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O cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Odilo Shrerer, afirmou nesta quarta-feira, 26, em entrevista coletiva no primeiro dos nove dias da Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reunida em Aparecida, que o povo tem todo o direito de se manifestar e pedir explicações sobre as propostas de reforma da Previdência e das leis trabalhistas, mas precisa também aceitar do diálogo para saber o que é melhor para o País.

"Seria simplismo dizer apenas 'sou contra' ou 'sou favorável' em vez de examinar cada questão, pois podem haver algumas que beneficiem a população", observou o cardeal.

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Alertado de que alguns bispos têm aconselhado seus diocesanos a sair às ruas na sexta-feira, 28, em apoio à convocação de greve geral, d. Odilo respondeu que cada bispo é autônomo para conclamar ou não o povo em sua jurisdição.

Alguns que tomaram posição a favor da greve foram os arcebispos de São Luís, d. José Belisário da Silva, d. Manoel Delson Pedreira da Cruz, da Paraíba, d. Antônio Fernando Saburido, de Olinda e Recife, e d. Anuar Battisti, de Maringá. Todos condicionam o apoio ao interesse dos brasileiros e do Brasil, sem conotação partidária. "Se houver ligação com partidos políticos, estou fora", garantiu d. Anuar ao enviado especial da Rádio Vaticano.

A polêmica envolvendo a “paternidade” da obra da Transposição do Rio São Francisco tem tido repercussão intensificada ao longo das últimas semanas, após o ex-presidente Lula publicar uma série de vídeos mostrando a chegada da água nas barragens dos municípios utilizando a hashtag #OSertãoVaiVirarMar. Nesta sexta (10), inclusive, o presidente Michel Temer (PMDB) chegou a dizer que tem somado esforços, nos poucos meses de governo, para que a obra pudesse chegar ao ponto em que se encontra. Ele também afirmou que não quer “a paternidade da obra” e que “ninguém poderia tê-la”. 

Em conversa com o LeiaJá, durante a Entrevista da Semana nesta sexta-feira (10), a deputada estadual Teresa Leitão (PT) comentou sobre a declaração do peemedebista. “Ele não quer a paternidade, mas fica tirando foto na beira do Rio. Ele não pode querer a paternidade, pois não foi ele quem fez, ele foi contra. Ele botou agora Teto de Gastos para a continuidade da obra, mas essa obra é irreversível e o povo precisa lutar por ela. O povo sabe que a obra é de Lula. Lá em Sertânia foi isso que todo mundo viu quando Humberto Costa [senador] foi lá”, cravou. 

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A petista também não poupou críticas ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e ao senador Cássio Cunha Lima (PSDB). “Quando você vê Alckmin e o Cássio tirando fotos, às margens da Transposição, você vê que é muita cara de pau. Esse povo não tem o mínimo de vergonha porque eles foram contra a Transposição. Disseram que era jogar dinheiro fora, que não tinha necessidade disso. Alckmin gastou com a limpeza do Tietê, que não ficou todo limpo, o mesmo valor que se gastou em uma parcela da Transposição”, frisou.

Leitão também comentou a possível vinda de Lula, ainda este mês, ao estado. Ela, que está em Brasília participando de um evento para discutir a proposta da reforma da Previdência, contou que já foi definida a necessidade de organizar caravanas com pessoas de locais estratégicos da obra para reforçar o apoio ao ex-presidente.

“É necessário que Lula venha porque é isso que o povo, que está recebendo a água, quer. O pessoal quer reconhecer que essa obra pode vir a trazer de transformação na vida das pessoas. E quem foi o responsável por essa obra além do Governo de Lula e, depois, Dilma dando continuidade? Eu sou favorável que ele venha, acho positivo, o povo quer e merece”, defendeu a deputada. 

A parlamentar ainda falou que o povo está precisando acreditar que o Brasil tem jeito. “Os golpistas não vão conseguir acabar o país”, finalizou. 

Na semana passada, o senador Humberto Costa (PT) também subiu o tom ao falar sobre o assunto. Ele chegou a ressaltar que o povo não é besta. “E eles [Governo Temer] estão inaugurando. O governador de São Paulo, o homem que conseguiu a proeza de deixar São Paulo sem água, veio aqui para o Nordeste para inaugurar parte da transposição. O povo não é besta. É preciso ter muita cara de pau”, disparou. 

 

 

 

Em entrevista concedida a um veículo de comunicação de Caruaru, na tarde desta sexta-feira (3), o senador Humberto Costa (PT) falou sobre a transposição do Rio São Francisco. Ele disse que a ex-presidente Dilma Rousseff deixou a presidência com 91% das obras concluídas. “E eles [Governo Temer] estão inaugurando. O governador de São Paulo, o homem que conseguiu a proeza de deixar São Paulo sem água, veio aqui para o Nordeste para inaugurar parte da transposição. O povo não é besta. É preciso ter muita cara de pau”, disparou. 

O líder da oposição desconversou ao falar sobre o prazo de entrega da transposição. “A obra tinha uma previsão de ser concluída agora, no início de 2017, e eles não concluíram. Vai ficar ainda para o final do ano ou começo do ano que vem”, disse.

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Humberto Costa respondeu ao questionamento de um cidadão sobre segurança pública. O parlamentar declarou que o Congresso Nacional tem “um peso relativo” na questão da violência. “Porque, na verdade, quem é efetivamente responsável por financiar a segurança pública são os governos federal e os estadual. Quem executa as ações de segurança públicas são os governos estaduais”.

“O Senado tem que discutir e debater que partes dos recursos vão para isso. Esse governo que está aí, com sua base de sustentação, aprovou um orçamento que diminuiu os recursos do fundo penitenciário e aí estão as rebeliões nas prisões e outros absurdos”, acrescentou.

Nessa quinta (2), utilizando a hashtag #OSertãoVaiVirarMar, a obra da transposição foi destaque na página do ex-presidente Lula. "O Velho Chico, finalmente, chegou ao sertão para melhorar as milhões de pessoas que antes estavam condenadas a ter vidas secas. Lula e Dilma decidiram que era hora de acabar com essa história e colocaram a transposição do São Francisco em marcha. Agora, a água jorra por diversas cidades. Vem mais por aí. A viagem do Velho Chico ainda não terminou", diz uma parte do texto publicado, além de diversos vídeos. 

 


No início da tarde desta sexta-feira (3), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva compartilhou uma mensagem do rapper Mano Brown, vocalista dos Racionais MC's, no qual o cantor deseja força a Lula. 

“Quando perdi minha mãe, o senhor foi um dos primeiro a me ligar e suas palavras de conforto foram como uma homenagem a ela”, escrever o rapper. O vocalista perdeu a sua mãe, Ana Soares, vítima de infarto, em dezembro de 2016. 

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Mano Brown continuou. “Receba meu abraço forte e sincero nesse momento. Fica forte, precisamos de você, meu presidente”, pediu. 

Lula recebeu a solidariedade de grande parte da população brasileira, após a morte de sua esposa Marisa Letícia, nesta quinta-feira (2). No entanto, também teve os que fizeram comentários maldosos. O deputado pernambucano Danilo Cabral (PSB) chegou a dizer que se sentia assustado com a reação de algumas pessoas. “A intolerância, presente hoje em parte da sociedade, ultrapassou todos os limites. Muitos dos que agridem, inclusive, dizem-se cristãos. Lamentável”, chegou a dizer.

Ele ainda citou uma frase do papa Francisco na qual dizia que “quando você comemora a morte de alguém, o primeiro que morreu foi você mesmo”. 

 

 

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O fim da noite deste histórico domingo (17) teve uma mistura de revolta e instigação de novas manifestações no Marco Zero do Recife. Após o evento contra o impeachment, grupos sindicais e movimentos sociais que apoiam a presidente Dilma Rousseff finalizaram o ato ao som de canções de matriz africana e afinaram gritos de ordem para o povo brigar nas ruas e clamar ao Senado para manter Dilma no poder.

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Presidente da Central Única dos Trabalhadores em Pernambuco (CUT-PE), Carlos Veras mais uma vez convocou a população para sair às ruas em prol da permanência da presidente. De acordo com ele, a continuação do processo de impeachment a partir das votações dos deputados na Câmara é um dos maiores erros políticos que a história brasileira já viu. “Não vai ter golpe! A luta quem faz é a gente nas ruas. Vamos sair pelo Brasil para combater o golpe e este Congresso fascista”, disse Veras, após a última apresentação cultural do ato em favor de Dilma.

Segundo balanço do presidente da CUT, cerca de 70 mil pessoas estiveram no Marco Zero para assistir à votação. Já nesta segunda-feira (18), a Central e outras frentes sindicais se reunirão para decidir as próximas atividades dos atos contra o impeachment.

Uma das militantes que deixou o clima de tristeza de lado pela derrota de Dilma na Câmara e procurou animar os outros manifestantes foi Beth Exu. Para a militante, Dilma foi eleita nas urnas pelo povo e ganhou de forma legítima o direito de conduzir o País e por isso deve permanecer no cargo. “Foi uma vitória do povo, do preto, do pobre. A elite golpista não aceita isso. O povo precisar sair pelas ruas e lutar contra o golpe”, declarou.

Assista no vídeo a movimentação em prol da permanência de Dilma na presidência:

A favor do impeachment - Já no Segundo Jardim da beira mar de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, o final da noite deste domingo foi de pouca movimentação, após o evento a favor do impeachment de Dilma. Os manifestantes, após comemorarem bastante a aprovação da continuação do processo de impedimento, voltaram para suas residências e o que restou do ato foram os trabalhadores que desmontavam o telão onde foi transmitida a votação e funcionários de limpeza que recolheram o lixo deixado no chão. 

Um dos últimos manifestantes que permaneceu no local foi o estudante Eduardo Neri. Em entrevista ao LeiaJá, ele justificou por que apoia o impeachment e ainda sugeriu qual seria o nome ideal para presidir o Brasil, segundo ele, Jair Bolsonaro. Confira no vídeo:

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O senador da República e ex-candidato à presidência da República, Aécio Neves (PSDB), explicou na tarde deste domingo (15), o motivo de não ter ido às ruas participar da manifestação contra o governo de Dilma Rousseff (PT) e a corrupção política. Na página de seu Facebook, o tucano também intitulou a data de hoje como o “Dia da Democracia”.

“Esse 15 de março vai ficar lembrado para sempre como o Dia da Democracia. O dia em que os brasileiros se vestiram de verde e amarelo e foram para as ruas se reencontrar com as suas virtudes, seus valores, seus sonhos”, definiu. 

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Ausente nas manifestações públicas que marcaram o país neste domingo, o tucano, que durante toda a semana se manifestou a favor do ato público, preferiu ausentar-se da multidão. “Depois de refletir muito, eu optei por não estar nas ruas neste domingo, para deixar muito claro quem é o grande protagonista destas manifestações. E ele é o povo brasileiro, o povo cansado de tantos desmandos, de tanta corrupção. Mas o caminho só está começando a ser trilhado. Por isso, não vamos nos dispersar!”, esclareceu o parlamentar nas redes sociais. 

Como medir o carinho do povo por um homem público? Talvez seja uma tarefa que não é possível de ser feita, porém, o Recife viveu neste domingo (17) um momento histórico e que mostrou a todos os cantos do Brasil os sentimentos das pessoas por um político: respeito, tristeza, agradecimento e saudade. Milhares de pessoas seguiram os restos mortais do ex-governador de Pernambuco e presidenciável, Eduardo Campos. Foram do Palácio do Campo das Princesas, área central da capital pernambucana, até o desfecho no Cemitério de Santo Amaro.

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Os relógios marcavam mais ou menos 16h30, quando o cortejo, conduzido pelo caminhão do Corpo de Bombeiros, saiu do Palácio com destino ao cemitério. Amigos, familiares e autoridades seguiram o percurso no veículo, todos movidos pela emoção de se despedir de Campos. Mas foi o povão, vindo de várias cidades nordestinas e em meio a muito aperto e calor, que deu com vigor o último adeus ao ex-governador. “Eduardo, guerreiro, do povo brasileiro” foi o grito entoado pelos admiradores. Questões políticas também incentivaram outro grito: “Fora PT!”.

Nas ruas do centro do Recife, tanto as pessoas que acompanharam o cortejo, quanto o público que aguardava o caixão com os restos mortais, acenaram e entoaram gritos de apoio à família Campos. Renata (esposa) era uma das mais acarinhadas pelo povo, além de João, de 20 anos, filho mais velho de Eduardo e cogitado para seguir os caminhos políticos do pai. O pedido a Marina Silva, até então candidata a vice, também foi destaque: “Marina presidente”. Crianças, jovens, idosos, negros, brancos, enfim, pessoas diversas formaram o “mar de admiradores”.

E nesse mar, em meio à multidão, dona Nazinha da Silva, cabeleireira do bairro de João de Barros, no Recife, teve a dura, porém honrada missão de conduzir sua filha, Natália Maria da Silva, 27 anos. A jovem tem deficiência física, causada por um problema de parto no seu nascimento. Natália é fã de Eduardo e pediu à mãe para acompanhar o cortejo. “Ela ama Eduardo. A morte dele nos deixou muito tristes mesmo. Eu não podia deixar de trazer ela. Nós tínhamos que nos despedir dele”, disse dona Nazinha.

Os cabelos brancos do aposentado Tomáz de Aquino, de 80 anos, se destacava entre a multidão que aguardava o fim do cortejo próximo à entrada principal do Cemitério de Santo Amaro. A idade não foi problema para ele, que, como um jovem atleta, percorreu todo o percurso a pé. “Eu gostava muito de Eduardo Campos e ele gostava muito do povo de Pernambuco. A tristeza no meu coração é enorme. Quase não acredito. Eduardo morreu, a família sofre e o Brasil perdeu”, falou o aposentado.

Na entrada do Cemitério, soldados da Polícia Militar de Pernambuco aguardavam a passagem do corpo para uma homenagem. A salva de tiros foi uma das homenagens prestadas pela PM, fato que orgulhou o cabo José Carlos Neves. “É um sentimento de tristeza que guardo em mim, mas, de muito orgulho também. Eu faço parte da história. É uma honra para mim”, relatou, antes dos tiros.

De portões abertos, o Cemitério de Santo Amaro aguardava a chegada do cortejo. Além da multidão que acompanhava o caminhão dos Bombeiros, outro grande número de populares ansiava para se despedir do corpo de Eduardo. Muita gente queria registrar o fato histórico e para isso foi necessário se agruparem em cima de altos túmulos para fotografar. Porém, por causa do grande número de pessoas, em alguns momentos, houve tumulto e alguns se machucaram.

Passava das 19h quando o corpo de Eduardo Campos foi colocado na cova, ao lado do corpo de seu avô, Miguel Arraes, sepultado em 2005. Os gritos de carinho por Campos foram somados ao barulho ensurdecedor de cerca de 20 minutos de fogos. Chegava ao fim a dolorosa despedida do homem que queria e sonhava em ser presidente da República, mas pode ter mudado - e sem dúvida marcou - a história do Brasil mesmo sem se eleger.

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Com sentimento de pesar e o desejo de prestar a última homenagem a Eduardo Campos, aos poucos a população vai chegando ao Palácio Campo das Princesas, sede do governo estadual, onde o socialista exerceu seus mandatos por oito anos. Pessoas de diversas cidades de Pernambuco, deixam suas casas pensando que, já hoje, irão conseguir dar o último adeus a Campos. Mas, ao chegar, se deparam com a notícia que o corpo do ex-governador está previsto para chegar ao Recife no fim da semana. 

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Seu Giderson Tenório, de 68 anos, saiu de Caruaru, no Agreste de Pernambuco rumo ao Recife, com o objetivo de se despedir de Eduardo Campos. Segundo seu Giderson, o Brasil perdeu um político extraordinário e uma pessoa que se preocupava com o povo. “Me sinto órfão. Nós perdemos um político de caráter excepcional, que tinha um posicionamento firme. Com ele não existia dois termos, porque era firme igual ao avô. Mas acima de tudo ele estava sempre preocupado com o povo. Só volto para casa (Caruaru) quando me despedir”, afirmou.

A empregada doméstica Cristina Moura, saiu do trabalho direto para o Palácio. Com lágrimas nos olhos e um cartaz na mão, ela declarou que o povo perdeu o seu principal representante. “Nós fiacamos muito comovidos, pois foi uma notícia muito triste e a gente não esperava. Eduardo era o braço direito e esquerdo do mais humilde. Peço a Deus que dê conforto a família, porque sei que a gente não terá outro igual a ele, de jeito nenhum”, ressaltou dona Cristina.

Severino Ramos, trabalhador rural, disse que o Brasil perdeu o sucessor de Arraes, não só porque se tratava do neto dele, mas por Eduardo ter o dom de trabalhar com o povo do campo. Ele espera que assim como o ex-governador enveredou pela carreira política, algum familiar próximo possa dar continuidade ao trabalho realizado por Campos junto ao povo. “Eu estou sentindo agora o que a metade do povo está, porque perdemos um político de qualidade, que tinha amor ao povo. Estou sentindo uma dor profunda, mas vamos esperar que alguém da família possa continuar o trabalho dele. Se não, a gente vai chorar mesmo”, disse.

João Limoeiro deixou sua cidade, Limoeiro, no Agreste de Pernambuco, às 4h da manhã desta quinta. Quando perguntado por qual motivo ele veio prestar a última homenagem a Campos, prontamente respondeu: "Só dou valor a homem". Seu João ainda completou com a seguinte frase: “Arraes e Eduardo Campos foram os melhores governadores daqui (Pernambuco), porque ajudou a pobreza . Ele fez um bom governo, foi uma pessoa popular. Ele e o avô souberam dá valor aos pobres e ontem foi embora o político que Pernambuco jamais terá outro igual“, concluiu. 

Algumas pessoas deixaram rosas na frente do Palácio, como o último presente para Eduardo Campos. A praça da República começa a receber a estrutura para a realização da Missa de corpo presente. A data da celebração e o sepultamento de Eduardo Campos, ainda não têm data confirmada, pois aguardam a identificação e traslado dos corpos.

 

Neste sábado (19), o governador de Pernambuco, João Lyra Neto falou sobre as pesquisas eleitorais que mostram desvantagem de Paulo Câmara para o governo do Estado. O gestor esteve presente na inauguração do comitê regional da Frente Popular em Caruaru, no Agreste.

Para Lyra Neto, o eleitor deve tomar cuidado ao observar campanhas eleitorais, que nos últimos dias mostram que Paulo Câmara está atrás de Armando Monteiro Neto nas intenções de voto. "Temos que tomar muito cuidado com as pesquisas, temos que saber ler o momento do povo. As pesquisas já erram muito. Hoje de manhã estivemos na feira de Caruaru e Paulo ainda é jovem e pouco conhecido. As pessoas perguntavam "quem é este que está do seu lado? Ah este é o candidato de Eduardo? Este é o seu candidato? O candidato de Queiroz?", falou sobre a visita realizada na Feira do Artesanato.

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"Paulo será eleito com pelo povo de Caruaru e de todo o Pernambuco. Nada contra os candidatos de oposição, mas precisamos continuar o nosso trabalho pelo bem do Estado. Vamos para as ruas a partir de hoje e vamos levar a nossa mensagem de mudança. Da mesma forma vamos levar Eduardo para o Brasil, que será o nosso presidente da República", disse o governador, incentivando a militância.

João Lyra lembrou ainda de quando disputou a eleição para o Governo do Estado, junto com Eduardo Campos, em 2006, quando as pesquisas mostravam os dois em terceiro lugar nas intenções de voto. "Em 2006, diziam que estávamos atrás nas pesquisas e ganhamos as eleições com uma diferença de mais de um milhão de votos. Eduardo será presidente e Paulo o nosso governador", finalizou.

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A pedido dos personagens, o nome da cidade onde fica o cabaré não será divulgado

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É fim de noite em uma cidade localizada no Agreste de Pernambuco. Após uma festividade na praça do município – local de encontro dos moradores -, o povo começa a se recolher para suas residências. Acordar bem cedo, ainda com o céu escuro, é costume na região, o que justifica a dormida antes da madrugada. Nossa reportagem, durante uma conversa com alguns populares, discute como o município ainda guarda características tradicionais de cidades interioranas. Os moradores, porém, relembram uma história triste que marcou a localidade. “Uma cheia deu aqui há alguns anos e tudo ficou alagado. Dava pra ver as prostitutas, calcinas e sutiãs boiando”, relata um morador, que não quis ser identificado. O depoimento intriga a nossa equipe. Em seguida, o morador explicou que as “prostitutas” moravam no tradicional cabaré da cidade – ou como alguns costumam chamar: prostíbulo -, porém, só boiaram porque o “estabelecimento” fica em baixo de uma ponte, ao lado do rio que corta a cidade.

O cabaré lembra muito o fictício Bataclã da novela global “Gabriela”. Não pela aparência ou mulheres, mas sim por causa da representação do espaço para a sociedade do município. “Os homens daqui procuram as raparigas porque não estão satisfeitos com as esposas ou querem uma experiência diferente. É um lugar de música e diversão também. Nossos filhos, quando estão prontos para se deitarem, são levados para lá”, explica um morador, que também não quis se identificar. 

O prostíbulo também revela a triste situação de mulheres, com idades variadas, que largam famílias para mergulhar no mundo da prostituição. Uma das prostitutas do cabaré, de 27 anos, que pediu para não ser identificada, conta que tem dois filhos e que sua mãe nem pensa que ela se prostitui. Natural de Limoeiro, também no Agreste, há pouco mais de um ano ela entrou para o prostíbulo e ganha de seus clientes cerca de R$ 1 mil por semana.

“Se minha mãe souber que estou aqui, ela me mata. Ela pensa que estou morando na casa da minha irmã. Às vezes passo lá para ver ela, meu pai e minhas crianças. Vim parar aqui por causa da influência de umas amigas. É uma vida triste. Só que a gente se acostuma a ganhar dinheiro fácil”, revela a mulher, que chega a atender uma média de seis homens por dia.

Ela e outra jovem são as únicas garotas do humilde estabelecimento. O cabaré também oferece serviços de bar, mas, os programas de sexo são as atividades que mais atraem clientes. As relações acontecem em quartos que ficam ao lado do salão do bar, em compartimentos simples que também servem para as mulheres dormirem.

A escolha por construir o espaço debaixo da ponte não foi feita pelo proprietário. De acordo com ele, que também não se identificou, a casa é uma herança familiar. “Isso aqui ficou pra mim de parentes, há mais ou menos quatro anos. Eu não cobro nada as meninas. Elas só me pagam o aluguel dos meus quartos. O que elas ganham com sexo fica pra elas”, conta o proprietário.

Com olhar de tristeza, a garota de programa que aceitou dar entrevista afirma que não quer mais continuar nessa vida. Ela diz que não se sente bem em se deitar com vários homens, porém, a necessidade financeira ainda a faz continuar. Ela já foi casada, inclusive com um ex-cliente, mas, não pretende construir um novo casamento. “Só quero sair daqui e cuidar dos meus filhos”, finaliza a jovem.

 

 

 

 

 

 

 

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A busca por calmaria e pelo contato com a natureza leva muitos moradores das grandes metrópoles a um desejo: o de morar ou visitar o interior. O ar puro, a natureza e a tranquilidade de áreas rurais não condizem com a agitação e o estresse do cotidiano urbano. E, de fato, ter uma experiência no campo pode ajudar a desopilar a mente.

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Para quem almeja ter a experiência do dia a dia no campo, é possível encontrar um local nesse contexto a menos de 100 quilômetros do Recife, por exemplo. Bom Jardim, porta de entrada do Agreste pernambucano, reserva para os “cidadãos urbanos” tudo aquilo que uma cidade pacata do interior pode oferecer. Em cerca de duas horas, é possível partir da capital do Estado e chegar a terras bom jardinenses. A população do município gira em torno de 40 mil moradores.

A igreja matriz, a feira e a praça são figuras comuns dos interiores. Em Bom Jardim não é diferente e a principal atividade econômica da cidade, a agricultura, dá o arremate final como boa opção de contato com a calmaria do campo. Quando chega a noite, a feira de frutas, verduras e animais continua funcionando, beirando inclusive a madrugada.

Outro costume, a apreciação de uma boa cachaça, também é destaque na cidade. Dona Maria Barbosa de Oliveira, conhecida popularmente como Dona Lourdes do Sarapatel, tem um comércio especialista em cachaças. “Há 11 anos eu trabalho aqui na feira e sempre tenho uma boa quantidade de clientes. Meu principal produto é o sarapatel. Mas, as cachaças também são muito boas. Pra mim, trabalhar aqui é um grande prazer. É uma grande diversão”, conta a comerciante. Por dia de feira, ela chega a lucrar cerca de R$ 200.

Ter uma boa conversa em frente das casas também é uma tradição que não pode faltar no interior. Porém, é na praça da cidade onde a população se reúne – crianças, jovens, adultos e idosos – e faz do espaço o verdadeiro “point” de Bom Jardim. Mas, nada de baladas ou som nas alturas.

A praça é cercada por barracas de comidas e bebidas e a Prefeitura local se encarrega de animar o povo com artistas . Famílias reunidas, um palco montado improvisado na carroceria de um caminhão e a banda local deixa o cenário ainda mais repleto de alegria. O grupo artístico Faces da Dança abrilhanta ainda mais o evento. “Eu gosto daqui porque é muito calmo. Também é um lugar que procura muito manter a cultura local”, diz o coreógrafo do grupo, Paulo Roberto de Lima, de 18 anos, nascido e criado em Bom Jardim.

Como proposta da Prefeitura, durante os eventos culturais são realizadas atividades que incentivam as crianças a participarem de brincadeiras tradicionais. O balanço, o escorrego e o pula-pula são algumas delas. Para completar, algodão doce é distribuído de graça para todo mundo. De acordo com o secretário de Cultura de Bom Jardim, Edgard Santos, a ideia é justamente fazer da cidade um local típico de interior, calmo e tradicional. “O objetivo é tornar a cidade mais tranquila possível. Sabemos que temos muitos desafios, como o êxodo rural e a urbanização. Mas, é importante mantermos a tradição”, explica Santos.

O jogo de bozó

Uma das figuras mais legais da nossa reportagem é sem dúvidas seu José Gonçalves de Arruda, de 73 anos. Com um chapéu de coro e uma fala típica interiorana, ele “vende” a sorte em seu jogo de bozó. Há dez anos, ele esconde e mostra os dados em troca de dinheiro, cabendo aos clientes adivinhar a numeração.

Essa é mais uma cena pacata da cidade interiorana, mas, que chama a atenção de muita gente. “Estou aqui há mais de dez anos. O movimento varia muito, rapaz! Tem dia que dá três ou cinco clientes. Tem dia que dá mais pessoas. Só sei que eu ganho um trocadinho”, relata o senhor, ainda tímido por causa das fotos da nossa reportagem. “Não gosto muito de foto não”, finalizou, aos risos.

Assim chega ao fim mais um dia em Bom Jardim. Cidade rural como várias outras que existem em Pernambuco, mas que, apesar do movimento mobiliário e da urbanização, ainda guarda características tradicionais para quem quer calmaria e contato com o campo.

 

 

  

Um lugar onde os abraços marcam o cenário, as pessoas se cumprimentam, e a felicidade está estampada no rosto do povo. O Recife pode ficar assim. A proposta é da organização não governamental Movimento Novo Jeito, por meio da ação #MaisAmor, em que nesta terça-feira (31), voluntários distribuirão nas ruas 5 mil botões de rosas, chamando a atenção sobre a importância do afeto e gentileza entre a sociedade.

O evento ocorrerá no Parque da Jaqueira, no bairro de mesmo nome, na Zona Norte do Recife. Com início às 9h, a ação contará com a participação de mais de 600 voluntários. “A nossa rede ganhou musculatura. A quantidade de voluntários cresceu bastante, antes nós conseguíamos recrutar os voluntários através das nossas redes sociais. Hoje, o seguidor do mundo virtual saiu de casa e trabalha conosco no mundo real. Também sabemos que muita gente veio conhecer os nossos projetos através de amigos”, destaca o líder e fundador do Novo Jeito, Fábio Silva, conforme informações da assessoria de comunicação que divulga a atividade.

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Neste ano, o #MaisAmor está na sua terceira edição e alcançou bons feitos, como ter uma versão internacional nos Estados Unidos. “A nossa ideia era que a gente começasse a ganhar o coração dos voluntários e dos integrantes da nossa rede para a nossa maior mobilização que é o Mais Amor. A gente não queria esperar até o último dia do ano para fazer algo diferente, queríamos construir coletivamente ações que colocassem esse amor em prática”, complementa Silva, de acordo com a assessoria.

Os interessados em participar da movimentação devem se inscrever pelo site do Novo Jeito. Na mesma página eletrônica é possível encontrar outros detalhes informativos sobre a iniciativa. 

 

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Mais de dois mil manifestantes bloquearam nesta segunda-feira (2) os acessos a sede do governo da Ucrânia no centro de Kiev. A convocação para uma greve geral foi decidida após uma grande manifestação, que tomou as ruas da capital ucraniana neste domingo (1), que reuniu mais de 100 mil pessoas.

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Mais de 100 policiais ficaram feridos nos protestos. As forças de segurança usaram bombas de efeito moral contra os manifestantes encapuzados. Dois fotografos da AFP e um cinegrafista ficaram feridos.

 

 

A ideia de República no Brasil do final do século XIX não era uniformizada.  Intelectuais e atores políticos não chegavam ao consenso do pensamento que era discutido na época. Quando os militares ingressaram no poder em 1889 – ano da Proclamação da República -, poucos (ou quase nenhum deles) tinham ideia do que poderia vir.

“Muitos historiadores chamam a Proclamação da República como o primeiro golpe militar da história do País. E estes mesmo militares nem tinha a noção exata do que era a República. Mesmo com toda a movimentação política que acontecia naquela época cada um tinha noção diferente sobre a ideia de república. Benjamin Constant, Floriano Peixoto, Joaquim Nabuco, personagens importantes daquela época, tinham interpretações diferentes”, explicou o professor e historiador Diogo Barreto.

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O novo sistema vigente no País também não era consenso para a população. Alguns acompanharam o bonde da história e ficaram curiosos com a nova realidade da época, estes entendiam que o acontecimento era importante, mas não sabiam como ingressar no movimento, já outros eram simpáticos ao imperador D. Pedro II e contestaram a sua saída do poder. “As pessoas também poderiam não entender esse processo porque Deodoro da Fonseca (primeiro presidente do País) era amigo pessoal de D. Pedro II , ele era visto como uma pessoa dúbia, e isso poderia refletir na opinião de algumas pessoas” relatou.

“Na verdade houve uma série de motivos para a Proclamação da República: O crescimento do poder econômico dos senhores de café do Estado de São Paulo que reivindicaram poderes políticos; o próprio espírito republicano por conta da segunda república francesa, a questão da Guerra da Secessão nos Estados Unidos. Os “ares” brasileiros já estavam repletos de ideias republicanas e isso, entre outros motivos, levou a queda do imperador”, completou Barreto.

De acordo com o historiador, nos primeiros anos da República, os latifundiários tentaram afastar os militares do poder. “Eles (os militares) vão sair de cena aos poucos a partir da elaboração de uma nova constituição que deu muitos poderes ao legislativo. Criou-se o ministério de Guerra, e aos poucos os militares vão saindo do poder. Isso aconteceu no andamento da república velha”, relatou.

Para o cientista político Hely Ferreira, um dos atributos do sistema republicano brasileiro foi a maior participação da população na política. “A própria educação do Império era só para a elite. Com o passar dos anos as pessoas começaram a ter mais participação. Hoje as pessoas cobram muito mais dos políticos. Elas lutam pelos seus direitos e discutem a representação dos políticos”, disse o analista.

 

Velado desde as 8h da manhã desta quinta (25) no salão principal da Assembleia Legislativa de Pernambuco, que fica localizado na Rua da Aurora, região central do Recife, o corpo do músico José Domingos de Morais recebe homenagens de centenas de pessoas até às 16h de hoje. Diversos fãs e admiradores da obra de Dominguinhos não perderam a oportunidade de se despedir do sanfoneiro considerado o sucessor de Luiz Gonzaga.

“Vim porque gosto muito de forró e também sou músico e meu sogro Arlindo dos oito baixos era muito amigo dele", conta Josivan Ferreira. Acompanhado da esposa e da mãe, ele revela que considera Dominguinhos "Um músico que representou o Nordeste para todo o mundo". Para Ferreira, "Não só o forró está de luto, mas Pernambuco também".

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Para Enilda Nery, Dominguinhos era um verdadeiro representante da música nordestina. "Arrumar um substituto para ele vai ser difícil e vai demorar, mas Cezzinha pode ser o seu sucessor". Ela diz que nunca teve a oportunidade de ir a um show do músico, porém sempre ouviu seus discos e elege De Volta Pro Meu Aconchego como sua preferida.

Acompanhando a amiga, Luzinete Ayres afirma que ele "Vai fazer muita falta para música. Fui a um show em que ele tocou com Luiz Gonzaga e foi inesquecível". Bárbara Ramos considera que "O rosto dele era a cara da simpatia" e deseja que o sanfoneiro "Continue alegrando o céu como nos alegrou aqui e que na Terra, a família dê continuidade ao legado deixado por ele. Dominguinhos foi um marco para o forró, ele sempre esteve aberto para ajudar quem estava começando, mesmo já possuindo toda a trajetória que ele possuía".

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SALVADOR (BA) - Embora o slogan “O gigante acordou” esteja sendo usado para se referir as recentes manifestações no Brasil, muitas pessoas já estavam acordadas há tempos. A manifestação, nesta quinta-feira (28), levou manifestantes - que queriam entregar ao prefeito do município, ACM Neto, uma carta com as reivindicações do Movimento Passe Livre -, a lotarem às ruas da capital baiana. Durante o protesto, era possível encontrar militantes dos movimentos negro, de sem tetos, LGBT, feminista, membros de partidos políticos, coletivos estudantis e ativistas da causa dos deficientes físicos.

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O manifestante do Movimento Passe Livre, grupo que organizou a manifestação, Caio Ferreira, explica que o movimento é “autogestionado” e que não existe uma figura representativa. “As decisões são tomadas coletivamente em assembleia e nos comunicamos oficialmente através de uma comissão de comunicação. O objetivo da nossa luta é por um tansporte gratuito e de qualidade”, esclarece.

Segundo o presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB), Marcelo Cerqueira, o grupo decidiu participar da manifestação para celebrar o dia do orgulho gay, comemorado nesta sexta-feira (28). Também protestamos contra a cura gay, até porque não há nada pra ser curado, não existe doença e o PL 122 que justifica a homofobia como crime no Brasil.

Muitos participantes de organizações da luta do povo negro estavam presentes, dentre eles militantes do Movimento Negro Unificado (MNU), que denuncia desde 1978 as desigualdades raciais. O militante, Tom Nascimento, explica que com a chegada dos megaeventos no país a juventude negra periférica sofre um exterminio e é atingida por remoções e pela força policial. “O MNU, assim como os outros movimentos, vêm trazer para a manifestação as  pautas pelas quais sempre lutamos” , conta Tom.

Aqueles que se organizam em partidos também estavam presentes. É o caso de Rafael Digal, militante do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). ’’Tenho ido aos protestos, porque enquanto militante de esquerda e dos movimentos sociais sempre foi esse o meu lugar. É na rua que o povo aprende que tem o poder e por ser partidário não deixo de ser parte do povo pelo contrário, contribuo para a organização e fortalecimento das lutas’’, afirma Digal.

Já a Militante da Marcha Mundial das Mulheres, Beatriz Vieirah, nos conta que o grupo sempre esteve presente nas manifestações contra o aumento da tarifa e pela discussão do modelo de transporte público. "Também fomos as rua do nosso país para lutar pela descriminalização e legalização do aborto, para dizer NÃO ao Estatuto do Nascituro e o projeto legislativo de n. 234 (cura gay) e toda e qualquer tentativa violenta de controle dos nossos corpos e sexualidade’’diz. 

O integrante do Movimento Sem Teto da Bahia (MSTB) , Dinho Oliveira explica o que motivou a presença do movimento na manifestação. “Porque a gente acha que tem que mudar a história política do Brasil. Esse modelo econômico não satisfaz a necessidade dos trabalhadores” afirma o militante.

Um pouco de História – Os baianos sempre estiveram na luta por direitos, entre as muitas histórias de batalhas foi na revolta dos alfaiates em (1798), também conhecida como 'Conjuração Baiana', ou Revolta dos Búzios que este povo lutou pela proclamação da República e o fim da escravidão. Em 1821, a custa de muito sangue, dentre eles o de Joana Angélica, que tentou impedir a entrada dos portugueses no Convento da Lapa, a Bahia conquistou sua independência de Portugal.

No Estado também aconteceram a sabinada, a revolta dos malês, a revolta da Farinha e mais recentemente, em 2005, a Revolta do Buzu que, onde na luta contra o aumento da tarifa de ônibus os soteropolitanos foram a luta. As manifestações, que duraram duas semanas, levaram às ruas mais de 50 mil pessoas, que protestavam contra o aumento da tarifa de R$ 1,30 para R$ 1,50. Este movimento inspirou o surgimento do Movimento Passe Livre, que hoje protesta em todo o país contra o aumento das passagem.

Na Bahia, onde a luta dos direitos sempre se “rodou a baiana”, muito sangue foi derramado pela conquista de uma sociedade mais igualitária e ainda hoje muitos militantes de movimentos sociais perdem a vida em prol de suas causas enquanto são criminalizados pela grande mídia. Nesta terra nagô o gigante nunca pode sequer cochilar.

 

Os partidos políticos se afastaram da população, a sociedade ficou dividida entre representados e não representados e o divórcio que se criou entre o Estado e o cidadão está na raiz dos protestos que tomaram conta do Brasil nas últimas duas semanas.

Essa é a conclusão de três cientistas políticos que participaram, nesta sexta-feira, 21, de debate sobre as manifestações de rua pelo País, promovido pela TV Estadão. José Álvaro Moisés, da USP, Carlos Melo, do Insper, e Aldo Fornazieri, da Escola de Sociologia e Política, concordaram que não há democracia sem partidos, mas que as siglas precisam urgentemente voltar a cumprir o seu papel.

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"Os partidos se afastaram do povo. Agora, por exemplo, algum líder do governo, ou do partido no poder, veio a público conversar ou se explicar?", cobrou Álvaro Moisés. Temas como a PEC 37, a corrupção ou a chamada cura gay estão nos cartazes das passeatas "e não se ouviu uma única resposta dos líderes às cobranças". Não há democracia sem partidos, prossegue ele, "mas eles têm de fazer a intermediação com a sociedade".

Fornazieri percebe a sociedade dividida "entre representados e não representados". Estes, no caso, são a classe média baixa e a classe B. A primeira "ganhou, mas pouco, e o Brasil continua desigual". A segunda "paga impostos, mas tem de ir buscar no mercado, e muito caro, sua seguridade e educação. Essa é a rebelião".

"Não se trata de demonizar os partidos", pondera Carlos Melo, mas "do modo como está eles não servem". Tem de haver um fio condutor, e esse fio se chama política, afirmou. A confusão que se criou provoca cenas, nas ruas, em que tem "gente de extrema direita e extrema esquerda xingando o mesmo político, por razões distintas".

Capital financeiro

Na avaliação de Fornazieri, as democracias, no mundo todo, "foram sequestradas pelo capital financeiro e isso gerou uma crise de governança". Nesse cenário, o PT, segundo ele, "se acomodou no poder e mudou de lado. Ele hoje bebe vinhos importados, em vez de conhaque barato".

Melo concorda que o capital financeiro "perdeu o hábito de olhar para a política", mas avisa que a crise "pode dar em tudo ou em nada". Crises anteriores, contra o mundo político, "levaram ao poder lideranças como Jânio Quadros e Fernando Collor", diz o professor do Insper.

E o que pode vir daqui por diante? Moisés menciona três cenários. Primeiro, uma dispersão e perda dessa energia em pouco tempo. Segundo, o movimento recolher outras demandas e desencadear um processo de mudanças. E, por fim, os partidos "podem até entender o recado (...) Aí entra na pauta a reforma política".

Aldo Fornazieri diz que sua "aposta" é que o movimento continua mais duas ou três semanas e se esvazia". Mas a sociedade pode retomar, revigorada, a ação política. Para ele, "esse seria o grande salto". As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

A Prefeitura de Palmares, cidade localizada na Mata Sul de Pernambuco, promove, na próxima sexta-feira (21), uma audiência pública. A ideia é definir os cursos que serão implantados no município pelo Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia (IFPE).

De acordo com o órgão, os moradores poderão escolher os três primeiros cursos que serão realizados na cidade. A previsão é que o IFPE inicie suas atividades em Palmares no próximo ano. A audiência pública será no Cine Teatro Apolo, às 9h, área central da cidade.

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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso aproveitou um seminário para prefeitos tucanos, realizado em Brasília, para dizer que o PSDB precisa, a partir de agora, escutar o povo, saber o que querem as mulheres, a juventude, os grupos marginalizados, os negros e mulatos. "É preciso nos basear muito nos que têm mais energia, nos excluídos. Olhar com muita visão uma nova agenda. Temos de descobrir para onde vai o mundo", disse ele, logo depois de lançar a candidatura do senador Aécio Neves (MG) à Presidência da República em 2014.

Para Fernando Henrique, o PSDB não pode ter medo de dizer que a carga de impostos está elevada. "Não dá para fazer o que está sendo feito, baixar imposto para privilegiar grupos. Baixam o IPI das empresas de automóveis - todas elas estrangeiras - e deixam os prefeitos com as cidades entupidas de carros", criticou.

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"Até a meta de inflação, a Lei de Responsabilidade Fiscal e câmbio flutuante estão deixando para trás. A Lei de Responsabilidade é burlada a toda hora, porque há um orçamento paralelo, que é mantido pelo BNDES. Quem paga é o povo, porque quem financia o BNDES é o FAT, com cerca de 40%. Conheço gente que pega empréstimo lá para uma coisa e vai fazer outra, porque o dinheiro é barato. (Os petistas) São incompetentes e acham que estão fazendo coisas. O PAC é o orçamento com propaganda", criticou o ex-presidente. Segundo Fernando Henrique, Lula surfou na onda da estabilidade econômica mundial e a presidente Dilma Rousseff surfa nos próprios tropeços.

O ex-presidente disse é que é preciso ser capaz de falar uma linguagem simples, acessível à população, e também ouvir. "O importante é ter respeitabilidade. Responder qualquer pergunta sem temer. Tem que ter marca, convicção, orgulho do que foi feito. "Ou a Vale não é um orgulho para o Brasil? Ou a Embraer não é? Ou a Petrobras não é? É só explicar ao povo o que é privatização, o significado dela", afirmou.

Segundo Fernando Henrique, mesmo tendo vasculhado, o Ministério Público não conseguiu manter um processo na Justiça a respeito de privatização em sua gestão. "Não há nada que nos desabone. Fizemos o que era necessário e era correto. Não houve corrupção", disse.

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