatórias dos morros (sistema de bombeamento). As intervenções, entretanto, serão executadas com o sistema atual em funcionamento.

O aumento de pacientes que se queixam de lesões misteriosas na pele, acompanhadas de coceira, fez a Secretaria de Saúde do Recife (Sesau) emitir um alerta epidemiológico e começar a investigar um surto de "lesões cutâneas a esclarecer" na capital.

Até o momento, 79 pessoas, entre dois e 96 anos, alegaram os sintomas, mas não há registro de hospitalização, nem agravamento dos quadros até o momento.

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A Sesau explica que os pacientes informaram que as lesões surgiram no intervalo de 1º de outubro a 11 de novembro. Ainda no início deste mês, a Vigilância Epidemiológica do município recebeu cinco casos de crianças, todas moradoras do Córrego da Fortuna e Sítio dos Macacos, ambos na Zona Norte do Recife.

O número de casos fez com que a Sesau ficasse em alerta e solicitasse que a rede pública e privada notifique imediatamente novas ocorrências ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs).

Diante da patologia ainda indefinida, a pasta destaca que "tem discutido os casos com equipe clínica e que as investigações epidemiológica, entomológica e laboratorial estão em andamento".

A ONG Casa Rosa, localizada no Espinheiro, Zona Norte do Recife, está oferecendo 160 mamografias gratuitas na próxima sexta-feira (29). O foco são as usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS), acima dos 40 anos, e que não tenham realizado esse exame no período de um ano.

A Casa Rosa será a facilitadora, mas os exames serão realizados de acordo com a disponibilidade dos laboratórios parceiros. As interessadas devem chegar a partir das 8h30 no estacionamento da Clínica Sim, localizada na Rua Armando Gaioso, número 15, próximo ao banco Santander, em Casa Amarela, Zona Norte do Recife. 

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Kadja Camilo, uma das diretoras da Casa Rosada, detalha que a oferta das mamografias será de acordo com o preenchimento das vagas e a realização será ao longo do mês de novembro, conforme disponibilidade dos laboratórios como Boris Berenstein, Diagmax e Lucilo Maranhão.

Um jovem foi preso nessa sexta-feira (1º) após denúncias de tráfico de drogas em uma comunidade na Zona Norte do Recife. A Polícia Militar (PM) encontrou uma sacola recheada com centenas de 'big bigs' de maconha perto dele. O suspeito, de 18 anos, também estava em posse de um cigarro do entorpecente e foi autuado flagrante.

Segundo a PM, após autuar o suspeito e realizar buscas na área, a sacola com 390 unidades do entorpecente foi localizada no lugar apontado como ponto de tráfico. Diante das informações, o efetivo já havia montado um cerco na região para identificar os suspeitos do comércio ilegal.

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O flagrante ocorreu na Rua Tancredo Neves, situada na comunidade Bad Boy, bairro de Brejo de Beberibe, Zona Norte do Recife. Diante da quantidade de maconha apreendida, ele foi encaminhado junto com a sacola à Central de Flagrantes da capital.

A vida de Yoko Farias mudou em 2004, após um acidente que a deixou tetraplégica. À época, ela trabalhava como monitora de um parque instalado na Zona Norte do Recife (PE), dentro de um shopping, quando, na cama elástica, uma colega de trabalho caiu com os joelhos em seu pescoço.

Yoko, hoje com 37 anos, nunca foi indenizada pelo acontecimento. “Nunca nessa vida pensei que ficaria tetraplégica. Quando fecho os olhos me lembro de tudo como aconteceu. Infelizmente, não estava em boas companhias, pois se estivesse, até hoje eu poderia contar com o apoio moral, psicológico e financeiro de alguém da época”, postou Yoko no Instagram, plataforma que usa para compartilhar detalhes da história.

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Quem arcou com todas as despesas dos tratamentos médicos após o acidente foi o pai dela, que já faleceu. “Naquela época, se não fosse o meu pai para pagar as custas de cirurgias, internação de hospital e toda a parte burocrática, certamente eu não estaria viva”, disse.

Dezessete anos depois do episódio, Yoko depende da colaboração de amigos e campanhas de arrecadação de dinheiro na internet, já que outros familiares morreram. Apesar do cenário instável, ela usa a internet para compartilhar mensagens positivas, expor a paixão por esportes e alimentar uma rede de apoio solidária. “Eu realmente me viro nos 30, porque as coisas estão absurdamente caras. Mesmo diante das dificuldades não perco o meu humor; e não permito que ninguém tire a minha paz”, escreveu em uma das postagens. 

Confira, a seguir, de maneira doações podem ser feitas para Yoko:

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Duas pessoas foram baleadas e mortas na região da Brasilândia, na zona norte da capital paulista, na madrugada desta quinta-feira, 2. O crime aconteceu por volta das 2h48. Em outra ocorrência, a Guarda Civil Municipal constatou o óbito de uma pessoa baleada na Freguesia do Ó, bairro vizinho, por volta da 1h da manhã. Ambos os crimes estão em investigação pelo 72º Distrito Policial de São Paulo, mas não se sabe se eles têm relação entre si.

Na Brasilândia, os assassinatos aconteceram na Rua João Maurício da Costa Jubim. A polícia foi acionada e, ao chegar ao local, encontrou dois corpos. Os óbitos foram confirmados por uma Unidade de Suporte Avançado (USA). Já na Freguesia do Ó, a ocorrência foi na Rua João Paulo I. Questionada sobre a proximidade de horários e local das ocorrências, a Polícia Militar (PM) nega que tenha havido uma chacina.

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A Prefeitura do Recife (PCR) iniciou, nesta terça-feira (17), a sinalização da Ciclofaixa Rua do Futuro, na Zona Norte da capital pernambucana. Com 1 km de extensão, o equipamento será importante para interligar áreas da Zona Norte que ainda não se conectavam com o Centro do Recife, além de contemplar o Parque da Jaqueira como um ponto de interesse público.

O novo equipamento diminuirá a distância do Parque da Jaqueira até o Marco Zero em cerca de 3 quilômetros e, com isso, o Recife passará a ter 72,6 km interligados entre o Centro e a Zona Norte. Ao final do primeiro dia de trabalho, o prefeito João Campos (PSB) visitou o equipamento, que fará a conexão entre ciclofaixas nas proximidades: Padre Roma, Rosarinho e Amélia.

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“Agora vai ser possível sair de bicicleta da Estrada do Arraial, Estrada do Encanamento, e conseguir chegar até o Centro do Recife”, explicou João Campos. “A gente tem o compromisso de fazer 100 quilômetros, pelo menos, de ciclofaixa nos próximos quatro anos e a gente já está começando. Já entregamos 10 quilômetros para a malha cicloviária e ainda vamos fazer muito mais”, continuou. 

A intervenção faz parte do pacote de 10 km anunciados no mês de maio para entrega este ano. Desde então, segundo a prefeitura, foram entregues as ciclofaixas Santo Antônio (1 km), CDU (3 km), Beberibe (2 km) e Hipódromo (1 km). A previsão é de que até o final de setembro também seja finalizada a Ciclofaixa Lindolfo Collor (2 km), na Zona Oeste. Os novos equipamentos foram projetados em parceria com a Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária, referência mundial no assunto.

Programação da Semana do Ciclista

Para lembrar o Dia Nacional do Ciclista, comemorado na quinta-feira (19), a PCR preparou uma agenda especial. 

Está marcado para a quarta-feira (18), um evento para ciclistas entregadores no Compaz Miguel Arraes, que fica na avenida Caxangá, Zona Oeste da cidade. Na ocasião, a CTTU, em parceria com o Compaz Miguel Arraes, Ifood, Abraciclo e Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária, fará uma programação com orientações de proteção para os ciclistas no trânsito, além da entrega de itens de segurança, como capacetes, sinalizadores e manuais de manutenção de bicicleta. 

“Quanto mais avançamos com a evolução da malha cicloviária do Recife, mais podemos ver que esse investimento fomenta a mobilidade ativa e mostra quanto o Recife tem investido em segurança viária. Então queremos que a semana do Ciclista seja um momento para incentivar o uso da bicicleta e entregar equipamentos que garantam a segurança viária desse ciclista nas ruas”, destacou a presidente da CTTU, Taciana Ferreira.

No domingo (22), além da Ciclofaixa de Turismo e Lazer que estará normalmente montada na cidade, das 7h às 16h, haverá uma série de atividades gratuitas na Avenida Rio Branco, no Recife Antigo. 

A Secretaria de Esportes, em parceria com a Secretaria de Turismo e Lazer, vai oferecer aulas gratuitas de spinning (exercício aeróbico na bike), das 9h às 11h e das 14h às 16h; Escolinha de Bike, que é um circuito de bicicleta para crianças, promovendo o cicloativismo infantil; além de espaço para aluguel de bicicletas. 

Para conscientizar sobre o respeito a quem anda de bicicleta, regras de segurança e convivência, a PCR vai ainda divulgar a Cartilha do Ciclista, que estará disponível por QR Codes anexados às sinalizações do percurso da Ciclofaixa de Turismo e Lazer.

Com informações da assessoria

Uma suposta tentativa de feminicídio acabou na morte do agressor na manhã desta quarta-feira (11), em um edifício no bairro das Graças, Zona Norte do Recife. Antes de morrer, o homem atirou contra a ex-esposa, mas acabou atingindo a enteada de 17 anos.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou ao prédio na Rua Desembargador Martins Pereira por volta das 10h e socorreu a adolescente, de 17 anos, baleada no ombro para o Hospital da Restauração, na área Central do Recife.

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De acordo com a assessoria da unidade, a jovem deu entrada consciente e apresenta quadro estável. Ela não deve passar por cirurgia, mas vai precisar de dreno na região atingida. Sem prazo de alta, a jovem segue em observação. 

Apesar da suposta tentativa de assassinato, a mãe não ficou ferida. Informações preliminares apontam que ela já possuía uma medida protetiva contra o agressor, que teria cometido suicídio após atingir a filha da ex-companheira. O Samu confirma que ele já estava morto na chegada da equipe de socorro.

O Instituto de Criminalística (IC) e o Instituto de Medicina Legal (IML) foram acionados. Uma equipe do informado que uma equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) também foi ao local.

Na madrugada desta terça-feira (10), seis casas foram atingidas por um deslizamento de barreira no Brejo da Guabiraba, Zona Norte do Recife, próximo à fábrica de Kinitos. Duas pessoas da mesma família foram resgatadas por vizinhos e uma adolescente, de 16 anos, foi retirada de um local de difícil acesso pelo Corpo de Bombeiros.

O socorro para a Rua Cabo Germito Sá foi acionado por volta das 3h10. Quatro viaturas dos bombeiros se dirigiram à ocorrência, que contou com a participação de cães de resgate.

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Uma mulher de 40 anos e outra vítima, que não teve informações pessoais reveladas, foram salvas por populares antes da chegada das equipes de resgate. Ambas não apresentavam ferimentos graves.

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Ela chegou a ser atendida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e seguiu para o Hospital da Restauração (HR), na área Central do Recife.

Já a jovem de 16 anos ficou presa em um local de difícil acesso e só foi removida pelos bombeiros por volta das 6h. Ela também foi salva sem lesões severas, passou pelo SAMU e foi encaminhada à mesma unidade de saúde.

Estado de Atenção

A Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac) já havia renovado o alerta de estado de atenção para esta terça (10). A entidade indica a presença de chuvas com intensidade moderada a forte na Região Metropolitana do Recife (RMR) e nas Matas Norte e Sul de Pernambuco.

O monitoramento da Apac mostra que as chuvas se dividiram entre as áreas de capital. Nas últimas 24h, o bairro do Pina, na Zona Sul, acumulou 96,55mm de água; seguida pela Campina do Barreto, na Zona Norte, que registrou 95,88mm. De acordo com a Defesa Civil do município, a média histórica para agosto é de 213mm.

Entre a noite da segunda (9) e a madrugada, a Defesa Civil recebeu 12 chamados da população, entre pedidos de vistorias e solicitações de lonas plásticas durante.

O órgão pode ser acionado pelo telefone 0800.081.3400.

Um ciclista morreu após ser atropelado por um ônibus em Nova Descoberta, na Zona Norte do Recife. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) chegou a ser acionado na noite dessa quinta-feira (5), mas o óbito foi confirmado antes da chegada do socorro.

O choque com o coletivo ocorreu na Rua Vasco da Gama, por volta das 20h20, apontou a Polícia Civil (PC), que não repassou informações pessoais da vítima. O próprio motorista envolvido no acidente chamou o SAMU e se apresentou ao 11º Batalhão da Polícia Militar, no bairro de Apipucos.

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Em seguida, ele foi conduzido até a Central de Plantões da Capital (Ceplanc) para que fossem tomadas as devidas providências. A PC não confirmou se ele chegou a ser autuado ou se apenas prestou esclarecimentos. A empresa rodoviária e a linha que o coletivo realizava também não foram informados.

Na campanha de imunização do Recife, a invisibilidade da periferia às vistas da gestão pública foi novamente exposta com a disposição de apenas dois dos 19 pontos de aplicação em regiões de maior vulnerabilidade social. Distantes das doses, distribuídas em locais de vacinação que poderiam ser distribuídos com equidade, o limite do acesso à Saúde ultrapassa a insegurança dos bairros e a frágil condição financeira da população, sobretudo da negra, que recebeu bem menos doses que brancos e pardos.

Com 1.237.614 adultos que precisam ser imunizados, nem 31,36% do público está devidamente protegido. O Vacinômetro da campanha, o qual a Secretaria de Saúde (Sesau) informa atualizar diariamente, apesar do último registro ser da terça-feira (27), mostra que só 388.047 recifenses concluíram o ciclo vacinal com duas doses ou com a dose única da Janssen.

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Baixa proteção aos negros

No recorte racial, o Plano Vacina Recife evidencia uma realidade largamente desproporcional. A desconfiança dos moradores de comunidades sobre um possível propósito discriminatório é apresentada na entrega do imunizante. Só 44.229 negros estão protegidos contra a Covid-19 na capital. O número é bem inferior aos 157.958 de pardos vacinados. A desigualdade é ainda maior em relação aos brancos, que representam 177.804.

Para exaltar o modo como trata a pandemia desde janeiro, o prefeito João Campos (PSB) forçou uma comparação dos índices do Recife aos de Nova York. A diferença é que, enquanto decretos de convivência com a pandemia ainda reprimem as atividades comerciais em Pernambuco, que acumulou 587.849 infectados e 18.702 óbitos na quarta (28), na metrópole norte-americana o fim das medidas restritivas foi anunciado por uma queima de fogos no dia 15 do mês passado.

Dentre a pouca oferta do auxílio municipal e a ampliação da entrega de imunizantes, uma das ações de maior orgulho da gestão é a disposição de 26 pontos de vacinação entre os oito distritos sanitários do município. Porém, sete deles são híbridos - funcionam como centros e drive-thrus - e atendem ao público da mesma região.

Na Zona Sul, apenas a Unidade Pública de Atendimento Especializado (UPA-E) do Ibura garante o imunizante aos bairros do entorno. Morador da UR-10, o quitandeiro Samuel da Silva, de 63 anos, precisou cruzar a cidade para conseguir tomar a segunda dose no bairro de Dois Irmãos, na Zona Norte.

"Foi meio contramão, mas valeu à pena ir para finalizar com a segunda dose. Tive que ir lá porque mais perto não tinha vaga", reclamou o comerciante.

Da UR-05, o feirante João Sobral, 62, conta que já deveria ter concluído o esquema vacinal. O prazo para a segunda dose expirou nessa terça e ele ainda não conseguiu o novo agendamento em nenhum centro. Para a primeira, desembolsou duas passagens de ônibus até o Geraldão, na Imbiribeira, mas ainda não sabe quando vai conhecer o sentimento de proteção. "Minha sobrinha não tá conseguindo. Só tá dizendo que não tem vaga", relatou.

Sem mais orientações no aplicativo Conecta Recife e desconectado do mundo digital, Seu João pretende ir a um posto de saúde na região para tentar marcar a dose complementar. A vizinha de bairro, Dona Lúcia de Souza, 71, já tentou informações em uma Unidade Básica de Saúde, mas saiu decepcionada sem saber ao certo o que fazer.

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"A vacina não tá muito boa não porque falta muita gente até para tomar a primeira. Tem um posto ali, mas não sabem informar nada a agente e a pessoa dá não sei quantas viagens, e 'diz eles' que não sabem", criticou. "Devia botar posto de vacinação e liberar logo para o pessoal com menos de 30 anos", acrescentou a idosa.

Com a mobilidade reduzida pela idade avançada, se não fosse o filho para levá-la de carro até o imunizante, Dona Lúcia estaria exposta ao vírus no transporte público ou enfrentaria uma longa caminhada entre a infraestrutura precária e as condições geográficas do Ibura. "Ia ter que ir de ônibus ou a pé porque ninguém vinha buscar. É longe. Daqui para lá é uma tirada medronha", aponta.    

Já na Zona Norte, o Parque da Macaxeira é o principal ponto para a população das áreas de morro. Apesar de morar em Casa Amarela, o dono de um box de reparos em eletroeletrônicos no Mercado Público, Romualdo Oliveira, 61, entende que a cobertura vacinal poderia ser expandida com a descentralização da campanha. "Devia ter aqui no posto, devia ter aqui no colégio. Lugares mais próximos, né?", questionou.

Ele sente na pele outro reflexo da pandemia, a desinformação. Sem ter tomado sequer uma dose, Seu Romualdo admite certo receio pelos possíveis efeitos colaterais e certo desinteresse em participar do Plano Vacina. No mesmo Mercado, a feirante do Alto Santa Izabel, Evânia Xavier, 43, aguarda a segunda vacina e confirma que muitas pessoas estão com medo dos imunizantes por falta de conscientização. Ela cobra por mais diálogo e propõe ações educativas da Prefeitura para convencer sobre os benefícios de se imunizar contra a Covid-19.

"Tem pessoas que não querem ser vacinadas. Tá faltando informação para o pessoal que tá achando que vai tomar e vai ficar doente [...] todo mundo já tomou vacina um dia e teve reação", incentiva Evânia, que ganhou um reforço com o depoimento de Seu Samuel, "tomei a primeira e não tive reação, e a segunda também não", garantiu.

Nesse ponto, Recife e Nova York se aproximam. Com cerca de dois milhões de nova-iorquinos que ainda não foram vacinados, o prefeito Bill de Blasio tenta meios para confrontar o negacionismo. Com apenas 60% dos cidadãos protegidos com as duas doses, nessa quarta (28), o gestor norte-americano anunciou que vai pagar US$ 100, equivalente a R$ 500, para quem participar da campanha anticovid.

Inclusas nos distritos sanitários VIII e VII, o levantamento da Prefeitura informa que 51.708 aplicações de segunda dose e dose única foram realizadas na área da Macaxeira, e o total de 31.191 na do Ibura.

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Procurada pelo LeiaJá, a Sesau não soube pontuar quais centros foram entregues em áreas consideradas como periferia, nem o porquê das áreas de morro da Zona Norte ficarem desassistidas pela campanha.

Sobre a escolha dos pontos, a Secretaria de Saúde explicou que os locais são escolhidos em centros exclusivos para evitar aglomeração, por isso não pretende utilizar as unidades de saúde. O objetivo é garantir o funcionamento dos demais serviços da rede municipal com menor risco de transmissão.

Em nota, a Sesau conta que os locais 'estratégicos' são definidos com "facilidade de acesso e com parada de ônibus próximas, contemplando tanto quem vais se vacinar a pé, quanto quem utiliza transporte público, carro, moto ou bicicleta", complementou.

Os locais de vacinação contra a Covid-19 no Recife funcionam todos os dias, das 7h30 às 18h30, mediante agendamento.

Os centros informados pela Prefeitura são:

- Sest Senat (Porto da Madeira)*;

- Porto Digital (Bairro do Recife);

- Unicap (Boa Vista)*;

- Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), em Dois Irmãos*;

- Parque de Exposição de Animais, no Cordeiro;

- Unidade de Cuidados Integrais (UCIS) Guilherme Abath, no Hipódromo;

- Compaz Ariano Suassuna, no Cordeiro*;

- Ginásio Geraldão, na Imbiribeira*;

- Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), na Tamarineira*;

- Parque da Macaxeira, na Macaxeira*;

- UPA-E do Ibura;

- UniNassau, nas Graças.

*representam pontos híbridos que atendem como centro e drive-thru.

Os locais exclusivos na modalidade drive-thru são:

- Fórum Ministro Artur Marinho - Justiça Federal de Pernambuco (Avenida Recife), no Jiquiá; 

- Juizados Especiais do Recife, na Imbiribeira;

- Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), na Cidade Universitária;

- Tribunal Regional Federal da 5ª Região, no Bairro do Recife;

- BIG Bompreço de Boa Viagem;

- BIG Bompreço de Casa Forte;

- Carrefour (Torre).

Fotos: Júlio Gomes/LeiaJáImagens

Uma obra na rede de esgoto bloqueou a Avenida Professor José dos Anjos, na Zona Norte do Recife, na manhã deste sábado (22). Uma equipe da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) acompanha a intervenção, que afeta o trajeto até um ponto drive-thru de vacinação contra a Covid-19.

Os motoristas que estiverem na Avenida Norte em direção ao Centro não poderão acessar a Avenida Professor José dos Anjos no sentido Arruda. A opção é seguir em frente, entrar na Rua Cônego Barata para retornar na altura do Hospital Helena Moura e seguir em direção aos bairros do Arruda e Água Fria.

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A obra interfere no caminho até o ponto de vacinação contra a Covid-19 no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), na Tamarineira, e os condutores interessados na imunização devem acessar a Rua José de Vasconcelos - a terceira rua à esquerda depois da Avenida Norte. A via está prevista para ser liberada às 18h deste domingo (23).

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Na manhã desta segunda-feira (3), um veículo SUV capotou nas proximidades do cruzamento da Avenida Rui Barbosa com a Rua Amélia, no bairro das Graças, na Zona Norte do Recife. Apesar da gravidade do acidente, os dois ocupantes não sofreram ferimentos graves.

O trânsito na região ficou lento por volta das 8h30 e a Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) esteve no local para orientar os condutores. De acordo com um dos agentes, o motorista perdeu o controle do veículo e colidiu em uma árvore, quando capotou e atingiu outros dois carros. 

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Ele é idoso e foi identificado apenas como Francisco. Com arranhões e ferimentos leves, o motorista e a passageira recusaram atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

Com o impacto, o veículo ficou bastante amassado. A passageira foi removida com facilidade, mas o motorista só conseguiu ser retirado com a ajuda do Corpo de Bombeiros, que utilizou um alicate hidráulico para abrir a porta.

Até dentro das dificuldades impostas pela pandemia da Covid-19 existem grupos que conseguem se sair melhor ou pior que outros no Brasil. A população preta, desempregada - ou em trabalhos informais - que vive em áreas mais precárias e com difícil acesso aos serviços de saúde de qualidade é a mais impactada pelos resultados da doença que já matou mais de 362 mil brasileiros.

Segundo pesquisa da revista científica The Lancet, publicada neste mês de abril, as dificuldades socioeconômicas afetaram fortemente o curso da pandemia no país, mais do que a idade e as comorbidades das pessoas infectadas. Dentro dessas desigualdades, a população preta/parda do Brasil é a que mais morre em decorrência do vírus - podendo estas mortes estarem relacionadas às diferenças na sustentabilidade ao Covid-19 e no acesso aos cuidados de saúde, incluindo cuidados intensivos para essa população.

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A análise do The Lancet reforça que os negros e pardos brasileiros têm, em média, menos segurança econômica, são menos propensos a ficar em casa e trabalhar remotamente e representam uma proporção substancial de profissionais de saúde. Além disso, comparando os índices de vulnerabilidade socioeconômica dos estados aos registros de casos e mortes provocadas pelo novo coronavírus, o levantamento mostra que as regiões mais pobres do Brasil, como o Norte e o Nordeste, foram as mais impactadas.

A cidade de Manaus, Amazonas, por exemplo, viveu o pior cenário pandêmico do país entre os meses de janeiro e fevereiro deste ano. Sem oxigênio e com hospitais lotados, a grande demanda obrigou que as equipes de saúde precisassem realizar ventilações manuais para manter os pacientes vivos, enquanto familiares, amigos e até artistas de outros Estados lutavam para conseguir oxigênio para os manauaras que, sem esse suporte, iam morrendo ‘asfixiados’ por conta de um sistema de saúde colapsado. 

"Nossa análise apóia um esforço urgente por parte das autoridades brasileiras, para considerar como resposta nacional ao COVID-19, poder proteger melhor os pardos e os negros brasileiros, bem como a população dos estados mais pobres, de seu maior risco de morrer de COVID-19", publicou a revista.

Não bastasse os 13,7 milhões de infectados e mais de 362 mil pessoas que perderam a briga desigual para o vírus, no Brasil, a fome bate à porta de milhares de brasileiros que vivem o dilema diário sobre o que comer.

Pesquisadores da Universidade Livre de Berlim, na Alemanha, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e com a Universidade de Brasília (UnB) divulgaram que 59,4% dos lares brasileiros apresentaram algum grau de insegurança alimentar no último quadrimestre de 2020. 

Outros dois quintos dos lares diminuíram o consumo de alimentos importados, como carnes e frutas. Os pesquisadores mostram que a situação mais grave da insegurança alimentar está no Nordeste. Por aqui, 73% das casas não tinham o que comer, ou tiveram que diminuir drasticamente o que vinha na sua cesta básica.

Os resultados desta pesquisa, que considera a insegurança alimentar a incerteza do que irá comer, foram divulgados na última terça-feira (13), tendo sido feita entre novembro e dezembro de 2020. 

A insegurança alimentar só piora no Brasil. Foto: Fotos Públicas

O Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da pandemia da Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) também indica que nos últimos meses de 2020, cerca de 19 milhões de brasileiros passaram fome.

Além disso, do total de 211,7 milhões de brasileiros, 116,8 milhões conviviam com algum grau de insegurança alimentar e, destes, 43,4 milhões não tinham alimentos suficientes dentro de casa.

No Alto do Pascoal, periferia localizada na Zona Norte do Recife, Ruth* sentiu na pele as dificuldades impostas pela pandemia da Covid-19. Antes dos primeiros casos surgirem no Brasil, ela trocou as ruas do Recife e de João Pessoa, Paraíba, onde trabalhava como profissional do sexo, pelas cozinhas. Ela tinha conseguido um emprego, ainda na informalidade, mas que garantia um salário fixo, sem ter que ficar na espera de clientes.

“Todo mundo sabe que conseguir trabalho é difícil, ainda mais quando você é uma travesti. Ninguém quer dar oportunidade, então eu conseguia meu dinheiro com o meu corpo. Depois de um tempo a gente vai cansando e eu tinha conseguido a oportunidade de ser cozinheira - e como eu gosto de cozinhar - agarrei logo”, exclama Ruth. 

No entanto, depois de alguns meses nesse novo trabalho, ela lembra que os casos de Covid-19 começaram a crescer e a situação começou a “apertar”, não tendo mais garantido pelos seus patrões o salário. “A mulher só queria me dar comida, até quando eu pedia dinheiro para comprar o meu cigarro ela dizia que não tinha. Não estou podre pra ficar me humilhando, não. O jeito que eu encontrei foi voltar pras ruas, meu filho. Hoje mesmo eu fui pra um motel belíssimo, tô aqui com o meu dinheirinho e minhas duas carteiras de cigarro”, disse a profissional. 

Mesmo voltando para a prostituição, Ruth aponta que está passando por dificuldades, tendo que “correr atrás de comida”, seja ela ofertada pelo governo municipal ou por pessoas próximas que sabem das dificuldades que ela enfrenta dentro de casa. 

Neste momento de pandemia, o número de pessoas desempregadas no Brasil foi estimado em 14,3 milhões no trimestre encerrado em janeiro deste ano, o maior contingente desde 2012, início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgado no dia 31 de março, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Em Pernambuco, entre janeiro e fevereiro 37.044 pessoas perderam o seu emprego. Além disso, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) mostra que, de abril até dezembro de 2020, 808.334 pessoas fizeram acordos trabalhistas no Estado. Esse número inclui contratos intermitentes, suspensão de trabalho e redução de 70%, 50% ou 25% do salário - tudo no período pandêmico.

O Auxílio Emergencial deve ser disponibilizado poucas pessoas, se comparado ao ano passado. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá Imagens/Arquivo

Auxílio Emergencial

Na nova fase do auxílio emergencial deste ano, apenas uma pessoa poderá acessar o benefício por família. Além disso, o valor médio das novas parcelas é de R$ 250, variando de R$ 150 a R$ 375, a depender do perfil do beneficiário e composição de cada família.

Segundo dados do Ministério da Cidadania, as famílias em geral vão receber R$ 250; a família monoparental, chefiada por uma mulher, vai receber R$ 375. Essa queda brusca nos valores recebidos pelas pessoas, que estão vivendo uma situação complicada com o desemprego e o desaquecimento da economia, deve ajudar, mas não como das primeiras vezes que o auxílio foi liberado, com valores variando entre R$ 300 e R$ 1.200.

Tendo que pagar água, luz, internet e aluguel, a manicure Sônia Pereira Barbosa, 47 anos, aponta estar vivendo um dos momentos mais difíceis de sua vida. Como não tem contrato com a empresa que trabalha, ela ganha pela quantidade de unhas que cuida. Na necessidade do isolamento social e das restrições impostas pelo governo de Pernambuco, Sônia se viu sem trabalho e sem dinheiro para comprar o básico.

“Desde quando a quarentena começou, pra mim ficou muito difícil porque eu trabalho como Microempreendedor Individual (MEI), então a empresa que eu trabalho não tem vínculo comigo. Eu ganho pelo que faço, então pra mim ficou muito difícil, principalmente por não ter minha carteira assinada”, explica.

Ela diz que junto com sua filha chegou a ter acesso ao auxílio emergencial prorrogado, que se encerrou em dezembro do ano passado. A junção do dinheiro recebido por mãe e filha ajudava a manter a casa onde moram, juntamente com mais duas crianças de 5 e 2 anos. 

Neste ano, sem trabalho certo, Sônia soube que apenas sua filha, de 22 anos, vai ter acesso ao auxílio, já que apenas um CPF por família vai ser beneficiado nesta nova rodada. O valor que a jovem deve receber é de R$ 375. A manicure está preocupada, sem saber como vai fazer para pagar o aluguel de R$ 400, pagar água, luz, internet, comprar o gás e ainda colocar comida na mesa com esse valor. “O que dá pra fazer com isso? É praticamente o valor do gás de cozinha”, lamenta a manicure. 

Essa segunda onda da pandemia deixa latente que as piores vítimas da crise sanitária são, ‘escancaradamente’, os trabalhadores temporários e mal pagos, aqueles que vivem na informalidade, não têm trabalho e vivem nas áreas mais pobres das cidades brasileiras, com destaque para o Norte e Nordeste do País.

*Nome fictício

Moradores do Córrego do Deodato, no bairro de Água Fria, Zona Norte do Recife, lutam há 13 anos pela construção de uma creche para atender a primeira infância na comunidade. Uma casa, desapropriada pela Prefeitura do Recife em 2010, está abandonada, servindo como ponto de lixo, garagem e propiciando o consumo de drogas. 

A luta pela creche começou em 2008, no último mandato de João Paulo (PT) na Prefeitura do Recife, quando os moradores votaram para que fossem construídas uma escola e uma creche por meio do Orçamento Participativo. Depois de aprovadas as construções, a Escola Alda Romeu recebeu prioridade e foi inaugurada em 2010, no primeiro mandato de João da Costa (PT).

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No entanto, mesmo com a casa - onde a creche deveria ser construída - desapropriada, o projeto não saiu do papel e atualmente o espaço, que fica ao lado da escola, segue sendo degradado pelo tempo e pelas pessoas. Fiação, janelas e tudo o que poderia ter sido levado e vendido não existem mais no local.

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Em 2019, quando o Prefeito Geraldo Júlio (PSB) visitou a comunidade do Alto Santa Terezinha, que fica próxima ao Córrego do Deodato, para inaugurar a Upinha do Alto do Pascoal, integrantes do Coletivo Fala Alto - que estão na luta pela construção da creche - entregaram uma carta ao chefe do Executivo municipal, que se comprometeu em analisar a situação. Nada foi feito.

Na época, o LeiaJá perguntou ao prefeito sobre essa dificuldade enfrentada pelos moradores, mas Geraldo se limitou em responder que a creche Zacarias do Rego Maciel, no Alto Santa Terezinha, estava suprindo as necessidades de vagas para as crianças de até 3 anos. O então prefeito do Recife ainda reforçou: "é natural o pedido por creches, já que no Brasil inteiro existe uma carência muito grande de creches".

Segundo informado pela estudante de Direito e integrante do Coletivo Fala Alto, Carolina Barros, 24 anos, ao menos 600 crianças da comunidade estão sem creche. A falta da creche no Córrego do Deodato ocorre em contraposição à Lei de Diretrizes Básicas da Educação Nacional, que no artigo 29 estabelece a necessidade da educação infantil, na primeira etapa da educação básica, que tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança, até os cinco anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

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Prefeitura se posicionou

Em resposta ao LeiaJá, a Secretaria de Educação do Recife informou que a prefeitura tem como prioridade a ampliação das vagas nas creches e atualmente 12 unidades de ensino estão em processo de construção e ampliação. 

Destas, cinco são creches, sendo duas em construção e três em ampliação, nos bairros Santo Amaro, Coelhos, Coque e Jordão Alto.

Com relação ao Córrego do Deodato, a Secretaria de Educação informa que está "realizando uma avaliação estrutural do prédio para verificar a possibilidade de recuperação e com previsão de conclusão no final do mês de março. A pasta pontua também que está no seu planejamento a implantação de uma nova creche, que irá contemplar a comunidade do bairro de Água Fria e região".

O Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano alterou o trajeto de quatro linhas de ônibus que passam pela Estrada das Ubaias, na Zona Norte. A mudança começa nesta quarta-feira (3) e vigora por 45 dias. Durante o período, a rede de drenagem no trecho entre a Estrada do Encanamento e a Rua Dr. Genaro Guimarães será recuperada.

A intervenção também desativa temporariamente a parada de ônibus nº 100074, alocada em frente à Rua Raimundo Fleixeiras, na Estrada das Ubaias. A opção aos passageiros é utilizar a parada nº 100035 localizada na Estrada do Encanamento, em frente ao Hospital de Olhos Santa Luzia.

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As linhas que tiveram o itinerário alterado temporariamente são:

511 – Alto do Mandu

516 – Casa Amarela (Nova Torre)

532 – Casa Amarela (Cabugá)

Devido ao bloqueio, após sair da Estrada do Encanamento, o coletivo seguirá pela Rua da Harmonia, Rua Conselheiro Nabuco, Rua Paula Batista, até retomar o percurso habitual.

2930 – TI Rio Doce (Dois Irmãos)

Devido ao bloqueio, após sair da Estrada das Ubaias, o coletivo seguirá pela Estrada do Encanamento, Rua da Harmonia, Rua Conselheiro Nabuco, Rua Paula Batista, até retomar o percurso habitual.

Para esclarecer dúvidas, dar sugestões ou registrar reclamações, o usuário pode entrar em contato com a Central de Atendimento ao Cliente (0800 081 0158) ou WhatsApp (99488.3999), exclusivo para reclamações.

Um mês depois da interrupção do fornecimento de energia elétrica que instalou um caos no Amapá, a capital do Estado, Macapá, voltou a registrar falta de luz no domingo (27). Um problema em uma outra subestação deixou às escuras a zona norte, a maior região da capital.

A origem do problema, segundo o governo local, nada tem a ver com a que deixou o Estado no escuro por 22 dias. Em 3 de novembro, o fornecimento de energia foi interrompido após uma explosão na subestação Macapá, que atendia quase todo o Amapá.

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Agora, uma falha foi registrada na subestação Macapá II. Por volta das 16 horas do domingo, a zona norte, com cerca de 200 mil moradores, ficou sem luz. Em Macapá, há cerca de 510 mil habitantes. A cidade concentra a maior parte da população do Estado, de aproximadamente 860 mil pessoas.

Até a noite, o fornecimento para as residências havia sido apenas parcialmente retomado, com alguns dos bairros mais populosos ainda no escuro.

Nas redes sociais, moradores manifestaram indignação por relembraram os apuros que viveram ao longo de quase todo o mês de novembro. "Situação difícil dos moradores da grande zona norte de Macapá, que volta a faltar energia. Quando vai parar esse sofrimento?", escreveu um morador. "Está faltando energia aqui em Macapá de novo. Meu Deus, quando isso vai parar?", publicou outra.

A Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), estatal responsável pela distribuição da energia no Estado, confirmou que houve uma "pane" na subestação que fica na zona norte da capital.

Em nota, disse que o fornecimento foi restabelecido parcialmente após duas horas desde a interrupção. De acordo com informações preliminares, houve um problema no sistema que conecta os alimentadores da subestação. No entanto, bairros como Jardim I e Jardim II, Infraero II e Parque dos Buritis ficaram ao menos quatro horas sem luz.

Em novembro, o apagão no Amapá ocorreu quando os olhos do Brasil e do mundo estavam voltados para as eleições nos Estados Unidos. As consequências da crise impactaram fortemente a vida de pessoas simples no Estado e levaram desgastes à classe política de Brasília.

Sem luz, as bombas das estações de tratamento e distribuição de água também foram prejudicadas. Moradores de 13 dos 16 municípios que não podiam pagar caro por garrafas com preço inflacionado precisaram recorrer ao Rio Amazonas ou a poços artesianos.

A população pobre do Estado da Região Norte do País precisou improvisar para acondicionar alimentos, recarregar aparelhos celulares, driblar o calor e manter-se segura na escuridão. Ambas as subestações, Macapá e Macapá II, ficam na mesma região. A primeira, porém, abastece quase todo o Estado.

Procurados para comentar o novo episódio, o Ministério de Minas e Energia, o Operador Nacional do Sistema Elétrico e a Agência Nacional de Energia Elétrica não se manifestaram até o fechamento da reportagem, no fim da noite do domingo.

Representantes da luta popular em Pernambuco, tendo à frente o Movimento De Luta em Bairros, Vilas e Favelas (MLB-PE), realizaram na manhã desta terça-feira (22) um protesto em uma unidade do Carrefour na Torre, na Zona Norte do Recife. A ação ‘Natal Sem Fome’, realizada anualmente para conseguir a entrega de cestas básicas às famílias assessoradas em estado de vulnerabilidade social, foi acompanhada de denúncias contra os altos preços dos alimentos.

O grupo também protestou contra a suposta conduta racista da rede, em decorrência do assassinato do trabalhador João Alberto Freitas, de 40 anos, assassinado pelos seguranças de uma unidade do Carrefour em Porto Alegre.

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Também fizeram parte da articulação os a União da Juventude Rebelião (UJR-PE), a União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco (UESPE), o Movimento Olga Benário Pernambuco e o Movimento Luta de Classes (MLC). Segundo a coordenadora do núcleo estadual do MLB, Natalia Lucia foram reunidas cerca de 300 pessoas na ocasião, a maior parte delas famílias de ocupações assessoradas pelo movimento.

Como a ação ocorre todos os anos, passando por diferentes estabelecimentos comerciais, o LeiaJá perguntou à coordenadora se a escolha de 2020 teve algum motivo especial. 

“Primeiro, pela questão do assassinato do jovem trabalhador (em Porto Alegre). Todo ano a gente organiza essa atividade, já fizemos em shoppings, em Recife e Olinda. Esse ano foi especificamente no Carrefour porque a gente quis denunciar a questão do racismo. A maioria das famílias com quem a gente trabalha são negras e aí vimos a necessidade de fazer uma atividade simbólica, com um peso maior”, explicou a militante.

Um ofício solicitando a entrega de 1000 cestas básicas a famílias pobres do Recife já havia sido enviado com antecedência, mas não se obteve resposta.

A visita ao supermercado passou por momentos tensos. Começando por volta das 9h30, a reunião foi interrompida por equipes do Grupo de Apoio Tático Itinerante (Gati) da Polícia Militar de Pernambuco. Segundo Natalia, os agentes foram acionados pelo estabelecimento e a princípio quiseram intimidar os manifestantes.

Em vídeo, os policiais estão sem identificação nos uniformes, mas é possível identificar seus rostos e o que é conversado com um outro coordenador do MLB, Davi Meira. Os PMs argumentam que foram chamados porque a situação se tratava de agitação em um local privado, e a rede teria o direito de recorrer.

Após algumas horas sem chance de diálogo, o gerente da loja aceitou conversar com os movimentos presentes. Em um acordo na presença de um advogado, o Carrefour aceitou a submissão do ofício à matriz no estado de São Paulo. Nesse novo documento, foram solicitadas apenas 300 cestas básicas, que devem contemplar as famílias presentes no ato.

O LeiaJá tentou entrar em contato com a unidade em questão, mas não obteve sucesso. O Carrefour tem até o fim da tarde desta terça, conforme acordo, para dar um retorno sobre a participação no ‘Natal Sem Fome’. O MLB-PE informa que, caso não haja confirmação das entregas, realizará um outro protesto sem aviso prévio na mesma loja no Grande Recife.

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