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Uma exposição de arte que está em cartaz no Centro de Artes e Comunicação (CAC) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) é alvo de polêmica e acusações de ofender “e ir contra todos os princípios religiosos e conter peças não apenas provocativas, mas caricaturas e distorções nitidamente ofensiva a símbolos das religiões cristãs”. A segunda edição da exposição coletiva “Tramações: Cultura Visual, Gênero e Sexualidades” é aberta ao público e oferecida pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da UFPE.

As 29 obras de arte estão expostas na Galeria de Arte Capibaribe desde o dia 8 de maio e integram uma série de ações que objetivam capacitar professoras/es e estudantes de licenciatura para os desafios da aproximação com a comunidade LGBTT.

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Apesar da liberdade artística e de pensamento dentro da universidade, a Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure) emitiu uma Nota de Repúdio contra exposição da UFPE. De acordo com o documento publicado no site oficial do órgão, dentre as narrativas expostas há ofensa e desrespeito. “Caricaturas e distorções nitidamente ofensiva a símbolos das religiões cristãs. Há desrespeito aos seus objetos de culto, aos personagens reverenciados e às narrativas sacras, como a figura de Jesus Cristo, Maria, os santos e a Bíblia, associando-os a atos sexuais lascivos, de violência, mutilação e falta de pudor”, diz um trecho da nota.

A vereadora Michele Collins (PP) também se manifestou sobre a exposição durante o pequeno expediente da reunião plenária na Câmara Municipal do Recife, na tarde da terça-feira (29). Para a parlamentar evangélica, ‘Tramações’ “vai contra todos os princípios religiosos”. De acordo com a vereadora, a mostra repete “exemplos repugnantes de uma outra realizada no ano passado no espaço Santander Cultural”, que diante de protestos das bancadas religiosas e do Movimento Brasil Livre (MBL), foi cancelada. Ela se refere a mostra Queermuseu: Cartografias da diferença na arte brasileira, sobre diversidade sexual na arte.

Ainda de acordo com Collins, a exposição deve ser investigada o quanto antes. “Ela é gratuita e aberta ao público, inclusive os adolescentes a partir de 14 anos,  podem ter acesso. Isso é muito ruim. Concordo com a Associação Nacional de Juristas Cristãos que está promovendo um repúdio à exposição, em respeito às famílias e instituições cristãs. Inclusive, quero pedir que seja realizada uma vistoria nesta exposição”, disse.

A exposição faz parte de uma disciplina homônima oferecida pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da UFPE, cuja proposta seria de haver “leituras, diálogos e experimentações/imersões poéticas com o objetivo de pensar a produção de gênero e sexualidades por meio da cultura visual”.

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Por meio de nota, a Anajure selecionou alguns pontos em que considera a exposição ofensiva:

"1. O conjunto de peças de título ”A garantia do céu” exibe uma réplica de um quarto, onde uma boneca violentamente amarrada está deitada numa cama, abaixo da imagem de Cristo crucificado, ladeada por uma pequena mesa, onde estão elementos de culto como um altar a Virgem Maria e outros santos católicos romanos, terço romanístico, crucifixo, bíblia e santinhos, dividindo espaço com um frasco de água benta com o nome de um homem e uma vela desgastada em formato de vagina;

2. Em outro ambiente, há a construção de um pequeno altar, cujo espaço está dividido por um terço, uma vela de Sto. Antônio, pés e cabeças, replicando os objetos deixados por fiéis em agradecimento à cura de alguma doença nos membros, e uma réplica de pênis ereto;

3. Por último, a apresentação de uma bíblia cristã-protestante, dentro da qual há várias páginas rabiscadas e adulteradas, desdenhando de dogmas e narrativas, com desenhos de um ânus feminino nas suas páginas, a colagem de uma vagina feita em crochê, dizeres como “esta bíblia foi concebida sem pecado”, fotos de travestis com frases de efeito, dentre outras situações.

Verificamos, portanto, que os idealizadores destas seções replicaram cenários e estruturas, para debochar voluntária e conscientemente destes elementos e símbolos de fé, por meio da dessacralização dos seus objetos (ou seus representativos) de culto, replicando tortuosamente um ambiente de alto valor à fé cristã".

O Conselho Diretivo Nacional da Anajure informou que deverá enviar a nota de repúdio aos órgãos apoiadores da exposição, dentre eles, a reitoria da Universidade Federal de Pernambuco e ao Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da UFPE. Além disso, também oficiar o Ministério Público Federal em Pernambuco e à Polícia Federal (Superintendência Regional de Pernambuco), a fim de que sejam adotadas as medidas administrativas e judiciais cabíveis, para a apuração eventual do ilícito penal.

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Em entrevista ao LeiaJa.com, a professora da UFPE e idealizadora de ‘Tramações’, Luciana Borre, explicou que a exposição é parte do projeto de pesquisa “Tramas na formação de professoras/es para questões de gênero e sexualidades” desenvolvida no departamento de Teoria da Arte e Expressão Artística da UFPE e Programa Associado de Pós-Graduação em Artes Visuais UFPE/UFPB.  

“A exposição é legítima e é dentro da universidade, local onde a discussão deve ser sempre fomentada. Claro que causa certo impacto nas pessoas e muitas rupturas, no entanto, é uma discussão mais do que necessária, é urgente. E deve ser incentivada sempre. A exposição é parte de uma pesquisa pensada e embasada. O nosso objetivo acima de tudo é a formação de professores preparados para esses embates culturais”, pontuou a pesquisadora. O projeto de extensão é fomentado pelo Edital de Apoio à Pesquisa em Criação Artística/Proexc/UFPE e pelo Funcultura/2018.

De acordo com Luciana, o grupo que preparou a exposição estava preparado para algum tipo de rechaço, mas não esperavam toda a polêmica por se tratar de um ambiente acadêmico. “O que acontece é que algumas pessoas foram conhecer a exposição de maneira silenciosa e sem se identificarem fizeram algumas interpretações relacionadas a aspectos religiosos e começaram a divulgar isso, sem conversar conosco e sem procurar entender o contexto das obras de arte. Estamos tranquilos porque não há nenhum tipo de insulto ou menosprezo a rituais ou cultos religiosos. Pelo contrário, as obras que apresentam cunhos religiosos foram feitas por pessoas pertencentes a comunidades cristãs, pessoas de fé”, complementou.

A exposição busca legitimar a produção de jovens artistas pernambucanos pertencentes à comunidade LGBTT, promover ações educativas para os visitantes e comunicar as ações e resultados do projeto em eventos científicos relacionados às representações de gênero e sexualidades. “A violência que percebo é a de pessoas que fazem diversos comentários com violência nas redes sociais e desconhece o propósito das obras, além do contexto da exposição. A gente entende que a compreensão de movimentos artísticos e discussões estéticas não faz parte do repertório sociocultural da maioria das pessoas, então é por esse motivo que nosso objetivo é promover essas ações educativas e convidar todos a conhecerem, trocarem ideias e pensamentos de maneira respeitosa”, informou Luciana.

Sobre os comentários de lideranças evangélicas, a pesquisadora diz que está aberta ao diálogo e faz um convite para que as pessoas possam conhecer ‘Tramações’. “A fala da vereadora Michele são comentários de quem não visitou a exposição e não está aberto a conversa com o diferente. É nossa responsabilidade enquanto professores trabalhar com esse tipo de questão da diversidade cultural e religiosa. É o acolhimento das diferentes maneiras de pensar. Não há possibilidade da exposição ser retirada e essa aversão é um dos reflexos desse contexto maior de conservadorismo extremo no país.

Confira o documento, no formato de convite, da exposição:

"Tramações (2a edição) é uma exposição coletiva que integra uma série de ações que objetivam capacitar professoras/es e estudantes de licenciatura para os desafios da aproximação com a comunidade LGBTT. É parte do projeto de pesquisa “Tramas na formação de professoras/es para questões de gênero e sexualidades” desenvolvida no departamento de Teoria da Arte e Expressão Artística da UFPE e Programa Associado de Pós-Graduação em Artes Visuais UFPE/UFPB. Também se configura como um projeto de extensão fomentado pelo Edital de Apoio à Pesquisa em Criação Artística/Proexc/UFPE e pelo Funcultura/2018. Os objetivos específicos da exposição são: (1) Desenvolver ações de arte/educação para formação de professoras/es da educação básica e estudantes de licenciatura sobre questões de gênero e sexualidades; (2) Capacitar trinta professoras/es e estudantes de licenciaturas em artes visuais para questões de gênero e sexualidades; (3) Legitimar a produção de jovens artistas pernambucanos pertencentes à comunidade LGBTT - grupo culturalmente marginalizado; (4) Promover ações educativas para as/os visitantes da exposição; (5) Comunicar as ações e resultados do projeto em eventos científicos relacionados às representações de gênero e sexualidades.

Destaca-se que as ações de curadoria, montagem, expografia e mediação cultural foram/são realizadas em coparticipação com os estudantes durante formação pedagógica. Bem como as produções artísticas que foram pautadas em narrativas pessoais. Ressalta-se que nenhuma das obras citadas pela nota de repúdio emitida pela Associação Nacional de Juristas Evangélicos – ANAJURE –, no dia 28 de maio de 2018, trata de insulto, menosprezo, desprezo e/ou ultraje a atos, rituais ou objetos de culto religioso. Trata-se sim, de uma ressignificação de objetos oriundos das memórias, lembranças e registros subjetivos dos artistas envolvidos. Vale ressaltar que as produções mencionadas foram elaboradas por artistas que também fazem parte da comunidade cristã e que professam discursos de fé, embora não se sintam impedidos de problematizar e refletir sobre eles.

De fato, Tramações (2a edição) busca o encontro respeitoso de ideias contrárias, a desestabilização de verdades consolidadas e a provocação de olhares para a legitimação das diferenças sem a intenção de ofender a imagem e/ou crenças de grupos religiosos. O grupo proponente de Tramações (2a edição) entende que a compreensão dos movimentos artísticos, das discussões estéticas e da fruição do campo das Artes Visuais não faz parte do repertório sócio cultural da maioria dos integrantes da comunidade acadêmica da UFPE. Com isto em mente e buscando atingir o nosso 4o objetivo (Promover ações educativas para as/os visitantes da exposição) convidamos a todos interessados para uma visita mediada a nossa exposição com a intenção de compartilhar experiências/modos de pensar e acolher concepções distintas as nossas. Tramações (2a edição) insere-se em um contexto educativo, por isso, estamos ansiosos pela oportunidade de trocar, respeitosamente e cordialmente, modos de pensar".

Serviço

Exposição Tramações (2ª edição)

Av. da Arquitetura, S/n - Campos Universitários, Recife - PE

Galeria Capibaribe/CAC/UFPE, 9 de maio a 28 de junho de 2018

Horário: 10h às 19h

Gratuito

Vereadores do Recife estão se preparando para alçar voos mais altos nas eleições deste ano. Ao menos cinco dos 39 parlamentares recifenses já confirmaram o desejo de participar da corrida por uma vaga na Assembleia Legislativa de Pernambuco ou na Câmara Federal. Na lista dos pernambucanos que vão disputar um posto na esfera federal estão os vereadores André Régis (PSDB) e Ivan Moraes (PSOL). 

Ivan, por exemplo, está no primeiro mandato municipal e justificou a candidatura pelo desejo de dar mais voz aos pleitos que defende - como a democratização da comunicação, a legalização da maconha e outras drogas, o direitos sexuais e reprodutivos das mulheres - estando no legislativo federal. 

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“Historicamente, tenho militado em causas que precisam de representação em Brasília. Além disso, entendo como importante a gente contribuir para romper a ‘cláusula de barreira’ e contribuir para o aumento da bancada do PSOL na Câmara Federal”, disse o psolista, ao anunciar a candidatura.

Já a conquista de um espaço na Alepe é uma aspiração comungada pelos vereadores Wanderson Florêncio (PSC), Almir Fernando (PCdoB) e Aline Mariano (PP). Além deles, apesar de ainda não ter anunciado para qual das duas Casas vai concorrer, a vereadora Michele Collins (PP) já expressou que deve participar da disputa em uma dobradinha com o marido que é deputado estadual, Cleiton Collins (PP), mas ainda não se sabe para quais cargos eles vão concorrer.

“Sempre estou trabalhando na esfera nacional e tenho muitas indagações e projetos em Brasília, que Cleiton também pode dar continuidade. Estamos analisando o cenário, mas estamos seguindo para isto”, admitiu a vereadora recentemente. 

Fora da disputa por cargos ainda no âmbito legislativo, na Casa José Mariano também tem parlamentar na expectativa por postular o Executivo. A vereadora Marília Arraes quer concorrer ao Governo de Pernambuco e aguarda apenas o aval do PT para entrar no páreo. A definição da legenda deve sair no próximo dia 12, mas Marília já vem pavimentando o seu nome para a disputa com um discurso duro diante da gestão de Paulo Câmara (PSB), que deve concorrer à reeleição, e angariando apoios de movimentos da base do PT. 

Suplência

Caso abra espaços na bancada do PP, com a eventual eleição de Aline e Michele, os suplentes Wilton Brito, que é ex-vereador do Recife, e Joselito Ferreira, servidor federal, assumiriam os cargos. Já no caso do PCdoB, a primeira suplente é a secretária da Mulher da Prefeitura do Recife, Cida Pedrosa, e no PSC é a jornalista Goretti Queiroz (PR). 

Com uma possível eleição de Ivan Moraes, o PSOL não perderá a única vaga conquistada na Câmara. A primeira suplente dele é Albanise Pires, que vai concorrer ao Senado pela chapa majoritária psolista, mas caso seja eleita o posto passa para Rodrigo Bione. 

Na bancada tucana, quem substituiria André Régis é o presidente da Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco, Albérisson Carlos. Já na hipótese de consolidação de Marília como governadora o ex-prefeito do Recife, João da Costa, é o primeiro suplente.

A Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal do Recife emitiu parecer solicitando o arquivamento de representação contra vereadora Michele Collins (PP). Ela é acusada de intolerância religiosa e injúria por publicação no Facebook criticando o culto à Iemanjá.

A reunião da comissão foi realizada na manhã da sexta-feira (2) e contou com os vereadores irmã Aimée Carvalho (PSB), presidente da comissão; Hélio Guabiraba (PRTB); e Romero Albuquerque (PP), relator do processo. Todos votaram com o relator, que foi escolhido por sorteio e é do mesmo partido de Collins.

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No parecer, é dito: “A parlamentar é líder cristã integrante de uma denominação protestante, de modo que, nos termos do Código de Ética e Decoro Parlamentar, não cabe à Comissão Disciplinar apurar condutas e comportamentos praticados por vereador fora do exercício da atividade parlamentar, como o apresentado na representação”.

A nota da comissão também destaca que não há relação entre a mensagem de Michele Collins e seu mandato de vereadora. “O parecer esclarece também que o material divulgado pela vereadora Michele Collins foi veiculado por meio da rede social pessoal da parlamentar, no Facebook, sem qualquer relação com o exercício do mandato de vereadora”. Romero Albuquerque pediu o indeferimento e o arquivamento do processo, impetrado pelos advogados Pedro Josephi e Daniele Gondim.

MPPE - Michele Collins prestou depoimento no Ministério Público de Pernambuco (MPPE) também na última sexta-feira (2). Um Inquérito Civil foi aberto pelo Ministério Público para apurar se a vereadora cometeu violação à liberdade religiosa.

A vereadora foi ouvida por cerca de duas horas pelo promotor de Justiça Westei Conde. Representantes de terreiros fizeram um ato em frente ao local.

A publicação - No dia 4 de fevereiro, Michele Collins escreveu em sua conta no Facebook: "Noite de Intercessão no Recife, orando por Pernambuco e pelo Brasil, a Orla de Boa Viagem, clamando e quebrando toda maldição de Iemanjá lançada contra nossa terra em nome de Jesus". Como resposta, a comunidade de Terreiro Axé Talabi divulgou uma nota de repúdio por "propagação ao racismo, ódio e desrespeito às tradições de matriz africana e suas divindades".

Ela chegou a pedir desculpas pelo ocorrido através de nota. "Todos sabem que a Missionária é veementemente contra qualquer intolerância religiosa, inclusive já deletou a postagem de suas redes sociais, diante dessa falha na elaboração do texto", disse sua assessoria.

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A vereadora do Recife Michele Collins (PP) é alvo de uma manifestação, que acontece na manhã desta quarta-feira (21), em frente à Câmara dos Vereadores. O ato é organizado pela Rede de Articulação da Caminhada dos Terreiros de Pernambuco (ACTP) e em repúdio a declaração da parlamentar ao divulgar um evento evangélico no Facebook no último dia 4. Na publicação ela dizia que estava participando de uma oração para “quebrar e clamar a maldição de Iemanjá" contra o mundo.

Durante o protesto, lideranças de dez terreiros, além de representantes do Conselho Estadual de Igualdade Racial, entoaram canções reverenciando os orixás, entre eles Iemanjá, e expuseram faixas com frases como "tire seu ódio do caminho que eu quero passar com a minha religião". O grupo foi até a Casa José Mariano para entregar um manifesto aos parlamentares solicitando o afastamento de Michele Collins da presidência da Comissão de Direitos Humanos e a realização de uma audiência pública para debater o respeito à diversidade religiosa.

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"Ela feriu os direitos humanos, o regimento interno e o código penal, tem que prestar contas", frisou Karla Falcão, do Movimento Livres e filha de santo do terreiro Kaiangu Kya Itembu. “Já que não podemos pedir a cassação dela, queremos que deixe o comando dessa comissão que é tão importante e debate o racismo e a intolerância religiosa, o que a vereadora é exemplo”, reforçou o assessor de comunicação da ACTP, o tata canbondo Francisco Neto.

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A mobilização também contou com o apoio do Conselho Estadual de Promoção de Igualdade Racial. Presidente da entidade, Mãe Elsa disse que a diversidade religiosa deve ser respeitada por todos. “Os terreiros de Pernambuco chamam a atenção para o respeito e a tolerância. Como representante do governo, viemos solicitar a audiência e intermediar o debate. Nosso papel é alertar a população sobre o desrespeito que muitas vezes vem de pessoas como a vereadora Michele Collins”, frisou.

O grupo também recebeu o apoio da Igreja Ortodoxa Síria que tem em Pernambuco dois templos, um no Recife e outro em São Lourenço da Mata. O diácono Carlos Lisboa assinou o documento pedindo o afastamento da vereadora e disse que a ação dela era “inadmissível”. “No Oriente Médio a minha igreja é perseguida por extremistas. Então, qualquer forma de preconceito é inadmissível. Ela tem que dar exemplo e o respeito. Vou combater qualquer tipo de preconceito”, esclareceu o religioso.

A polêmica envolvendo a vereadora veio à tona no último dia 6 quando a comunidade Terreiro Axé Talabi, espaço de preservação do Patrimônio Cultural dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, divulgou uma nota de repúdio a parlamentar por “propagação ao racismo, ódio e desrespeito às tradições de matriz africana e suas divindades”. A nota se referia a publicação feita no perfil da vereadora no Facebook dois dias antes. Depois da manifestação, Michele apagou a publicação e pediu desculpas. Mesmo assim, ela foi alvo de uma representação por intolerância religiosa na Câmara dos Vereadores, de críticas e vaias no Carnaval do Recife e de um inquérito civil instaurado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE). 

A declaração da vereadora Michele Collins (PP) sobre um ato evangélico para clamar e quebrar “toda maldição de Iemanjá” tornou-se alvo de um inquérito civil instaurado pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE). A portaria [nº 001/2018], que pede a apuração dos fatos, foi publicada no Diário Oficial no último sábado (10) e é assinada pelo 7º promotor de Justiça de Defesa da Cidadania, Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Westey Conde.

No texto, o promotor diz que o inquérito foi instaurado "tendo por objeto a apuração dos fatos e circunstâncias e, conforme o caso, a adoção das demais medidas legais cabíveis, em virtude da possível violação do Direito Humano à Liberdade Religiosa das diversas comunidades de terreiro, perpetrada pela missionária Michele Collins, no evento intitulado 'Seminário de Intercessão em Recife'". 

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Na portaria, Westey Conde ainda determina que Michele Collins seja notificada e compareça ao MPPE para prestar esclarecimentos. Além dela, também serão notificados e ouvidos representantes da Igreja Família 61, a comunidade do Terreiro Ilé Àse Òrìsànlá Tàlábí, das Comunidades de Terreiro em Pernambuco, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e outros. 

A polêmica envolvendo a vereadora veio à tona no último dia 6 quando a comunidade Terreiro Axé Talabi, espaço de preservação do Patrimônio Cultural dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, divulgou uma nota de repúdio a parlamentar por “propagação ao racismo, ódio e desrespeito às tradições de matriz africana e suas divindades”. A nota se referia a publicação feita no perfil da vereadora no Facebook dois dias antes. Depois da manifestação, Michele apagou a publicação e pediu desculpas. Mesmo assim, ela foi alvo de uma representação por intolerância religiosa na Câmara dos Vereadores e de críticas e vaias no Carnaval do Recife.

 

Os advogados Pedro Josephi e Danielle Portela, ambos do PSOL, protocolaram, nesta quinta-feira (8), uma representação contra a vereadora Michele Collins (PP) na Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara do Recife. O pedido punição disciplinar contra a progressista é em reação a uma postagem feita por ela no Facebook no último domingo (4), quando divulgou um evento evangélico que acontecia na Orla de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, para, segundo ela, clamar e quebrar “toda maldição de Iemanjá lançada contra nossa terra”. 

Michele Collins se retratou, por meio de nota, e pediu desculpas aos representantes de religiões de matrizes africanas, mas nem por isso escapou das críticas. No documento apresentado à Casa José Mariano, os advogados demonstram que Michele Collins cometeu crimes contra o sentimento religioso (art. 208 do Código Penal), de injúria (art.  140, § 3º do Código Penal) e de intolerância religiosa (previsto nos arts. 1º e 20 da Lei 7.716/89).

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A peça diz que a vereadora, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, infringiu o Código de Ética Parlamentar e está sujeita a pena de censura. A Comissão de Ética da Câmara Municipal tem sete dias para analisar e decidir pela abertura do Procedimento Disciplinar contra a vereadora. Os requerentes solicitaram ainda expedição de cópia ao Ministério Público de Pernambuco para que averigue a prática dos crimes citados.

Segundo os advogados, “a iniciativa de representar contra Michele Collins é um grito de respeito e contra o preconceito, em especial, que atinge as religiões de matriz africana. Se a Câmara ficar silente, passará uma imagem de complacência com atitudes e ações de intolerância como estas”.

O deputado estadual Edilson Silva (PSOL) criticou o fato de a vereadora do Recife, Michele Collins (PP), ter feito uma declaração “vilipendiando a figura do orixá Iemanjá” em publicação no Facebook. Ao divulgar na rede social um evento evangélico que acontecia na Orla de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, Collins escreveu que participava de oração “clamando e quebrando toda maldição de Iemanjá lançada contra nossa terra”. Em seguida, retratou-se por meio de nota.

“Este tipo de pregação é uma pregação de ódio. Uma pregação de intolerância descabida, para um país que acolhe todas as crenças, toda diversidade humana, e o universo da religiosidade sempre foi muito bem acolhida pelo povo brasileiro”, declarou Edilson.

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O parlamentar ponderou a retratação de Michele, colocando-se como “muito feliz” diante do reconhecimento de que “houve um exagero”. “Mas é preciso que a gente preste muita atenção, porque vivemos em uma sociedade onde o ódio está estruturando muitas relações e é necessário que a gente, obviamente, sem perder as perspectivas da individualidade, da diversidade, é importante que a gente se atente para que haja um limite, e que a gente não ingresse em um ambiente de fundamentalismo que vai nos levar a guerra”, salientou, lembrando que felizmente o país não vive o que acontece em parte do Oriente Médio no quesito intolerância. 

“Felizmente, nós vivemos em um país onde essa realidade, para nós, é muito distante. Nós vivemos outras mazelas. As mazelas dos homicídios, dos assassinatos, da miséria, da desigualdade, mas, felizmente, nós não somos um país que tem grandes catástrofes naturais, e não tem essa chaga do fundamentalismo religioso que mata, maltrata e constrói uma cultura de intolerância”, disse. 

A vereadora do Recife Michele Collins (PP) divulgou uma nota, nesta terça-feira (6), pedindo desculpas por clamar contra "toda maldição de Iemanjá" durante um evento na Orla de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, no último domingo (4). Em reação a isso, a comunidade Terreiro Axé Talabi, espaço de preservação do Patrimônio Cultural dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, divulgou uma nota de repúdio a parlamentar por “propagação ao racismo, ódio e desrespeito às tradições de matriz africana e suas divindades”.

"Diante do exposto sobre uma postagem realizada em suas redes sociais, a vereadora Missionária Michele Collins esclarece que em nenhuma momento teve a intenção de ofender ou propagar qualquer mensagem de ódio religioso. Todos sabem que a Missionária é veementemente contra qualquer intolerância religiosa, inclusive já deletou a postagem de suas redes sociais, diante dessa falha na elaboração do texto. A vereadora Missionária Michele Collins pede desculpas aos que se ofenderam", declara nota encaminhada pela progressista ao LeiaJá.

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O texto em questão foi divulgado pela parlamentar no Facebook no domingo (4). Na ocasião, ela divulgava uma “noite de intercessão pelo Brasil” que acontecia na orla de Boa Viagem e, de acordo com a postagem, estava “clamando e quebrando toda maldição de Iemanjá lançada contra nossa terra em nome de Jesus”. 

Na nota emitida nessa segunda (5), o Terreiro convoca outras entidades a procurar providências legais sobre a postura e rebate dizendo que “Iemanjá nunca amaldiçoou ninguém”. “A mensagem postada pela missionária reforça não só a intolerância religiosa, mas principalmente rompe com o direito tão importante de nossa liberdade de fé em um país laico. Iemanjá nunca amaldiçoou ninguém, muito pelo contrário, ela representa o nosso direito a vida, as águas e ao equilíbrio. Exigimos respeitos as nossas práticas, as nossas divindades e aos nossos territórios sagrados”, declara. 

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Após uma série de especulações no Palácio do Campo das Princesas de que a vereadora Michele Collins (PP) poderia ganhar um cargo no governo de Paulo Câmara (PSB), pelo menos 37 movimentos sociais enviaram uma carta em que se colocavam contrários a possível mudança na gestão estadual. Após a especulação circular pelos bastidores da política pernambucana, a vereadora afirmou que não se sente ofendida com a resistência de lideranças caso ela assuma o cargo. “Não conhecem o meu trabalho”, disse Collins, em entrevista exclusiva ao LeiaJá.com.

Michele Collins estava sendo cotada para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude porque o Partido Progressista estaria intensificando as cobranças por mais participação no Governo do Estado. A vereadora participava de uma cerimônia do Projeto Integra Recife, na noite da última terça-feira (21), e adiantou que o governador tem conversado com o partido e há a possibilidade do PP assumir um cargo na gestão de Câmara.

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“O partido que faço parte pode assumir uma pasta e isso já está sendo dialogado. A gente tem muitas pessoas com capacidade de integrar essa secretaria. Na próxima semana teremos uma resposta”, confirmou a vereadora do Recife.

Sobre a carta enviada por movimentos sociais pedindo uma reconsideração de Câmara sobre a mudança no comando da pasta porque seria danoso um secretário ligado ao segmento evangélico, Michele disse que não encara o documento como ofensa, mas como desinformação.

“Eu não me sinto ofendida. Mas acho que realmente são pessoas que não conhecem o meu trabalho ou que não querem conhecer. Estou em uma militância principalmente nessa área de drogas há 20 anos e tenho estado há cinco anos à frente da Comissão de Direitos Humanos”, disse.

Diante das conversas e especulações, o governador Paulo Câmara (PSB) afirmou, na sexta-feira (17), que a possível ida da vereadora Michele Collins (PP) para o comando da Secretaria de Desenvolvimento Social, Infância e Juventude não está definida. O nome da parlamentar, segundo o governador, é apenas especulação da imprensa.

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Diante das conversas que circulam nos bastidores do Palácio do Campo das Princesas para que o PP conquiste espaço no primeiro escalão estadual, o governador Paulo Câmara (PSB) afirmou, nesta sexta-feira (17), que a possível ida da vereadora Michele Collins (PP) para o comando da Secretaria de Desenvolvimento Social, Infância e Juventude não está definida. O nome da parlamentar, segundo o governador, é apenas especulação da imprensa.

“Vocês que estão dizendo. As conversas com o PP continuam, mas não tem nada definido em relação ao nome da vereadora Michele Collins, é pura especulação”, afirmou em conversa com jornalistas depois da cerimônia em que assinou projetos de lei que atendem a segurança pública estadual com, por exemplo, a criação do 2º Batalhão Integrado Especializado de Policiamento (2º BIEsp), em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. 

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Indagado sobre como avaliava a manifestação de movimentos sociais contrários a possibilidade de ter a religiosa à frente da pasta, Paulo Câmara ironizou. “Vocês botam o nome, mas não combinaram comigo”, disse. Depois que o nome de Michele Collins começou a ser alçado para a secretaria, o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente anunciou que faria protestos contrários a isso. Eles ficaram de entregar, na manhã de hoje, uma carta  para a Comissão Intergestores Bipartite (CIB) se repudiando a possibilidade.  

Vereadores do Recife aprovaram um voto de repúdio à performance do coreógrafo Wagner Schwatz no Museu de Arte Moderna de São Paulo (Mam), durante a estreia do 35º Panorama da Arte Brasileira na última semana. A proposta foi da vereadora Aimée Carvalho (PSB) e aprovada por 15 votos favoráveis, dois contrários e três abstenções. Sob a ótica da socialista, a performance é “um escárnio inaceitável e lamentável". 

Wagner Schwatz se apresentou nu, permitindo que o público tocasse o seu corpo. Ao longo de uma sessão, uma criança que estava acompanhada pela mãe, interagiu com o artista tocando seu pé, enquanto ele ficou deitado sobre o chão. 

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“Não confundam arte com essa triste desmoralização. A Câmara do Recife tem o dever de repudiar este tipo de conduta. O Estatuto da Criança e do Adolescente é claro ao proibir qualquer tipo de exposição de crianças a contextos de conotação pornográfica”, declarou. "É um trabalho repugnante, que causa asco em qualquer pessoa que possua um mínimo de bom senso. Uma imoralidade sem tamanho que causou nojo em toda a população", acrescentou Aimée Carvalho.

Corroborando o voto de repúdio, o vereador Renato Antunes (PSC) considerou que a nudez da performance "é uma afronta à moral e à família. É necessário preservar as crianças", afirmou.  Outro que justificou ter sido favorável foi André Régis (PSDB). "Sou liberal convicto, mas não se estava falando sobre arte. Estávamos tratando de uma cena em que uma criança tocou em um homem nu. Consentido ou não pela mãe, a criança poderá sofrer danos irreparáveis e ainda acabou sendo exposta na mídia".

A vereadora Michele Collins (PP) disse vai dar entrada a um requerimento que será assinado pela Frente Parlamentar em Defesa da Família e da Vida "para que a justiça estabeleça a classificação por faixa etária nos museus. Os cinemas e teatros já têm essa classificação".

Em contrapartida aos demais parlamentares, o vereador Ivan Moraes (PSOL) disse que não se pode repudiar a manifestação artística. "Não podemos andar contra o processo civilizatório. Sou contra o repúdio, pois a Casa não pode repudiar obras de arte. Além disso, o museu informou que havia cenas de nudez".

Crítica quando o assunto é política pública para o segmento LGBT, a vereadora do Recife, Michele Collins (PP), afirmou que muitas vezes ela é má-interpretada diante de postura que adota. Em conversa recente com o LeiaJá, a progressista disse que ao contrário do que pensam ela "não odeia homossexual".

"As pessoas falam: ‘ah você é homofóbica’, não eu não sou homofóbica. A homofobia é uma doença. É de quem odeia homossexual. Eu não odeio homossexual. Eu amo essas pessoas. Para mim são seres humanos normais e extraordinários. Agora quando fala relacionada a política pública voltada para este grupo específico e aí vem uma militância pequena, mas que faz um barulho grande para defender que aquilo tem que ser apenas para a aquela parcela, não concordo. A pessoa pode ter seu relacionamento sexual do jeito que quiser, com quem quiser e como quiser”, salientou. 

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“Alguém tem que falar, não é que eu sou contra é porque eu tenho coragem de falar. É necessário o debate e a liberdade de expressão dos dois lados. Eles têm quem os defenda e nós vamos defender a política igualitária para todos", acrescentou. 

Como reforço a tese contrária para políticas públicas segmentadas, a parlamentar, na última semana, colocou-se contrária ao voto de aplauso a um Centro de Referência em Cidadania LGBT da prefeitura do Recife. “Se formos ter centro de referência para um público específico, estamos negligenciando o restante da população. Precisamos fazer políticas públicas para toda a população. Todo recurso deveria ser aplicado de forma igualitária. Eu sou favor de que os direitos são iguais para todas as pessoas. As políticas públicas não devem ser discriminatórias”, frisou na ocasião.

Daize Michele de Aguiar Gonçalves e Cleiton Gonçalves da Silva talvez sejam nomes desconhecidos na política pernambucana, mas a dupla é dona das votações mais expressivas para a Câmara do Recife e a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) nas últimas eleições. Filiados ao PP e popularmente conhecidos como Michele e Cleiton Collins, o casal está cada vez mais consolidando o espaço do seguimento evangélico no setor e angariando apoios para alçar voos mais altos em 2018. 

Na vida pública desde 2002, Cleiton cumpre hoje o quarto mandato consecutivo de deputado estadual e na última eleição recebeu 216.874 votos, cinco vezes mais do que na primeira. Debaixo do guarda-chuva eleitoral do marido, Michele marcou cadeira na Câmara em 2012 e, em 2016, conquistou 15.357 votos, quase cinco mil a mais do que quatro anos antes.   

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Ela de Belo Horizonte (MG) e ele de Petrolina de Goias (GO), os dois radicalizaram-se na política pernambucana e, segundo Michele, na disputa eleitoral do próximo ano pretendem firmar uma “dobradinha do casal Collins”, tendo em vista uma vaga na Câmara dos Deputados. 

“Sinto que podemos fazer mais e creio que em 2018 provavelmente vai ter novidade nos Collins. Talvez uma dobradinha com o casal Collins. Sempre estou trabalhando na esfera nacional e tenho muitas indagações e projetos em Brasília, que Cleiton também pode dar continuidade. Estamos analisando o cenário, mas estamos seguindo para isto”, revelou a vereadora em conversa com o LeiaJá. 

Além dos mandatos proporcionais, Cleiton Collins também já disputou a prefeitura de Jaboatão dos Guararapes. Em 2016, inclusive, entrou na corrida municipal depois de ter o nome citado como o preferido pela população em pesquisas de intenções de votos. O progressista, entretanto, não passou para o segundo turno. 

Conservadorismo como base de atuação

A postura conservadora adotada pelo casal é uma das marcas do mandato. Os dois defendem ferrenhamente a formação familiar tradicional, são protagonistas de projetos e programas de combate às drogas - Cleiton, inclusive, foi dependente químico; colocam-se contrários à ideologia de gênero e a difusão de políticas para o segmento LGBT. 

Michele, por exemplo, já chegou se colocar contra a adoção de crianças por pessoas do mesmo sexo e dizer que crianças devem ser criadas por um homem e uma mulher. Já Cleiton, por sua vez, quis extinguir, entre seus projetos polêmicos, a realização de festas no estilo open bar. Na Câmara, ela apresentou 112 projetos de lei, nas areas de cidadania, prevenção ao uso de drogas, direito do consumidor, segurança e meio ambiente. Já na Alepe, Cleiton como a que institui a Semana Estadual da Valorização da Família e obriga os centros de formação de condutores a terem veículo adaptado para alunos com deficiência.

Os dois acreditam que o crescimento eleitoral deles se dá justamente por estas posturas que atrai cristãos de várias denominações religiosas. Ao LeiaJá, Michele Collins disse que muitas vezes eles são mal interpretados diante do que defendem. “Nosso mandato é conservador sim, mas tem gosto para tudo. É natural do seguimento que a gente representa, não apenas o evangélico, já comprovamos que [o voto] é além disso. Tem pessoas que esperam isso de nós. Alguém tem que falar, não é que eu sou contra é porque eu tenho coragem de falar. É necessário o debate e a liberdade de expressão dos dois lados”, frisou a vereadora.

“As pessoas falam: ‘ah você é homofóbica’, não eu não sou homofóbica. A homofobia é uma doença. É de quem odeia homossexual. Eu não odeio homossexual. Eu amo essas pessoas. Para mim são seres humanos normais e extraordinários. Agora quando fala relacionada a política pública voltada para este grupo específico e aí vem uma militância pequena, mas que faz um barulho grande para defender que aquilo tem que ser apenas para a aquela parcela, não concordo. A pessoa pode ter seu relacionamento sexual do jeito que quiser, com quem quiser e como quiser”, acrescentou.

Teto de vidro

Um dos pontos criticados por eles, mas que virou teto de vidro e é, vez ou outra, lembrado por seus opositores foi o decreto que permite o uso do nome social no serviço público federal por travestis e transexuais. Michele e Cleiton rebateram duramente a apropriação social, mas também utilizam um sobrenome que não está documentado no registro de nenhum dos dois. Apesar da linha dura, Cleiton Collins antes de se tornar evangélico era DJ e tocava em festas no estado, na época ele usava o nome social de "DJ Banana".

Sobre a questão, a assessoria disse que o sobrenome Collins foi herdado do pai biológico de Cleiton, entregue para a adoção ainda criança, e mesmo anos depois sendo reconhecido o parentesco, apenas por questões burocráticas, não efetuou a mudança documental. 

Funcionários fantasmas e improbidade administrativa

Apesar da pregação cristã, também existem acusações que pesam contra o casal em investigação no Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Um inquérito instaurado pelo em fevereiro deste ano investiga denúncias sobre a existência de irregularidades na contratação de servidores por parte dos dois. Os funcionários supostamente pertenciam a outros órgãos e apareciam como servidores dos gabinetes parlamentares. 

Em julho, Michele também passou a ser investigada sobre a realização de atos religiosos na sede da Câmara. O caso foi apontado como improbidade administrativa pelo MPPE. Na recomendação, o órgão já pontuava que a iniciativa reiterava posição do Conselho Nacional do Ministério Público sobre a necessidade de garantir a fiel observância e concretização do princípio constitucional do Estado Laico no exercício das funções executiva, legislativa e judiciária do Estado brasileiro.

Por meio da assessoria de imprensa, eles negaram as acusações, informaram que as denúncias foram "infundadas" e, após investigação do MPPE, arquivadas.  

A vereadora do Recife Michele Collins (PP) se declarou “indignada” com o evento exposição Queermuseu - Cartografias da Diferença na Arte Brasileira, em cartaz há quase um mês no Santander Cultural, em Porto Alegre, e que foi cancelada no último domingo (10) após uma onda de protestos nas redes sociais. Sob a ótica dela, muitas das obras expostas eram “consideradas ultrajantes para as famílias brasileiras”. 

“Foi promovida a pornografia, zoofilia, pedofilia e escárnio a símbolos religiosos. Também ocorreu racismo, já que eles colocaram a imagem de uma santa simulando a Virgem Maria abraçada com um macaco, representando o menino Jesus”, declarou. “Aproximadamente 270 obras foram expostas, muitas delas consideradas ultrajantes para as famílias brasileiras. Graças a Deus que a população se manifestou e esse escárnio foi retirado antes que corresse o risco de chegar à nossa cidade”, acrescentou.

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A vereadora também disse que está organizando um voto de repúdio contra a instituição bancária. “Não apenas o Santander, mas outras empresas também tem promovido conteúdo contra a família, como o Boticário e a Natura. Quero pedir aos vereadores que assinem esse requerimento e que se juntem a mim, podendo dessa forma, enviar esse voto de repúdio ao banco para que saibam que a família brasileira se sentiu ofendida, em todos os cantos do país”, frisou.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou inquérito civil para investigar a realização de cultos religiosos no Plenário da Câmara Municipal do Recife pela vereadora Michele Collins (PP). Em 20 de abril deste ano, o MPPE já havia publicado no Diário Oficial a recomendação para que o presidente da Câmara se abstivesse de autorizar ou permitir a realização de cultos religiosos nas dependências da casa legislativa e seus anexos.

De acordo com o promotor Eduardo Luiz Silva Cajueiro, em seu texto da portaria, o caso é investigado sob a ótica da improbidade administrativa. Na recomendação, o órgão já pontuava que a iniciativa reiterava posição do Conselho Nacional do Ministério Público sobre a necessidade de garantir a fiel observância e concretização do princípio constitucional do Estado Laico no exercício das funções executiva, legislativa e judiciária do Estado brasileiro.

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À época da recomendação, tramitava na 27ª Promotoria de Justiça um procedimento preparatório para apurar o tal uso das dependências da Câmara com finalidade de realização de evento religioso. É dado um prazo de 90 dias para que o procedimento seja concluído, prorrogável pelo mesmo tempo. Como o prazo acabou, o promotor deve decidir se arquiva o caso, se ajuíza a ação civil pública ou converte em inquérito civil.

O promotor decidiu pela conversão por considerar que há necessidade de dar procedimento às investigações. Ele convocou o presidente da Câmara, o vereador Eduardo Marques (PSB), para prestar esclarecimentos sobre o caso no dia 17 de agosto, às 15h. O inquérito civil se assemelha ao inquérito policial, com o Ministério Público remetendo sua conclusão à Justiça.

No dia 24 de abril, a vereadora chegou a rebater a recomendação na tribuna da Câmara. Ela propôs um requerimento para discutir liberdade de crença junto ao MPPE, "entendendo', diz nota em seu site, "que o estado é laico e que a liberdade de crença deve ser levada em consideração também na casa do povo, na Câmara". O inquérito civil tem prazo de 90 dias prorrogáveis. 

Resposta

Em nota oficial, a vereadora Michele Collins acredita que "o tema da realização de cultos religiosos deve ser levado a um debate, visto que é um assunto que mexe com a população e a liberdade religiosa".

Para tal, a política pede ao procurador-geral da Justiça de Pernambuco, Francisco Dirceu Barros, a realização de "uma audiência pública para a discussão do tema com a sociedade, vista sua importância". Ainda no texto, Collins parabenizou o Ministério Público de Pernambuco "pelo trabalho realizado, principalmente na fiscalização das Leis, perante o momento político e social que a comunidade vive".

Durante explanação no plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), a vereadora do Recife, Michele Collins (PP), desabafou ao falar sobre as drogas. “Eu tive a experiência de ter o meu marido viciado na cocaína. Eu tive a experiência de viver dentro da minha casa, na minha pele sofrer o que uma esposa sofre, como uma mãe sofre e hoje eu tenho a honra de ver o meu esposo sentado nessa cadeira”, ressaltou, fazendo referência ao marido e deputado estadual, Cleiton Collins (PP). O depoimento aconteceu em evento, nessa segunda-feira (26), que marcou o Dia Internacional de Combate às Drogas. 

“Porque ele [Cleiton Collins] só fazia sofrer, mas graças a Deus ele conseguiu se libertar das drogas e hoje através da vida dele milhares de jovens têm conseguido também alcançar essas oportunidade. Jovens que estão aqui hoje. Meninos, homens e mulheres que estão tenho a oportunidade de se tratar, que já se recuperaram e aqueles que ainda estão em recuperação”, discursou. 

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A parlamentar também declarou que “com apoio e a benção de Deus” é possível vencer. “Isso mostra que tem jeito sim. Isso mostra que se houver apoio, unidade e a bênção de Deus em primeiro lugar, nós podemos alcançar grande êxito porque meu marido era um menino de rua, muitas vezes ele conta que sentava no meio-fio na calçada, colocava a mão na cabeça e perguntava porque é que eu vim para esse mundo”. 

Michele Collins ainda lamentou o fato do Nordeste estar nas primeiras posições em pesquisas que mostram o consumo de drogas. “Um número cruel”, enfatizou. “No entanto, o olhar da ONU voltado para o Recife, para o Nordeste e para o Brasil nos lisonjeia e nos traz esperança também porque através dessa mobilização nos mostra cada vez mais que precisamos estar unidos. Cada um pode fazer um pouco, cada um pode contribuir enquanto pessoas públicas, órgãos, autoridades e pessoas comuns. Existem milhares e milhares de pessoas no mundo precisando de algo que muitas vezes podem estar ao nosso alcance”, acrescentou. 

A vereadora mais votada do Recife, Michele Collins (PP), está preocupada com um problema mundial: o suicídio. Em entrevista concedida ao LeiaJá, nesta sexta-feira (16), ela disse que nesse cenário o trabalho da Frente Parlamentar em Defesa da Família e da Vida faz todo o sentido.

“A Frente em Defesa da Família defende as questões mais importantes relacionadas à família e à vida. A gente se preocupa com o grande número de suicídios e abortos e, dessa forma, para combater promovemos audiências, elaboramos campanhas, marcamos encontros e palestras dentro da Casa José Mariano, estudos e projetos de lei. Tudo o que puder ser feito nesse sentido, iremos fazer”, explicou.

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Collins declara que é necessário reunir o maior número de pessoas que “realmente defendem os valores e os princípios da família e da vida”. “Esse é o objetivo desta frente parlamentar. Todos que participam defendem a mesma bandeira contra o aborto, contra as drogas e contra o suicídio. A gente pretende unir alguns poderes judiciario, Ministério Público e diversos órgãos. Precisamos pensar juntos em políticas públicas”, comentou.

A vereadora lamenta o cenário atual tomado pela depressão, que culmina no suicídio. “Para a população que não sabe, a cada 40 segundos uma pessoa se suicida no mundo. O Brasil é o oitavo país no ranking dos que mais se suicidam. É algo muito sério”.

Michele Collins, que também é missionária da Assembleia de Deus, conta que o trabalho da Frente em Defesa da Vida por si só não é suficiente. Ela pontuou que a melhor prevenção é o fortalecimento da família.

“Hoje, as famílias parecem que não dão mais atenção para dentro da sua casa. É preciso que os pais dêem mais atenção aos filhos porque, às vezes, o adolescente está tão sem atenção que ele acaba mergulhando na tristeza, o que pode levar à depressão e ao suicídio como o bullying na escola. O adolescente precisa de mais cuidado. Muitas vezes, quando os pais se dão conta não dá mais tempo de fazer alguma coisa”, alertou. A vereadora ainda disse que é preciso fortalecer os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) de forma a que tenham mais profissionais como psicológos para atender a demanda.

Um requerimento de voto de aplauso a George Oliveira, diretor do bloco "As Folotes de Afogados", gerou um debate entre parlamentares da Câmara do Recife, nesta quarta-feira (7). O requerimento, de autoria do vereador Amaro Cipriano Maguari (PSB), cumprimenta a agremiação pelo “enriquecimento da cultura popular” da capital pernambucana.

A queixa foi apresentada pela missionária Michele Collins (PP), que subiu ao plenário para levantar questionamentos em relação ao nome do bloco. "Não é nada pessoal, o vereador Maguari é um excelente parlamentar. Mas um requerimento desses não enriquece a cultura popular. Ele desvaloriza as mulheres e seria importante observarmos isso. É algo muito sério e as mulheres ficam expostas. Temos mulheres morrendo todo dia, sendo espancadas", reclamou.

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Maguari argumentou que sua homenagem não diz respeito ao nome do bloco, mas a quem o mantém. "A gente sabe que nos blocos tem muitos nomes obscenos que contradizem as questões religiosas. Mas eu não tenho condições de mudar essas questões e esses nomes. A gente faz requerimentos em resposta àquelas pessoas que têm um bloco há 20, 30 anos. Não quero entrar no mérito da cultura da nossa cidade", disse.

O vereador Felipe Francismar também se pronunciou a favor do requerimento durante a discussão "Se o bloco existe, não cabe a nós contestar ou não seu nome. O nome foi criado em um local por pessoas que gostam dele. Essa discussão não cabe a nós fazermos. O que vale é o que esse voto de aplauso representa para aquela comunidade que gosta e participa daquele bloco", afirmou.

Com informações do site da Câmara dos Vereadores

A vereadora do Recife Michele Collins (PP), reeleita com a maior votação em 2016, em conversa com o LeiaJá, nesta quinta-feira (20), para a série Entrevista da Semana, alertou sobre um número preocupante divulgado por uma pesquisa encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O levantamento destaca que uma em cada três mulheres foi vítima de algum tipo de violência. 

Collins, que é missionária da Assembleia de Deus, disse que a falta de respeito está muito grande e que uma das formas de combater a violência é a mobilização de todos os setores da sociedade, inclusive as igrejas. “Antigamente esse assunto não era muito falado nas igrejas porque era um tabu. Incentivo também porque é o meio que eu vivo, dentro das igrejas. É uma realidade minha. Eu vejo, cada vez mais, que a igreja está se movendo sobre esse assunto. Tenho conversado com vários pastores e estão sendo promovidos debates em rádios, programas de televisão e temos feito trabalhos de roda de debates sobre o tema. É preciso a sociedade se colocar sobre o assunto independente de serem da igreja ou não”, contou.  

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“Eu estou vendo as igrejas evangélicas participando desse debate e eu estou incentivando também como um instrumento de transformação. Os líderes podem ensinar e alertar”, acrescentou.

Collins declarou que é preciso buscar uma “cultura de paz” também dentro do local de trabalho e escolas. “É todo mundo junto indistinto da religião e da bandeira política. Todo mundo junto porque é inadmissível o que está acontecendo a cada três mulheres uma ser vítima é passar de todos os limites”, lamentou. 

A vereadora é autora da lei 18.241/16 que institui, no Recife, o Programa de Apoio às Mulheres Vítimas de Violência para oferecer condições de proteção à integridade física e apoio psicológico. Ela enfatizou que sugeriu a lei para contribuir, de alguma forma, com o poder público de forma a conter o avanço da violência. 

O programa, inserido na Secretaria da Mulher do Recife, também visa que empresas participem de forma a promover campanhas dentro dos seus locais de trabalho. Michele Collins ainda contou que a Comissão de Direitos Humanos da Câmara está atenta para a situação das crianças inseridas neste contexto de ambientes hostis de forma que elas também sejam acolhidas e não se prejudiquem, principalmente, na educação escolar. 

A vereadora do Recife, Michele Collins (PP), defendeu que a orientação política de crianças e adolescentes seja tratada apenas no “seio familiar”. Repercutindo uma declaração do ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), contra o projeto que prevê a implantação da Escola sem Partido - que dita normas para o relacionamento entre professores e alunos nas salas de aula -, a progressista disse no Plenário da Câmara dos Vereadores que a isenção é essencial porque “os professores já possuem outras obrigações e responsabilidades com a escola”.

“É fato que o aluno tem o direito de desenvolver o senso crítico. Porém, defendemos, independentemente de classe política ou orientação religiosa, que esses temas devam ser tratados no seio familiar. Já na escola, esses assuntos precisam ser discutidos de forma neutra. Não é possível ver imparcialidade aos colocarmos a questão em debate. Até mesmo porque os professores já possuem outras obrigações e responsabilidades com a escola”, declarou Collins. 

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Em entrevista recente a um jornal local, Mendonça afirmou ser “quase impossível” aplicar a proposição. “Pessoalmente, eu sou contra a tese de você legislar impondo uma camisa de força aos professores. Isso não funciona aqui nem em qualquer lugar do mundo... Não será uma lei que vai impor uma espécie de tribunal de ideias nas escolas”, observou, na ocasião.

Para Collins, o ministro deve “reconsiderar seu posicionamento acerca desse importante tema”. Para justificar a postura, a vereadora  mencionou artigos da Constituição Federal que confirmam, segundo ela, a importância da participação dos pais na formação política, ideológica e religiosa dos filhos. 

Ela também citou que na Câmara do Recife tramitam projetos que reforçam o assunto, como um de autoria da vereadora Aimeé Carvalho (PSB), que institui o Escola sem Partido no âmbito do sistema municipal de ensino e outro do vereador Carlos Gueiros (PTB), que proíbe a utilização de livros que versam sobre a ideologia de gênero e a diversidade sexual. E pediu celeridade ao presidente da Casa de José Mariano, Eduardo Marques (PSB), na tramitação dessas matérias.

“Representam o anseio da maioria da sociedade, que encontram no nosso ordenamento jurídico o embasamento necessário para que, de fato, haja o reconhecimento do direito dos pais ou responsáveis, no sentido de que seus filhos recebem a educação moral e cívica livre de doutrinação política, ideológica ou religiosa”, frisou.

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