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Ao ser questionado nessa sexta-feira (26), sobre medidas para resolver o problema da fome no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que "fome para valer (no País) não existe da forma como é falado". O chefe do Executivo alegou que, quem diz o contrário, "são pessoas que vendem mentiras".

"Se eu falar para vocês não tem fome no Brasil, amanhã o pessoal me esculacha na imprensa. Mas eles não sabem a realidade se existe gente faminta no Brasil ou não. O que a gente pode dizer, se for em qualquer padaria aqui não tem ninguém ali pedindo para você comprar um pão para ele, isso não existe. Eu falando isso eu estou perdendo votos, mas a verdade você não pode deixar de dizer", afirmou em entrevista ao Ironberg Podcast, do fisiculturista Renato Cariani.

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"Quem por ventura está no mapa da fome pode se cadastrar, vai receber, não tem fila o Auxílio Brasil. São 20 milhões de famílias", completou.

Mais cedo, em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan, Bolsonaro rebateu a declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que a população tem que voltar a comer picanha. "A esquerda vende a ilusão de picanha para todo mundo, e eu digo: não tem filé mignon para todo mundo", declarou o chefe do Executivo, em entrevista ao programa Pânico, da Jovem Pan.

Dados do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19, lançado em junho mostram que 33,1 milhões de pessoas não têm o que comer no País - patamares registrados pela última vez apenas nos anos 1990[ . A nova edição da pesquisa mostra ainda que mais da metade da população brasileira (58,7%) convive com algum grau de insegurança alimentar (leve, moderado ou grave).

Teto

No podcast, Bolsonaro também abordou a contratação de professores de educação física para as escolas públicas, segundo ele, as consequências de ampliar as despesas são as "piores possíveis" devido ao efeito sobre o dólar e a bolsa. O chefe do Executivo ressaltou a restrição orçamentária no País e disse que vai manter o teto de gastos - a regra que limita o crescimento das despesas do governo à inflação do ano anterior.

"Hoje em dia, muita gente reclama sobre isso aí (teto). Mas eu entendo que, se você ampliar os gastos, as consequências serão péssimas para todo mundo. Então, vamos manter o teto de gastos e, na medida do possível, atendendo nem que seja a conta-gotas anseios como esse", disse Bolsonaro. "Tem que fazer uma conta bem feita, até porque o meu governo foi o primeiro que tem teto de gastos. Eu tenho um limite para gastar. Quanto mais eu empurro de um lado, vou ter que tirar de outro lugar. Você não tem como tirar de outro lugar, estamos no limite do limite", emendou.

O presidente disse que o gasto com servidor público é "bastante alto" no Brasil, mas voltou a sinalizar que deve haver reajuste salarial para as categorias em 2023. "Não dá para a gente aumentar despesas ou prometer durante um período eleitoral como o que gente está agora para ganhar simpatia dos nossos muitos professores de educação física", disse Bolsonaro.

Na prática, o governo Bolsonaro "driblou" o teto de gastos em diversos momentos nos últimos anos. Na ocasião mais recente, o Executivo conseguiu aprovar no Congresso uma emenda constitucional que decretou emergência no País para viabilizar o aumento do Auxílio Brasil de R$ 400 a R$ 600, até o final do ano, e a concessão de novos benefícios sociais, às vésperas das eleições e fora do teto. No final de 2021, os parlamentares aprovaram outra medida que adiou o pagamento de precatórios e liberou mais de R$ 100 bilhões no Orçamento de 2022.

A NTICS Projetos, com o apoio da Vitarella, irá realizar, a partir da próxima quarta-feira (17), em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, o programa Culinária Sustentável. O encontro promoverá oficinas sobre planejamento de compra, consumo, preparo para o melhor aproveitamento dos alimentos e também noções de empreendedorismo para a geração de renda. Serão realizadas duas oficinas por mês, cada uma com temas diferentes e uma oferta de 60 vagas.

A primeira irá ocorrer no dia 17 de agosto, com a abordagem de duas temáticas, o primeiro ministrado das 9h às 11h e o segundo das 15h às 17h. Além do conhecimento prático, os participantes também serão incentivados a estimular a criatividade por meio da criação de novas receitas. Ao final, todos também receberão um avental do projeto e um livro de receitas junto ao certificado de conclusão. 

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Para participar, é preciso realizar a inscrição no site do Programa. A ação por finalidade promover a luta contra a fome no Brasil, por meio da orientação e transformação da relação do ser humano com o ciclo do alimento. 

De acordo com a pesquisa realizada pela rede Penssan, em 2021 o Brasil registrou que cerca de 25% da população vive em situação de insegurança alimentar moderada ou grave, o que caracteriza um quadro de fome e vulnerabilidade social. Desse modo, o programa Culinária Sustentável visa atender pessoas nessas condições através do conhecimento e de uma transformação a curto e médio prazo.

Acordar no meio da noite para revirar a geladeira em busca de alimentos pode ser um distúrbio de sono, porque o organismo da maioria das pessoas está preparado para o jejum durante a madrugada e não digerir comidas calóricas e em abundância durante o período do sono. O distúrbio alimentar associado ao sono e a síndrome do comer noturno podem explicar esta conduta atípica.

“Nessas pessoas, o organismo entende que a hora de maior funcionamento seria à noite. Por causa disso, têm pouca fome de manhã e mais apetite à noite”, afirmou médica e pesquisadora do Instituto do Sono Dalva Poyares.

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A síndrome do comer noturno é um distúrbio alimentar que se caracteriza pelo aumento da necessidade de ingestão de alimentos à noite, antes do período principal de sono e com despertares noturnos para comer. O comer noturno pode ter explicações ligadas ao metabolismo e ao ritmo circadiano, que é o relógio interno do organismo do indivíduo. Há pessoas, chamadas de vespertinas, que são mais ativas no período noturno.

Para identificar o distúrbio de sono de forma correta, os médicos investigam se o paciente se lembra, ou não, de ter despertado para comer. A amnésia total ou parcial do fato é um indicativo de distúrbio alimentar associado ao sono, que pode ser desencadeado por medicamentos hipnóticos ou por parassonia, que é um comportamento semelhante ao sonambulismo. Na síndrome do comer noturno, o paciente tem consciência do que ingeriu e memória dos eventos no dia seguinte.

Segundo a médica, o distúrbio alimentar associado ao sono acomete pessoas com propensão a ter parassonia e se caracteriza por despertares noturnos acompanhados de comportamento exclusivamente relacionado à mastigação e à deglutição de alimentos ou substâncias. No dia seguinte, a pessoa não tem memória do fato ou apresenta apenas alguns fragmentos de lembrança.

“Quem tem esse distúrbio de sono tende a comer alimentos não usuais ou misturar alimentos que não combinam e que nunca consumiriam, se estivessem conscientes, podendo acordar nauseado ou se sentindo mal”, explicou Dalva Poyares.

Ela disse que medicamentos hipnóticos usados para combater a insônia também podem desencadear o distúrbio de sono em qualquer pessoa. Ao ingerir o medicamento, em vez de dormir, a pessoa tem comportamento de sonambulismo.

“Uma das coisas que acontecem é a pessoa comer e não lembrar. Nesse momento ela corre riscos associados à ingestão de substâncias tóxicas, coisas que estão na geladeira e não estão muito boas, misturar alimentos que não combinam, ou mesmo ter lesões por cozinhar ou preparar alimentos durante a madrugada, ou acordar se sentindo mal”, afirmou.

De acordo com a pesquisadora, há tratamentos disponíveis para os distúrbios de sono. Se o comportamento persistir, é preciso procurar ajuda profissional. “É preciso investigar as causas da superficialidade do sono e os motivos que fazem o sono ficar fragmentado para tratar. Se não se encontrar nada, é sinal de sonambulismo, que é outro tratamento."

A médica alerta que essa situação pode ser perigosa e recomenda que se tomem medidas de segurança como retirar objetos perfurocortantes do ambiente, dificultar o acesso à geladeira, além de fazer o tratamento para sanar tais distúrbios.

Ao ver os irmãos com fome e a mãe chorando por não ter o que dar para os seus filhos comerem, uma criança de 11 anos resolveu ligar para a Polícia Militar para pedir comida. O apelo foi feito na noite de terça-feira (2), em Santa Luzia, Região Metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais. 

Mãe de seis filhos, Célia Arquimino Barros, de 46 anos, está desempregada e sobrevivendo com o Auxílio Emergencial do governo. Ela conta que estava há quase três semanas sem conseguir comprar alimentos para casa e que nos últimos três dias estava alimentando os filhos com fubá, farinha e água. 

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"Eu só tinha fubá e farinha. Já tinha uns três dias que a gente estava assim. E que já tinha acabado as coisas, já tinha mais de 20 dias, mas ainda tinha um pouquinho de arroz, de algumas coisas. Mas há três dias só tinha farinha e fubá", revelou em entrevista à TV Globo.

Após o pequeno Miguel ligar para a polícia, uma guarnição do 35º Batalhão foi até a casa de Célia para, inicialmente, constatar se poderia estar acontecendo um caso de maus-tratos. Depois de confirmarem que a família estava realmente sem ter o que comer, foram até o mercado e compraram comida. O tenente Nilmar Moreira disse que a guarnição ficou comovida após ouvir os relatos das crianças. A PM de Minas Gerais deve continuar ajudando a família e arrecadando donativos de quem se sensibilizar com a situação.

Com a alta do preço do leite, 23% dos brasileiros substituíram o produto por soro de leite na hora da compra, de acordo com uma pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada nesta terça-feira (2). Um quinto dos entrevistados, ou seja, 20%, também disseram ter adquirido sobras de frango, carne ou pele de frango, ao invés de mercadorias que ficaram mais caras ou não couberam no orçamento. 

A pesquisa ouviu 2.556 pessoas em 183 cidades do Brasil de forma presencial nos dias 27 e 28 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. 

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Quase 61% dos entrevistados também disseram que compram produtos de marcas mais baratas, e 29% adquirem mercadorias próximas do vencimento. A busca por produtos mais baratos é maior entre os que recebem o Auxílio Brasil (31%) compraram sobras de carnes, mesmo número dos que adquiriram soro de leite. 

Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o preço do leite longa vida cresceu 42% de janeiro a junho deste ano. Alguns mercados vendem o litro acima de R$ 10, enquanto o soro do leite é encontrado na casa dos R$ 5. 

Brasileiros sem comida suficiente em casa

A pesquisa também mostrou que um em cada três brasileiros declara não ter quantidade suficiente de comida em casa para alimentar a família. O levantamento mostra um aumento no percentual de pessoas que têm menos comida do que o suficiente em casa. De maio até junho, o índice subiu de 26% para 33%. Enquanto isso, também diminuiu a quantidade de brasileiros que relatam ter comida suficiente, de 62% em maio para 55% em julho. 

A quantidade de pessoas que não têm comida suficiente é maior entre as mulheres (37%), famílias com renda de até dois salários mínimos (46%), autodeclarados pretos (40%) e residentes da região Nordeste (42%). 

Ainda de acordo com a pesquisa, 45% dos que dizem não ter comida suficiente pretendem votar no ex-presidente Lula (PT). Os outros 32% votam em Ciro Gomes (PDT) e 12% no presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Neste levantamento, 17% dos entrevistados estão em famílias que venderam algum bem ou objeto de valor para comprar alimentos e itens básicos de supermercado nos últimos meses. O contingente vai a 32% entre desempregados, 27% entre famílias beneficiárias do Auxílio Brasil, e 24% entre os mais pobres.

A pré-candidata ao Governo de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), tratou em suas redes sociais sobre a vulnerabilidade das várias famílias que vivem em situação de rua a poucos metros do Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo do Estado.

“De dentro do Palácio o governo Paulo Câmara parece não ver o que acontece aqui fora. Falta comida, água e a casa é uma barraca improvisada. A cena é triste e se repete no estado inteiro”, afirma a pré-candidata em vídeo.

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Para Raquel, “o abandono é marca dessa gestão. Cuidar de gente, principalmente de quem mais precisa, tem que ser prioridade”.

Em seu plano de governo, a pré-candidata prometeu criar o Bom Prato Pernambucano, que deverá abrir restaurantes populares fixos e móveis para garantir alimentação à população mais vulnerável de todo estado. A pré-candidata também se comprometeu em políticas habitacionais que atendam pessoas que vivem em áreas de risco e nas ruas. Na gravação, a postulante disse que em Caruaru “encarou esse problema de frente”, durante sua gestão.

 

A insegurança alimentar está presente em mais da metade dos lares brasileiros. É o que aponta o 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil – II VIGISAN, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional – Rede PENSSAN. As regiões mais críticas são Norte (45,2%) e Nordeste (38,4%).

Segundo o levantamento, 65% dos domicílios impactados são chefiados por pessoas negras ou pardas e 64,1% têm mulheres como referência. Em relação à localização dos domicílios, a pesquisa destaca que mais de 60% dos que estão na área rural são afetados pela fome, ressaltando que agricultores familiares e pequenos produtores rurais são os mais debilitados.

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Atualmente, devido à queda na produção e ao alinhamento ao dólar, o país vive um período com a inflação em alta, o que é prejudicial à economia local. De acordo com o professor João Cláudio Arroyo, mestre em Economia, a dolarização do que é produzido no Brasil é algo contraditório, visto que os principais custos de produção são pagos em real.

“Existe uma inflação que é para melhorar a margem de lucro dos grandes acionistas internacionais, essa é uma opção política que o governo brasileiro adotou e que está depauperando (empobrecendo) a sociedade como um todo, mas, em particular, a classe média, que é quem vai ter maiores custos com esses insumos”, diz Arroyo.

O professor também destaca que mesmo com o aumento no preço dos produtos, os salários continuam os mesmos, resultando na diminuição das compras e, consequentemente, do faturamento dos empresários.

Como em um efeito dominó, essa situação ocasiona uma queda na contratação, o que contrasta com a baixa na taxa de desemprego que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, fechou em 10,5% no trimestre encerrado em abril.

“O desemprego é uma resposta ao número de pessoas que procura. Quando as pessoas se decepcionam e já nem procuram mais emprego, o desemprego cai. Não significa que gerou empregos. A maioria das pessoas não sabe disso, porque a gente tem que associar esses 10% de emprego aos 33 milhões de pessoas que passam fome no Brasil hoje aos mais de 15 milhões que estão com insegurança alimentar”, afirma.

Francisco Neto, historiador e professor, ressalta que o cenário atual revela a trajetória histórica que o Brasil vem percorrendo desde a chegada dos portugueses e as transformações ocorridas no território, como o período de escravidão. Sendo assim, o maior índice de insegurança alimentar nos lares onde os principais provedores são mulheres e pessoas negras ou pardas é um reflexo da ausência de políticas públicas pensadas e projetadas a elas.

“Se a gente levar em consideração, por exemplo, em 1970, quando muitos dados estatísticos do IBGE não apresentaram questões relacionadas a população negra no Brasil, isso vai refletir diretamente em muitos grupos sociais que são marginalizados historicamente”, pondera o historiador.

Insegurança alimentar: o que é e quais seus níveis?

A insegurança alimentar caracteriza-se pela falta de acesso físico, social e econômico irrestrito nas quantidades certas a alimentos de boa qualidade e é dividida em 3 níveis diferentes.

Leve: alimentação futura indefinida ou com qualidade duvidosa.

Moderada: redução na quantidade dos alimentos.

Grave: escassez de alimentos e fome.

O estudo da Rede PENSSAN mostra que 28% dos brasileiros vivem com insegurança alimentar leve, enquanto 15,2% e 15,5% estão nos níveis moderado e grave, respectivamente, totalizando 125,2 milhões de pessoas.

A necessidade de energia diária que o corpo humano possui é suprida por meio dos alimentos, que depositam no organismo carboidratos, proteínas, lipídios, minerais e vitaminas essenciais. Quando a alimentação é realizada da maneira incorreta, há um déficit nutricional que sucede em doenças como anemia e raquitismo.

A nutricionista e preceptora da Clínica Escola de Nutrição da Universidade da Amazônia – UNAMA, Marília Reis, considera que o investimento em políticas públicas e em programas sociais capazes de auxiliar pessoas com insegurança alimentar é o mais importante no momento. A nutricionista ressalta que as crianças são as mais afetadas com a situação.

“A criança precisa, devido ao seu desenvolvimento, principalmente a partir dos seus seis meses, que é quando começa a introdução alimentar, dessas fontes. Precisa consumir diariamente. As crianças estão inseridas nesse contexto, infelizmente, porque a família, muitas vezes, não tem o que comprar, não tem condições financeiras de arcar com algum suporte nutricional”, declara.

Por Amanda Martins, Lívia Ximenes e Clóvis de Senna

A pré-candidata ao Governo de Pernambuco pelo Solidariedade, Marília Arraes, prometeu dobrar o Fundo Estadual de Combate à Miséria e destinar R$ 1 bilhão em recursos para o orçamento. A proposta visa redistribuir a arrecadação com multas de impostos atrasados.

O valor da arrecadação com o atraso no pagamento de multas alcançou R$ 460 milhões em 2021, apontou a deputada federal. Com metade da população abaixo da linha da pobreza, ou seja, com renda mensal menor que R$ 497, Marília alerta para o aumento da fome em Pernambuco. 

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“Erradicar a miséria em Pernambuco será uma das nossas prioridades a partir de 2023, ao lado da geração de emprego e renda para a população pernambucana”, prometeu a pré-candidata. “São 4,8 milhões de pernambucanos nessa situação e o governo do PSB assiste a tudo isso sem fazer nada. De 2019 a 2021, a pobreza cresceu mais de 8% em Pernambuco, quase o dobro da média nacional (4,5%), da taxa na Bahia (4,9%) e duas vezes e meia a taxa do Ceará (3,8%)”, comparou.

Investimento sem novos impostos

Marília reforçou que a proposta não será implementada com o aumento de impostos. “As multas já são cobradas naturalmente quando as empresas pagam os impostos em atraso. Não teremos nenhum aumento”, acrescentou.

“O presidente Lula já tirou o Brasil do Mapa da Fome e tenho certeza que fará isso novamente. E aqui em Pernambuco, nós vamos fazer a nossa parte para que isso aconteça o mais rápido possível”, concluiu.

No hospital de Kaabong, as mães observam de maneira ansiosa os filhos debilitados. As crianças são as primeiras afetadas pela fome que avança na pobre e remota região de Karamoja, nordeste de Uganda.

Maria Logiel está com os dois filhos. A pele de um está marcada por lesões provocadas pela desnutrição extrema. O outro, preso em suas costas, olha para o vazio.

"Eu trouxe eles porque estavam doentes e iam morrer", explica a mulher. "Deixei outros dois em casa e temo que ao retornar eles não estejam mais vivos".

Mais de meio milhão de pessoas sofrem fome na província de Karamoja, o que representa 40% da população desta região em uma área remota de Uganda, na fronteira com Sudão do Sul e Quênia

Catástrofes naturais, pragas de gafanhotos e de lagartas de milho, assim como ações de ladrões de gado, são as principais causas.

"Nos últimos três meses perdemos mais de 25 crianças de menos de cinco anos devido à desnutrição", afirma o médico Sharif Nalibe, secretário de Saúde no distrito de Kaabong, um dos mais afetados de Karamoja.

"E são aqueles que atendemos, trazidos no último minuto para o hospital. Muitos morrem nas comunidades e não são notificados", explica.

- Região esquecida -

A região de Karamoja enfrenta uma crise alimentar longe dos holofotes da imprensa, concentrada na guerra na Ucrânia ou na fome em larga escala que afeta a região do Chifre da África.

Nem mesmo em Ugada a situação desta região remota, que fica a mais de 500 quilômetros da capital Kempala e é considerada instável, chama a atenção.

Um total de 91.600 crianças e 9.500 mulheres grávidas ou em período de amamentação sofrem desnutrição aguda e precisam de tratamento, de acordo com a avaliação mais recente das agências humanitárias.

"Em termos de desnutrição aguda, este ano observamos o pior cenário em 10 anos", afirma Alex Mokori, especialista em nutrição do Unicef, que organiza com as autoridades locais de Karamoja operações para detectar casos de desnutrição.

Maria Logiel tentou alimentar os filhos com plantas selvagens que ela coletou, mas isto os deixou doentes muitas vezes. Desesperada, em alguns momentos ela comprou sobras de "malwa", um tipo de cerveja local produzida com milho.

Porém, mesmo este resíduo farinhento e levemente alcoólico é muito caro para ela. "Muitas vezes não tínhamos dinheiro suficiente e as crianças dormiam com fome", explica.

- O pior já chegou para alguns -

As comunidades da região, que vivem da pecuária e da agricultura, subsistem há décadas em uma vida precária, com frequência afetadas por ataques contra o gado de diferentes grupos nômades que passam pela fronteira porosa de Uganda, Sudão do Sul e Quênia.

O governo não consegue conter a violência.

A mudança climática enfraqueceu ainda mais sua existência. A região vive atualmente um episódio de seca depois de ter sido impactada no ano passado por inundações e deslizamentos de terra.

"Com a seca prolongada, os ladrões de gado e as comunidades sem recursos de subsistência caminham para o pior", prevê Sharif Nalibe.

Para alguns, como Nangole Lopwon, o pior já chegou. Esta mãe de família saiu para vender lenha em um vilarejo vizinho, deixando os gêmeos famintos com o irmão mais velho. Ao retornar, um deles estava morto.

"O que eu poderia fazer? Não estava doente, a fome que o matou", lamenta.

Mas a situação não deixa de piorar desde então e o gêmeo sobrevivente está em condição crítica. "Ele também está à beira da morte", afirma a mãe.

Nesta quarta-feira (8) é comemorado o Dia Mundial da Segurança de Alimentos. Segurança alimentar é a garantia de todas as dimensões que dificultam a ocorrência da fome, o que inclui a disponibilidade e acesso permanente de alimentos, pleno consumo sob o ponto de vista nutricional e sustentabilidade em processos produtivos. Por isso, a insegurança alimentar é consequência direta das mudanças climáticas, degradação dos solos, poluição, crises sanitárias e socioeconômicas.  

A Organização das Nações Unidas (ONU), por meio dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabeleceu um prazo para o fim de todas as formas da fome no mundo. Até 2030, os governos e a sociedade civil devem aplicar ações de mitigação dessa grave situação que mata e afeta a qualidade de vida das pessoas no mundo.

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O termo segurança alimentar surgiu logo após a Primeira Guerra Mundial; percebeu-se que a superioridade dos países não dependia da garantia da autossuficiência alimentar da sua população. Tornou-se um termo militar e foi intimamente associado à segurança nacional até a década de 1970. Durante a Conferência Mundial da Alimentação promovida pela ‘Food and Agriculture Organization of the United Nations’ (FAO), o conceito voltou a ser associado à escassez de estoque de alimentos.  

 Mesmo com a recuperação da produção que na época estava escassa, a fome no mundo foi mantida, atingindo gravemente uma parte da população mundial. Segundo a FAO, mais de 30% da produção mundial é desperdiçada a cada ano entre as fases de pós-colheita e a venda no varejo. No Brasil, a segurança alimentar é um direito social fundamental garantido pela Constituição Federal de 1988, por meio da Emenda Constitucional 64/2010, que incluiu a alimentação em seu 6º artigo. A segurança alimentar também pode ser evidenciada pelo aumento da eficiência na produção agrícola e a redução do desperdício de alimentos. Apesar do avanço da tecnologia, muitas crianças sofrem desnutrição.  

 A insegurança alimentar pode ser dividida em três tipo: leve, quando ocorre decorrência da falta de disponibilidade de alimentos devido a problemas como a sazonalidade; moderada, quando a variedade e a quantidade de alimentos disponíveis ficam limitadas e prejudicam o consumo sob o ponto de vista nutricional; aguda, quando não é possível fazer nenhuma refeição durante um dia ou mais. 

Por Camily Maciel

Um grupo de manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) ocupou e protestou no Shopping Iguatemi, em São Paulo, contra o aumento da fome no Brasil. Segundo o movimento, o mall foi escolhido por ser símbolo da desigualdade.

"Mais de 33 milhões de pessoas passam fome no Brasil. Frente ao pior cenário desde 2004, nosso grito por justiça ecoa nas ruas e resistindo pela vida do povo que não foge da luta, apesar da miséria", publicou o MTST nas redes sociais. 

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O movimento também destaca que trabalhadores e trabalhadoras "não aguentam mais a alta da inflação e o preço dos alimentos que corrói as famílias brasileiras. Basta de mais da metade da população deste país viver em insegurança alimentar", complementa.

Segundo pesquisa da Rede Brasileira de Pesquisa (Penssan) divulgada nesta quarta-feira (8), o número de pessoas em insegurança alimentar grave no Brasil quase duplicou em menos de dois anos. São 33,1 milhões de brasileiros passando fome no país. Isso representa 15,5% da população. 

O 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, divulgado nesta quarta-feira (8) pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN), alertou para o aumento da fome no país. Segundo o estudo, 33,1 milhões de pessoas não têm o que comer diariamente.

Em números absolutos, 14 milhões de pessoas passam fome no Brasil, constituindo aproximadamente 15% das famílias. A pesquisa também identificou que 125,2 milhões de brasileiros, equivalente a 58,7% da população, vivem em insegurança alimentar. Os índices se equiparam à realidade vivenciada na década de 90, apontou a PENSSAN.

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O ex-presidente Lula (PT) se posicionou sobre os dados e lembrou que seu governo priorizou a garantia alimentos à população. "[...] tiramos o Brasil do Mapa da Fome. Mas infelizmente nosso país andou para trás e o flagelo da fome voltou para 33 milhões de pessoas. Vamos ter que reconstruir nosso país", escreveu em seu perfil nas redes sociais.

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Na primeira versão da pesquisa, divulgada em abril do ano passado, 19 milhões de brasileiros não tinham o que comer em 2020 e 10,3 milhões em 2018. Um aumento que corresponde a cerca de 9 milhões.

A PENSSAN indicou que a falta de atuação da gestão federal influenciou para o aumento da fome no país. “A continuidade do desmonte de políticas públicas, a piora no cenário econômico, o acirramento das desigualdades sociais e o segundo ano da pandemia da Covid-19 tornaram o quadro desta segunda pesquisa ainda mais perverso”, destacou a instituição. "Os caminhos escolhidos para a política econômica e a gestão inconsequente da pandemia só poderiam levar ao aumento ainda mais escandaloso da desigualdade social e da fome no nosso país”, acrescentou a médica epidemiologista e pesquisadora Ana Maria Segall.

Primeiro veio a seca, que matou dois filhos de Ruqiya Hussein Ahmed, na Somália. Depois, veio a guerra na Ucrânia, elevando tanto o preço da comida que agora ela mal consegue manter os outros dois que sobreviveram. "Aqui, não temos nada", disse. "Meus filhos morreram de fome. Eles sofreram."

Na África Oriental, a seca deixou 13 milhões de pessoas passando fome severa - principalmente na Somália, Quênia e Etiópia. As colheitas atingiram o nível mais baixo em décadas e crianças desnutridas lotam hospitais. Na Etiópia, a guerra civil agrava a situação e impede a entrega de ajuda na região de Tigray - o primeiro carregamento em três meses chegou ontem. O conflito na Ucrânia piorou a crise ao pressionar o preço de grãos, combustíveis e fertilizantes.

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Rússia e Ucrânia estão entre os maiores produtores mundiais de trigo, soja e cevada. Ao menos 14 países africanos importam metade de seu trigo dos dois países. "O conflito agravou uma situação já complicada", disse Gabriela Bucher, diretora da ONG Oxfam. "A região precisa da solidariedade internacional - e agora."

TRAGÉDIAS

Além da seca e da guerra, a pandemia interrompeu as cadeias de fornecimento e forçou muita gente a pagar mais por comida. Para piorar, uma infestação de gafanhotos no Quênia, a guerra civil na Etiópia, inundações no Sudão do Sul e os ataques terroristas na Somália contribuíram para a destruição de fazendas, o esgotamento das colheitas e o agravamento da crise alimentar.

Agora, a guerra na Ucrânia pode reduzir ainda mais "a quantidade e a qualidade" da comida, segundo Sean Granville-Ross, diretor da ONG Mercy Corps. "Atender às necessidades da população se tornará mais caro e desafiador", disse.

O resultado já é evidente na Somália, onde o preço de 20 litros de óleo de cozinha aumentou de US$ 32 para US$ 55, enquanto 25 quilos de feijão agora custam US$ 28, em vez de US$ 18. No Sudão, o pão quase dobrou de preço e algumas padarias fecharam por causa da queda de 60% das importações de trigo desde o início da guerra. No Quênia, o preço da gasolina subiu, provocando protestos.

A guerra também afetou o Programa Mundial de Alimentos, que neste mês reduziu as rações para refugiados na África Oriental e no Oriente Médio. Os recursos necessários para evitar a crise também não fluem mais, disse Bucher. Apenas 3% dos US$ 6 bilhões que a ONU precisa este ano para Etiópia, Somália e Sudão do Sul foram alocados. "O mundo precisa vir em socorro da África Oriental para evitar uma catástrofe", disse ela.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Randa tem três anos, mas pesa apenas quatro quilos. A menina sofre de desnutrição aguda e corre risco de morte como milhões de outras pessoas no Iêmen, um país devastado por sete anos de guerra.

Em Al Khadich, um campo para deslocados na província de Hajjah, no norte do Iêmen, Randa chora, deitada em uma cama de ferro dentro de uma barraca.

No país mais pobre da Península Arábica, milhões de crianças como Randa sofrem as consequências de uma guerra brutal entre o governo, apoiado desde 2015 pela Arábia Saudita e pelos Emirados Árabes Unidos, e os rebeldes houthis, apoiados pelo Irã e no controle do norte e oeste do país, incluindo a capital Sanaa.

“Toda vez que o estado dela piora, eles nos mandam levá-la ao hospital, mas não temos dinheiro para pagar o transporte”, explica a mãe de Randa, Saleha Nasser.

Em Al Khadich, mais de 2.600 famílias vivem em barracas em terras áridas, sob extrema pobreza, fome e dificuldade de acesso à ajuda humanitária.

A ONU não para de alertar a comunidade internacional contra o risco de fome em grande escala que considera uma das piores catástrofes humanitárias do mundo.

Dirigindo-se ao Conselho de Segurança, o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, alertou que a falta de financiamento para ajuda humanitária no Iêmen é "sem precedentes".

"As agências de ajuda rapidamente ficam sem dinheiro. No final de janeiro, quase dois terços dos principais programas de ajuda da ONU foram reduzidos ou encerrados", lamentou o diplomata.

No final de dezembro, o Programa Mundial de Alimentos foi "forçado" a reduzir a ajuda ao Iêmen "enquanto a fome aumenta".

"Em dezembro, o PAM cortou as rações de alimentos para oito milhões de pessoas", disse Griffiths. E a partir de março, eles podem “não conseguir comida alguma”, alertou.

- Impossível dormir -

No hospital de Abs, a principal cidade da província de Hajjah, os funcionários se movimentam em meio aos gritos de crianças que são impedidas de adormecer pela fome. A enfermaria para crianças desnutridas tem apenas vinte leitos, todos ocupados.

De acordo com Ahmed Al-Achoual, diretor do hospital, centenas de crianças sofrem de desnutrição aguda nos campos para deslocados nesta região que faz fronteira com a rica monarquia saudita.

"Chegamos a receber mais de 300 casos por mês. E estes são apenas os que podem vir ao hospital, porque muitos não têm meios", explica o médico à AFP.

De acordo com o PMA, mais da metade da população do Iêmen sofre de fome aguda e metade das crianças menores de 5 anos (2,3 milhões) correm o risco de desnutrição.

Além disso, 3,6 milhões de pessoas não têm acesso à água potável, aumentando o risco de doenças fatais, segundo a ONU. As crianças são especialmente afetadas por este risco.

A guerra que devasta o Iêmen já deixou 377.000 mortos, a maioria devido às consequências indiretas dos combates, como fome, doenças ou falta de água potável.

Para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o seu governo, que foi composto por dois mandatos (2003-2006 e 2007-2011), teve como diferencial a participação popular. “Meu grande feito não foi uma obra, foi o povo ter descoberto que ele fazia parte do governo”, disse o petista durante uma coletiva de imprensa para sites da mídia independente nesta quarta-feira (19). A entrevista foi transmitida ao vivo pelos perfis do petista e dos sites envolvidos.  

O mais forte opositor do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições deste ano, de acordo com as pesquisas, lamentou as políticas públicas do atual mandatário e fez comparações entre as duas gestões, ressaltando que o governo Bolsonaro não é popular. 

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“[Meu grande feito] foi a inclusão do povo nas decisões. E, agora, nós precisamos transformar o povo em sujeito da história. [...] O Brasil precisa se dar conta que é plenamente possível melhorar a vida do povo brasileiro. É possível estudar, trabalhar, fazer três refeições por dia. É possível acreditar que podemos comer o churrasquinho e quem não come carne, que possa comer o que desejar”, continuou. 

Sem citar diretamente Jair Bolsonaro, continuou: “Eu não imaginava que iríamos ter um retrocesso como estamos tendo agora. Eu não imaginava que um país que foi capaz de realizar as Diretas Já, um país que alcançou a sexta maior economia do mundo. Eu não imaginava que pudéssemos retroceder tanto”. 

Vacinação infantil

Outro arco abordado por Lula foi a vacinação pediátrica contra a Covid-19, para qual o Governo Federal abriu, em dezembro, uma consulta pública, pedindo que a população se manifestasse a respeito, apesar do assunto ser de cunho científico. O presidenciável também criticou o discurso negacionista diante da vacinação no geral. 

“Falar que vai fazer uma consulta sobre vacinação em criança é uma das coisas mais absurdas neste país. Ainda mais em um país que já foi respeitado no mundo pela cultura de vacinação, abolindo várias doenças que agora começam a voltar”, declarou o ex-presidente. 

Em 2018, o Brasil voltou a registrar casos de sarampo e a apresentar uma baixa considerável nas taxas de imunização contra a poliomielite. Ambas as doenças estavam consideradas superadas pelas autoridades desde os anos 2000 e 1989, respectivamente. O sarampo, sem casos no Brasil em 2017, no ano seguinte passou de 1.553 registros de acordo com o Ministério da Saúde.  

É possível conferir os destaques da entrevista através do perfil do ex-presidente no Twitter ou assistindo à live no canal do TV PT, no YouTube. 

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Uma criança de quatro anos de idade desmaiou de fome no fim da manhã desta terça-feira (28), no Terminal Integrado da Macaxeira, na Região Metropolitana do Recife. Enfermeiros de um posto de testagem de Covid-19 que estavam no local ajudaram no socorro.

Um funcionário do TI, Glaucio Cesar, contou que foi abordado por volta das 11h da manhã por usuários que relataram que uma criança estava passando mal. Depois que ela recebeu os primeiros socorros e recobrou a consciência, ele perguntou se poderia dar algo de comer para ele visto que o motivo do desmaio havia sido uma hipoglicemia e quando ofereceu um sopa percebeu do que se tratava.

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“Quando eu sei a sopa notei que as outras crianças (1 menina de 3 anos, 01 menino de 04 anos e outro menino de uns 6 anos) estavam olhando com fome também, aí comprei mais e umas fatias de bolo. A mãe agradeceu e me disse que não sabia o que daria para eles comerem quando chegar em casa, foi aí que eu me reuni com alguns colegas e demos uma quantia a ela”, contou.

Além das crianças moram junto a mãe e a avó, única com uma renda. A mãe se separou do pai há algum tempo, fazia quatro dias que ele estava com a criança que desmaiou. Segundo a mãe, ele não comeu nesses quatro dias. Ao chegarem na casa dele notaram que o menino estava mal alimentado e que não tinha nada para comer, o que acabou motivando o desmaio. 

Diante da situação triste, Glaucio decidiu então que ajudaria a família no fim de ano e lançou uma campanha para recolher dinheiro que serão convertido em alimentos entregue a família na quinta-feira (30). Glaucio inclusive disse ter ficado surpreso com o número de pessoas dispostas a ajudar e citou que recebeu pix até de quem não conhece. Ele afirmou que está feliz com a quantia já arrecadada e espera realizar a ação em visita a família. 

A Secretaria de Saúde do Recife em nota enviada à reportagem do LeiaJá disse que a mãe recusou que o Samu levasse a criança temendo problemas judiciais com o pai. Na nota a Sesau ainda informa que a mãe declarou que não só o menino, mas sim todas as quatro estavam sem comer há alguns dias. 

Confira na íntegra. 

 A Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife informa que, na manhã desta terça-feira (28), no Terminal Integrado (TI) da Macaxeira, no bairro de mesmo nome, uma equipe de testagem para covid-19 da Prefeitura do Recife prestou os primeiros socorros básicos a uma criança, acompanhada da mãe e da avó, que desmaiou no local. Após a normalização dos sentidos da criança, os profissionais de saúde tentaram acionar o Samu Metropolitano do Recife, no entanto, a família recusou o segundo atendimento, alegando entraves judiciais com o pai do menor, e se retirou do local. 

Os profissionais de saúde da Sesau e os trabalhadores do TI se organizaram de forma voluntária para oferecer comida à criança e aos irmãos, uma vez que a mãe informou que os filhos estavam há quatro dias sem se alimentar.

As doações podem ser feita através do pix: 81995608880 (Gláucio Cesar)

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Por volta das 8h30 desta quinta-feira (16), cerca de 250 de manifestantes entraram no supermercado Extra, na Rua Benfica, bairro da Madalena, Zona Oeste do Recife, para pedir cestas básicas. O estabelecimento permanece fechado e a Polícia Militar acompanha o ato. 

Sem aviso prévio, o protesto organizado pelo Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) denuncia o encarecimento de alimentos e a fome da população vulnerável. Cerca de 250 pessoas ainda estão dentro da loja e outras famílias ocupam a garagem do edifício.

A organização ainda especulava a chegada de um ônibus com mais 150 manifestantes para pressionar pela entrega dos itens para a ceia de Natal. O grupo pede 250 cestas básicas e garante que não vai deixar o local sem os alimentos. 

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De acordo com a Polícia Militar, o tumulto chegou a interromper o funcionamento dos caixas. Diante do atendimento comprometido, a Administração fechou a loja para a entrada de novos clientes.

Integrantes do MLB informaram que o supermercado negociou 400 cestas básicas, mas apontou que assinaria o documento às 17h se o grupo deixasse a área de atendimento. Os manifestantes se recusam a deixar o local e aguardam por uma posição definitiva do Extra.

Conforme apurado pelo LeiaJá, o Extra não irá se pronunciar sobre o protesto e não comentou se vai atender ao pedido. A restrição de acesso teria partido da assessoria nacional e a gestão já recebeu um ofício com a reinvidicações.  

Com informações de Vitória Silva

O número de desnutridos na África aumentou cerca de 50% entre 2014 e 2020, afetando 281,6 milhões de pessoas, segundo um relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e outras duas instituições internacionais.

"Depois de um longo período de melhora entre 2000 e 2013, a fome se agravou consideravelmente e a maior parte dessa deterioração ocorreu entre 2019 e 2020", aponta este relatório da FAO, da Comissão Econômica Africana (CEA) e da Comissão da União Africana (CUA).

"Em 2020, 281,6 milhões de africanos estavam desnutridos, 89,1 milhões a mais que em 2014", acrescentaram, o que representa um aumento de 46,2%.

Desses 281,6 milhões, 44,4% vive no leste da África, 26,7% no oeste, 20,3% no centro do continente, 6,2% no norte e 2,4% no sul.

O continente africano representa 55% do aumento mundial de pessoas desnutridas nesse período.

As três instituições consideram que "a situação deve continuar piorando este ano".

Entre as causas recorrentes da desnutrição estão "conflitos, variabilidade e extremos climáticos", assim como "pobreza e desigualdade" nos dois últimos anos, junto à pandemia de coronavírus "que prejudicou ainda mais os esforços para reduzir a fome e a desnutrição na região".

Segundo a FAO, a desnutrição se define como "o estado de um indivíduo em que a ingestão de alimentos é insuficiente para satisfazer, em média, as necessidades de energia alimentar para ter uma vida normal, ativa e saudável".

Um homem, que não teve a identidade revelada, procurou os policiais militares do 26º Batalhão, em Santa Catarina, para se entregar e pedir para voltar para a prisão por estar passando fome. O fato aconteceu na manhã da terça-feira (23).

Segundo a assessoria da PM de Santa Catarina, a guarnição estava no destacamento da polícia, quando foi surpreendida pelo homem, que relatou estar foragido do presídio de Francisco Beltrão, no Paraná, desde o início da pandemia.

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Ele relatou que havia cortado a tornozeleira eletrônica para conseguir fugir, mas em Santa Catarina, para onde seguiu, não estava conseguindo trabalho e, por isso, estava passando fome.

Os oficiais entraram em contato com a Central de Emergência de Santa Catarina, que intermediou a troca de dados com a Central de Operações Policiais do Paraná, que confirmou a veracidade dos fatos relatados pelo foragido. 

A guarnição deu voz de prisão e conduziu o homem para o presídio de Joaçaba, no Oeste de Santa Catarina, onde as devidas providências foram tomadas. 

O ex-presidente Lula (PT) participou, neste sábado (20), do debate "Construindo o futuro: desafios e alianças populares", realizado pelo Podemos em Madri, na Espanha, com lideranças do campo progressista. Em seu discurso, Lula voltou a criticar o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido) e comentar a questão ambiental e a fome no país.

"O presidente brasileiro lamentavelmente não foi preparado para falar. Só foi preparado para mentir. Ele adotou a política do Trump, de contar muitas mentiras por dia. É por isso que ele não gosta de dar entrevista. Ele gosta de fazer a fake news dele sozinho, dentro de casa, porque ele não quer dar satisfação das bobagens que fala", declarou.

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"A extrema direita está nos desafiando. Precisamos analisar o discurso deles", acrescentou Lula. "Como pode ter surgido o Trump, o Bolsonaro, dois candidatos de extrema direita na França? Temos que refletir sobre isso e entender onde erramos no nosso discurso também."

Sobre a questão ambiental, o petista ressaltou que não pode ser um tema abordado apenas na esfera acadêmica ou pela esquerda. "É uma questão do povo do planeta Terra. Nós só temos ele. Os ricos estão gastando milhões para fazer uma pequena viagem ao espaço de 15 minutos. Eles não percebem que são responsáveis pela poluição. Temos que colocar essa discussão na ordem do dia", disse.

Lula também voltou a tratar do tema da fome no país. "As pessoas estão comendo carcaça de frango, vão no açougue procurar osso", lamentou. "A luta pela igualdade tem que ser uma bandeira nossa da esquerda. O faminto não faz a revolução, está fragilizado. Nós é que temos que estender a mão para eles, temos que ser a perna deles", afirmou.

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